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Apesar de muitas empresas circunstanciarem a avaliação dos factores de ordem económica à região geográfica onde estão localizadas, no caso concreto do projecto Rosas Santa Isabel, pese embora, a empresa esteja localizada na zona centro do país e o principal mercado para escoamento dos seus produtos ser o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), entende-se não fazer sentido considerar exclusivamente os dados de natureza económico- financeira afectos a esta região, pois estrategicamente a empresa produz a pensar numa carteira de clientes bastante heterogénea e dispersa geograficamente, o facto de estar contemplada a

possibilidade da realização de vendas via on-line ajuda de certo modo a justificar a decisão tomada relativamente ao critério seguido na análise dos factores abordados.

Na avaliação dos factores que poderão influenciar o sucesso do negócio, foi dada especial ênfase à variação percentual do Produto Interno Bruto (PIB); Consumo Privado; Índice Harmonizado de Preços no Consumidor; Taxa de Juro; Taxa de Desemprego e Custos Energéticos.

a) Produto Interno Bruto (PIB)

O Produto Interno Bruto (PIB) representa o valor do Output final total de todos os bens (produtos e serviços) produzidos internamente numa economia ao longo de um determinado período de tempo, geralmente um ano (GEM 2007).

Este indicador pode ser representado de forma simplificada através da seguinte relação (equação 10).

Esta variável ajuda a explicar os níveis de investimento e consumo verificados num país. O crescimento sustentado do PIB, tende a impulsionar o investimento e o aumento do consumo, o contrário, é em parte responsável pela contracção da actividade empresarial e redução da procura (Freire, 2006).

Em 2010, o PIB aumentou 1.3% em volume face ao ano anterior. Para 2011 e 2012 as actuais projecções apontam para uma contracção de -2% em 2011 e de -1.8% em 2012, que ao verificar- se conduzirá à diminuição da procura interna com consequências em particular ao nível do consumo e investimento (Banco Portugal, Jun. 2011).

No que toca às exportações, beneficiando da consolidação do crescimento económico mundial, prevê-se que cresçam 7.7% em 2011 e 6.6% em 2012 respectivamente, apresentando um ligeiro abrandamento face ao crescimento 8.8%, verificado em 2010 (Banco de Portugal, Jun. 2011).

b) Consumo Privado

Relativamente ao consumo privado, apesar deste ter crescido 2.3% em 2010, a tendência é para decrescer -3.8% em 2011 e -2.9% em 2012 (Banco de Portugal, Jun.2011).

Das adversidades que mais afectam a diminuição do consumo privado, constam as restrições orçamentais a que a maioria das famílias estão sujeitas, dificuldades de acesso ao crédito,

Equação 10

aumento da tributação e incerteza quanto ao rendimento futuro influenciado pelas condições adversas do mercado de trabalho.

c) Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (Taxa de Inflação)

Sobre este índice para 2011 antecipa-se um maior crescimento dos preços no consumidor, que deverão crescer até 3.4% e em 2012 até 2.2%. Este aumento dever-se-á em parte às novas taxas do IVA implementadas em meados de 2010 e início de 2011, assim como ao aumento significativo do preços de alguns bens e serviços sujeitos a regulação, sem esquecer o aumento do preço de petróleo (Banco de Portugal, Jun.2011).

d) Taxa de juro

Em relação ás taxas de juro do mercado monetário interbancário, tudo aponta para que a curto prazo, durante o ano de 2010 permaneçam em níveis reduzidos, e sofram um ligeiro aumento em termos médios anuais no decorrer de 2011. A longo prazo, as projecções contemplam um aumento contínuo destas mesmas taxas (Banco de Portugal, 2010).

Sobre o impacto que as taxas de inflação e juro têm sobre a actividade empresarial, é importante reter a seguinte ideia:

“Baixas taxas de inflação e de juros proporcionam maior confiança e reduzem os custos dos agentes económicos favorecendo o investimento por parte das empresas e a aquisição de bens e serviços por parte dos consumidores. Elevadas taxas de inflação e de juros têm naturalmente o efeito inverso na economia”. (Freire, 2006, pag.67).

e) Taxa de desemprego

O nível desemprego em Portugal é uma das condicionantes com que as Rosas Santa Isabel e outras empresas terão que conviver nos tempos mais próximos, e que pode influenciar o sucesso de negócio pela negativa, pois a sua influência sobre a procura e poder de compra das famílias é bastante acentuada. De acordo com os indicadores fornecidos pelo Eurostat em Dezembro de 2010, situou-se nos 10.9%, prevendo-se que continue a subir em 2011, assumindo particular destaque o desemprego de longa duração (12 ou mais meses).

f) Custos Energéticos

Em relação aos custos energéticos, o seu peso é determinante para o desenvolvimento e competitividade da economia de um país. Em Portugal a baixa produção de energia oriunda de fontes primárias está totalmente associada à produção de energias renováveis, o que faz com que a nossa dependência energética face ao exterior seja significativa.

Como agravante desta dependência, alia-se o facto dos preços praticados internacionalmente serem bastante elevados e voláteis constituindo um elevado factor de risco para o desenvolvimento da nossa economia e competitividade empresarial (Banco de Portugal, 2010). Deste modo, as previsões apontam para que os custos com energia a suportar por particulares e empresas aumentem 5% em 2011, quer em função da subida dos preços das matérias primas associadas à sua produção, quer por influencia do aumento da taxa normal do IVA (Banco de Portugal, 2010).

6.3.3.1 – Conclusão

Face à conjuntura económica com que o País de confronta, às projecções apresentadas no âmbito nas alíneas anteriores e às estabelecidas pelas várias agências de Rating Internacional”1, que apontam para que durante o ano de 2011 a economia portuguesa possa entrar em recessão, é de admitir que o projecto a implementar vá encontrar um cenário macroeconómico não muito promissor, que obrigará a empresa Rosas Santa Isabel a uma Gestão Estratégica do negócio bastante cuidada, independentemente do estudo e análise realizada no capítulo 10, indicar a viabilidade económico financeira do projecto.