Capítulo 5 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE REGULAÇÃO DA
5.5. Avaliação da educação superior
5.5.4. Avaliação in loco realizada pelo INEP
Após a fase de análise documental, os procedimentos regulatórios da educação superior são encaminhados ao INEP para realização de avaliação in loco, ressalvadas as hipóteses de sua dispensa.
Após o despacho saneador satisfatório ou parcialmente satisfatório, relativo à análise documental, proferido pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, os processos de autorização e reconhecimento de cursos, bem como credenciamento de instituições, e suas respectivas renovações serão encaminhados eletronicamente ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), para a realização da atividade de avaliação, de responsabilidade desta entidade.678 A atividade de avaliação da educação superior constitui referencial básico para os processos de regulação da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua
675
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 35-C, caput.
676
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 35-C, § 2º.
677
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 35-A.
678
181 qualidade.679 Nos casos em que houver impugnação da avaliação, a avaliação será apreciada pela Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA).680
A tramitação do processo eletrônico no INEP se iniciará com a geração de código de avaliação no sistema e-MEC e a abertura de formulário eletrônico de avaliação para preenchimento pela instituição.681
Para cada processo, o INEP designará uma comissão de avaliação in loco, composta por três avaliadores (para avaliação de instituições) ou dois avaliadores (para avaliação de cursos), sorteados pelo sistema e-MEC dentre os integrantes do Banco de Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES (Basis).
As avaliações in loco devem ser realizadas no endereço constante do processo eletrônico de solicitação do ato autorizativo,682 em data informada pelo INEP por meio do e-MEC, com a utilização, pela Comissão de Avaliadores, dos instrumentos de avaliação e seus respectivos formulários de avaliação eletrônicos – estes previamente preenchidos pelo requerente, no prazo de 15 (quinze dias), para cursos, e 30 (trinta) dias, para instituições, sob pena de arquivamento do processo.683 A Comissão deverá proceder ao registro fiel e circunstanciado das condições concretas de funcionamento da instituição ou curso, bem como aferir in loco a exatidão dos dados informados pela instituição, a fim de elaboração de relatório, com a atribuição do conceito da avaliação,684 sendo vedada à Comissão a realização de recomendações ou sugestões à instituição avaliada, sob pena de nulidade do relatório.685
Após o recebimento do relatório, a Diretoria de Avaliação da Educação Superior do INEP atestará o trabalho realizado para fins de encaminhamento do pagamento do Auxílio Avaliação Educacional (AAE), em retribuição à participação em processo de avaliação.686
679
Decreto nº 5.773/2006, art. 1º, § 3º.
680
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 13-A.
681
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 14, caput.
682
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 14-C, parágrafo único.
683
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 15, caput e §§ 1º a 3º.
684
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 15, §§ 4º a 6º.
685
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 16, caput.
686
182
5.5.4.1. Impugnação do resultado da avaliação
Após a inserção do relatório da Comissão de Avaliadores no sistema e-MEC, o INEP notificará, simultaneamente, a instituição e a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, que terão o prazo comum de 60 (sessenta) dias para impugnar o resultado da avaliação. Havendo impugnação, será aberto prazo comum de 20 (vinte) dias para contrarrazões das Secretarias ou da instituição, conforme o caso.687
Caso haja impugnação, após decorrido o prazo para contrarrazões, o processo será submetido à Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA), que deverá apreciar conjuntamente apenas as manifestações da instituição e das Secretarias competentes inseridas no sistema e-MEC, e poderá decidir, de forma motivada, caso não entenda ser caso de manutenção do relatório impugnado: (a) pela reforma do parecer da Comissão de Avaliação, com alteração do conceito, para mais ou para menos, conforme se acolham os argumentos da instituição ou da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior; (b) anulação do relatório e parecer, com base em falhas na avaliação, determinando a realização de nova visita. Não é possível à CTAA a realização de diligências ou verificações in loco. A decisão da CTAA é irrecorrível na esfera administrativa e encerra a fase de avaliação.688
A impugnação da avaliação tem natureza recursal, uma vez que enseja a reforma do relatório de avaliação. No entanto, tal recurso possui natureza distinta caso seja interposto pela instituição ou pela SERES. O interesse recursal que pode existir para a instituição é o de reformar no todo ou em parte o relatório de avaliação por motivos formais e/ou materiais que possam ter de alguma maneira a prejudicado na avaliação. No caso do recurso interposto pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, o interesse recursal na impugnação reside na necessidade do relatório de avaliação conter fundamentos claros e objetivos para a tomada da decisão regulatória. Nesse caso, o recurso tem a natureza similar à dos embargos de declaração do processo civil, a fim de garantir que o relatório seja reformado por conter omissão, contradição ou obscuridade que torne difícil ou impossível a decisão administrativa regulatória. Dessa maneira, não deve prosperar a prática, que por vezes já ocorreu, da autoridade
687
Portaria Normativa nº 40/2007, art. 16, §§ 1º a 3º.
688
183 administrativa impugnar relatório de avaliação meramente pela existência de conceitos insatisfatórios.
5.5.4.2. Avaliação como referencial para a regulação em sentido estrito
Os resultados da avaliação de cursos e instituições no ciclo avaliativo constituem referencial básico dos processos de regulação e supervisão da educação superior, neles compreendidos o credenciamento e a renovação de credenciamento de instituições de educação superior, a autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos de graduação.689 A avaliação, como referencial básico para a regulação, resultará na atribuição de conceitos, conforme uma escala de cinco níveis.690
No entanto, o conceito obtido na avaliação não vincula a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, uma vez que, para decisão final a respeito de atos autorizativos relativos a cursos, ou parecer a respeito de atos autorizativos relativos a instituições, deverá ter como referencial o relatório de avaliação, mas também deverá considerar o conjunto de elementos que compõem o processo.691
5.6. Regulação em sentido estrito da educação superior: decisão administrativa e