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Atividade Realizada para dar Resposta à Problemática Encontrada Inicialmente

Capítulo III- O estágio pedagógico em contexto pré-escolar Ribeiro de Alforra

3. Enquadramento do Contexto de Estágio

3.8. Atividade Realizada para dar Resposta à Problemática Encontrada Inicialmente

3.8.1. Apetrechamento do espaço exterior.

De acordo com Hohmann e Weikart (1995) os adultos deverão desempenhar, no tempo de recreio ao ar livre, o mesmo papel que no tempo de trabalho. Deverão ter um envolvência ativa nos jogos e atividades das crianças; quando brincam com as crianças, deverão falar com elas sobre o que estão a fazer, ajudá-las a resolver problemas e encontrar alternativas e apoio, encorajar e alargar as suas atividades (p.130).

Com base na opinião destes autores posso afirmar que este tempo exterior permite também que as crianças se sintam à vontade para se movimentar, falar e explorar, bem como brincar com as outras crianças, inventar os seus próprios jogos e regras familiarizando-se com os ambientes naturais.

Saliente-se que durante o meu período de estágio era ferquente participar nestes momentos, juntava-me aos grupos no recreio e interagia com os mesmos e apartir daqui consegui perceber quais os materias que mais gostavam de ter no espaço exterior. Outras vezes, ficava apenas a observar, durante as suas brincadeiras e, de que forma as escolhiam, que muitas vezes faziam-se em grupo, outras individualmente,dependendo do tipo de brincadeira. Além disso, como não havia nenhum jogo no espaço exterior, no dia do brinquedo notava-se uma grande alegria no rosto das crianças tornando-se assim um dia diferente para estas crianças (ver figura 50).

Fiquei supreendida neste dia, porque eles brincavam mais em grupo do que individualmente. Apesar da inexistência de jogos ou qualquer material didático por vezes era necessário estabelecer regras entre as crianças. Notei também que existia necessidade de haver algum material no recreio, alguma diversão para estas crianças especialmente as do pré-escolar porque muitos deles encontravam-se sozinhos e até mesmo junto ao muro, no qual ficavam sentados até chegar à hora de entrar. Acho que o apetrechamento do espaço exterior era uma grande necessidade das crianças e foi com base nesta problemática que dei inicio ao meu projeto de investigação-ação na segunda semana de estágio e que culminou na última semana, em parelelo com outras atividades.

Como referi anteriormente no capítulo II foram construídos jogos sempre em parceria com a minha colega Cristiana. Nesta última semana de estágio, as duas salas pré- A e pré- B concluiram os materiais para o espaço exterior (Figura 51).

Durante a realização do materias as crianças estavam curiosas para saber o que estavam a fazer, mas eu nunca disse o que realmente estavam a trabalhar. Inicialmente estava com receio porque não sei se devia informar o que pretendia com o trabalho que lhes propunha, mas quando apresentei os materias acho que foi a melhor opção, embora tenha ficado com algumas dúvidas. Digo isto porque quando as crianças se deslocaram para o espaço exterior ficavam supreeendidas com o trabalho mas muitas nem se aperceberam que os materiais apresentados foram eles que fizeram (Quadro 11).

(L.3anos) “Uauh!!!” A caixa que eu pintei é um monstro.

(A.5anos) Quero brincar em todos os jogos.

(M. 5anos) As garrafas de àgua também servem para jogar

bowling.

Todas “Uauhh”!!!Que giro, quem fez isto?

Quadro 11. Comentários feitos pelas crianças em relação ao espaço exterior.

Apesar destes elogios serem suficientes para ficar feliz, os pais quando iam buscar os seus filhos, aproveitavam e também brincavam com eles.A maior parte deles não ficou indiferente e deram-nos os parabéns pelo trabalho desenvolvido e isto foi muito gratificante, porque foi reconhecido o nosso empenho. Também teceram alguns comentários tal como é percetível no quadro 12.

“Parabéns pela iniciativa, boa ideia!”

“Isto já deveria ser feito mais cedo, porque os nossos filhos precisam de brincar” “ Que giro parabéns estagiárias”

“Que engraçado as caixas de papelão e garrafas foram bem aproveitados” Quadro 12. Comentários dos pais em relação ao novo espaço exterior.

Importa frisar que nem todos os materiais foram construidos pelas crianças, pela escassez de tempo, então, alguns tivemos de comprar.

O apetrechamento foi muito benéfico para as crianças deste o inicio até ao fim do projeto, e com apenas estes oitos materias podemos ver uma enorme alegria e satisfação no rosto das crianças, como podemos ver nas imagens seguintes.

Figura 52. Cordas para saltar.

Figura 54. Monstro das bolas.

Figura 56. Bolas.

Figura 57. Crianças a jogar bowling.

Estes jogos acima mencionados foram essenciais para o melhoramento de algumas dificuldades encontradas nas crianças, porque como durou 7 semanas, as crianças conseguiram atingir alguns dos meus objetivos, porque tiveram tempo de aprender. E um exemplo bem evidente é que uma criança de 5 anos nem sabia pegar na tesoura e no fim do trabalho desenvolvido foi possível verificar que embora com alguma dificuldade, já conseguia recortar e manusear bem a tesoura.

Relativamente aos jogos, as crianças, em grande grupo, escolhiam a ordem pela qual queriam brincar, saliento que tinha de impôr regras sistemáticamente. Uns dos aspetos mais curiosos são todas as crianças queriam experimentar os jogos mesmo sabendo que alguns não conseguiam atingir o objetivo do jogo.

Saliente-se que um dos objetivos do meu projeto de investigação-ação era criar um espaço exterior lúdico para as crianças do pré-escolar. Foi um projeto muito dificil, que até por vezes pensava em desistir com medo que não resultasse. Apesar do medo em avançar, quando vi a reação das crianças, pais, e as educadoras cooperantes, senti que todo o trabalho que tive com a minha colega valeu a pena, porque foi realmente um excelente trabalho. As crianças todas, sem exceção estavam a brincar, sempre sorridentes com a novidade.

No que diz respeito às crianças do 1ºciclo, inciamente foi um problema porque queriam brincar, mas expliquei que podiam ajudar mas haviam atividades que eram exclusivas para o pré-escolar, não sei se fiz bem mas sem regras não ia funcionar.

Gostava de envolver todas as crianças mas para isso tinha de pensar noutros jogos, tinha de ter apoio financeiro e mais tempo, porque em 8 semanas era impossivel. Se tivesse mais tempo continuava com o projeto e pedia aos professores do 1ºciclo para colaborarem na construção dos materias para todos terem direito a um espaço lúdico.

Durante este projeto tive algumas dúvidas relativamente aos materiais, se estavam adequadas ao grupo de crianças, se chover onde coloco os materias, como vou transportar todos os dias visto que a escola é aberta ao fim de semana e poderiam estragar os materias, uma série de aspetos que tive de refletir para poder realizar os materias.

Em suma, os materiais realizados para o espaço exterior, na minha opinião, conferiram às crianças um papel ativo na construção da sua aprendizagem e do seu conhecimento como vários autores defendem (Hohmann, Banet & Weikart, 1987: Holmann& Weikart, 2009; Oliveira Formosinho, 1998: Portugal, 2008: Portugal e Laevers, 2010; Post & Hohmann, 2007). De acordo com Holmann e Weikart (2009) o educador deve

proporcionar um ambiente de aprendizagem ativa em que as crianças possam realizar permanentemente escolhas e tomar decisões, tenham um variado leque de materias que possam explorar com todos os sentidos e que sejam envolvidas de forma integral nas atividades (Figura 59).

Neste sentido ao longo da prática pedagógica tive sempre em conta o interesse das crianças em quase todas as atividades proporcionando sempre que pude aprendizagens significativas.

3.8.2. Resposta à questão-problema.

Em síntese, gostaria de referir que a questão da investigação-ação elaborada foi respondida ao longo de toda a minha intervenção pedagógica, mas considerei pertinente atribuir-lhe aqui maior ênfase para melhor compreensão.

No que concerne à questão da investigação-ação: De que forma os jogos de exterior poderão influenciar as aprendizagens das crianças?

Ao procurar responder aos interesses e necessidades das crianças, promovi aprendizagens mais significativas, uma vez que o grupo mostrou interesse e motivação, envolvido e predisposto nas diferentes atividades, por mim orientadas. No fim do estágio pedagógico foi possível verificar que os jogos construidos contribuiram para a

Figura 59. Crianças curiosas e contentes com o novo espaço exterior.

aprendizagem das crianças e também melhorou o nível de bem-estar e implicação. Por fim é possível aferir que as estratégias utilizadas tinham-se revelado,eficazes, promovendo assim aprendizagens ativas e significativas.

Posto isto, posso aferir que a criança aprende mais e melhor, quando lhe é dada a oportunidade de desempenhar um papel ativo na construção do seu conhecimento, permitindo-lhe interagir,questionar, manipular, dialogar durante todo o processo da ação proporcionando-lhes uma aprendizagem significativa e construtiva.