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As variáveis da classificação: risco e valor

Eram mais ou menos 10 horas da manhã de uma quinta feira quando cheguei a Sapopemba pela primeira vez. Tinha como objetivo principal daquela ida a campo conhecer a feira do Madalena e alguns interlocutores que poderiam contribuir para a construção de minha pesquisa. Fui levada ao CEDECA, o qual seria meu ponto de apoio no bairro, e de lá iria conhecer a Ana que me levaria à feira.

Eu estava com pressa, pois para mim, passado das dez horas da manhã, já era muito tarde para uma feira. Ao chegar ao CEDECA, no entanto, fiquei por lá conversando com D. Nazinha, que me disse ser ainda cedo para tal tarefa. Depois de um tempo conversando com os educadores da instituição, fui ao encontro de Ana em sua casa. Disse a ela que gostaria de conhecer a feira e ela me perguntou sobre as horas. Ao saber que ainda não havíamos passado do meio dia, disse que me levaria andar pela favela e depois iríamos à feira, pois afinal ainda era muito cedo. Eu já estava ficando angustiada com a possibilidade de chegar ao lugar dedicado ao mercado de rua e não haver mais nada. Caminhei bastante com Ana e ela foi contando as histórias de sua vida, a história do bairro, da favela, algumas questões relacionadas à urbanização do local, e quando estávamos chegando perto da feira ela me perguntou se eu havia assistido a um vídeo, o qual ela fazia parte, sobre a feira do bairro, intitulado: “Que feira é essa?15” Respondi positivamente e

falei que esse vídeo também foi uma de minhas inspirações para tal investigação. Ela começou então a me contar sobre os feirantes e explicar o que era a questão das sobras dos alimentos, da xepa16 e da relação dos “consumidores” com os feirantes, o principal motivador para a realização do curta.

15 O vídeo “Que feira é essa?” foi realizado como parte do projeto “Oficina Tela Brasil de Sapopemba”, no

ano de 2009, tendo a participação de Ana, uma de minhas principais interlocutoras. O vídeo completo está disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=GrmZqDcpJfA>.

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Xepa, em linguagem popular, é o nome da comida servida nos quartéis. É também o nome dado às últimas mercadorias comercializadas nas feiras livres, apresentando menor qualidade e vendidas por um preço mais barato. É o nome dado àquela comida que restou do almoço e que será servida no jantar, devendo ser requentada, cujo sabor já não é o mesmo, além de uma gíria usada entre os jornaleiros quando se referem a uma folha já lida e desgastada, que foi colocada novamente para a venda. (Disponível em: http://www.significados.com.br/xepa/. Acessado em: 12/08/2013)

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Segundo Ana, a feira do Madalena só era boa para ela e para muitas pessoas do bairro depois das 13hs. Somente depois deste horário era possível realizar uma compra e quando não havia dinheiro para compra nem mesmo da xepa era muito comum que os moradores já conhecidos pelos feirantes pedissem algumas sobras e ‘catassem’ os alimentos que não poderiam mais ser comercializados e que eram descartados no chão ou em lonas e caixas de madeira.

Saímos da favela e caminhamos em direção ao CEDECA. A feira do Madalena acontece em uma rua perpendicular à rua do CEDECA, já a alguns metros da favela no bairro que deu o nome à feira. Nesta rua, instala-se em todas as quintas uma feira cuja extensão atinge três quarteirões, e em todos os domingos, com uma extensão de cinco quarteirões. As principais barracas são de frutas, verduras e legumes. Às quintas-feiras além das hortaliças, legumes e frutas existem também duas barracas de brinquedos e roupas, uma de consertar panelas, outra de produtos para cozinha, duas de temperos, três ou quatro de pastel, uma de peixe e uma de frango.

Cheguei à feira com a Ana e ela conhecia todo mundo. Juntou umas moedinhas que tinha e foi andando conversando com os feirantes, reclamando do preço e escolhendo algumas coisas que já estavam a um preço bem barato. Digo isso, pois, para mim, considerei que o preço naquele momento estava barato, tanto em relação às outras feiras as quais eu costumava ir quanto em relação ao preço do momento em que chegamos e iniciamos o passeio nesta feira.

Enquanto andávamos pelas duas ruas principais da feira, que se organiza em formato da letra ‘T’ sendo a parte central dividida em dois corredores principais, Ana foi me contando que atualmente os feirantes não separavam mais as sobras para os moradores da favela que iam pedir comida. Era preciso comprar os produtos na xepa, ou ainda, ‘catar’ a comida do chão após o fim da feira; às vezes os comerciantes estendiam uma lona e jogavam todos os restos de alimentos para que as pessoas os recolhessem, para que, segundo Ana, as pessoas ‘catassem’ a comida do chão, como porcos.

A feira estava lotada, os feirantes iam anunciando a queda dos preços antes mesmo de terem tempo para mudar o que estava escrito nas plaquinhas. Em determinado momento, os preços não eram nem alterados nas placas e o consumidor perguntava

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diretamente ao feirante que estava ainda mais propício a negociações. Os saquinhos com uma quantidade específica de produtos por um preço fechado no qual quem comprava não podia selecionar os produtos era o tipo de venda mais comum. Havia pacotes de mandioquinha, cenoura e outros legumes, bacias de mamão e laranja.

Ana ia observando as bancas e falando do tipo de comida que ela normalmente comia, foi me contando um pouco das ‘estratégias’ para garantir sua alimentação e disse que nunca comprava as comidas em grandes quantidades, mas apenas para uns dois ou três dias. Ela selecionou alguns tomates não muito maduros para durarem mais e um cacho de banana; segundo ela, o mamão estava muito caro aquela semana.

Ficamos por ali um bom tempo e percebi que a estratégia da maioria dos consumidores era a mesma. Negociavam o preço, pediam desconto e, nesse processo todo, passavam algumas pessoas conhecidas pelos feirantes que pediam os alimentos sem ter que pagar por eles. Essas pessoas, porém, tinham razões que pareciam justificar essa ‘troca’ ou mesmo, ‘doação’. Havia uma lixeira que passou e pediu algumas frutas para as filhas, uma senhora idosa que disse que havia tempo não comia mamão. Ana, entretanto, não tinha nenhuma justificativa que desse razão para essa doação. Ela era uma daquelas que poderia escolher entre comprar os alimentos com o dinheiro que tinha durante a xepa ou ‘catar’ as sobras do chão.

É notório o fato de que, para além da organização da feira, da forma de escolha dos alimentos e até mesmo das estratégias de aquisição destes, que incluem o dinheiro, mas também a ‘lábia’, a história de vida e as relações sociais, o tempo da feira foi a questão que mais me chamou a atenção durante a pesquisa de campo. Em todas as visitas à feira do Madalena essa mesma situação se repetia.

Cheguei inúmeras vezes bem cedo ao bairro pensando ser interessante observar a feira do início ao fim, apesar do constrangimento que minha figura estranha, que permanecia na feira durante toda sua duração, causava, e não era possível deixar de notar a ínfima quantidade de pessoas que percorriam suas bancas desde manhã até por volta do meio dia.

A principal justificativa apresentada por todas as pessoas indagadas sobre a vantagem da compra dos alimentos na feira em relação a outros pontos de venda está

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associada à ideia de frescor dos alimentos17. A feira seria o lugar no qual os alimentos parecem ter percorrido o menor caminho do produtor ao consumidor. A quantidade de intermediários sempre é pensada como a menor de todas, e muitas vezes o preço um pouco maior da feira em relação aos mercados e supermercados é justificado levando em consideração a qualidade dos alimentos, a qual envolve basicamente seu frescor e aparência.

É somente em relação a essa característica definidora da feira enquanto instituição nas cidades e metrópoles que existe a xepa. Dessa forma, mais interessante do que pensar a feira em um contexto de precariedade em relação com o podre, é pensar a xepa e quais as condições necessárias para sua existência, pois ela mesma lida com a ideia do tempo de vida do objeto-alimento.

A xepa pode ser definida como uma instituição, um momento específico e variável do tempo de duração de uma feira livre, no qual os produtos vão perdendo seu valor comercial. Conforme o tempo vai passando, o valor destes produtos cai cada vez mais; eles vão deixando de ser comida para uns e se tornando comida para outros. É importante ressaltar, todavia, que em mesmo uma feira que vende outros produtos que não alimentos perecíveis, a xepa só acontece com os produtos alimentícios que tem um prazo de validade curto e definido pelos próprios consumidores.

Durante o passar do tempo, a comestibilidade dos alimentos entra em jogo e as variáveis que definem essa categoria vão sendo articuladas em sua construção, porém, para além da classificação do alimento estendida entre os polos da natureza e cultura, outras variáveis como a de valor, tempo e risco entram em jogo nesta transação.

O tempo

Nas conversas com Dona Nazinha, cozinheira do CEDECA, sempre que a feira era mencionada, ou as compras de alimento, um mesmo tipo de pensamento se repetia: a feira de dona Nazinha era uma feira diferente das outras pessoas do bairro que iam mais cedo. A feira de Ana e de muitas de suas vizinhas também era diferente da feira que os

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educadores do CEDECA faziam: “feira boa mesmo era ‘a feira das 13 ou 14 horas’”, porque “no fim era tudo a mesma coisa e com vinte reais você poderia comprar comida pra semana toda” (Diário de campo, dia 12/12/12).

Percebendo a importância desta constatação feita por diversas pessoas do bairro, cheguei à conclusão que a feira das treze ou catorze horas era então uma feira diferente da feira das seis da manhã, não somente em suas características físicas, nas pessoas, nas relações, mas na própria concepção simbólica da feira e na compreensão desta concepção tomada pelos seus consumidores. Todavia, qual eram as variáveis que a tornavam diferente?

Ao falarmos de consumo, pensamos sempre em categorias econômicas racionalizadas que definem nossas experiências e escolhas. No entanto, a categoria, ou ainda, a variável que se destacou como marcadora destas diferenças ‘nas feiras’ que existem dentro de uma mesma feira no Madalena é uma categoria ao mesmo tempo relativa e extremamente importante para pensarmos a vida de um objeto: a categoria de tempo.

Por que, de maneira geral, as pessoas gostam de comprar frutas e verduras nas feiras? É o frescor dos alimentos a principal qualidade que destaca os produtos da feira ao compararmo-los com os produtos de outros pontos comerciais. Contudo, a categoria de frescor é vista como uma qualidade dada do objeto-comida, e sua tradução ou associação a outras categorias não é racionalizada por aqueles que a utilizam.

Antes de qualquer coisa, a noção do “frescor” está diretamente associada com a vida dos alimentos, isto é, com o passar do tempo e das fases de desenvolvimento, que se conectam com a questão do valor em uma lógica do consumo. É em relação à vida dos alimentos que o valor de troca ou valor comercial destes produtos é pensado. Parece-nos estranho que em determinado momento de sua vida um alimento comercializado perca seu valor de troca, ou ainda que continue ‘apto para consumo humano, mas sem valor comercial’, pois não associamos o valor econômico com a vida, com a vida dos objetos e das pessoas no mundo.

É a categoria de tempo que nos ajudará a iniciar essa discussão, porque ela é uma categoria que não pode ser desassociada da ideia de valor, uma das variáveis que constroem a definição do comestível.

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Quando falamos de cozinha e do ato de cozinhar nos parece óbvio compreendermos as temporalidades para garantir a transformação de um produto natural em algo cultural. Contudo, ao pensarmos no alimento que não tenha passado necessariamente por aquilo que chamamos de transformação cultural, isto é, o cozimento, o tempo é deixado de lado. Outras categorias, ou ainda, características mais visíveis ou aparentemente palpáveis são consideradas em detrimento desta categoria ‘abstrata’.

Ao escolher uma maçã podemos dizer que ela está fresca ou está passada sem pensar que estamos falando da vida deste objeto e é o tempo que define esses adjetivos em relação a sua definição como comida. Deixamos de escolher essa maçã, pois ela estaria velha, sem associar a velhice da maçã com a nossa, e assim, com a categoria de vida. O tempo não se materializa aos olhos dos consumidores através de um fungo crescendo, de uma alface murchando; estes não são visto como fases da vida.

Na verdade, muitas vezes o tempo somente é marcado quando passa de um limite, isto é, quando algo deixou de ser comestível por ter seu prazo de validade expirado ou por ser tarde demais para comer aquele alimento, quando a sua incidência faz os objetos deixarem de ser comida. Não é à toa que nas feiras livres, por ser o frescor dos alimentos algo central, os preços tem seu ápice no início da feira e vão diminuindo até o momento da xepa. Existe aí uma legitimidade na definição científica de vida e morte que informa as normas de Segurança Alimentar incidente nestes tipos de comércio e nas próprias definições dos comerciantes e consumidores.

Quando pensamos no tempo de vida de um alimento, o podre enquanto objeto nebuloso é central para a definição da comestibilidade de um alimento ou ainda, dentro desta definição, o seu valor. Um alimento perecível, isto é, suscetível de perecer, de findar ao longo do tempo, tem a putrefação como um fim natural iminente, e o medo deste momento chegar faz com que o passar do tempo seja algo a ser combatido, pois é exatamente aí que o estatuto do objeto muda e ele deixa de ser comida. Buscamos alimentos com vida, ou melhor, que pareçam estar sempre longe da morte. Uma miríade de processos é utilizada para evitar a deterioração e prolongar a vida dos alimentos, e mesmo aqueles que são feitos a partir de um processo de apodrecimento controlado, o passar do tempo é visto como algo negativo, como no caso do iogurte e os padrões de conservação

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adotados para seu consumo, talvez porque nos pareça extremamente estranho a ideia de que muitas vezes “a segurança de uma comida é garantida por bactérias ainda vivas nela presentes” (Pollan, 2014:287).

No entanto, a morte é parte do ciclo de estar na vida, e o que entendemos como vida é muitas vezes uma concepção específica desta categoria. Nesse sentido, o tempo que parte da categoria de vida biológica, asséptica e pasteuriana e o apodrecimento associado a essas definições ficam restritos a um só olhar.

Da mesma maneira em que Evans- Pritchard (1978) questiona a concepção de tempo dos Nuer em relação ao tempo ‘biológico’ ou o que ele chamaria de ‘relações ecológicas’ e sua inferência e dependência com o sistema social, afirmando que

as limitações ecológicas e outras influenciam suas relações sociais, mas o valor atribuído às relações ecológicas é igualmente significativo para a compreensão do sistema social, que é um sistema dentro do sistema ecológico, parcialmente dependente deste e parcialmente existindo por direito próprio (Pritchard,1978:107),

podemos pensar o tempo de vida dos alimentos em relação à voz da ciência e da biologia, mas também questionando-as, assim como questionamos a determinação do mundo social. Porque, muito próxima da maneira em que os Nuer veem a relação entre o sistema ecológico e social, nós também vivemos uma relação de interdependência sobre aquilo que entendemos como natureza e cultura. Até mesmo as definições de tempo associadas à vida presente na biologia trazem algumas incongruências que o podre pode nos ajudar a iluminar.

A comestibilidade pode ser vista, então, como uma fase da vida dos objetos, do mesmo modo em que Appadurai (2008) vê a mercadoria como um momento na vida dos objetos, permitindo, desta maneira, pensarmos em todo o processo de vida sem nos prendermos a uma fase específica de seu crescimento, maturação, decadência e morte.

Ao retomarmos a análise de alimentos que foram produzidos culturalmente a partir do controle do podre, como é o caso do iogurte, ou de conservas de chucrute, pepino, entre outras, que seriam consideradas como “a elaboração cultural do cru por meios naturais” (Lévi-Strauss, 1997), percebemos que em muitos casos, quanto mais tempo esses

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produtos tem de vida, ou seja, quanto maior o processo de maturação, mais seguro este alimento pode ser, em termos de contaminação biológica. O queijo de leite cru, por exemplo, tem um tempo obrigatório de maturação que tem sido estendido, de forma compulsória, por órgãos de vigilância sanitária, ao partir da constatação de que essa medida irá “provide a measure of pathogen reduction, the idea being that drying and acidification associated with aging would prove increasingly inhospitable to pathogens” (Paxton, 2008: 28).

Desta forma, assim como Pritchard apontou em sua obra clássica, o tempo é uma relação entre as diversas vozes que operam em uma sociedade, e neste caso o tempo associado ao tempo de vida de um objeto é definido a partir de diversas variáveis; a comestibilidade deste é pensada não apenas como uma fase, mas como uma característica inerente do objeto-alimento. A biologia, vista como o estudo do processo de nascimento, crescimento, maturação e morte, não dá conta, sozinha, de prover explicações para a relação entre tempo e comestibilidade, pois a própria categoria de comestibilidade pode ser vista como uma categoria híbrida, ou que vai além da dicotomia entre natureza e cultura.

Ao pensarmos nas frutas, verduras e legumes18 da feira do Madalena, não podemos aplicar a mesma constatação utilizada para os “podres controlados”, pois este processo que se dá na feira é visto como natural, e a aproximação da morte sem nenhum controle, o apodrecimento como parte do processo de maturação que leva ao fim da vida é visto como carregado de perigos. O tempo é inimigo nesta situação, pois este não é controlado.

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É preciso pensar que as frutas, verduras e legumes tem uma classificação em torno de seu tempo de validade e apodrecimento muito diferente dos produtos cárneos, e ambos possuem outra categorização se os compararmos aos derivados do leite, sem esquecer obviamente que dentro destas três principais categorias também residem diferenças. A vida de cada um desses alimentos tem uma especificidade. – porém todos são considerados perecíveis, isto é, se deterioram ao longo do tempo e morrem. Me concentrei nos quatros alimentos citados no início desta dissertação por serem de ‘categorias diferentes’ de alimentos, mas não pretendo compreendê-los fisiologicamente como um todo.

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O Valor

Estive uma manhã inteira sozinha na feira do Madalena. Minha presença causava um grande estranhamento não somente aos consumidores, mas principalmente aos feirantes. Algumas brincadeiras relacionadas à minha atividade ali ou ainda a possibilidade de me conquistar enquanto consumidora eram incessantemente realizadas.

Aproveitei essa oportunidade de contato com os feirantes e comecei a conversar sobre a feira, os preços dos produtos e a qualidade dos alimentos. Em meio a diversas frases sobre o frescor dos alimentos e a qualidade deles em comparação ao supermercado, uma frase me chamou a atenção. Um dos feirantes, dono de uma banca de frutas, me disse que aquela era a pior feira que ele fazia na semana. Eu não entendi muito bem o que ele queria dizer, porém ele logo completou sua frase com uma explicação:

Olha, eu faço feira todos os dias da semana, e na quinta-feira é o dia aqui da feira do Madalena. Quinta e domingo. Esses dois dias são os piores pra mim. Veja bem, na feira normalmente as pessoas gostam de ir cedo, comprar produtos frescos. Aqui não, até quase meio dia não tem ninguém comprando. Eu acordo as quatro da manha para vir para cá e só vou conseguir vender alguma coisa lá pro fim da manhã. E daí não dá né, o preço já tá lá em baixo (Diário de Campo, dia

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