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2.1 Modelos de mensuração da carga tributária

2.1.3 Alíquotas médias dos impostos

2.1.3.4 ATRs implícitas

Como medidas da ATR baseada em lucro, as alíquotas corporativas implícitas derivadas para a economia como um todo incluem receitas agregadas de impostos sobre a renda corporativa no numerador. Porém, o excedente operacional corporativo, como relatado nas Contas Nacionais, entra no denominador. Enquanto há diversas variantes, uma AETR, também denominada de EATR * - ! * por autores como Jacobs e Spengel (1999), corporativa implícita é medida como: AETRc(OS) = CITAGG/OSC, onde CITAGG mede receitas do imposto de renda corporativo agregado coletado no ano; OSC, o excedente operacional do setor corporativo e quase*corporativo.

Diferente do lucro empresarial contábil, o excedente operacional ou valor adicionado é medido pelo total, incluindo juros, aluguel e % pagos. Por várias razões, variações nas

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alíquotas implícitas corporativas no tempo e nos países não podem ser interpretadas prontamente como indicativas das mudanças na política tributária ou dos incentivos de investimento, implicando em ferramenta política. Esta discussão trata das dificuldades potenciais de medida das alíquotas médias “implícitas” para as seguintes categorias de renda e fatores de produção: i) renda pessoal; ii) renda corporativa; iii) capital; e iv) mão*de*obra.

Podendo ser utilizados em problemas identificados, os microdados * bancos de dados do imposto de renda pessoais e corporativos * podem determinar estimativas mais precisas das ATRs nas várias formas de renda, mas não oferecem orientação para refinar as estimativas da ATR sobre o consumo.

Seguem*se fórmulas para facilitar a discussão; enquanto se reconhece que variantes a estas fórmulas podem ser aplicadas, as áreas problemáticas identificadas geralmente serão comuns a todas as formulações alternativas, permitindo, na maioria dos casos, uma referência para uma única representação. Foram escolhidas as de Mendoza et al. (1994).

a. Alíquotas médias na renda pessoal

Considerando a tabela das Estatísticas de Receita da OCDE (2000), onde a classificação dos tributos é a seguinte:

1000 Tributos sobre os rendimentos, lucros e ganhos de capital:

1100 Tributos sobre os rendimentos, lucros e ganhos de capital dos indivíduos; 1200 Tributos sobre os rendimentos corporativos, lucros e ganhos de capital; tem*se que as alíquotas médias sobre a renda pessoal e corporativa podem ser expressas como segue:

tP = PIT1100 / (W + PEI + OSPUE) (2.8)

Onde: PIT1100 mede os impostos sobre a renda, os lucros e ganhos de capital dos indivíduos (categoria 1100 das Estatísticas de Receita); W, retribuições e salários em dinheiro vivo, pagos aos empregados e as contribuições totais da previdência social; PEI, a renda empresarial e de propriedade recebidas pelas famílias; e OSPUE * A /# # ; = - * o excedente operacional dos empreendimentos privados não corporativos.

b. Alíquotas médias de renda corporativa Pode ser expressa:

tC =CIT1200 / OS C

(2.9)

Onde: CIT1200 * impostos sobre a renda, lucros, ganhos de capital das empresas; OSC * excedente operacional * valor adicionado * do setor corporativo, igual ao excedente operacional total das unidades do produtor nacional OS, menos o excedente operacional dos empreendimentos privados não*corporativos.

i. Conceito de excedente operacional amplo demais

A quantia de excedente OSC no denominador de (2.9), mensura o líquido das retribuições e salários, o total de despesas com juros, aluguel, % e outras quantias dedutíveis para renda contábil ou para fins contábeis. A base na equação (2.9) é mais ampla do que poderia ser, podendo ser considerada adequada por se tratar de uma alíquota média de renda de pessoa jurídica. Assim, seria informativo considerar uma base alternativa que auferisse as quantias dedutíveis de OSC para fins contábeis, incluindo gastos com juros, aluguéis, % , pagos ao setor interno e para os não* residentes. Definindo esta medida ajustada de renda contábil ABYC, a ATR da renda corporativa poderia ser medida alternadamente como:

tC^ = CIT1200 / ABYC (2.10)

Os números gerados pela equação (2.10) * ajustados para excluir as empresas com perdas e o imposto corporativo sobre renda de fonte estrangeira * poderiam ser identificados com precisão de significativa relevância como as alíquotas médias de renda de pessoa jurídica. Os resultados da equação (2.9) são úteis aos interessados na quantia média do imposto de renda pago pelas corporações sobre o excedente gerado no setor corporativo, com a parte do restante imposto incidente naquele fluxo excedente capturado na ATR de renda pessoal.

ii. Tratamento dos prejuízos

Contas Nacionais e dados de renda cobrem as empresas lucrativas e as não*lucrativas, o que tende a reduzir o excedente operacional agregado na economia. Onde retribuições e salários pagos excedem a receita bruta, o excedente operacional é negativo; acrescentar este ao excedente operacional das empresas lucrativas reduz o excedente operacional agregado.

Como empresas com prejuízos normalmente não pagam impostos, sua inclusão no cálculo da ATR não exerceria nenhum impacto no numerador da ATR corporativa, porém reduziria seu denominador, provocando aumento irreal no cálculo da ATR.

Pode*se dizer que a ATR que reflete adequadamente a carga tributária corporativa excluiria as empresas em uma posição de prejuízo; as perdas deveriam ser fatoradas, a não ser que pudessem ser transferidas para compensar o imposto sobre os lucros de uma outra atividade empresarial. Isto implicaria na exclusão, para fins da ATR, de corporações em uma posição de perda global, que não possam transferi*la para uma entidade corporativa separada. Vê*se que onde uma única empresa tem uma atividade empresarial lucrativa e outra não*lucrativa, e combine sua renda para fins tributários, assim transferindo suas perdas, o efeito dessas perdas entraria no denominador, reduzindo OSC, e no numerador, reduzindo CIT1200 simetricamente, e nesta base as perdas não deveriam ser formadas. Também do grupo das empresas lucrativas, pode* se distinguir entre empresas que pagam impostos e as que não pagam. O outro grupo pode ser não*contribuinte * baixas contábeis ou créditos tributários.

iii. Variação nas ATRs pelo setor de atividade

A desvantagem das ATRs corporativas derivadas de dados agregados é a sua incapacidade de revelar a variação nas cargas tributárias das rendas de pessoas jurídicas pelos setores de atividade. Isto se origina do fato de os dados das Estatísticas de Receita da OCDE não desmembrarem a receita do imposto de renda de pessoas jurídicas por setor de atividade. Nem os dados das Contas Nacionais fornecem o desmembramento necessário; enquanto os números são indicados mostrando a distribuição do excedente operacional total, incluindo os empreendimentos corporativos e não*corporativos, entre os setores o desmembramento para OSPUE *

casos, insinuando que a distribuição do excedente operacional corporativo não pode ser retirada.

As alíquotas médias por setor de atividade podem, porém, ser derivadas utilizando microdados em uma amostra representativa das empresas categorizadas por um código de classificação setorial. Ao derivar as ATRs corporativas pelo setor de atividade, o uso de OS corporativo no denominador claramente não seria apropriado. Na verificação, é preciso lembrar do excedente operacional mensurado do total de juros, aluguel e pagamentos de % , com exceção dos % sobre propriedades tangíveis depreciáveis que são tratados da mesma forma como os custos de depreciação e subtraídos das receitas brutas chegando ao excedente operacional; tais pagamentos são tributados nas mãos dos fornecedores de propriedades subjacentes, financeiras ou reais.

Ao medir uma ATR para o setor A, se a propriedade financeira ou real utilizada no setor A é fornecida pelo setor B ou pelo setor familiar, o numerador da ATR derivada pelo setor A excluirá o imposto sobre o excedente pago na forma de juros/aluguel/ % %, incluído no denominador da ATR para o setor A, com tal renda tributada no setor B, ou no setor familiar, insinuando uma má combinação entre numerador e denominador. Quando derivar uma ATR agregada para o setor corporativo nacional como um todo que agrega o excedente entre todas as corporações nacionais no denominador, e todos os impostos corporativos no numerador, este problema particular, pelo menos em relação ao aluguel e pagamentos de % , geralmente não surgirá, supondo que os fornecedores das propriedades subjacentes sejam outras corporações nacionais. O problema surgirá no contexto dos pagamentos de juros para as famílias, intermediadas pelo setor financeiro, tal como a renda estará sujeita ao imposto pessoal, excluído do numerador da ATR corporativa.

Jacobs e Spengel (1999, p. 26) confirmam:

A carga tributária efetiva sempre depende de casos individuais concretos, os quais providenciam os dados econômicos para cálculo. O resultado dos cálculos e das análises de sensibilidade deixa claro que existem vários valores para a EATR em um país [...] A EATR depende, por exemplo,

dos tipos de investimentos, fontes de financiamento, produtividade ou intensidade de pessoas na empresa.22

Ao invés disso, uma medida de lucro contábil ajustada deveria ser utilizada e representada na equação (2.10). Com a ATR derivada usando esta abordagem, é interessante observar se ATRs relativamente baixas são encontradas em setores que envolvem determinadas atividades empresariais; acredita*se que há ramos com taxas menores que outros. Para países com sistemas baseados em residências, pode ser útil considerar uma ATR para cada setor que inclui a renda de fonte estrangeira e o imposto nacional, onde o denominador inclui lucro de filial estrangeira, dividendos estrangeiros, juros, % sobre aluguéis, e o numerador inclui o imposto nacional sobre tal renda. Até o ponto em que tal renda de fonte estrangeira sustente pouco ou nenhum imposto estrangeiro, a ATR pode ser uma aproximação à ATR global sobre tal renda.

iv. Imposto corporativo na renda de fonte estrangeira

Para países que tributam as empresas residentes sobre suas rendas estrangeiras * incluindo a renda da filial estrangeira, os dividendos recebidos de afiliadas estrangeiras, e outras rendas de investimento de fonte estrangeira * a medida do imposto de renda de pessoa jurídica CIT1200 no numerador da ATR corporativa será mais ampla na cobertura do que no denominador, que inclui somente o excedente operacional gerado pelas unidades produtoras dos residentes. Como no caso da ATR pessoal, isto levanta a questão do quão significativa é a inconsistência entre a mensuração dos valores do numerador e do denominador.

O que se nota ao pesquisar sobre carga tributária é que a tendência à mensuração aumentou com o tempo, como se poderia esperar, dado o crescente interesse relativo aos investimentos no estrangeiro, e nestas situações os microdados poderiam ser utilmente aplicados para tratar do assunto.

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