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A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA SAÚDE ESCOLAR: REALIDADE X PERSPECTIVAS DO

No documento CATEGORIA PROFISSlONAL - ORAL (páginas 36-38)

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE)

Maira Crissiane de Lima Costa Jairon Leite Chaves Bezerra Any Carolina Cardoso Guimarães Vasconcelos

INTRODUÇÃO: O programa Saúde na Escola (PSE), instituído desde 2007 no Brasil, inclui a atuação do fisioterapeuta com

as equipes de saúde da família, profissionais da escola, pais e alunos. Sua prática no espaço educacional requer ações de integralidade voltadas à promoção, prevenção e assistência à saúde com pleno envolvimento inter e multidisciplinar. Com isso, nas últimas décadas, a fisioterapia vem conquistando seu espaço no nível primário de saúde atuando em diversos programas conforme as necessidades epidemiológicas de cada município. Entretanto, as raízes históricas da profissão ainda têm marcado o fisioterapeuta, unicamente, como um assistente no nível terciário, centralizado nas áreas reabilitadoras e curativas.

OBJETIVOS: Analisar e comparar as evidências da produção científica nacional da última década sobre a atuação do

fisioterapeuta na saúde escolar com as ações previstas no PSE.

MÉTODOS: Em primeiro momento, foi realizada uma revisão da literatura utilizando os descritores associados ao tema

(“saúde escolar”, “fisioterapia”, “prevenção” e “escolares”) nas bases de dados BIREME, LILACS e SciELO, publicados no período entre 2005 e 2015. Foram incluídos os trabalhos em português e que apresentavam relevância para a temática proposta. Foram excluídos os artigos científicos duplicados e/ou indisponíveis que não se enquadravam nos critérios previstos. No segundo momento, foram selecionadas as políticas públicas que envolvem o PSE com suas diretrizes e ações previstas para análise e comparação com os trabalhos levantados na revisão bibliográfica. Para isso, consideraram-se os componentes de ações mínimas do PSE: (I) Avalição Clínica e Psicossocial, (II) Promoção e Prevenção à Saúde e (III) Capacitação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos 292 trabalhos encontrados, apenas 11 foram selecionados após análise dos critérios

previstos, além das 4 Portarias e Legislações regulamentadoras do PSE. Quanto à abordagem de atuação do fisioterapeuta na saúde escolar, os trabalhos distribuíram-se em 4 campos principais: na inclusão escolar (3), na avaliação e prevenção de alterações posturais na infância e adolescência (4), acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor de escolares com déficit de aprendizagem (3) e nas atividades que envolvem a prática de higiene e autocuidado corporal (1). Nenhum trabalho relatou experiências práticas ou levantamentos epidemiológicos no âmbito que envolve o PSE. Por tratar-se de uma política intersetorial, as ações previstas do PSE requerem uma articulação que envolve a equipe de saúde Estratégia Saúde da Família (ESF) e Núcleo de Apoio em Saúde da Família (NASF) e a equipe escolar (professores, direção, alunos e pais), em um trabalho multidisciplinar e em conjunto com uma equipe multiprofissional. Nos trabalhos levantados, apenas 2 no campo de inclusão escolar desenvolveram o cuidado integral na atenção à saúde para o grupo de crianças com deficiências e efetivamente desenvolveram suas ações de forma inter e multidisciplinar com outros profissionais da saúde, como psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Entretanto, não há relatos de que tais profissionais fossem integrantes da ESF ou NASF. Todos os demais trabalhos analisados relataram ações do fisioterapeuta de forma isolada e individualizada, mesmo que em projeto de extensão universitária. Quando comparadas à atuação do fisioterapeuta na saúde escolar nos últimos 10 anos com as ações mínimas que envolvem os três componentes do PSE, verificou-se que no componente I sobre avaliação clínica e psicossocial, apenas 4 trabalhos puderam ser categorizados; para o componente II, de prevenção e promoção à saúde, 7 abordaram temáticas correlatas; e no componente III, que trata da capacitação, não houve trabalho que contemplasse tais ações. Diante destes achados, percebeu-se que a realidade prática do fisioterapeuta ainda está distante de alcançar a ampla perspectiva que envolve a saúde escolar do Brasil, evidenciando uma necessidade de maior integração à equipe multiprofissional com uma visão integral

1 - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU, UNIDADE DE PARNAÍBA-PI - 2 - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU, UNIDADE DE PARNAÍBA-PI - 3 - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU, UNIDADE DE PARNAÍBA-PI.

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S A N A R E, Suplemento 3, ISSN:2447-5815, V.15 - 2016 - V COPISP

de atenção.CONCLUSÃO: O fisioterapeuta ainda está limitado a trabalhos individualizados e com pouca integração com as

equipes de saúde. Quanto às equipes do PSE, não foi encontrado nenhum trabalho que relatasse sua atuação neste âmbito. Quando comparados os trabalhos da literatura com as ações mínimas de saúde previstas nos componentes do PSE, verificou-se que em todas as atividades há uma necessidade de maior envolvimento do fisioterapeuta. Para mudar esta realidade, a profissão deve agregar novos valores à sua formação e prática, tendo em vista uma nova lógica de organização dos serviços de saúde no Brasil, em especial na saúde escolar.

REFERÊNCIAS:

AMARO, K; JATOBÁ, L; NETO, F. Desenvolvimento motor em escolares com dificuldades na aprendizagem. Movimento & percepção – v.11, n.16, jan./abr. 2010. AMARO, K; JATOBÁ, L; NETO, F. Desenvolvimento motor em escolares com dificuldades na aprendizagem. Movimento & percepção – v.11, n.16, jan./abr. 2010;

BACK, C. M. Z.; LIMA, I. A. X. Fisioterapia na escola: avaliação postural Revista Fisioterapia Brasil, Rio de Janeiro, 10(2): 72- 77, mar.-abr. 2009;

BADARÓ A; BASSO D. A saúde escolar por um olhar da fisioterapia. Convibra Saúde – v.01, p. 1- 9, out. 2012;

BARBIERI, ALINE; NOMA, AMÉLIA. Políticas Públicas de Educação e Saúde na Escola: Apontamentos Iniciais Sobre o Programa Saúde na Escola (PSE). Seminário De Pesquisa do PPE, p.1-18, jun. 2013;

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE; MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Saúde na Escola. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008;

FERREIRA I; MOYSES, Samuel; FRANÇA, B; CARVALHO, M; MOYSES, Simone. Percepções de gestores locais sobre a intersetorialidade no Programa Saúde na Escola. Revista Brasileira de Educação- v.19, n.56, jan/mar.2014.

CONHECIMENTO E OPINIÃO DE PUÉRPERAS ACERCA

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