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Avaliação interna e externa como processos de melhoria

“Avaliar as escolas com rigor implica conhecer a natureza e

configuração especiais que tem como instituições enraizadas numa determinada sociedade. Por outro lado, é imprescindível ter em conta o caracter único, irrepetível, dinâmico, pleno de valores e imprevisível de cada instituição escolar”.

Guerra (2002, p. 270)

A avaliação de desempenho docente vinculado num processo de desenvolvimento que incorpora não só a prestação de conta, regulação, orientação e certificação mas também uma estratégia ligada a vertente de formação contínua do professor, com base na participação, coresponsabilização e reflexão critica. Conforme aponta Sanche (2008) no processo de desempenho exige, além dos suportes exigidos, um bom disgnóstico da escola, representando um caminho não só um processo de auto-avaliação mas também a

81 avaliação interna podem estabelecer. Alaíz et al (2003, p. 16) define a avaliação interna como “aquela em o processo é conduzido e realizado exclusivamente (ou quase) por membros da comunidade educativa da escola”. Processo que deve emergir da vontade dos responsáveis pela escola e dos próprios docente, não somente com a finalidade de controlo e de prestação de contas entre outros constrangimentos que afectam o processo, mas visionado como possível indicador de potencialidade transformacional qualitativo das políticas educativas das escolas. Na mesma linha de pensamento está o autor Elias (2008) ao afirmar que a avaliação interna

“é aquela em que processo é conduzido e realizado exclusivamente pela própria comunidade educativa da escola (conselho pedagógico, equipa de avaliação, docentes). Tem por finalidade proceder a uma análise sistemática da escola, de modo a obter informação sobre o funcionamento e os resultados da sua escola, com vista a identificar os s eus pontos fortes e fracos e a possibilitar a elaboração de planos de melhoria. Avaliação externa é a que é efetuada por uma agência ou instituição externa a escola”. P. 143

Ao ser apontado como mecanismo de auxílio as outras avaliações de escola, a sua construção exige o sentido coletivo de pertença, realçando o desenvolvimento da comunidade ligado a avaliação como instrumento para sistematização a elaboração de uma plataforma que garanta mudanças significativas, transformando e melhorando a vida da escola. Tratando-se de uma modalidade realizada dentro da própria escola, pelos próprios profissionais, concordamos com à Bolívar (2012) destaca a relevância que os estabelecimentos de ensino tem sobre a construção dos seus respetivos instrumentos, com capacidade de mudança, visando responder também os problemas e exigências externas. A avaliação interna contribui para cooperação e reciprocidade entre membros de uma escola, a regulação continua, e alcance da eficácia escolar.

Em suma, a avaliação interna é um instrumento que permite na identificação de indicadores de sucesso e insucesso da escola, num processo de reflexão e colaboração, com a finalidade de melhorar os espetos pretendidos, a partir de planos construídos de acordo com o contexto. Essa avaliação deve funcionar como dispositivo simples e exequível, baseada na pertinência do contexto, primando pela coerência, eficiência e eficácia, face ao desenvolvimento da organização, ótima articulação organizacional, e assim, compreender melhor as práticas realizada e o seu sentido de existência.

82 A avaliação externa como uma das componentes da avaliação de escola, enquadra- se também no contexto de melhoria. Favorece à demais a obtenção do conhecimento sobre a organização em causa, ajuda na deteção de pontos fracos e fortes garantindo a melhorias dos mesmos. É definida por Alaíz et al (2003, p. 16) como aquele “processo realizado por agentes externos a escola (pertencente a agencia de avaliação publica ou privada), ainda que com a colaboração indispensável de membros da escola avaliada”.

É percecionado por muitos, como instrumento decisivo no processo de melhoria e de estratégia de desenvolvimento, com base nas outras avaliações. Atuando de fora para dentro, tem como finalidade analisar as dimensões negociadas, para que seja possível produzir linhas orientadoras de desempenho e organização, elaborando planos que contenham condições de sustentação da própria estrutura, enquanto organização educativa. Tal como afirma Coelho e Oliveira (2010, p. 79) “realizada a nível nacional e consiste num sistema de avaliação das aprendizagens em vigor, tendente a analisar o sucesso escolar e o grau de cumprimento dos objetivos educativos definidos como essência pela administração educativa”. Por conseguinte é um processo que de acordo com Nevo (2007)

citado por Pacheco (2014, p. 33) serve como incentivo para melhorar a qualidade das

atividades de avaliação interna das escolas, de modo a sugerir os seus próprios critérios de avaliação em desafio aos critérios externos/nacionais. Ao enquadrar-se no âmbito institucional, a dinamização deste processo oferece repercussões com base no seu funcionamento, na sua gestão, nas aprendizagens tanto dos alunos, como para organização, melhoramento das práticas, processos, de modo que, os padrões de qualidade exigidos pelas políticas educativas sejam alcançados.

É clara a nossa certeza que se convertermos o processo de avaliação interna e externas em processos de contínuos e de reflexão e a ação, articulado numa logica de aceitação e responsabilidade de comunidade educativa e de o desenvolvimento com rigor, pode converter-se num instrumento eficaz de desenvolvimento profissional dos docentes e de melhoria da compreensão teórica e da prática educativa, beneficiando todos os envolvidos no sistema de ensino. Vale lembra que, ganha maior incidência e pertinência o processo de avaliação interna das escolas, como ferramenta da qualidade e instrumento de melhoria ao permitir visitar a sua própria estrutura organizativa, suas práticas, isto é, toda a sua ação, refletindo sobre o próprio conceito de ensinar.

83 Tendo em conta as perspetivas defendidas por defensores de cada modalidade avaliativa, concluímos afirmando que, ambas desempenham um papel de realce na identificação de prioridades no plano de melhoria de cada escola. Olhando para esta vertente, corroboramos com Sanches (2008) quando salienta que, as escolas deverão organizar-se (ex) internamente no sentido de estimular uma cultura avaliativa em processos permanentes e que promova analise das atividades realizadas, dos resultados, dos diagnostico dos pontos fortes e fracos, da formulação dos seus objetivos, metas, estratégias e planos de ações, isto é, planificar e estruturar o funcionamento geral, de modo conjunto.

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6.

Avaliação do desempenho docente no contexto angolano