pelo (s) seu (s) promotor (es). Quando tal período de tempo é ignorado, devem-se aceitar
todos os projectos em que o seu payback (PRI), seja inferior ao seu período de vida.
e) Análise de Sensibilidade e Risco
Esta análise tem como objectivo avaliar de que forma é que os resultados obtidos via estudo de viabilidade, podem ser afectados por alterações ocorridas nos pressupostos desse estudo. Por outras palavras, encontrar resposta para as seguintes questões:
1. O que é que acontece aos resultados do plano de negócio, se os pressupostos atendidos na análise de viabilidade económica e financeira se alterarem?
2. Quais os pressupostos que podem ter maior ou menor influência sobre os resultados previstos? Se por um lado a análise abordada, dá a conhecer os pressupostos que influenciam os resultados do estudo de viabilidade, por outro, é importante conhecer os que não exercem qualquer influência.
A tomada de conhecimento dos pressupostos não influentes no resultado do estudo de viabilidade, impõe a realização de uma análise de contingências associada à envolvente contextual do projecto e a classificação desses pressupostos.
Sobre o controlo que os órgãos da gestão podem ter sobre estes pressupostos, uns em parte são geríveis e controláveis pela acção directa do gestor, outros ingeríveis e incontroláveis.
Nos primeiros podem-se incluir entre outros: i. Aumentos salariais;
ii. Variação de preços e descontos;
iii. Saídas de pessoal especializado da empresa; e, iv. Perdas de produção por avarias no processo. Nos segundos:
i. Catástrofes naturais;
ii. Oscilações nas taxas de inflação e câmbio;
iii. Preços de matérias-primas (petróleo, aço, gás, etc.); iv. Acções ofensivas da concorrência;
v. Alterações legislativas;
vi. Conflitos políticos e instabilidade económico-social, entre outros. Este tipo de análise, pode ser feita de acordo com vários métodos:
e.1) O método das opções reais; e.2) As taxas de actualização ajustadas; e.3) Método do equivalente certo; e.4) Modelo financeiro dinâmico; e.5) Analise de sensibilidade simples; e.6) Simulação Monte Carlo; e,
e.7) Árvores de decisão e avaliação de risco.
2.3.4.7 – Conclusão
Para terminar a estrutura do plano de negócios deve ser feita uma abordagem conclusiva sobre o estudo de viabilidade efectuado, justificando a viabilidade ou inviabilidade do projecto em causa com alusão aos pressupostos considerados no estudo.
2.3.4.8 – Anexos
Neste tópico devem ser anexados os questionários, orçamentos e outro tipo de documentação pertinente que tenha servido de base para a elaboração do respectivo plano de negócios.
2.3.5– Indicações e detalhes a considerar num Plano de Negócios
O sucesso de um plano de negócios está dependente de alguns aspectos que vale a pena realçar. Deste modo é fundamental que o respectivo plano seja:
i. O mais simples possível em termos de estrutura; ii. De fácil entendimento e execução;
iii. Objectivo e mensurável;
iv. Clarificador quanto aos recursos humanos e materiais exigidos; v. Ilustrativo de orçamentos detalhados e actualizados;
vi. Suportado por um modelo financeiro sólido e fundamentado; e, vii. Realista nos objectivos definidos a todos os níveis.
Um bom Plano de Negócios deve em primeira instância criar a quem o analisa uma expectativa bastante elevada face à probabilidade de sucesso, mesmo que a sua leitura tenha sido feita na diagonal e não tenha ocupado mais de 20 minutos.
A fundamentação do conhecimento do mercado e ideia de negócio deve ser clara, concisa e objectiva. Deste modo, o sumário executivo, assim como otexto escrito, deve ser de fácil leitura, bem espaçado, com marcações, ilustrado se possível com gráficos e pequenos quadros financeiros. Tendo sempre em mente facilitar a interpretação de conteúdos e a formação de juízos de valor positivo. A inclusão de análises mais detalhadas deverá ser efectuada em apêndice.
Nesta perspectiva, a interpretação dos textos e números deve ser compensada pelo uso de gráficos que possam conter dados relevantes, de fotos e desenhos capazes de fornecer informação e detalhes sobre o produto, processo de produção e localização do empreendimento, entre outros aspectos. Igualmente a metodologia usada deve prender atenções e facilitar a leitura do respectivo plano.
Hoje em dia, ninguém está disponível para ler “testamentos”. Deste modo é importante que um plano de negócios não apresente um sumário executivo que ultrapasse as 5 folhas e as 50 de texto escrito, não contando com os índices, gráficos, desenhos e páginas de apêndices com as projecções financeiras mensais e anexos de outra natureza.
a) Dez regras para elaborar um Plano de Negócios
Os planos de negócio são de certa forma, todos diferentes, pois dependem do sector da actividade e da fase de desenvolvimento do negócio. No entanto, existem princípios gerais aplicáveis a todos os casos, sobre os quais importa reter as seguintes ideias:
1. O plano de negócios deverá apenas conter a verdade. A omissão de ou distorção de dados, mais tarde ou mais cedo aparece a descoberto;
2. O empresário e restante equipa de gestão deverão actuar como planeadores (Félix, 2008); 3. A afinidade profissional ao plano de negócio, por parte do empresário, deve ser proporcional
à com que gere a actividade empresarial;
4. O planeamento do negócio não consiste exclusivamente num mero preenchimento de folhas de cálculo, deve clarificar a ideia, fundamentos e a visão do empresário;
5. Nos planos de acção as tarefas aí registadas devem ser reais em termos de exequibilidade, responsabilidades atribuídas e prazos de implementação;
6. O plano de negócios deverá citar todas as fontes de informação, se possível com os documentos que serviram de suporte (Félix, 2008);
7. Os pressupostos e risco deverão ser explicitamente mencionados e incorporados nas folhas de cálculo (Félix, 2008);
8. O empresário deverá solicitar o apoio de advogados, contabilistas e outros consultores especializados com vista à optimização do planeamento do negócio;
9. O empresário ou a equipa de gestão deverão ter uma aproximação pró-activa de venda do seu plano de negócios (Félix, 2008);
10. As apresentações, e todos os seus passos, deverão ser ensaiadas antes da fase final (Félix, 2008).
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA
3.1 – Introdução
A metodologia usada na pesquisa, recolha e processamento de dados, assume um papel determinante no desenrolar de qualquer estudo que se proponha obter respostas de forma fidedigna, face as questões levantadas no âmbito do problema a estudar.
No caso concreto da elaboração e análise do estudo de viabilidade económico e financeira aqui considerado, a metodologia foi pensada e ajustada por forma a responder integralmente a todas as questões levantadas na sequência na análise do problema de estudo, particularmente no que toca aos aspectos a considerar nas fases de identificação, preparação, avaliação, decisão, realização do projecto e concretização dos objectivos no âmbito do mesmo fixados.
Os dados obtidos são simultaneamente de natureza qualitativa e quantitativa. Os primeiros, são provenientes maioritariamente dos estudos e investigação realizada no âmbito da revisão da literatura seleccionada para o efeito e de diagnósticos elaborados por iniciativa de empresas de consultadoria, entidades ligadas ao sector de actividade e organismos de prestação de serviço público, com especial destaque para:
i. Associação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais; ii. Banco de Portugal;
iii. GesEntrepreneur;
iv. Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2007); v. Instituto Nacional de Estatística (INE);
vi. Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI); e, vii. Ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP).
Quanto aos dados quantitativos, há que considerar dois tipos: aqueles que retratam em termos ilustrativos o sector na sua globalidade, que à semelhança dos qualitativos podem ser obtidos seguindo a mesma via, e os que servem de base para a elaboração do relatório final do estudo de viabilidade económica ou financeira do projecto a implementar. Estes últimos, serão na sua maioria obtidos por via de trabalho de campo, com recurso a inquéritos, questionários, realização de entrevistas e solicitação de orçamentos junto de potenciais fornecedores.
Sobre os orçamentos obtidos, estes funcionam como qualquer outro método utilizado na recolha de dados de natureza quantitativa, o seu fundamento é indicar o montante global dos custos associados à implementação do projecto, para confrontar em fase oportuna com as receitas da actividade de exploração.