• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 3 A EXPERIÊNCIA DA MESA DE ARTICULAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES

3.2 As redes regionais

As redes regionais que compõem a MESA contam com a participação de movimentos sociais e campanhas internacionais. Exemplos disso são as OSCs e movimentos sociais que estão na LATINDADD e tiveram grande participação na campanha do Jubileu 2000, ou a PIDHDD em seus capítulos nacionais que se mostrou muito mais ativa entre OSCs que compõem a Aliança Social Continental (ASC).

Esta seção traz as informações gerais das cinco (5) redes regionais da MESA: a Asociación Latinoamericana de Organizaciones de Promoción al Desarrollo (ALOP); a Plataforma Interamericana de Derechos Humanos, Democracia y Desarrollo (PIDHDD); a Red Latinoamericana de Deuda, Desarrollo y Derechos (LATINDADD); a Articulación Feminista Marcosur (AFM); e o Consejo de Educación Popular de América Latina y el Caribe (CEAAL). A figura 4 a seguir traz os seus anos de criação:

Figura 4- Linha do tempo das redes regionais

89

A Asociación Latinoamericana de Organizaciones de Promoción al Desarrollo

(ALOP) é uma associação de ONGs de desenvolvimento proveniente de 20 países da

América Latina e Caribe e constitui um dos esforços mais duradouros entre as ONGs da região. A ALOP foi criada em 1979 e está dividida em 3 regiões: Andina; América Central (México e Caribe); e, Cone Sul. A região andina compreende organizações que estão na Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. A região América Central abarca as que estão no México e no Caribe (Costa Rica, Cuba, Guatemala, El Salvador, Honduras, México, Nicarágua e Panamá). Haiti e República Dominicana também fazem parte desta região, mas na atualidade a Associação não conta com organizações desses países. No Cone Sul estão as localizadas na Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. O quadro 10 demonstra quem são as OSCs participantes da ALOP.

Quadro 10 – OSCs que compõem a ALOP

Região Andina Região CAMEXCA Região Cone Sul

e Brasil 1-Asociación Arariwa para la

Promoción Técnica cultural Andina, Peru

2-Asociación Civil Acción

Campesina, Venezuela

3- Centro de Derechos y

Desarrollo (CEDAL), Peru

4-Centro de Estudios y Promoción del

Desarrollo (DESCO), Peru

5- Centro de Investigación y

Promoción

del Campesinado (CIPCA), Bolívia

6- Centro de Investigación y

Educación Popular (CINEP),

Colômbia

7-Centro Peruano de Estudios

Sociales (CEPES), Peru

8-Corporación Región para el

Desarrollo y la Democracia, Colômbia

9-Corporación Viva la Ciudadanía,

Colômbia

10-Fondo Ecuatoriano Populorum

Progressio (FEPP), Equador

11-Fundación Taller de Iniciativas

en Estudios Rurales (Fundación Tierra),

Bolívia

12-Fundación Foro Nacional por

Colombia, Colômbia

1-Asociación para el

Desarrollo de los

Pueblos (ADP), Nicarágua

2-Centro para la Acción

Legal en Derechos Humanos

(CALDH), Guatemala 3-

Centro Félix Varela (CFV),

Cuba

4-Centro Operacional de

Vivienda y Poblamiento AC (COPEVI), México

5-Deca-Equipo Pueblo AC,

México

6-

Servicios para la Educación Alternativa AC (EDUCA),

México

7-Fundación Nacional para

el Desarrollo (FUNDE), El Salvador 8-Fundación Salvadoreña para la Promoción y el Desarrollo Económico (FUNSALPRODESE), El Salvador 1-Base, Educación, Comunicación, Tecnología Alternativa(BASE-ECTA), Paraguai 2-Centro Cooperativista Uruguayo (CCU),Uruguai 3-Centro de Assessoria Multiprofissional (CAMP), Brasil 4-Centro Latinoamericano de Economia Humana (CLAEH), Uruguai 5-Federação de Órgãos para a Assistência Social Educacional (FASE), Brasil 6-Fundación para el Desarrollo en Justicia y Paz (FUNDAPAZ), Argentina 7-Instituto de Desarrollo Social y Promoción Humana (INDES), Argentina 8-Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), Brasil 9-Corporación Juventudes

90 13-Grupo Social Centro al Servicio

de la Acción Popular (CESAP),

Venezuela

14- Productividad Biosfera Medio

Ambiente (PROBIOMA), Bolívia

9-Fundación Promotora de Vivienda (FUPROVI), Costa Rica 10-Programa de Promoción y Desarrollo Social (PRODESO), Panamá 11-Proyecto de Desarrollo Santiago-La Salle (PRODESSA), Guatemala para el Desarrollo y la Producción (JUNDEP), Chile

10-Instituto Pólis, Brasil 11-Servicio Habitacional y de Acción Social (SEHAS), Argentina 12-SUR Centro de Estudios Sociales y Educación, Chile

Fonte: Elaboração da autora a partir de dados da ALOP.

Desde a sua fundação, a ALOP se define como “democrática e pluralista”, estabelecendo em sua missão o compromisso com a promoção e o apoio às iniciativas e ações dos setores sociais democráticos que lutam contra a pobreza e a exclusão, na busca pela construção de um desenvolvimento “humano, integral e sustentável”, definindo assim o caráter político de seu compromisso fundacional (ALOP, 2016).

Suas alianças compreendem: o Fórum Social Mundial; Instituto de Estudios Políticos para América Latina e África (IEPALA); International Land Coalition; Voces Mesoamericanas; The Reality of Aid; Foro sobre a Eficácia do Desenvolvimento das OSCs (Open Forum for CSO Development Effectiveness); e Grupo Chorlaví.

A Plataforma Interamericana de Derechos Humanos, Democracia y Desarrollo

(PIDHDD) é composta por capítulos nacionais que compreendem pelo menos 5 organizações,

e foi criada em 1992 na Colômbia. Dentre os seus principais objetivos estão: promover a construção de sociedades inclusivas, que buscam respeitar a diversidade, os direitos humanos e a integração regional baseada na democracia e na não discriminação na justiça social. Pautada na primazia dos direitos humanos através do compromisso e articulação com os seus capítulos nacionais para atuar conjuntamente com os setores, movimentos e organizações sociais.

Desde 1995, a então Plataforma Sul-Americana ampliou sua atuação para os países do continente incorporando outras ONGs e OSCs de base, primeiro na América do Sul, e, a partir dos anos 2000, na América Central e no Caribe, para se tornar, então, Interamericana.

91

Os seus grandes eventos estão relacionados ao combate ao tráfico de pessoas. As principais alianças são com organizações como a ALOP; Aliança Social Continental (ASC), Consejo de Educación Popular de América Latina y El Caribe (CEAAL) e Campaña Latinoamericana por el Derecho a la Educación.

A Red Latinoamericana de Deuda, Desarrollo y Derechos (LATINDADD) é composta por 17 organizações em 11 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Peru e Uruguai. A Rede Estratégia Andina e da América Central sobre a Dívida e Luta contra a Pobreza foi seu antecedente.

Esta rede se espalhou por vários países do continente, através de instituições especializadas nas áreas de trabalho que tiveram um papel relevante na Campanha Internacional Jubileu 2000. Seus principais temas estão relacionados com a dívida; a justiça fiscal; a nova arquitetura financeira; e o financiamento privado. Suas principais alianças são: a European Network on Debt and Development (EURODAD); a Red de Justicia Tributaria de América Latina y el Caribe; Financial Transparency Coalition; a African Forum and Network on Debt and Development (AFRODAD); e a Tax Justice Network.

Esta rede regional busca “a construção de uma economia justa que esteja a serviço das pessoas, de modo que seja alternativa ao modelo econômico atual, que não é inclusivo nem participativo”; que se façam vigentes os direitos humanos e o cuidado com o meio ambiente; e, que “se avance na construção de novas bases e relações internacionais que proporcionem solução aos problemas que afrontam nossos países na região” (LATINDADD, 2016).

A Articulación Feminista Marcosur (AFM) foi formada no ano 2000 em um Seminário sobre Integração Regional e Gênero, organizado pelo Centro de Comunicação Virginia Woolf (Cotidiano Mujer). Todas as organizações que a compõem têm suas origens na preparação da IV Conferência das Nações Unidas sobre a Mulher, realizada em Pequim, em 1995.

Na Argentina, a AFM é representada pela Centro de Intercambio y Servicios Cono Sur Argentina para la investigación y promoción del hábitat (CISCSA). No Brasil, pela Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB); pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA); pelo Coletivo Leila Diniz; pela Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH); e pela SOS Corpo. Na Bolívia, pelo Centro de Información y Desarrollo de la Mujer (CIDEM); e pela Coordinadoria de Mujeres de Bolivia. Na Colômbia, pela Red Nacional de Mujeres. No Paraguai, pela Coordinadora de Mujeres Paraguayas (CMP); e pelo Centro de Documentación y Estudios (CDE). No Peru, pelo Flora Tristán e, no Uruguai, pelo Cotidiano Mujer.

92

O Consejo de Educación Popular de América Latina y el Caribe (CEAAL) é composto por organizações latino-americanas em 22 países e foi criado no ano de 2000. Seus principais temas e grandes eventos estão relacionados com a educação com o foco para a incidência em políticas educativas. Suas principais alianças envolvem redes globais e regionais como: o International Council for Adult Education (ICAE), a Campaña Mundial por la Educación e o Foro de Diplomacia Ciudadana.

O CEAAL é um movimento de educação popular que, como rede, atua e acompanha processos de transformação educativa, social, política, cultural e econômica das sociedades latino-americanas e do Caribe, em cenários locais, nacionais e regionais. Se define como um “movimento de educação popular” para se articular com os movimentos sociais e organizações sociais dos diferentes contextos da América Latina em busca de um pensamento e prática educativa crítica (CEAAL, 2016).