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FOTO 27 – FÁBRICA REFRIGERANTES COROA EM 2002

2. BASE TEÓRICA

2.4. REPRESENTAÇÕES DA FAMÍLIA NAS ORGANIZAÇÕES

2.4.2. As representações da família em organizações

[...] no ponto de vista dinâmico, as representações sociais se apresentam como uma

a

empresa de alimentos, direcionou-se para a perspectiva interpretativa. No próximo momento algumas considerações serão feitas a respeito dessa simbolização familiar, ou seja, representações sociais da família.

2.4.2. As representações da família em organizações

A

questões sobre as representações que podem emergir na organizaç –

ou “bastardo”, de “viúva” ou “viúvo”, etc. – com objetivo de legitimar as ações cotidianas dos gerentes.

Deste modo, busca-se o entendimento desse fenômeno por meio do conceito de “Represen

[...] estaticamente, as representações se mostram semelhantes a teorias que ordenam ao redor de um tema [...] uma série de proposições que possibilita que coisas ou pessoas sejam classificadas, que seus caracteres sejam de

‘rede’ de idéias, metáforas e imagens, mais ou menos interligadas livremente e, por isso, mais móveis e fluidas que teorias.

Sendo assim, por meio

representações da fam organizacional com o objetivo de

ompreender o comportamento dos seus atores.

), em sua obra “Les Formes Elémentaires de

Vie Religieuse”4, escrita em 1912. Nessa obra as representações sociais se referem a uma

e fenômenos sociais, quanto a teoria sociológica onstruída para explicá-los, identificando um vasto campo de estudos sociológicos e

rtamente incompleta para incluir a diversidade de assuntos que formam a bjetividade e prendem a atenção dos sujeitos nas relações interpessoais no dia a dia,

deste conceito mais ampliado procurou-se levantar e descrever as ília (o fenômeno) no ambiente

c

A origem da expressão “Representação Social” é européia e remete ao conceito de representação coletiva de Émile Durkheim (1989

la

classe de crenças que procurava dar conta de fenômenos como a religião, os mitos, a ciência, as categorias de espaço e tempo em termos de conhecimentos inerentes à sociedade, isto é, de como a sociedade organiza a sua realidade em termos de conhecimentos. Tais crenças não são somente admitidas, a título individual, por todos os membros dessa coletividade; mas são do grupo e dele fazem a unidade. Os indivíduos que a compõem sentem-se ligados uns aos outros pelos laços de uma crença comum. Formando uma sociedade, cujos membros são unidos porque representam da mesma maneira o mundo sagrado e as relações deste com o mundo profano e porque traduzem esta representação comum em práticas idênticas, é o que chamamos uma religião (GOMES, 2004).

Contudo, nos últimos trinta anos, a expressão “representações sociais” ganhou um novo sentido que designa tanto um conjunto d

c

psicossociais capazes de incluir desde os conhecimentos mobilizados pelas pessoas comuns, na comunicação informal da vida cotidiana, até as disciplinas acadêmicas que se ocupam da política, da biologia, da medicina, da informática, da psicologia, da educação e da religião (GOMES, 2004).

A lista do campo do conhecimento, coberto pela teoria das representações sociais, é bastante extensa e ainda ce

su

servindo como elementos basilares na construção das chamadas realidades objetivas e

4 Nessa obra, conforme Gomes (2004), Durkheim demonstra que a idéia de religião é inseparável da idéia de

comunidade religiosa. As crenças propriamente religiosas são sempre comuns a uma coletividade determinada. Nesta comunidade o individuo abre mão, às vezes, da sua própria liberdade pessoal para aderir as praticar e ritos coletivos e solidários cujo objetivo final é receber em troca uma certa organização da realidade da vida cotidiana.

subjetivas que servem para construir o conhecimento da vida cotidiana nos processos de socialização.

Um delineamento formal mais recente do conceito e da teoria das “representações sociais” rgiu, no campo da psicologia social, com o trabalho do psicólogo francês Serge Moscovici

o de presentações coletivas. Nesta nova forma, entendida como um sistema de valores, noções,

posicionamento e calização da consciência subjetiva nos espaços sociais, com o sentido de constituir

a, as representações sociais têm sua origem nos conhecimentos, nos itos e ritos de uma coletividade (identificadas por meio da comunicação, de uma conversa,

em contribuir para definir um grupo social em sua especificidade, constituindo um modo de referência para todos os seus membros, possibilitando ao indivíduo e ao grupo um modo sistemático de apreensão da su

(2003, p. 26) que diz: “a representação social é uma modalidade de conhecimento particular que tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos”.

O autor resgata e amplia, numa perspectiva psicossociológica, o conceito Durkheiminian re

julgamentos, conceitos concernentes a fenômenos sociais, permitem coerência e permanência da vida cotidiana, favorecendo também a intercomunicação grupal. Devem ser encaradas como ‘teorias’ do senso comum, portanto, carregadas de símbolos e afetos.

Nessa teoria, Moscovici afirma que a representação social refere-se ao lo

percepções por parte dos indivíduos. Nesse contexto, as representações de um objeto social passam por um processo de formação, entendido como um encadeamento de fenômenos interativos, fruto dos processos sociais no cotidiano. Sendo assim, o autor foca seu estudo nas representações produzidas na sociedade contemporânea, oriundas do solo religioso e científico (ampliando a proposta de Durkheim), que nem sempre tiveram o tempo suficiente para torná-las imutáveis – ou seja, uma modalidade de conhecimento que tem a função social de representar o mundo das relações sociais: religiões, ciências oficiais, ideologias, dentre outras (GOMES, 2004).

Dizendo de outra maneir m

de um encontro, de uma imagem, etc.), mas os portadores destas representações são os indivíduos que as carregam, as utilizam e as transformam em suas relações face to face no dia a dia na elaboração do conhecimento da vida cotidiana.

realidade, culminando por influenciar em seus comportamentos sociais (JODELET, 2001). Além do mais, as representações sociais têm a função primordial de transformar o não familiar em familiar (MOSCOVICI, 2003). Quem faz a mediação entre o não familiar e o familiar são as representações sociais, criando uma realidade social quando o novo vai sendo incorporado ao universo conhecido a partir da tradição ou da realidade consensual, produzindo uma transformação das representações da realidade da vida cotidiana.

Morgan, Frost e Pondy (1983) citam em seu trabalho alguns modos simples de simbolismo que procuram criar uma imagem particular da empresa e efetuar mudança comportamental ao ngo de sua vida organizacional. Como exemplo, pode-se citar a homenagem ao “funcionário

stituem "mediações" entre a realidade e as idealizações. este ponto de vista não se limitam apenas ao cotidiano, ampliando as noções de tempo e

o

, entos vividos em outros tempos, em outras circunstâncias e momentos e, através desta "atualização", atribuem sentido ao presente (MOREIRA, 2002, p. 95).

Há ainda outras man lembranças, que constit lo

do mês” que tem como objetivo enaltecer certos padrões de comportamento no chão de fábrica. Ou, modos complexos, com objetivo de produzir certos efeitos dentro da organização ou surgir para dar forma ou formar padrões significantes de comportamento no trabalho, procurando um meio para alcançar um melhor controle administrativo. Como exemplo, o estilo administrativo de um executivo pode ser moldado de diversos modos para evocar sentimentos de lealdade paternalística de seus empregados ou criar um sistema de atitudes e convicções que nutrem uma atmosfera organizacional competitiva. Sendo assim, em suas pesquisas os autores confirmam que a vida organizacional é rica em várias formas de: atividades, rituais, tradições, padrões de narração, linguagem e vários tipos de imagens metafóricas; que contribuem para o desenvolvimento de tipos distintivos de contornos comportamentais organizacionais.

Deste modo, as representações sociais são as formas concretas que preenchem os quadros espaço-temporais, por isso elas con

N

espaço. Aqui não se pode deixar de considerar a "ação" apreciável da memória enquanto nã apenas expressão do tempo, mas igualmente das práticas significantes.

Ela ocupa um lugar importante como depositária dos acontecimentos, lembranças recordações, como organizadora das significações. Através das lembranças dos sujeitos, as representações fazem vir à tona acontecim

ifestações do tempo além da memória, como as recordações, as uem marcas, fixando fatos, acontecimentos, momentos na memória de

todo homem. É desta forma que a memória é construída e formada. Ela se apresenta como

jetivos – representações da família – que levam grupos de pessoas a conceberem agens do universo da família à organização. Estes aspectos subjetivos, porque ligados aos

es não são conseqüência passiva de processos econômicos ue se desenrolam exteriormente a eles, mas que agem também na representação da realidade,

dos e também suprir a generalização dos resultados do estudo de caso decorrente. ssa generalização, chamada analítica, utiliza-se da teoria previamente desenvolvida como depositária destes diversos elementos, através dos quais as significações se organizam e se compõem.

Portanto, esta pesquisa procurará abrir um caminho para a identificação e significação dos aspectos sub

im

afetos, aos sentimentos, às idéias e aos projetos; "subjetividade", não entendida em termos psicológicos, mas na medida onde o tempo e o espaço atualizados nas evocações, imagens, produzem formas específicas de sociabilidade e participam da construção presente e futura dos sujeitos (MOREIRA, 2002).

Ao recuperar as significações que os sujeitos atribuem às suas experiências nos espaços produtivos, evidencia-se que est

q

contribuindo, intervindo e moldando-a ideal e materialmente. Assim, por meio da linguagem dos funcionários, que está impregnada dessa subjetividade, pretende-se entender esse fenômeno.

Ao apresentar inicialmente todo o desenvolvimento da teoria espera-se facilitar a fase da coleta de da

E

modelo com o qual se devem comparar os resultados empíricos do estudo de caso. Ademais, o próximo capítulo explicará o procedimento da metodologia, e mais adiante descrever a empresa, locus do estudo empírico.