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4. METODOLOGIA DE PESQUISA

4.1 Classificação da pesquisa

Para Gil (2008, p. 26), a pesquisa social traz respostas para questionamentos, “utilizando a metodologia científica”, permitindo “a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social”.

Segundo Moura e Ferreira (2005), a metodologia deve ser clara para que qualquer leitor seja capaz de reproduzir os aspectos essenciais do estudo. Assim, a descrição dos participantes da pesquisa e dos procedimentos a serem adotados deve ser minuciosa.

Diante disso e visando ao objetivo geral do projeto – determinar os marcos históricos, identificar as forças e fraquezas e as oportunidades e ameaças, dos ambientes interno e externo da EdUFSCar, com o intuito de conseguir um diagnóstico dessa instituição e elaborar apontamentos para estratégias futuras –, será realizada uma pesquisa de caráter exploratório, mediante estudo de caso único, com os seguintes instrumentos de coleta de dados: revisão bibliográfica, pesquisa documental, entrevistas, observação participante e brainstorming. As seções a seguir dão uma breve explicação sobre todos esses termos citados.

4.1.1 Pesquisa exploratória

Sobre as pesquisas exploratórias, é relevante apontar que podem ser concebidas a partir de uma ótica objetivista, em que se inserem métodos tais como os estudos de caso e grupos focais, ou a partir de uma ótica subjetivista, que compreende métodos como a etnografia e a fenomenologia.

Na esfera das organizações, predominam os estudos exploratórios segundo a ótica objetivista, motivo pelo qual será utilizada neste estudo.

Para Sampieri et al. (1991), os estudos exploratórios promovem o aumento do grau de familiaridade com fenômenos relativamente desconhecidos, a fim de obter informações sobre a possibilidade de levar adiante uma investigação mais completa sobre um contexto particular da vida real e estabelecer prioridades para investigações posteriores, entre outras utilizações. Assim, os estudos exploratórios em poucas ocasiões constituem um fim em si próprios.

Eles se caracterizam por serem mais flexíveis em sua metodologia em comparação com os estudos descritivos ou explicativos, e são mais amplos e dispersos que estes dois últimos tipos (por exemplo, buscam observar tantas manifestações do fenômeno estudado quanto for possível) (SAMPIERI et al., 1991, p. 60).

Ainda, para os autores, “os estudos exploratórios são feitos, normalmente, quando o objetivo da pesquisa é examinar um tema ou problema de investigação pouco estudado ou que não tenha sido abordado antes” (SAMPIERI et al., 1991, p. 59).

De acordo com Gil (2008, p. 27), as pesquisas exploratórias “envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso”, e corriqueiramente não usam “procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta”.

No presente caso, o estudo da Editora da Universidade Federal de São Carlos, como organização, para a elaboração de estratégias, mostra-se um problema de investigação novo, considerando ser uma empresa pública, inserida em uma Universidade pública, apresentando receita e produção a serem geridos sem olvidar de que inserida em um contexto de gestão de recursos públicos.

4.1.2 Estudo de caso único

Segundo Yin (2001, p. 32), o estudo de caso único é um método de pesquisa amplo, que “investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”.

Para Gil (2008, p. 57-58), o estudo de caso tem como característica o “estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante outros tipos de delineamentos considerados”.

Por isso, com o intuito de se evitar ao máximo os vieses da pesquisa, o mesmo autor sugere algumas prudências, como:

 ter cuidado no planejamento e metodologia adotados para não comprometer a qualidade dos resultados;

 ter cuidado nas generalizações que o estudo apontar; e

 ter cuidado com a análise e interpretação dos dados gerados pela pesquisa. Conforme Yin (2001, p. 64), o pesquisador que optar pelo estudo de caso único tem em suas mãos “acesso a uma situação previamente inacessível à observação científica”, trazendo informações significativas. No caso desta pesquisa, o objeto de estudo de caso é a EdUFSCar.

4.1.2.1 Revisão bibliográfica

De acordo com Gil (2008), o pesquisador deve realizar uma revisão bibliográfica ampla para elaborar o problema de pesquisa viável, por meio de livros e artigos. Segundo esse autor, é ela que dará ao pesquisador informações necessárias para, posteriormente, analisar e interpretar os resultados.

Para Yin (2001, p. 28), a revisão bibliográfica é “um meio para se atingir uma finalidade, e não – como pensam muitos estudantes – uma finalidade em si”. Ela dá oportunidade ao pesquisador de ver o que já foi escrito sobre determinado assunto e delinear o seu problema de pesquisa.

Neste trabalho, a revisão bibliográfica ajudou a entender sobre a história das editoras universitárias no Brasil e no mundo, sobre administração estratégica e sua evolução, sobre análise ambiental e sobre a ferramenta de análise SWOT e sua aplicação nesta pesquisa.

4.1.2.2 Pesquisa documental

De acordo com Gil (2008), a pesquisa documental se aproxima da bibliográfica, tendo como diferença a natureza das fontes:

Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (GIL, 2008, p. 51).

Segundo Yin (2001, p. 111), a pesquisa documental pode ser usada “em conjunto com outras fontes de informação”, no entanto, é preciso saber utilizar essas informações, verificar sua qualidade e precisão.

Para o levantamento dos marcos históricos da EdUFSCar, foi feito uma pesquisa documental em uma unidade de memória da universidade e em todos os documentos do arquivo morto físico e digital da editora.

4.1.2.3 Entrevistas

Como relatado anteriormente, uma das técnicas utilizadas no estudo de caso são as entrevistas. Neste trabalho elas atuam como um complemento da pesquisa documental.

Segundo Yin (2001, p. 114), elas são essenciais para o estudo de caso, sendo uma “fonte essencial de evidências”. No entanto, o autor adverte para o pesquisador não ser dependente de apenas um entrevistado e, se possível, contar com outras fontes de informação.

Para Gil (2008, p. 109):

Muitos autores consideram a entrevista como a técnica por excelência na investigação social, atribuindo-lhe valor semelhante ao tubo de ensaio na Química e ao microscópio na Microbiologia. Por sua flexibilidade é adotada como técnica fundamental de investigação nos mais diversos campos e pode- se afirmar que parte importante do desenvolvimento das ciências sociais nas últimas décadas foi obtida graças à sua aplicação.

4.1.2.4 Observação participante

A respeito da observação participante, de acordo com Yin (2001, p. 116), trata-se de uma técnica que “pode ser usada em ambientes mais ligados ao nosso dia-a-dia, como em uma organização ou outro grupo pequeno”.

Conforme Gil (2008, p. 103), a observação participante permite ao pesquisador se inserir no ambiente da comunidade, do grupo ou da situação que está analisando, possibilitando a ele chegar “ao conhecimento da vida de um grupo a partir do interior dele mesmo”.

Nesta pesquisa, o pesquisador tem total relação com o objeto de estudo, a EdUFSCar, pois se trata de seu ambiente de trabalho nos últimos 13 anos, tendo livre acesso às pessoas e aos documentos, justificando o uso dessa metodologia, a observação participante

De acordo com Paulus et al. (2013), o brainstorming é das técnicas mais populares para se obter boas ideias. Para esses autores, gerando uma grande quantidade de ideias, há uma maior probabilidade de se produzir boas soluções.

Segundo Kohn e Smith (2011), o brainstorming é mais eficaz quando aplicado em grupo do que individualmente e mais eficiente quando se determinam regras durante as seções.

Neste estudo, o brainstorming foi utilizado para a coleta dos pontos fortes e fracos, e das oportunidades e ameaças, dos ambientes interno e externo da EdUFSCar.