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CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA INVESTIGAÇÃO

2.2 O Turismo

2.2.9 Atractividade dos destinos e locais turísticos

As Atracções

O variadíssimo conjunto das actividades de animação turística funciona, nos mercados turísticos, como uma Atracção. Estas actividades devem ser promovidas e evidenciadas pelos destinos criando efectivas expectativas nos potenciais clientes, influenciando dessa forma a decisão final e a respectiva viagem para o destino (Almeida P.: 2002)

Pode afirmar-se que as atracções são o motivo pelo qual as pessoas viajam. “Não

existe grande dúvida que os atractivos representam e são os principais factores que induzem a motivação na procura. A lista dos factores que geram a atractividade no turismo é muito longa, sendo ainda que em muitos casos é, na verdade, a combinação desses mesmos factores que geram a atractividade e conduzem a procura na direcção de um dado destino turístico.

As oportunidades para passeios, compras, entretenimento, jogo, cultura e lazer cumprem um papel importante na determinação da competitividade de um destino.”

(MacIntosh et al. citado em Almeida P.: 2002; 97).

A interacção entre os diferentes elementos que compõem a atracção global de um destino, quando planeada e organizada, faz com que o produto final, destino, seja mais forte, mais atractivo e apresente um verdadeiro potencial competitivo que permitirá e induzirá a vinda de mais e mais turistas para um determinado destino.

“As atracções são os elementos centrais do turismo. Apesar das atracções, para o turista, se traduzirem na satisfação percebida resultante de um conjunto de experiências...” (Martins:1998;93).

Se tivermos que classificar as atracções, quanto à sua diversidade, podemos fazê-lo atendendo à sua natureza, “A capacidade de gerar movimentos turísticos difere de atracção para atracção em função das suas características, da sua localização e das condições de acesso... No entanto, o elemento mais importante e que lhe concede maior capacidade de atracção, é a sua singularidade.” (Cunha:2003; 262).

Para que tenhamos uma visão geral da natureza das diferentes atracções e da sua diversidade potencial, apresentamos o quadro 2.3 (Almeida P.: 2002; 97).

Quadro 2.3 – Visão Geral das Atracções ATRACÇÕES

CULTURAIS NATURAIS EVENTOS LAZER ENTRETENIMENTO

Sítios Históricos Paisagem Mega eventos Passeios Parques Temáticos Sítios Arqueológicos Paisagem Marítima Eventos Comunitários Golfe Parques de Diversão

Arquitectura Parques Festivais Natação Casinos

Culinária Montanhas Eventos Religiosos Ténis Cinemas

Monumentos Flora Eventos Desportivos Trilhos Comércio

Pólos Industriais Fauna Feiras Comerciais Ciclismo Apresentações Artísticas

Museus Litorais Empresas Desportos

de Neve

Complexos Desportivos

Shows Ilhas Eventos

Comemorativos

Desportos Radicais

Centros Comerciais

Teatros e Musicais Cataratas Eventos Especiais Desportos Aquáticos

Centros de Exposições

VISITANTES

Fonte: Adaptado de MacIntosh et al. citado em Almeida P.: 2002; 98

De acordo com o quadro 2.3, e segundo MacIntosh et al. (MacIntosh et al. citado em Almeida P.: 2002) “Os atractivos naturais são a mola propulsora, que levam as

pessoas a viajar, os parques nacionais, as florestas naturais, os jardins botânicos. Essas maravilhas da natureza atraem assim os viajantes que gostam da beleza natural, recreação e inspiração que as mesmas proporcionam”.

Este tipo de atractividade é o que se verifica em destinos como nos Parques Nacionais dos Estados Unidos, nomeadamente o Yelowstone, no Brasil com a Amazónia, em França com a La Gavarnie, em Espanha com o Parque Nacional de Aigües Tortes, em

Portugal com o Gerês, Serra da Estrela e Montanha do Pico, onde as visitas a este tipo de parques são muito frequentes.

No Parque Natural de La Gavarnie, o número de visitantes que anualmente visitam esse monumento natural, nos Pirinéus franceses é de 500.000.

As atracções ligadas ao património, sítios pré-históricos e arqueológicos e monumentos antigos, atraem todos aqueles que querem visitar os locais onde existiram anteriores civilizações. Atenas e Roma são na verdade excelentes exemplos onde a história e os monumentos antigos representam a principal atracção desses mesmos destinos.

“Os atractivos de lazer oferecem também instalações fechadas e ao ar livre, nestas as

pessoas podem participar de desportos e outras actividades como, piscinas, pistas de bowling, patinagem no gelo, golfe...” (MacIntosh et al.:2002). A Suíça, com todas as suas montanhas cobertas de neve onde se podem praticar diversos desportos de neve, está complementada com “Os atractivos comerciais, são operações varejistas

que trabalham com presentes, artesanato, arte e souvenirs que atraem os turistas.” (Ibidem).

“Os passeios, as fábricas crescem em elevado número e os fabricantes têm criado instalações bem preparadas para lidar com os turistas.” (Ibidem). Como exemplo deste tipo de atracção podemos referir uma fábrica da Mercedes na Alemanha, onde, em apenas algumas horas, é possível assistir a todo o processo de montagem.

É muito importante conceber destinos turísticos onde a sustentabilidade é suportada na lógica do produto/região, ou seja, importa identificar os produtos com potencial turístico e adequar toda a envolvente em função dessa mesma oferta. Assim, as atracções terão que resultar de um planeamento estruturado em bases sustentáveis, e que permitam o desenvolvimento das regiões onde se inserem. Importa assim aumentar a qualidade e diversidade das atracções para que estes investimentos se possam reflectir na procura, compensando os investimentos efectuados nesses destinos. “Attractions provide jobs, directly and indirectly... Small attractions provide

very few jobs... Different types of attractions tend to generate different amounts of employment.” (Swarbrooke citado por Almeida P.: 2002; 99).

A planificação das atracções para a promoção de um determinado destino é um dos pontos fundamentais para o sucesso desse mesmo destino nos mercados turísticos.

As áreas a alterar, as infra-estruturas a construir, as populações afectadas e envolvidas, são de facto itens a ter especial atenção.

O ordenamento do território e o ordenamento do espaço, vão contribuir para a coesão económica e social e o desenvolvimento sustentável das regiões.

Em Portugal a Direcção Geral do Turismo (2000) propõe a “Defesa e valorização

intransigente do meio ambiente, dos nossos recursos naturais, históricos, culturais e humanos no quadro de um desenvolvimento sustentado.”

Para Brent et al. (1993; 142). “An obvious function of traveller attractions is to attract

mass of visitors. Unless market segments pulled to places of attractions, tourism will not take place. But, this is only one-half of the necessary function of attraction.”

Já Baptista (2003) afirma que cada comunidade, cada região ou um qualquer lugar do mundo, tem uma identidade, uma cultura e capacidade própria o que lhes permite gerir atracções (figura 2.11).

Figura 2.11 – Plano de Marketing para uma comunidade

Fonte: Adaptado de Baptista: 2003;190

PLANO DE MARKETING PARA UMA COMUNIDADE

ATRACÇÕES MERCADOS

PREPARAÇÃO DO PROGRAMA DE MARKETING E DE PROMOÇÃO Identificar as atracções e actividades existentes para os segmentos de mercado

seleccionados

INVENTARIAR AS ATRACÇÕES E AS ACTIVIDADES EXISTENTES E ANALISAR

A CONCORRÊNCIA POSSÍVEL COM OS DESENVOLVIMENTOS TURÍSTICOS

PROJECTADOS NA ÁREA

DETERMINAR OS OBJECTIVOS DE MERCADO (POR TIPOS DE TURISTAS,

QUANTOS E DE QUE ORIGEM)

CLARIFICAR OS OBJECTIVOS DA COMUNIDADE A RESPEITO DO TURISMO, DO AMBIENTE E DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

ESTIMAR OS NÍVEIS DE PROCURA ACTUAL E POSSÍVEL EM COMPARAÇÃO COM A CAPACIDADE DE CARGA ACTUAL (Nº DE VISITANTES, FREQUÊNCIA

DAS VISITAS, DURAÇÃO DA ESTADA)

DEFINIR OS SERVIÇOS DE APOIO PRIVADOS E PÚBLICOS E OS EQUIPAMENTOS

PÚBLICOS (PARA SABER SE SÃO SUFICIENTES PARA SATISFAZER A PROCURA 4

3 2 5 6 1 Comunidade e

O turismo tem efectivamente a capacidade de perpetuar a identidade patrimonial de um local, de uma região e de um país. Os destinos são obrigados a gerir os espaços dedicados às atracções, permitindo que a expectativa inicial da viagem se torne uma realidade, contribuindo para o desenvolvimento, social e económico, das regiões envolvidas nesses processos.

“O turismo bem sucedido não é simplesmente uma questão de ter transportes e hotéis melhores, mas sim, de acrescentar um sabor local específico, mantendo-se em sintonia com as formas de vida tradicionais e projectando a imagem favorável dos benefícios que tais bens e serviços podem trazer aos turistas... As atracções de um país devem ser apresentadas de uma forma inteligente e criativa.” (Goeldner et al.:2002;192).

O modelo apresentado na figura 2.12 destaca as razões determinantes da viagem. Figura 2.12 – Relação entre as causas que podem motivar uma viagem

Fonte: Adaptado de Barros, Cunha: 2002; 216

Para além de ser um viajante, o turista é um consumidor por excelência. Segundo Bernard Dubois (1993), para o consumidor em geral, podem ser encontrados três níveis de explicação para os comportamentos que conduzem ao consumo (compra): individual, interpessoal e sociocultural. Esses factores podem ser hierarquizados. O turismo e, em particular, a viagem turística, representam uma necessidade sui

generis. Segundo Pierre Bourdieu, “Voyager n'est pas un need, comme boire, manger, dormir sous un toit, se chauffer par temps froid. C’est un désir, une envie, un want et c’est aussi un must, un moyen de se distinguer” (Bourdieu: 1979).

Conhecer Cultura e Educação Saúde

Desportos Compras Mudança Descanso Hedonismo Saúde

Motivações por obrigações

2.2.10 O Turismo dos Desportos de Inverno e o reposicionamento do