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“Atleta nasce atleta, se eu pegar uma vara e der uma surra nele, ele

No documento Impressos / Caderno temático (páginas 151-153)

C A DERNOS T E M áT iC OS CRP SP Psicologia do Esport e: C ontribuições para a a tuação profissional

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nunca não, dificilmente será contratado num de-

partamento de Psicologia, e não vai conseguir ser contratado no departamento de Educação Física e Esporte. Mas é essa situação, você não consegue prestar concurso para nenhuma instituição. Então, temos que estar bem atentos para isso também.

Victor Cavallari: Vou fazer um comentário a res-

peito da pergunta do Luiz, sobre o modelo cana- dense. A Marisa falou do sistema nacional do es- porte; eu tenho acompanhado não tão próximo como eu gostaria, mas na medida do possível, as discussões do grupo de trabalho que tem discutido as formulações e tem redigido o sistema nacional de esporte. E o quadro que vemos hoje do esporte brasileiro, acho que o Rafael também falou isso, da questão da gestão, do amadorismo e tudo mais, se formos ficar questionando, chegaremos num momento que vamos falar: “Realmente, não temos todas essas discussões porque não temos uma base fundamentada nos alicerces bem seguros do que é o esporte brasileiro, que é o sistema nacio- nal de esporte, que por enquanto ele não existe”. O esporte no Brasil é guiado pela Lei Pelé, só pelo nome da lei, já temos uma ideia do que ela está falando, não é? Que tem 80% da lei para futebol e 20% para os outros esportes, então, uma tarefa de casa aí para quem tiver interessado: leiam a Lei Pelé para vocês saberem um pouco de como é a organização do esporte no Brasil, como se pensa e quanto isso também limita uma série de situa- ções, de contextos que poderíamos estar inseri- dos, trabalhando com uma visão interdisciplinar, conversando a mesma língua e tendo essa forma- ção, realmente, embasada e podendo fazer, assim, um exercício de qualidade da profissão. Então, se formos questionando, vamos parar num momento em que precisaremos de um modelo, precisaremos de um sistema que é nosso, para nossa realidade.

Eu vou fazer uma pergunta que encaminharam da internet, e depois abriremos para mais uma per- gunta aqui, pode ser? Pergunta do Marcelo Abu- chacra. Ele parabeniza a todos e pergunta qual se- ria o melhor caminho para seguir após a faculdade, se é possível que vocês possam dar algumas dicas de um passo a passo de uma carreira para se for- mar em Psicologia do Esporte no Brasil.

Silvia Regina de Souza: Eu não sei se eu consigo

responder isso, não. Porque cada um é cada um, cada um tem uma história. Vai depender muito do que você quer fazer, então: “Eu quero ir para a prática”, aí você vai por um caminho. “Eu quero

trabalhar mais na Academia”, então vou por outro caminho. “Não quero fazer nem uma coisa e nem outra, vou fazer sei lá o que da minha vida…”, mas, enfim só quero ganhar dinheiro, aí tem que ensi- nar para nós a receita e não pode ir para a Acade- mia. Mas precisa primeiro definir isso. Se a pessoa quer atuar como psicólogo do esporte, eu sugiro que ela busque uma especialização, no mestrado, você vai sim ter conhecimentos, você vai ser um pesquisador, você pode até vir a atuar na prática, mas o foco da formação se dá na formação de do- cente e de pesquisador. Então, se você gosta de fazer pesquisa, gosta de ler bastante, de produzir, de escrever, hoje pedimos para escrever muito ar- tigo, então, vai para pós-graduação stricto sensu. Se não, eu acho que o caminho é o lato sensu, mas eu acho que não é só isso, é buscar, ler muito, é ir a congressos, é não ter preconceito em relação à abordagem, acho que é uma coisa que não foi discutida aqui, mas nós temos diferentes formas de pensar nesse espaço psi, então, nós não fala- mos de uma Psicologia, como diria Figueiredo, nós falamos de Psicologias. Então, cada um tem a sua forma de pensar um dado fenômeno, isso precisa ser respeitado, então, eu sou analista do compor- tamento, mas quando eu leio Psicologia do Espor- te, eu tenho que abrir o meu leque, não dá para eu ficar só na Análise do Comportamento. Por outro lado, também não pode haver prevenção em rela- ção a outras abordagens, tipo: “Não, isso aqui não é legal”, então assim, ler muito, mas um ler crítico, refletir criticamente e eu acho que esses fóruns são extremamente importantes, o fato de ele es- tar nos assistindo aqui, acho que é legal, eu acho que isso que vocês fizeram aqui é fantástico, traz subsídios para ir buscar material, para ir buscar informação nessa área. Eu acho que é por aí, não tenho resposta pronta, não.

Gisele Maria da Silva: Acho que eu trouxe até

bastante, primeiro, um beijo para o Marcelo que é meu parceirão durante anos; Bom, de certa forma, sim, eu acho que a minha ideia é muito do apren- der fazendo, também, mas desde que você tenha, busque todo esse conhecimento. A saída realmen- te acho que é se especializar, buscar participar de congressos e tudo mais, mas se ficarmos sentados esperando surgir oportunidades, dificilmente, con- seguiremos com facilidade. Então, eu acho que te- mos que construir alguns espaços, entender aquilo, o passo a passo para mim é um pouco daquilo que eu falei, entender a demanda de determinados es- paços, de uma academia de tênis, de uma acade- mia de lutas, de repente, de algumas modalidades

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que não contêm com o serviço porque não são tão

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