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Capítulo II- Metodologia de Investigação

2. Enquadramento Metodologico

2.8. Estratégias Fundamentais que Sustentaram a Minha Prática

Como já referi anteriormente estas não foram apenas estas estratégias utilizadas ao longo da minha prática pedagógica, mas estas foram as que estiveram sempre subjancentes ao longo das atividades propostas, enquanto que, as outras foram apenas momentâneas e de acordo com a atividade. Daí dar mais ênfase à diferenciação pedagógica e aprendizagem cooperativa.

2.8.1. Aprendizagem cooperativa.

Para Lopes e Silva (2009), a aprendizagem cooperativa é mais do que um simples trabalho de grupo é contribuir para o desenvolvimento das mesmas.

Para Pujás (2001, citado por Fontes e Freixo, 2004) a aprendizagem cooperativa é um mecanismo de ação pedagógica que considera a diversidade e a individualidade das crianças integrantes de um mesmo grupo, porém favorece o desenvolvimento de uma aprendizagem personalizada que só será concretizada na existência de cooperação entre crianças. Na perspetiva de Jonhson e Johnson (1999), cooperar significa trabalhar em grupo para alcançar determinados objetivos, procurando resultados positivos para todos os elementos do grupo e que desta forma tenham consciência de um destino comum “salvamo-nos juntos ou afundamo-nos” (Fontes & Freixo, 2004, p. 27). Este processo adquire maior eficácia quanto mais conscientes forem os membros cooperantes desta regra estrutural que os une (Niza, 2005, p.55).

Desta forma, é necessário dar ênfase ao trabalho de pares e em pequenos grupos, pois nestes momentos, as crianças têm oportunidade de confrontar os seus pontos de vista. Com isto verficamos que, as atividades de aprendizagem cooperativa permitem às crianças adquirir e desenvolver, simultaneamente, competências cognitivas e sociais (Lopes & Silva, 2009).

Muitos educadores acreditam que estão a pôr em prática a aprendizagem cooperativa mas, para que se realize um trabalho cooperativo é necessário que estejam presentes os cinco elementos básicos fundamentais para a experiência da aprendizagem cooperativa. O primeiro elemento consiste na interdependência positiva, este quando alcançado, cada membro do grupo compreende e valoriza a necessidade de cooperação na realização das suas metas pessoais e dos outros elementos do grupo. O segundo elemento da aprendizagem cooperativa é a interação face a face, que segundo este autor permite um maior envolvimento de todos os elementos do grupo de trabalho na realização das tarefas e existe uma ajuda mútua para alcançar os objetivos preestabelecidos e atingir o sucesso do grupo. A responsabilidade individual corresponde ao terceiro elemento da aprendizagem cooperativa. Estas são necessárias para a responsabilidade individual de cada um, ou seja, significa que cada um dos elementos do grupo é responsável pelas suas aprendizagens e deve ajudar os colegas do grupo a aprender. O quarto elemento corresponde às competências socias, as crianças ao interagirem com os colegas durante esses momentos de trabalho, põem em prática essas competências. Por fim, o quinto elemento básico da

aprendizagem cooperativa envolve a avaliação do grupo. Torna-se fundamental este quinto elemento porque as crianças devem avaliar as suas ações, positivas ou negativas. Esta avaliação facilita a aprendizagem das competências sociais e assegura que os membros recebam feedback pela sua participação (Lopes & Silva, 2009).

Apoiando-me nas palavras de Lopes e Silva (2009), o uso das técnicas de aprendizagem cooperativa na sala desenvolve atitudes cooperativas, com vista a aprendizagens significativas ao mesmo tempo que estimula o desenvolvimento de competências socias. Podemos assim aferir que a aprendizagem cooperativa estimula o contato e comunicação com os restantes membros do grupo, desenvolve a capacidade de auto-avaliação do trabalho de grupo e melhora as relações afetivas e socias dos alunos e educador.

Por fim, o uso das técnicas de aprendizagem cooperativa na educação, não só facilita a aprendizagem mas, igualmente ficam preparados para situações futuras de trabalho, onde cada vez mais exigem pessoas aptas para trabalhar em grupo. Ao longo da minha prática foram desenvolvidas atividades tendo por base a cooperação em pequenos grupos e aos pares.

2.8.2. Diferenciação pedagógica.

A diferenciação pedagógica tem um papel crucial no contexto educacional, neste sentido, torna-se pertinente a sua referência, enquadrando-a nos fundamentos que sustentaram a minha prática. Note-se que para a criança aprender é necessário que compreenda o sentido das aprendizagens. Neste sentido o autor Tomlinson (2008) afirma que as crianças aprendem de diversas formas, uns aprendem ouvindo, outras fazendo, alguns sozinhos, uns a um ritmo mais lento e outras por vezes na companhia dos colegas.

Segundo Gouveia (2012), a diferenciação pedagógica compreende a prestação de um atendimento às necessidades de aprendizagem de um aluno em particular, ou de um pequeno grupo de crianças, contrastando com o modelo típico de ensinar todos os elementos de uma turma como se fossem todos iguais.

Para Madureira e Leite (2003) “diferenciar significa, então, desenvolver estratégias de ensino diferenciadas e modelos de organização do trabalho variados, de modo a que cada um dos alunos possa encontrar pontos de referência significativos e vias de acesso próprio

para a sua aprendizagem” (p.98). Este modelo de ensino centra-se no aluno, subentendendo aprendizagens diferenciadas de forma a que as atividades pedagógicas não dependam unicamente da ação direta do educador.

Nesta linha de ideias, é fulcral o educador respeitar a individualidade de cada um e promover aprendizagens de acordo com as diferenças individuais. A diferenciação tem como finalidade obter o sucesso educativo de cada aluno, pois estas conseguem melhores resultados se for tomada em consideração “as caraterísticas próprias de cada um, visto que o indivíduo possui pontes fortes, interesses, necessidades e estilos de aprendizagem diferentes” (Grave- Resends & Soares, 2002, p.14). Considera-se assim fundamental, promover “uma prática diferenciada, centrada na cooperação, que inclua todas as crianças, aceite as diferenças, apoie a aprendizagem, responda às necessidades individuais” (ME, 1997, P.19).

O ensino diferenciado centra-se nos diferentes perfis de aprendizagem de cada aluno e vai ao encontro do ponto em que se encontram ajudando-os a avançar a partir daí. Torna-se assim, fundamental, atuar de modo que cada aluno progrida na sua aprendizagem e melhore as suas capacidades (Tomlinson, 2008).

Desta forma, segundo Gouveia, (2012) diferenciar não significa proporcionar tarefas “normais” à maioria dos alunos e tarefas aos restantes, quer revelem dificuldades, quer sejam altamente capacidados. Tomlinson (2008) afirma que o ensino diferenciado representa “agitar um pouco as águas” e facultar aos alunos opções diversificadas no acesso à informação, assim como na reflexão sobre as ideias e expressão das suas aprendizagens. Este mesmo autor afirma que a diferenciaçao pedagógica “proporciona diferentes formas de apreender conteúdos, processar ou entender diferentes ideias e desenvolver soluções de modo a que cada aluno possa ter uma aprendizagem eficaz” (p. 13). Para que a criança aprenda é necessário que compreenda o sentido das aprendizagens.

Importa por fim referir que durante a prática houve a necessidade e preocupação de promover a diferenciação pedagógica como forma de responder às necessidades de cada criança.