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2 – Ativando as deusas

No documento As Deusas e a Mulher.pdf (páginas 32-40)

Na Grécia antiga as mulheres sabiam que sua vocação ou profissão as colocava sob o domínio de uma determinada deusa a quem elas veneravam: as tecelãs precisavam da proteção de Atenas, as jovens estavam sob a proteção de Artemis, e as mulheres casadas honravam Hera. As mulheres veneravam e faziam ofertas nos altares das deusas de cujo auxílio necessitavam. As mulheres em estado de parto oravam para Artemis livrá-las da dor; convidavam Héstia para residir em seus lares, transformando a casa num lar. As deusas eram poderosas divindades, a quem se prestava homenagem com rituais, adoração, oferendas e sacrifícios. As mulheres também lhes pagavam tributos porque temiam a raiva divina e a retribuição, caso não o fizessem. No íntimo das mulheres contemporâneas as deusas existem como arquétipos e podem, como na Grécia antiga, cobrar seus direitos e reivindicar domínio sobre suas súditas. Mesmo sem saber a que deusa está submissa, a mulher pode ainda assim "dar" sua submissão a um arquétipo determinado, por uma época de sua vida ou por toda uma existência. Por exemplo, enquanto adolescente, uma determinada mulher pode ter ficado maluca por um rapaz e totalmente enamorada. Pode ter se envolvido precocemente na sexualidade e corrido o risco de uma gravidez indesejada, sem saber que estava sob a influência de Afrodite, deusa do amor, cujo impulso em direção à união e procriação pode ter apanhado uma garota desprevenida. Ou ela pode ter estado sob a proteção de Artemis, que valorizava o celibato e amava a selva, e ter sido uma adolescente maluca por cavalos ou uma escoteira com mochila. Ou pode ter sido uma jovem Atenas, com o nariz enterrado no livro, motivada pela deusa da sabedoria para obter reconhecimento e boas notas. Ou, quando ela brincava com bonecas, deve ter sido uma criança - Deméter, fantasiando sobre a época em que pudesse ter seu próprio bebê. Ou a jovem Perséfone, colhendo flores nos prados, uma jovem senhora sem objetivo, esperando que alguma coisa ou alguém a arrebatasse. Todas as deusas são padrões potenciais na psique das mulheres. Contudo, em cada mulher particular alguns desses padrões são ativados, energizados ou desenvolvidos, e outros não. A formação de cristais foi uma analogia que Jung usou para ajudar a explicar a diferença entre os padrões arquetípicos (que são universais) e os arquétipos ativados (que estão agindo em nós): um arquétipo é como um padrão invisível que determina qual a forma e a estrutura que um cristal tomará enquanto se molda.1 Uma vez que o cristal se forma, o padrão agora reconhecível é análogo a um arquétipo ativado.

Os arquétipos podem ser comparados à condição genética da semente. O crescimento das sementes depende do solo e das condições climáticas, da presença ou ausência de certos nutrientes, do cuidado ou da negligência por parte dos jardineiros, do tamanho e da profundidade do recipiente, e da solidez da própria variedade.

Da mesma forma, quais deuses ou deusas (muitos podem estar presentes ao mesmo tempo) estejam ativados num determinado tempo é um fato que depende do efeito

combinado de uma variedade de elementos em interação, como a predisposição da mulher, a família e a cultura, os hormônios, outras pessoas, circunstâncias não escolhidas, atividades escolhidas e fases da vida.

Predisposição inerente

Os bebês nascem com traços de personalidade (ativos, teimosos, calmos, curiosos, capazes de passar o tempo sozinhos, sociáveis) que acompanham alguns arquétipos de deusa mais do que outros. Quando uma criança está com dois ou três anos de idade, ela já ostrou qualidades típicas de determinadas deusas. A submissa garotinha que está totalmente contente, fazendo o que sua mãe quer que ela faça, é muito diferente da garotinha que está pronta para safar-se da mãe para explorar a vizinhança. São tão diferentes quanto Perséfone e Artemis.

O ambiente familiar e as deusas

As expectativas da família da criança mantêm algumas deusas e suprimem outras. Se os pais esperam que as filhas sejam "amor e graça e tudo de bonito" ou "o braço direito da mãe", então elas estão recompensando e reforçando as qualidades de Perséfone e Deméter. Uma filha que sabe o que quer e espera ter os mesmos privilégios e oportunidades que seus irmãos poderia ser chamada de "teimosa", mas ela está sendo apenas a persistente Artemis ou poderia ser convidada a "agir como uma menina", embora ela esteja apenas mostrando o lado masculino de Atenas. Além do mais, em alguns dias uma criança pode se encontrar no padrão aprovação- desaprovação. Ela pode se sentir desencorajada a ficar em casa e representar a "mamãe" ou "brincar de casinha", o que ela poderia querer fazer. Ao contrário, ela é contratada para o futebol e encaminhada muito cedo para o estudo, no qual seus pais podem querer que ela prospere.

O padrão de deusa inerente na criança influencia as expectativas da família. A família pode desaprovar a deusa específica, mas a garota não pára de sentir o que sentia, embora possa aprender a não agir naturalmente, e sua auto-estima irá sofrer. Se a "sua deusa" obtém o favor da família, poderá haver também outros obstáculos. Por exemplo, uma garota que tenta seguir a conduta das outras, porque é mais como Perséfone, ela poderá ter dificuldades em saber o que quer. Isso depois de ter sido premiada durante anos por agradar aos outros. E a Atenas que começa a "desabrochar" para a vida, que pula anos letivos, tem suas habilidades reforçadas à custa de privar-se de amizades com seus iguais. Quando um padrão inerente e a família "conspiram" para fazer a mulher adaptar-se a uma deusa o desenvolvimento dela torna-se unilateral.

Se a família recompensa e encoraja uma garota a desenvolver o que lhe vem naturalmente, a garota se sente bem consigo mesma, pois vai fazer o que lhe interessa. O oposto acontece com as garotas cujo padrão de deusa encontra desaprovação na família. A oposição não muda o padrão inerente. Apenas faz a garota não se sentir bem consigo mesma por ter os traços e os interesses que tem. E faz com que ela se sinta inautêntica se pretender ser outra e não ela mesma.

O efeito da cultura sobre as deusas

Quais "deusas" a cultura mantém através dos papéis que ela permite que as mulheres tenham? Os estereótipos de mulheres são imagens positivas ou negativas de arquétipos de deusas. Nas sociedades patriarcais os papéis aceitáveis são os da jovem (Perséfone), da esposa (Hera) e da mãe (Deméter). Afrodite é considerada "a prostituta" ou "a sedutora", o que é uma distorção e desvalorização da sensualidade e sexualidade desse arquétipo. Uma Hera positiva ou raivosa torna-se mulher "briguenta". E algumas culturas, passadas e presentes, negam fortemente a expressão de independência, inteligência ou sexualidade nas mulheres - tanto que quaisquer sinais de Artemis, Atenas e Afrodite devem ser abrandados.

Na velha China, por exemplo, o costume de enfaixar os pés das mulheres significava que elas eram fisicamente mutiladas, tanto quanto psicologicamente limitadas por papéis que não permitiam independência. Sob tais condições certas deusas podiam viver apenas nos mitos. Em seu romance The Woman Warrior,2 Maxine Hong Kingston escreveu sobre a desvalorização e o rebaixamento das mulheres chinesas, que persistem até o presente.

Para contrastar, ela narra um mito sobre uma guerreira heroína chinesa. O mito mostrou que mesmo que um padrão de deusa não possa sobreviver na vida real de uma mulher, tal deusa ainda pode encontrar expressão em contos de fada, mitos e sonhos das mulheres.

As vidas das mulheres são modeladas por papéis permitidos e imagens idealizadas da época. Esses estereótipos favorecem alguns padrões de deusa. Nos Estados Unidos tem havido mudanças principalmente nas expectativas de "o que seria uma mulher" nas décadas passadas. Por exemplo, a propaganda posterior à Segunda Guerra Mundial enfatizava o casamento e a maternidade. Era um tempo de realização para mulheres que tinham a necessidade de Hera de serem uma companheira, e para mulheres com o instinto maternal de Deméter. Era uma época difícil para mulheres tipo Atenas ou Artemis, que eram intelectualmente curiosas e competitivas, mulheres que queriam expressar superioridade ou realização em qualquer tarefa que não a de constituir família. Elas iam para a faculdade para obterem o bacharelado e, uma vez casadas, freqüentemente desapareciam da escola. O "estar juntos", característico dos subúrbios, era o ideal. As mulheres americanas não paravam no segundo filho, mas estavam tendo três, quatro, cinco ou seis. Em 1950 o coeficiente de natalidade se igualava ao da Índia, pela primeira e única vez.

Vinte anos mais tarde, nos anos 70, temos a década do movimento feminista - anos de colheita para Artemis e Atenas. As mulheres que eram motivadas à conquista eram agora favorecidas pelo tempo. As feministas e as mulheres de carreira estavam no centro do palco. Mais mulheres do que em qualquer época anterior agora estavam na escola, em busca de diplomas na área de comércio, medicina e advocacia. Os votos matrimoniais "até que a morte nos separe" foram quebrados de modo crescente e o coeficiente de natalidade decaiu. Entretanto, as mulheres motivadas por Hera precisavam ser uma companheira e as mulheres motivadas por Deméter

necessitavam ter filhos, e isso estava funcionando num clima crescentemente insuportável.

Quando padrões arquetípicos específicos encontram proteção na cultura, tais mulheres podem fazer o que é interiormente significativo para elas e receber aprovação exterior. A assistência institucional importa muito. Por exemplo, as mulheres com a mente de natureza lógica de Atenas precisam de acesso a instrução mais elevada para se desenvolverem intelectualmente. As mulheres com o enfoque espiritual de Héstia têm sucesso nas comunidades religiosas.

O efeito dos hormônios nas deusas

Quando há alteração dramática dos hormônios na puberdade, durante a gravidez e na menopausa alguns arquétipos ficam acentuados à custa de outros. Os hormônios que causam o desenvolvimento da mama e o desenvolvimento genital na puberdade podem estimular a sensualidade e a sexualidade, características de Afrodite. Algumas moças tornam-se jovens mulheres tipo Afrodite quando se desenvolvem fisicamente; outras desenvolvem as mamas e inicia-se a menstruação, mas elas não dirigem seus interesses para os rapazes. O comportamento não é determinado apenas pelos hormônios, mas pela interação entre os hormônios e os arquétipos das deusas.

A gravidez incita um sólido aumento do hormônio progesterona, que a mantém fisiologicamente. Por outro lado, as diferentes mulheres reagem de modo diferente a esse aumento. Algumas se tornam emocionalmente realizadas à medida que seus corpos ganham tamanho por causa da criança, e elas se sentem como a personificação de Deméter, a deusa mãe. Outras praticamente se esquecem da gravidez, dificilmente perdendo um dia de serviço.

A menopausa (o cessar da menstruação é concretizado por uma queda dos hormônios estrogênio e progesterona) é uma fase de mudança hormonal. O modo como a mulher reage depende novamente de qual deusa esteja ativada. Pode-se registrar a angústia da mulher Deméter, a depressão advinda de um "ninho vazio", isto é, de uma época pós-maternal ou, como afirmou a antropóloga Margaret Mead, outras mulheres apresentam um aumento repentino de prazer após a menopausa. Essa excitação pode acontecer quando uma deusa recentemente energizada pode agora ter sua tão esperada vez.

Até mesmo durante os períodos de menstruação algumas mulheres experimentam "uma mudança de deusa", conforme os hormônios e os arquétipos influenciem e causem impacto em suas psiques. As mulheres que são sensíveis a essas mudanças observam que durante a primeira metade do ciclo elas parecem mais sintonizadas com as deusas independentes, especialmente com Ártemis e Atenas, com seus enfoques extrovertidos, em comunicação com o mundo. Depois, na segunda metade do ciclo, conforme o hormônio da fecundação progesterona aumenta, elas observam que suas tendências "de se aninharem" parecem mais fortes e os sentimentos de dependência tornam-se mais pronunciados. Então Deméter, Hera, Perséfone ou Héstia tornam-se a influência mais forte.3 Esses hormônios e mudanças podem causar

3

A mudança dos arquétipos de deusas durante os ciclos menstruais baseia-se nas observações clínicas de minha prática psiquiátrica. Para documentar uma mudança de atitudes independentes e ativas (ou

conflito e confusão, pois primeiro uma deusa ganha ascendência e depois outra. Um exemplo clássico é o da independente mulher tipo Ártemis que vive com um homem resistente ao casamento ou com um homem que ela percebe que não serve para marido.

Viverem juntos é um acordo que se ajusta bem a ela - até que ocorra a mudança hormonal. Em algum ponto, na segunda metade do ciclo, a necessidade típica de Hera de ser companheira recebe suporte hormonal. Então o fato de não ser casada incita sentimentos de ressentimento ou rejeição, e isso a conduz a uma briga mensal ou a uma depressão que, exatamente como prognosticado, passa após ela ter tido suas regras.

Pessoas e acontecimentos ativam as deusas

Uma deusa pode tornar-se ativada e nascer para a vida quando um arquétipo é trazido à tona por uma pessoa ou por um acontecimento. Por exemplo, uma mulher acha que o sentimento de abandono de outra pessoa é um estímulo irresistível para ela renunciar ao que está fazendo e ser uma cuidadosa Deméter. Essa mudança pode ter um efeito prejudicial em seu trabalho, uma vez que é a isso que ela mais freqüentemente renuncia. Ela emprega muito de seu tempo em telefonemas pessoais, ouvindo as preocupações dos outros. Ela também sai precipitadamente numa missão de misericórdia, e está à beira de ser demitida do emprego. Outra deve achar que reunião feminista a transforma em amadurecida mulher tipo Ártemis que porá fim às intromissões no território das mulheres, conforme ela sinta um. impulso de irmandade e força.

Essas questões financeiras podem transformar ainda outra mulher de pessoa bem orientada numa Atenas intragável e insistente, numa defensora pedante de acordos que dizem respeito ao que lhe é devido.

Quando a mulher se apaixona, a mudança põe em perigo as prioridades anteriores. Interiormente, ao nível arquetípico, os padrões antigos podem não permanecer. Quando Afrodite torna-se ativada, a influência de Atenas deve enfraquecer, fazendo do progresso uma profissão algo menos importante do que o seu novo amor. Ou os valores de Hera em favor do matrimônio podem ser superados, se houver infidelidade. Os sintomas psiquiátricos se desenvolvem se o aspecto negativo de uma deusa torna- se ativado pelas circunstâncias. A perda de uma criança ou de um relacionamento cheio de conseqüências podem fazer da mulher uma angustiada mãe-Deméter, que pára de atuar e se acomoda, profundamente deprimida e inatingível. Ou a proximidade de um marido com uma mulher atraente uma colega, empregada ou vizinha - podem trazer à tona a ciumenta Hera, levando a mulher a tornar-se desconfiada e paranóica, vendo logro e infidelidade onde não há nada disso.

O "experienciar" ativa as deusas

agressivas) para atitudes dependentes e passivas relacionadas com os ciclos menstruais, veja Therese Benedek, "The Correlations Between Ovarian Activity and Psychodynamic Processes", in Therese Benedek (org.), Psychoanalytic Investigation. Quadrangle/New York Times Book, Co., New York, 1973, pp. 129-223.

O lema "experienciar é transformar-se" expressa um modo pelo qual as deusas podem ser evocadas ou desenvolvidas por um curso escolhido de ação. Por exemplo, praticar a meditação pode gradualmente ativar ou reforçar a influência de Héstia, a deusa introvertida, enfocada interiormente. Desde que os efeitos da meditação, como a própria meditação, são subjetivos, usualmente a única pessoa que nota a diferença é a própria mulher. Ela pode meditar uma ou duas vezes por dia, e depois empreender sua rotina diária sentindo-se mais "centrada", apreciando as épocas de calmo bem- estar que são características de Héstia. Algumas vezes os outros também sentem a diferença, como aconteceu com o pessoal da repartição de uma assistente de supervisão social, que notou que a meditação a tornava mais calma, menos atormentada e mais compassiva.

Em contraste com os efeitos graduais da meditação, uma mulher que toma drogas pode precipitadamente alterar sua percepção. Embora o efeito seja usualmente transitório,

isso pode ocasionar mudanças a longo prazo na personalidade. Por exemplo, se uma mulher que é dominada por Atenas (a deusa inclinada à lógica, pragmática) toma uma droga, ela pode deleitar-se com seus sentidos, por uma mudança. O que ela vê é mais intenso e bonito, fica completamente absorvida pela música, sente-se sensual, achando que é mais do que a sua mente. Então ela pode se tornar familiarizada com Afrodite, desfrutando experiências intensas no presente imediato. Ou pode olhar para as estrelas e, desta vez, tornar-se Ártemis, deusa da lua, a caçadora cujo império era a selva.

Ou a experiência da droga pode levá-la ao inferno onde ela experimenta os conteúdos inatingíveis e irracionais. Ela pode tornar-se deprimida, ter alucinações, ou ficar amedrontada se a sua experiência for semelhante ao rapto de Perséfone, levando-a para o interior do inferno.

A mulher que decide continuar seus estudos além da escola secundária favorece o desenvolvimento adicional das qualidades de Atenas. Estudar, organizar informações, fazer provas e escrever teses, tudo requer a inclinação à lógica, própria de Atenas. A mulher que escolhe ter um bebê convida a maternal Deméter a ser uma presença mais forte. E registrar uma viagem pela selva, com mochila às costas, oferece mais expressão a Ártemis.

Invocando as deusas

Muitos hinos de Homero são invocações às divindades gregas. Por exemplo, um hino homérico pode criar uma imagem de uma deusa na mente da ouvinte pela descrição de sua aparência, atributos e proezas. Então ela é convidada a estar presente, entrar em uma casa, ou proporcionar uma bênção. Os antigos gregos conheciam alguma coisa do que nós queremos aprender: as deusas podem ser imaginadas e depois invocadas.

Nos capítulos que dizem respeito a cada deusa, as leitoras poderão descobrir que não estão bem familiarizadas com uma determinada deusa. Podem achar que um arquétipo que poderiam considerar extremamente valioso é pouco desenvolvido ou "faltoso" nelas. É possível "invocar" essa deusa, ao se fazer conscientemente um

esforço para ver, sentir ou compreender sua presença - trazê-la à mente através da imaginação - e depois solicitar sua força particular. As seguintes invocações são exemplos:

Atenas, ajude-me a refletir claramente sobre esta situação. Perséfone, ajude-me a permanecer disponível e receptiva.

Hera, ajude-me a desempenhar um compromisso e a ter confiança.

Deméter, ensine-me a ser paciente e generosa; ajude-me a ser uma boa mãe. Ártemis, conserve-me centrada naquele objetivo distante.

Afrodite, ajude-me a amar e apreciar meu corpo.

Héstia, honre-me com sua presença, traga-me paz e serenidade.

As deusas e os estágios da vida

A mulher particular pode passar por muitas fases na vida. Cada fase pode ter sua própria deusa ou deusas influentes. Ou ela pode viver um padrão de deusa que a conduz através de sucessivos estágios. Quando as mulheres fazem uma retrospectiva de suas vidas elas freqüentemente podem reconhecer quando uma ou diversas deusas foram mais importantes ou mais influentes que outras.

Enquanto jovem adolescente, ela pode ter convergido para a sua educação. Enquanto eu estava de passagem pela escola de medicina, o arquétipo de Ártemis conservou- me centrada no objetivo. Entretanto, apelei para as habilidades de Atenas para aprender procedimentos e fatos, os quais me conduziriam a fazer diagnose baseada em descobertas clínicas e laboratoriais. Em contraste, minhas colegas de faculdade que se casaram e que tiveram filhos logo após terem se graduado, estavam apelando para Hera e Deméter.

A meia-idade é uma época de transição, e freqüentemente conduz a uma troca de deusas. Aproximadamente na idade entre trinta e cinco e quarenta e cinco anos, o arquétipo prevalente mais forte dos anos antecedentes enfraquece a sua intensidade, permitindo que apareçam outras deusas. Os resultados do esforço introduzido no que quer que ocupe os primeiros anos da vida adulta de uma mulher - casamento e filhos, carreira, esforço criativo, um homem, ou uma associação - são evidentes. Mais energia torna-se disponível para alguma coisa mais, e isso é convite para que outra deusa manifeste sua influência. Atenas a influenciaria a ir para uma escola graduada Ou prevaleceria o desejo de Deméter de ter um filho - num tempo em que se dizia: "ou

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