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Avaliação das aprendizagens no curso Técnico/Multimédia

Para Zabalza (1994, p.230), as técnicas de avaliação são “qualquer intrumento, situação, recurso ou procedimento que seja utilizado para obter informação sobre o andamento do processo.”

“A função de avaliar corresponde a uma análise cuidada das aprendizagens conseguidas face às aprendizagens planeadas, o que se vai traduzir numa descrição que informa professores e alunos sobre os objetivos atingidos e aqueles onde se levantaram dificuldades.” (Ribeiro & Ribeiro, 1990, p.337)

Com a avaliação diagnóstica pretende-se verificar se o aluno possui os pré- requisitos para as novas aprendizagens, mas também os seus conhecimentos prévios e interesses sobre as mesmas. (Ferreira, 2007)

Para Ribeiro & Ribeiro (1990), o teste diagnóstico típico incide sobre um número limitado de objetivos, em torno dos quais se compõem grupos de perguntas, podendo existir várias perguntas para o mesmo objetivo.

O objetivo não é ter apenas uma “ideia geral” dos conhecimentos do aluno numa determinada área, mas sim verificar, um a um, se os pré-requisitos tidos como necessários para as novas aprendizagens foram já adquiridos. A análise de resultados tem em consideração cada um desses mesmos pré-requisitos e o resultado desse diagnóstico implica voltar ou não a tratar esses mesmos pré-requisitos (Ribeiro & Ribeiro, 1990). ”Iniciar a nova unidade sem acautelar, primeiramente, as bases sobre que assenta, é como insistir em subir ao 1º andar de uma casa que ainda nem chegou ao rés-do-chão. ” (Ribeiro & Ribeiro, 1990, p.345)

A avaliação diagnóstica não tem como objetivo classificar, pois pretendem verificar aprendizagens anteriores, pelo que não devem ser avaliadas fora de contexto, apenas pretendem facilitar o caminho a iniciar. (Ribeiro & Ribeiro, 1990)

Para realizar a avaliação diagnóstica, no inicio de cada módulo, depois de referir que iamos iniciar o módulo de video e, posteriormente, o módulo de som, procurei auscultar oralmente, no início da aula, as ideias dos alunos sobre os conteúdos a lecionar.

Já na prática da avaliação formativa, à medida que ia descrevendo os conteúdos desse módulo, ia perguntando a sua opinião sobre essa matéria,(por exemplo, quando falei de som, perguntei o que era o som), como foram poucos alunos, deu para ter uma ideia clara sobre os conhecimentos que estavam a aprender sobre esses conteúdos . Pois,

“a avaliação formativa acompanha todo o processo de ensino- aprendizagem, identificando aprendizagens bem sucedidas e as que levantaram dificuldades, para que se possa dar remédio a estas últimas e conduzir a generalidade dos alunos à proficiência desejada e ao sucesso nas tarefas que realizam”. (Ribeiro & Ribeiro, 1990, p.348)

Para Ribeiro & Ribeiro (1990) um teste formativo ocorre sobre um núcleo circunscrito de objetivos de uma unidade de ensino, avaliando em profundidade e não em extensão. Os mesmos autores consideram que os objetivos avaliados devem ser pertinentes e o momento de avaliação adequado, ou seja, “quando a eventual ausência das aprendizagens em questão ainda não está a ter efeitos negativos sobre outras aprendizagens que se lhes seguem e sobre as quais exercem influência” (Ribeiro & Ribeiro, 1990, p. 349).

Também após a lecionação dos conteúdos, coloquei os alunos em grupo para a realização de exercícios sobre os conteúdos acabados de ensinar e, através da observação durante a resolução dos mesmos, tentei acompanhar o desenvolvimento e o resultado final dos exercícios, para detetar as dificuldades à medida que iam aparecendo e intervindo nelas. A intervenção pedagógica consistia em voltar a explicar oralmente os conteúdos e procedimentos não compreendidos e em atribuir mais exercícios do tipo daqueles que não estavam a conseguir realizar, naquilo que Allal (1986) designa de regulação retroativa. Na parte prática, fazia um acompanhamento direto, para dar importância ao “como” o aluno reage, como pensa, em função das tarefas propostas, próximo do que Allal (1986) designa de regulação interativa.

A avaliação sumativa “procede a um balanço de resultados no final de um segmento de ensino-aprendizagem, acrescentando novos dados aos recolhidos pela avaliação formativa e contribuindo para uma apreciação mais equilibrada do trabalho realizada ” (Ribeiro & Ribeiro, 1990, p.359).

O seguite figura (Figura 5) descreve segundo Zabalza (1994) as várias modalidades das provas convencionais.

Figura 6-Provas convencionais- (Zabalza, 1994, p.246)

A avaliação sumativa estava prevista ser realizada através de fichas sumativas e exercícios práticos de vídeo e de som. Porém, devido ao desinteresse dos alunos para a realização das fichas sumativas, a prática desta avaliação foi somente efetuada através dos exercícios práticos.

Assim, no módulo de vídeo foi realizada uma atividade onde estava inserida todo o Agrupamento de Escolas Morgado Mateus, que consistia num registo fotográfico e de vídeo do desfile “Miss e Mr. Morgado Mateus”. Foi através desses registos que propusemos a criação de um vídeo, onde os alunos tentariam, num tempo limite, retratar o melhor possível o desfile. No que diz respeito ao módulo de som, foi também realizado um exercício prático onde foi avaliado o resultado final de inserção de som (sons envolventes e vozes) em animações.

O Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus decidiu, para os cursos profissionais, ter nos critérios de avaliação destinados 30 por cento da nota de

modalidades Escritas provas amplas ou de ensaio questões breves comentários trabalhos ou informações sobre determinados temas orais exames orais convencionais debates exposição autónoma do aluno comentários Prática provas de laboratório, realização, elaboração [...] de um produto

cada módulo a competências do domínio das atitudes e valores, onde estão inseridos conceitos tais como assiduidade, pontualidade, relação interpessoal, responsabilidade, autonomia e empenho, pelo que em ambos os módulos por mim lecionados tive esses critérios em consideração e respetivo peso na classificação final.

Os critérios de avaliação do módulo de vídeo foram divididos em três partes. Uma parte da atividade de recolha de imagens do desfile de Miss e Mr. Morgado de Mateus, que era composto pelos seguintes fatores:

 Participação;  Interesse;

 Voluntariou-se para participar nas diferentes atividades;  Aplicação dos conteúdos teóricos abordados;

 Manuseamento do equipamento;

 Responsabilidade na realização das tarefas agendadas.

A componente do trabalho final de edição de vídeo era organizado por:  Seleção correta das sequências a importar;

 Junção de sequências;

 Utilização correta das ferramentas “Mark In” e “Mark out”;  Alteração da duração de clips;

 Aplicabilidade de efeitos de transição entre clips;  Aplicabilidade de efeitos de vídeo;

 Utilização correta de efeitos de som e transição de sons;  Utilização de texto de sobreposição em clips;

 Personalização de títulos;

 Aplicação de técnicas de edição StopMotion ou Time Scale;  Utilização correta de sons ou banda sonora;

 Originalidade/pertinência das sequências;

 Cumprimento dos tempos de duração do projeto pré-definidos;  Cumprimento do prazo de entrega.

Na componente de relatório, estavam contemplados critérios como:  Cumprimento da estrutura de relatório pré-definida;

 Descrição correta e realista do evento;

 Descrição pormenorizada de todo o trabalho de pré-produção;  Identificação correta dos equipamentos utilizados;

 Descrição correta da disposição dos equipamentos no terreno;  Enumeração pertinente das dificuldades sentidas na cobertura do

evento;

 Conclusão clara e pertinente.

Os critérios de avaliação do módulo de som foram divididos em duas partes: exercícios das aulas e exercício final de edição de som. Foi previamente comunicada aos alunos a existência dessas duas partes de avaliação. Foram acrescidos critérios da competências do domínio de atitudes e valores, constituídas por: participação, interesse na participação, aplicação dos conteúdos práticos e aplicação dos conteúdos teóricos abordados nas aulas. No exercício final de avaliação sumativa já se considerava outros critérios, tais como:

 Seleção correta do som a importar  Sincronização entre som e imagem

 Utilização correta das ferramentas “Silenciar”, Filtros e equalização, Multipista,

 Som em toda duração de clips

 Som correto para a situação concreta  Utilização de uma história com fundamento  Personalização de vozes para as personagens

 Aplicação de técnicas de edição para melhorar a qualidade do som  Utilização correta de sons de fundo ou banda sonora