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avaliação dos cursos de graduação, visando identificar as condições de ensino oferecidas aos estudantes, especificamente nas dimensões: a) perfil do corpo

(EAD) 75 4.1 Apresentação do Problema e hipóteses de investigação

2 avaliação dos cursos de graduação, visando identificar as condições de ensino oferecidas aos estudantes, especificamente nas dimensões: a) perfil do corpo

docente, b) instalações físicas; e c) organização didático-pedagógica; e _

3 avaliação do desempenho dos estudantes, substituindo o antigo Exame Nacional de Cursos (ENC) pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), que busca avaliar o valor agregado pela instituição à formação do aluno. Neste caso, as dimensões a serem observadas são aquelas previstas nas diretrizes curriculares de cada curso de graduação.

A avaliação das instituições de ensino superior, ponto de partida para todos esses processos avaliativos, tem como objetivo identificar o seu perfil e o significado de sua atuação, por meio de suas atividades, cursos, programas, projetos e setores. O trabalho dos avaliadores deve respeitar a diversidade e as especificidades das diferentes organizações acadêmicas e ter, como princípios, as diferentes dimensões institucionais, dentre as quais, obrigatoriamente:

I a missão e o plano de desenvolvimento institucional;

II a política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as respectivas formas de operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, as bolsas de pesquisa, de monitoria e demais modalidades;

III a responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no que se refere à sua contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural;

IV a comunicação com a sociedade;

V as políticas de pessoal, as carreiras do corpo docente e do corpo técnico-

administrativo, seu aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e suas condições de trabalho;

VI organização e gestão da instituição, especialmente o funcionamento e

representatividade dos colegiados, sua independência e autonomia na relação com a mantenedora, e a participação dos segmentos da comunidade universitária nos processos decisórios;

VII infraestrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca, recursos de informação e comunicação;

VIII planejamento e avaliação, especialmente os processos, resultados e eficácia da autoavaliação institucional;

IX políticas de atendimento aos estudantes;

X sustentabilidade financeira, tendo em vista o significado social da continuidade dos compromissos na oferta da educação superior.

O SINAES passa por constantes modificações. Dentre elas, em 2007, foi instituído o e- MEC, um sistema eletrônico para o fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação da educação superior do sistema federal de educação, por intermédio da portaria normativa MEC nº 40, de 10 de janeiro de 2007, que proporcionou grande agilidade aos processos avaliativos.

Em 2008, foi instituído o Índice Geral de Cursos da Instituição de Educação Superior (IGC), pela Portaria normativa MEC nº 12, de 5 de setembro de 2008. O IGC consolida informações relativas aos cursos superiores constantes nos cadastros, censo e avaliações oficiais, disponíveis tanto no INEP quanto na CAPES. O IGC representa um avanço na área da estatística dos processos de avaliação e consolidou-se pela Portaria normativa MEC nº 10, de 2 de julho de 2009: um resultado satisfatório no IGC, adicionalmente a um resultado satisfatório na avaliação institucional externa, dispensa os cursos de graduação de serem avaliados para renovação do reconhecimento por comissões externas.

Também em 2009, os instrumentos de avaliação de cursos – objetos deste estudo – começaram a ser sistematicamente revisados, com cerca de duas novas publicações por ano, conforme será detalhado no terceiro capítulo.

2.5.3 Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI)

Em 2007, dentro de sua política de expansão com qualidade e inclusão social, o governo Lula instituiu o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Apesar de a palavra avaliação não constar no decreto que o formaliza, e da palavra qualidade aparecer apena uma vez5, o REUNI estabeleceu novos parâmetros do que vem a ser um bom desempenho institucional, principalmente para a graduação, que é o seu foco (BRASIL, 2007):

Art. 1 Fica instituído o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, com o objetivo de criar condições para a

ampliação do acesso e permanência na educação superior, no nível de graduação,

pelo melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes nas universidades federais.

§ 1º O Programa tem como meta global a elevação gradual da taxa de conclusão

média dos cursos de graduação presenciais para noventa por cento e da relação de

alunos de graduação em cursos presenciais por professor para dezoito, ao final de cinco anos, a contar do início de cada plano.

_

5 Art 2º - diretrizes: “III - revisão da estrutura acadêmica, com reorganização dos cursos de graduação e atualização de

Em princípio, se as metas não são atingidas, os recursos são reduzidos. Resta observar como sucede a verificação das metas e qual o seu impacto nas avaliações realizadas no âmbito do SINAES. A meta de 90% de taxa de conclusão pode ser objetivamente verificada, independentemente de sistema de avaliação, mas outras metas são mais complexas, como:

Art. 2º ... diretrizes:

II - Ampliação da mobilidade estudantil, com a implantação de regimes curriculares e sistemas de títulos que possibilitem a construção de itinerários formativos, mediante o aproveitamento de créditos e a circulação de estudantes entre instituições, cursos e programas de educação superior [...].

Entendemos que esta verificação será possível apenas por meio de um ajuste nos procedimentos de avaliação das condições de ensino dos cursos de graduação. Para haver coerência entre REUNI e SINAES, o indicador “Objetivos do Curso” precisa ter seus critérios modificados: agora não bastaria apenas se alinhar com os objetivos institucionais, mas também com os princípios do REUNI.

Os indicadores para avaliação de cursos de graduação assumiriam, então, uma nova dimensão: além de observar as condições de ensino, precisariam voltar-se para os resultados quantitativos determinados por seus gestores.

Intencionalmente, optamos por não exprimir julgamento de valor sobre esta questão por considerá-lo prematuro para este momento, já que ainda não se passou o tempo necessário para verificar a amplitude de suas consequências. Toda a trajetória do ensino superior mostrada até o momento deixa evidente o fato de que a descontinuidade é uma rotina na gestão pública brasileira e, portanto, ainda não há como se saber agora o destino do REUNI, e suas consequências.

Ao término do governo Lula, o ensino superior precisa continuar crescendo, conforme atesta a Câmara de Educação Superior do CNE, em um encontro para avaliar os resultados do PNE (2001-2010): “a taxa de escolarização líquida da população de 18 a 24 anos continua muito baixa (13,6%), indicando o fracasso da meta PNE (2001-2010) de inserir ao menos 30% desta faixa etária na ES até o final da década.” (CNE, 2010, p. 4). A expansão precisa continuar e as instituições são pressionadas para se expandirem, mas seu financiamento é condicionado a que assegurem a qualidade do seu ensino.

Este capítulo apresentou o histórico do ensino superior e das políticas para sua avaliação. Dando continuidade à contextualização da pesquisa realizada, o capítulo seguinte traça um levantamento histórico e crítico das diretrizes específicas para a avaliação de cursos de graduação a distância.