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Parte III Relatório Final de Prática de Ensino Supervisionada

7. Prática de Ensino Supervisionada

7.7. Atividades dinamizadas

O presente tópico descreve as atividades estipuladas inicialmente em contexto de Prática de Ensino Supervisionada – atividades organizadas e participadas. As atividades definidas no plano anual não cumpriram as datas previstas por motivos relacionados com

158 a logística e de disponibilidade do espaço escolar. É com a promoção das atividades mencionadas que se pretende cultivar, cativar e estimular a comunidade escolar e os alunos da classe de órgão para a prática e o conhecimento do instrumento.

Atividades organizadas

Concurso Nacional de Órgão 27 e 28 de abril de 2019

De acordo com o plano anual, o Concurso Nacional de Órgão (anexo VII), inicialmente previsto para 11 e 25 de maio, não foi possível concretizar-se nas datas apontadas por razões de logística e de organização. Destinado a realizar-se na Igreja de São Pedro de Aradas em Aveiro, a mesma não tinha disponibilidade, acesso e condições nas datas propostas. De forma a contornar a situação, a Associação Musical Pro - Organo (AMPO) que ajudou na preparação e organização do evento, juntamente com a professora cooperante e a estagiária, comunicaram com o pároco de Aradas para a possibilidade de antecipar a atividade para 27 e 28 de abril.

O concurso foi designado “nacional”, pois qualquer aluno do país podia participar quer estivesse inscrito no ensino oficial ou não. Foi uma atividade deveras enriquecedora e muito importante para a formação pedagógica de jovens organistas. Com ela, foram traçados e alcançados alguns objetivos, como:

➢ Estabelecer uma competição saudável, a fim de estimular os alunos a alcançar mais

rapidamente os objetivos propostos pelo professor ao longo do ano;

➢ Proporcionar um nível maior de confiança e à vontade em público;

➢ Promover a abertura de novos horizontes e perspetivas musicais dos alunos;

➢ Estabelecer o intercâmbio de organistas a nível nacional;

➢ Aumentar a motivação extrínseca dos alunos para continuarem a estudar órgão;

159 O concurso disponibilizou um site online criado pela estagiária e pela orientadora cooperante, a fim de incorporar toda a informação necessária: breve contextualização, local e órgão (Figura 37), localização geográfica, júri, regulamento e ficha de inscrição.

Figura 37 - Órgão de Tubos da Igreja de S. Pedro de Aradas, Aveiro

O concurso teve duração de dois dias, sendo que no primeiro, 27 de abril, participaram os candidatos das categorias B e C, e no segundo, 28 de abril, participaram os candidatos inscritos na categoria A. De acordo com as normas estipulas, o concurso destinava-se a alunos de órgão com idades compreendidas entre os 8 e os 17 anos de idade. Na categoria A, participaram alunos até aos 17 anos a frequentar o 4º e 5º grau com um número limite de 15 vagas disponíveis. Na categoria B, apenas se podiam inscrever alunos com idade máxima de 15 anos a frequentar o 2º e 3º graus, também com 15 vagas. Na categoria C, os inscritos não podiam ultrapassar os 12 anos de idade, e os requisitos pediam o 1º grau de estudos, com igualmente 15 vagas abertas.

Quanto ao repertório a apresentar, a categoria A, sem ultrapassar os 15 minutos no total da prova, devia apresentar uma peça para manuais, uma peça atribuída a Johann Sebastian Bach e uma peça de estilo contrastante. Na Categoria B e C, os concorrentes deviam apresentar duas peças de estilo contrastante, embora a categoria B se limitasse a 10 minutos de música e a categoria C a 5 minutos.

O concurso contou com um total de 29 participantes, na maior parte alunos de órgão nas escolas de Ensino Artístico Especializado, e iniciou no dia 27 de abril (sábado) na Igreja de São Pedro de Aradas, onde se realizou a primeira eliminatória das categorias B e

160 C. Os ensaios iniciaram pelas 08h15 e estenderam-se até às 13h30, tempo exclusivo para ensaio e preparação dos alunos, aproximadamente 15 minutos para cada um (Figura 38 e 39). Neste dia, participaram alunos do Instituto Gregoriano de Lisboa, do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro, do Conservatório Regional de Música de Viseu, da Escola de Música Sacra de Braga, do Conservatório de Música de Guimarães, do Conservatório de Música de Barcelos, do Conservatório de Música da Jobra, do Conservatório de Música de Vale de Cambra, do Conservatório Nacional de Lisboa e do Conservatório de Música da Bairrada. Estiveram presentes 22 alunos, acompanhados pelo professor de instrumento e pelos pais e familiares que iriam assistir.

Figura 38 - Ensaios que decorriam da parte da manhã

Figura 39 - Continuação dos ensaios (seguiam pela ordem previamente definida dos participantes)

Finalizados os ensaios de cada aluno, fez-se um intervalo para almoço de aproximadamente uma hora.

Por volta das 14h30, iniciaram-se as provas que decorreram de forma serena e calma, prolongando-se até às 17h sensivelmente. Depois das provas concluídas, deu-se início à cerimónia de entrega dos prémios e dos certificados de participação. O professor António Mota, atual presidente da AMPO, abriu a cerimónia com uma breves palavras de agradecimento ao corpo de júri, composto pelo professor António Duarte (docente no Conservatório Nacional de Lisboa), pelo Padre Paulo Cruz (pároco da Igreja) e pelo próprio professor António Mota (docente na Universidade de Aveiro, orientador científico no

161 estágio e presidente e representante da AMPO) e a todo o elenco que fez parte na organização (Figura 40). Depois, prosseguiu-se com a atribuição e respetiva entrega dos prémios. Na categoria B, foram atribuídos dois primeiros prémios Ex aequo, um segundo prémio e um terceiro prémio. Na categoria C, foi designado um primeiro prémio, dois segundos prémios Ex aequo e um terceiro prémio. Para encerrar, os premiados realizaram um pequeno recital com uma das peças (Figura 41 e 42).

Figura 40 - Abertura da cerimónia de entrega de prémios

Figura 41 - Público que esteve presente durante as provas, a cerimónia dos prémios e o concerto dos laureados

Figura 42 - Candidata premiada no concerto de laureados

No dia 28 de abril (domingo) foi a vez da categoria A participar. Para esta categoria, estavam inscritos 7 candidatos. Eram estudantes no Conservatório de Música Calouste

162 Gulbenkian, do Conservatório de Música de Cantanhede, do Conservatório de Música de Ovar e do Conservatório de Música de Santarém. Estiveram igualmente acompanhados pelos pais e familiares e pelo professor de instrumento. Os planos seguiram a mesma linha condutora do dia anterior, no entanto, como o número de alunos era reduzido, os ensaios iniciaram um pouco mais tarde – 12h00 – prolongando-se até às 13h30. As provas arrancaram às 14h30 e a cerimónia de entrega dos prémios foi realizada após a discussão do júri. Eram sensivelmente 16h30 quando se deu início à entrega dos prémios (Figura 43 e 44). Da mesma forma, o presidente da associação AMPO discursou apresentando o concurso seguindo com a atribuição dos prémios e certificados de participação. Nesta categoria, foram atribuídos um primeiro prémio, um segundo prémio e um terceiro prémio. No final, à semelhança da categoria B e C, os participantes laureados tocaram uma peça à escolha (Figura 45).

Figura 43 - Abertura da cerimónia de entrega dos prémios realizada pelo professor António Mota, Mónica Reis e Liliana Duarte (da esquerda para a direita

163 A iniciativa que se desenvolveu durante os dois dias correu muito bem e superou as expectativas. Foi enriquecedora e motivante para todos os participantes, assim como para os professores e familiares que estiveram presentes, os quais afirmaram e aclamaram de forma muito feliz e positiva a promoção desta iniciativa. Para além da partilha musical e de poderem usufruir da oportunidade de tocar num instrumento de qualidade, foi possível desenvolver o relacionamento interpessoal com outros colegas e, em particular, aprenderem a ouvir e conceber novas formas de fazer música e observar diferentes perspetivas de como cada um aborda as peças musicalmente.

A Audição de Órgão pelos alunos da classe é uma das atividades que se insere na lista que consta no documento Plano Anual de Formação. Foi realizada no auditório da Jobra no dia 27 de março de 2019, pelas 18h00, terminando às 18h45.

O momento performativo serviu não só de preparação para a prova de avaliação que se iria realizar no final do período, como também contribuiu para o desenvolvimento musical dos alunos enquanto instrumentistas.

Figura 44 – Candidata recebe o 1º prémio Figura 45 – Premiada apresentando-se no concerto dos laureados

Audição de órgão pelos alunos e professores da classe de órgão da Jobra 27 de março de 2019

164 A audição contou com a participação dos 4 alunos que compõem a classe de órgão e de uma interpretação musical por parte da professora estagiária. Ausente de folha de sala, o programa teve uma apresentação diferente através de um projetor led (anexo VIII). Os alunos e professora interpretaram obras de Hugo Distler, Andrew Moore, Johann Sebastian Bach, Toby Fox e Max Reger. Na audição, estiveram presentes os familiares e amigos dos alunos participantes. Antes de dar início à audição, foi verificado o funcionamento do sistema de projeção, que pretendia indicar o programa ordenado, incluindo o nome dos alunos por ordem e as respetivas peças. Inicialmente, foram emitidas algumas breves palavras pela professora da classe e, por sua vez, deu-se início à audição tendo prosseguido de forma natural, calma e silenciosa. No final das apresentações musicais, os participantes foram aplaudidos pelo público presente e fez-se um registo fotográfico de um trabalho muito feliz e gratificante (Figura 46 e 47).

Figura 46 - O órgão instalado no auditório Figura 47 - Registo final do resultado da audição

• Atividades Participadas

Visita de estudo ao Órgão de Nossa Senhora da Lapa no Porto 13 de março de 2019

A visita de estudo ao Órgão da Igreja de Nossa Senhora da Lapa no Porto foi a primeira atividade realizada segundo a lista das atividades propostas no Plano Anual de

165 A atividade foi organizada pelas docentes de História da Cultura e das Artes, Análise e Teoria Musical, Inglês e Órgão. Tratou-se de uma visita de estudo ao Porto, com ponto de encontro em alguns espaços culturalmente importantes e relevantes no contexto das disciplinas em questão. Os locais previstos no roteiro para visita foram a Igreja dos Clérigos, o Centro Português da Fotografia, a Igreja da Lapa e a Igreja de Cedofeita.

O objetivo desta atividade foi proporcionar aos alunos de órgão da Jobra e aos alunos das disciplinas teóricas que acompanharam a visita, o conhecimento não só dos espaços culturais, como também de um dos maiores órgãos de Portugal. Para além disso, esta parte da visita direcionou-se essencialmente para os alunos de órgão, oferecendo-lhes a oportunidade de conhecer, ouvir, tocar e experimentar o instrumento. Quanto aos restantes alunos, deu-lhes a oportunidade de ouvir e apreciar as qualidades sonoras e demais potencialidades do instrumento.

O grupo era composto por cerca de 65 alunos, mais os docentes. No período da manhã, foi realizada a visita guiada à Torre dos Clérigos e, seguidamente, ao Centro Português da Fotografia. Depois do almoço, o ponto de encontro foi na Igreja de Nossa Senhora da Lapa. Neste espaço, a professora Mónica fez uma apresentação breve sobre o instrumento visto do altar, que mereceu de uma apresentação musical do órgão feita por mim. Feitas as apresentações, o grupo subiu ao coro alto onde estava instalado o órgão, e aí receberam um panfleto (anexo IX) com informações sobre o instrumento e acomodaram- se, com a finalidade de audição da palestra sobre o órgão, realizada por mim (Figura 48). Os alunos demonstraram grande entusiasmo! A palestra decorreu naturalmente, houve várias questões por parte dos alunos e dos professores, despertando a sua curiosidade e interesse para a história do desenvolvimento do órgão.

Considerei interessante terminar a palestra com um momento musical (Figura 49). Todos permaneceram no coro alto para ouvir a dimensão sonora do instrumento. Durante a tarde, o espaço para a aula dos alunos de órgão foi a Igreja e o Órgão da Lapa, onde cada um trabalhou as peças integrais do programa curricular que estavam a realizar.

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Figura 48 - Palestra sobre o órgão Figura 49 - Preparação da registação para o momento musical

A atividade contribuiu para uma experiência bastante enriquecedora, tanto para os alunos de órgão, no sentido de estimular o gosto pelo instrumento e a sua aprendizagem, como para os restantes alunos e professores, na medida que os ajudou a contextualizar e a compreender os mecanismos, a história, as funções e, no fundo, a beleza de tocar órgão. A visita concluiu com o registo fotográfico do grupo presente, nomeadamente os alunos de órgão e das disciplinas participantes, respetivas docentes, a professora Mónica Reis e a estagiária Liliana Duarte (Figura 50).

Figura 50 - Alunos e professora da disciplina de História e Cultura das Artes, a estagiária Liliana Duarte e a professora cooperante Mónica Reis

167 Finda a atividade na Igreja da Lapa, o último destino era a Igreja de Cedofeita, mas, por questões de tempo, não foi possível fazer a visita. O motivo prendeu-se com a chegada tardia à Igreja da Lapa, culminando num atraso para as restantes atividades previstas. Apesar disso, os alunos mostraram-se muito satisfeitos, cansados com o peso do dia, e seguiram no autocarro com destino ao CMJ.

Workshop e Concerto de Música Antiga 27 de maio de 2019

Esta atividade, agendada para o dia 27 de maio, foi a última realizada em Prática de Ensino Supervisionada. A mesma decorreu nas instalações da Jobra, concretamente no Auditório, e a temática circundava a música antiga, destinando-se especificamente a alunos inscritos em órgão, clarinete e canto. Teve como objetivo principal a aprendizagem de novas técnicas e o contacto com um estilo musical pouco corrente – Música Antiga – permitindo que cada aluno demonstrasse algo do seu repertório, a fim de aprofundar os conhecimentos ao nível das técnicas de execução deste estilo. Para além da partilha e aprendizagem dos conhecimentos, os participantes tiveram a oportunidade de se apresentar em público num momento musical, partilhando as experiências vividas durante o workshop.

Foi organizado e concebido um cartaz (anexo X), cerca de um mês de antecedência, com o intuito de divulgar o evento. O mesmo teve a colaboração dos professores da classe de órgão, clarinete, de flauta e canto.

No auditório, encontrava-se o órgão, que viria a ser o protagonista do workshop e do concerto previsto para o final da tarde. A masterclasse, ministrada pelo professor convidado, José Maurício Brandão, natural do Brasil, professor na Universidade federal da Bahia, teve início às 14h30 começando com os alunos de órgão, seguindo posteriormente com os alunos de canto e clarinete. No decurso das aulas individuais, os participantes foram chegando e assistindo às intervenções de cada um, enquanto esperavam pela sua vez. Embora a atividade estivesse agendada para a parte da tarde, é importante salientar que, nessa manhã, entre as 10 horas e as 12 horas, alguns alunos da classe de canto e de

168 clarinete tiveram o acompanhamento do professor, libertando o horário do período da tarde, pois era o tempo era reduzido para ouvir todos os alunos. Assim, os candidatos de órgão e os restantes alunos dos outros instrumentos obtiveram a formação no turno da tarde, estendendo-se até à hora do concerto de encerramento. Pelas 14h30, o workshop reiniciou com um aluno de órgão (Figura 51). A aula teve duração de cerca de 30 minutos. Após o tempo estipulado, seguiu-se a última candidata de órgão (Figura 52).

Figura 51 - Professor José Maurício Brandão na

Masterclasse com o Aluno T Figura 52 - Professor José Maurício Brandão na Masterclasse com a Aluna B

Posteriormente, participaram os restantes alunos de canto e clarinete. Terminadas as aulas com o professor Maurício, a sala foi devidamente organizada e preparada, tendo em conta a disposição dos instrumentos para a realização do concerto no auditório, com início às 17h10. As portas abriram, o público foi-se distribuindo pelos lugares e o concerto começou com o professor José Maurício numa interpretação a solo (Figura 53). A segunda obra contou a participação de um grupo de câmara composto por flauta transversal, flauta barroca, violoncelo e oboé (Figura 54 e 55).

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Figura 54 - Da esquerda para a direita: Ensemble constituído por flauta transversal, violoncelo, órgão, flauta barroca e oboé

Figura 55 - Músicos e público no concerto de encerramento do workshop no auditório da Jobra

O concerto terminou por volta das 18 horas. O professor José Maurício dirigiu-se ao público com algumas palavras de agradecimento a todos os alunos, pais e professores que estiveram envolvidos na atividade, reconhecendo também a simpatia, o acolhimento e hospitalidade dos professores e funcionários quando a sua chegada à escola.

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