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Capítulo III- O estágio pedagógico em contexto pré-escolar Ribeiro de Alforra

3. Enquadramento do Contexto de Estágio

3.11. Limites, Potencialidade e Sugestões

Como já referi anteriormente posso afirmar que o meu estágio foi positivo e muito enriquecedor, pois desde o primeiro dia assumi a orientação do gupo em todas as atividades desenvolvidas. Foi no meu ponto de vista um aspeto positivo, mas teve algumas limitações, porque não tive tempo suficiente para poder conhecer melhor as crianças, reunir informações sobre o grupo e, principalmente, me conhecerem e se adaptarem melhor a minha presença. Refiro este aspeto como limitação porque algumas crianças deste grupo, apresentam dificuldades em se relacionar com pessoas estranhas. Desde início que as crianças me aceitaram como um elemento do grupo em que podiam se sentir seguras, mas

houve uma que só me aceitou na terceira semana. O estágio foi de curta duração, e quando estava a estabelecer uma relação de maior proximidade com estas crianças já tinha de ir embora, ou seja, depois de oito semanas é que realmente existe um elo de ligação forte estagiário-crianças.

No meu ponto de vista, sinto que se continuasse a desenvolver a prática pedagógica naquela sala e com aquele grupo, estas poderiam atingir ainda melhores níveis de bem- estar e de implicação, pois já conhecia o grupo e este considerava-me como um elemento do mesmo.

Considerações Finais

O estágio é de grande importância, pois através dele é possível uma melhor aprendizagem para a futura prática docente, adquirindo conhecimentos fundamentais para o meu futuro profissional e pessoal. O contacto com a prática permitiu-me também observar diversos modelos de docentes, assim como formas diferentes de desenvolver aprendizagens e grupos de crianças com diversas caraterísticas. Desta forma, e através destas experiências, o estagiário tem a possibilidade de criar o seu próprio modelo, a sua própria identidade. Daí que este percurso foi acompanhado por sucessivas reflexões, as quais foram determinantes para o aperfeiçoamento da minha ação enquanto estagiária. Como refere Reimão (2009), a melhor maneira de exercer a profissão docente é através da troca de saberes que o educador estabelece com as crianças.

O facto de desenvolver uma prática pedagógica desde a Licenciatura até ao final do Mestrado, permitiu-me o contacto direto com a realidade educativa, bem como a observação de estratégias diversificadas realizadas pelos docentes cooperantes. Assim sendo, procurei durante a prática pedagógica adotar estratégias, que acreditava serem enriquecedoras para os diferentes grupos. Além disso tenho a consciência que nem sempre as estratégias que adotei foram as mais adequadas ao contexto educativo e neste sentido, por meios de sucessivas reflexões, tentei encontrar as razões e estratégias com o objetivo de melhorar e responder aos interesses e necessidades das crianças. Como refere Morgado (2004) a reflexão subjacente às práticas educativas “influencia este processo e que se pretende com o equilíbrio, por vezes difícil, entre as necessidades sentidas pelo professor de inovar e experimentar” (p.50). Na opinão de Zeichner (1993) citado por Gomes e Medeiros (2005) a prática pedagógica tem quatro funções essenciais, sendo elas “sensibilizadora, relacional, desenvolvimentista e reflexiva (p.21). Deste modo considero que ao longo da minha prática pedagógica tentei enquadrar estas funções, pois os estágio sensibilizou-me para o que considero ser correto na minha futura profissão, na medida em que cada criança é diferente,bem como a importância de planificar e avaliar no ensino, entre tantas outras coisas. Desenvolvi a função relacional, pois consegui articular os conhecimentos teóricos com a prática em contexto de sala, expandi a a função desenvolvimentista, na medida em que desenvolvi as minhas capacidades para o desempenho desta profissão, assim como a função reflexiva, pois além de permitir todas as

outras, resultou num elevado crescimento profissional e acima de tudo pessoal, pois passei a acreditar que era capaz de fazer qualquer coisa, ultrapassando vários desafios.

No que diz respeito às atividades desenvolvidas em que tive oportunidade de intervir foram enriquecedoras e contribuíram para a construção da minha identidade, assim como compreendi que o educador deve ter a capacidade de criar estratégias de ensino diversificadas a fim de conseguir chegar a todas as crianças respeitando a individualidade de cada uma.

Além disso ao longo do estágio, consegui por em prática grande parte dos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da minha formação académica, pois facultou- me ferramentas teóricas indispenáveis para o desenvolvimento de práticas corretas durante o estágio.

Porém, como refere Rodrigues e Esteves (1993), “a formação não se esgota na formação inicial, devendo prosseguir ao longo da carreira de forma corrente e integrada, respondendo às necessidades sentidas pelo próprio e às do sistema educativo” (p.41) e neste sentido é necessário que o docente esteja atualizado sobre as metodologias e estratégias desenvolvidas na atualidade, tendo sempre em conta os interesses e necessidades das crianças.

Em suma, considero que para um desempenho competente nesta profissão seja necessário não só gostar de crianças, mas também aprender a trabalhar com elas, compreendê-las e desfrutar com elas os múltiplos divertimentos e fantasias que lhes são caraterísticos.

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Lista de apêndices

Apêndice A: Planificação 5ª semana Apêndice B: Planificação 6ªsemana Apêndice C: Reflexão 5º semana Apêndice D: Reflexão 6ª semana