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ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA As alterações da regulamentação interna 5 ,

Diego Alves dos Santos

Icaro Marconde Chaves Granja de Oliveira Kamila da Silva Simões Oliveira

Newton Cavalcante Souza

Bacharelandos em Direito do Centro Universitário CESMAC

Profa. Ma. Sônia Maria Albuquerque Soares6 - Orientadora

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo demonstrar que as diretrizes do Órgão Previdenciário Brasileiro se apresentam como elementos de restrição à concessão do Benefício da Lei Orgânica da Assistência Social. Para tanto, o estudo aponta as condições de sua concessão sob o ordenamento interno do Instituto Nacional do Seguro Social, averiguando o entendimento doutrinário sobre as suas decisões e critérios administrativos para a permissão e manutenção dos benefícios e, finalmente, analisa-se a relativização da renda per capita frente ao entendimento da Previdência Social como requisitos para o consentimento do benefício. O trabalho culmina com a ideia de que os entendimentos da Previdência Social e do seu regulamento interno como requisitos para a concessão do benefício estão fundamentados nos direitos sociais, que garantem um mínimo de recursos necessários para que a pessoa possa garantir a sua sobrevivência, abrangendo segmentos populacionais em situação de vulnerabilidade pelo ciclo de vida ou deficiência.

PALAVRAS-CHAVE: Assistencialismo. Poder Público. Proteção Social

ABSTRACT:This study aims to demonstrate that the guidelines of the Brazilian Social Security Agency are presented as elements restricting the concession of the benefit of the Organic Law of Social Assistance. Therefore, the study points the conditions of your concession under the internal order of the National Institute of Social Security, finding out the doctrinal understanding of your decisions and administrative criteria for the permission and maintenance of the benefits and, finally, analyzed the relativization of per capita income before the understanding of Social 5 Este artigo foi submetido para publicação em dezembro de 2018 e é resultado de uma pesquisa de Iniciação Científica desenvolvida pelo Psic/Cesmac.

6 Professora no Cesmac. Professora Coordenadora do Centro Judiciário de Cidadania e Solução de Conflitos do Cesmac. Coordenadora do Centro de Conciliação e Mediação de Conflitos na Escola, do Tribunal de Justiça de Alagoas.

61 Security as requirements for consent of the benefit. The study culminates with the idea that understandings of Social Security and its internal order as requirements for consent of the benefit are substantiated on social rights, which guarantee a minimum of the necessary resources for the person can guarantee her survival, covering population segments in a situation of vulnerability by the life cycle or deficiency.

KEYWORDS:Assistance. Public Power. Social Protection.

INTRODUÇÃO

O estudo da relativização da renda per capita da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) encontra raízes na atual Constituição Federal brasileira, que é repleta de normas principiológicas que garantem proteção, direta e indireta, a direitos e garantias fundamentais. E uma das maiores características que dela se pode extrair é a erradicação da pobreza instituída, em seu artigo 3º, Inciso III, e da marginalização populacional, com fins de reduzir as desigualdades sociais, ampliando a concretização do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.

É certo que, para debelar com as desigualdades sociais e obter, de certa forma, a inclusão social, a Constituição Federal certifica, em seu artigo 203, Inciso V, que a Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição, mediante o Princípio da Solidariedade, garantindo, dessa forma, um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios para prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.

O sistema da Seguridade Social trazido a baila também está elencado no Artigo 194 da Constituição Federal de 1988, que abrange as ações de iniciativas dos Poderes Públicos e da Sociedade destinadas a assegurar os direitos inerentes à saúde, à previdência social e à assistência social.

Dessa forma, fazendo uma menção ao que está aludido na Constituição Federal, foi criada uma lei delimitadora para sua concretude, a nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS), que dispõe sobre a organização da Assistência Social. É nessa perspectiva a atuação do governo no sentido de fornecer ao cidadão, independentemente de qualquer contribuição direta aos cofres públicos, serviços e valores que estejam destinados à erradicação da pobreza e redução das

62 desigualdades sociais. Entretanto, está elencado, no Artigo 20 e seus respectivos parágrafos da referida lei, os pressupostos objetivos e subjetivos para obtenção do benefício tratado.

Seguindo esse raciocínio, verifica-se que a assistência social é um dever do Estado com o necessitado, na tentativa de garantir um mínimo de condições para sua sobrevivência, que se dá por intermédio da LOAS. No entanto, foi estabelecido, para fins de concessão do benefício, o critério da renda per capita inferior a ¼ (um quarto) do salário-mínimo, o que faz com que o intérprete, no caso concreto, utilize-se de métodos como a ponderação, com o objetivo de verificar a hipossuficiência do instituidor do benefício e de sua família.

Aí se encontra o cerne desta proposta de pesquisa que, por si só, a princípio permitiu fazer a seguinte indagação: As diretrizes definidas pelo órgão previdenciário se apresentam como elementos de restrição à concessão do Benefício LOAS?

A hipótese averiguada consistiu na defesa de que as diretrizes definidas pelo órgão previdenciário apresentam-se como elementos de restrição à concessão do Benefício LOAS. Isso levando em consideração alguns princípios constitucionais, tais como, o da Dignidade da Pessoa Humana e o da Isonomia. O primeiro, como princípio fundamental previsto no artigo 1º da Constituição Federal, haja vista que, havendo uma colisão de normas ou princípios em que haja a incidência da dignidade da pessoa humana, deverá o intérprete preservá-la em detrimento de outro; o segundo, que é utilizado pelo intérprete para definir as dimensões que precisam ser empregadas para “igualar” os desiguais.

O objetivo desta pesquisa é demonstrar que as diretrizes do Órgão Previdenciário Brasileiro se apresentam como elementos de restrição à concessão do Benefício Loas. Para tanto, o estudo baseou-se em textos jurídicos que contribuíram para a compreensão de conceitos que permitiram a aproximação do levantamento das diretrizes administrativas do INSS. Por essa razão, inicialmente desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica através de um levantamento de matérias publicadas em fontes doutrinárias, tais como: livros, manuais e artigos científicos. Ademais, foram utilizados, como forma de levantamento, posicionamentos jurisprudenciais, legislação em geral e específica. Dando prosseguimento, foi realizada visita ao setor administrativo do INSS em Maceió para coleta de dados.

63 do tema, esta proposta de pesquisa justifica-se à medida que pretendeu demonstrar que as diretrizes do Órgão Previdenciário Brasileiro se apresentam como elementos de restrição à concessão do Benefício Loas, o que possibilitou o conhecimento mais aprofundado acerca da problemática levantada, abrindo a possibilidade de debates por meio de exposição científica. Daí a sua relevância e contribuição, pois poderá servir como fonte de estudo para estudiosos e profissionais do Direito e áreas afins.