• Nenhum resultado encontrado

4 IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE PCP

4.2 PLANO DE MÉDIO PRAZO

4.2.2 Avaliação do plano de médio prazo

Nas reuniões de PPC, programadas para a primeira segunda-feira de cada mês, além de apresentar a programação do mês, foi apresentado a avaliação das atividades do mês anterior, conforme Figura 21. A planilha de avaliação do plano de médio prazo é baseada na planilha de planejamento de médio prazo, porém com o acréscimo de 3 novas colunas, que são os itens: % realizada, eficiência e motivo, descritos abaixo.

• % realizada: representa o percentual real executado do pacote de trabalho;

• Eficiência: é a porcentagem relacionada entre o que foi programado e efetivamente realizado, por exemplo, se o programado era executar 100% do forro de gesso dos banheiros do terceiro pavimento da Torre Jurerê, acesso A e na verdade foi executado somente 20%, a eficiência da atividade foi de 20%;

• Motivo: é a razão pela qual a atividade programada não pode ser executada em sua totalidade.

Figura 21 - Modelo de Planilha de Avaliação do Plano de Médio Prazo

Fonte: autora (2017).

Os motivos atribuídos a impossibilidade de execução das atividades foram baseados na lista de Mattos (2010) exposta no Quadro 6.

Quadro 6 - Lista de motivos

A partir do mês de março, ao final de cada mês, foram feitas as avaliações do plano de médio prazo, obtida pela comparação do percentual realizado com o percentual previsto, tendo como resultado a eficiência das atividades que estavam programadas para o período de acordo com a fórmula abaixo.

Eficiência =% realizada % prevista

No mês de março houve o alinhamento das equipes de produção e do processo de implementação do PCP. De acordo com o Gráfico 2, o mês foi marcado por chuvas acima da média, acarretando em atraso na execução dos serviços de fachada como: reboco, textura e pintura, instalação de esquadrias, ACM e recuperação estrutural (resultado da torção de uma viga pré-moldada).

Como solução para o atraso da instalação das esquadrias, predecessora as instalações das divisórias em gesso acartonado, adotou-se a instalação das divisórias em drywall, até dois metros da periferia evitando assim que as placas molhassem em dias de chuva, possibilitando a continuidade do serviço.

Gráfico 2 - Índice pluviométrico, Florianópolis.

Na planilha de avaliação do mês de abril, os motivos relacionados às atividades não executadas na sua totalidade planejada indicam baixa produtividade de mão de obra e atraso na tarefa antecedente.

A empresa responsável pela execução das divisórias em gesso acartonado, que teve bom desempenho no pavimento ático, obteve baixa produtividade de mão de obra no pavimento imediatamente inferior e, portanto, não atingiu a porcentagem planejada para o terceiro pavimento no mês de abril. A atividade que faz parte do caminho crítico, visto que as instalações elétricas, hidrossanitárias, contrapiso são sucessoras a este serviço, apontou a necessidade da obra criar um plano de ataque. Para isso realizou-se reunião com o empreiteiro a fim de entender as dificuldades encontradas. Discutiu-se um aumento de efetivo e foram locadas 4 novas PTAs (duas por acesso) para agilizar a fixação das placas nas salas de pé direito duplo, local de maior dificuldade de instalação.

Os contratos de prestação de serviço firmados entre empreiteiros e construtora/incorporadora, previam apenas um efetivo mínimo e permitiam um efetivo oscilatório, desde que combinados antecipadamente com o setor de planejamento e que fossem atingidas as metas de produção programadas. Os descumprimentos dos percentuais de planejamento estavam vinculados a cláusulas contratuais, que permitiam a construtora, nesse caso, reincidir o contrato sem necessidade de pagamento de multa.

Um dos fatores que influenciou o atraso de atividades foi à ausência de detalhamento do processo construtivo de fachada, que não apontava a necessidade de tratamento dos frisos.

Com o propósito de solucionar o frequente aparecimento de fissuras e infiltrações, ocasionadas pela movimentação da estrutura pré-moldada, foi adotado o aprofundamento dos frisos e aplicação de mastique, visto que as fissuras eram reincidentes em fachadas, resultando em retrabalho de reboco, textura e pintura.

No mês de maio, novamente o volume de chuvas foi acima do esperado, refletindo negativamente no andamento dos serviços externos. Uma postura adotada foi o cobrimento com lona das fachadas, evitando assim o encharcamento dos panos em que estavam programadas as atividades tornando possível a retomada dos serviços após a chuva. Mesmo diante das dificuldades e do atraso nos serviços de fachada o PCP no mês de maio teve

efetividade de 76%. Para Mattos (2010), um patamar entre 75% - 85% representam um bom desempenho das equipes sobre uma programação desafiadora.

Figura 22 - Execução de reboco - Jardim interno

Fonte: autora (2017).

No mês de junho as empreiteiras de maneira geral tiveram um bom desempenho, porém a média do PPC ficou em 67%, porcentagem mais baixa durante todos os mêses de estudo. A empresa de granito foi a que apresentou o pior índice, apenas 12% de efetividade, atrasou em várias frentes de serviço como, por exemplo: piso dos lobbys, soleiras das lojas 28, 29 e 33, e os rodapés do pavimento ático. A marmoraria, prestadora de material e mão de obra no empreendimento, apresentou atraso na entrega de materiais e quando o material atrasado chegava a campo por vezes estava com a medida errada não sendo possível ajustar as dimensões em obra, sendo necessário fazer o pedido novamente, além de em alguns momentos a equipe estar reduzida no canteiro, pois deslocavam operários para outra obra.

A entrega dos elevadores também foi um fator de atraso no elemento circulação, pois além de atrasar o serviço propriamente dito, não liberava frente de trabalho para a execução do piso cerâmico e colocação de soleira dos halls dos elevadores. Além disso, não

foi possível a utilização dos elevadores para transporte vertical da obra, sendo necessário postergar a retirada do guincho de coluna e grua.

O efeito cascata provocado pelo atraso da empresa de gesso foi sentido no mês de julho, visto que a empresa de pintura não pode entrar em todas as salas do terceiro pavimento para dar a primeira demão, pois a tarefa antecedente não estava 100% concluída.

O sequenciamento dos serviços que tinham como ordem de execução fundos- frente foi refeito e a pintura entrou nos dois acessos simultaneamente, porém priorizando as salas de pé direito simples que já estavam finalizadas. Além disso, a segunda demão de pintura interna do pavimento ático, prevista apenas para agosto, foi antecipada, a fim de evitar ociosidade da equipe e não acarretar em perda do prazo final.

Para o mês de agosto, paralelo a programação mensal, preparou-se um cronograma diário com um horizonte de quatro semanas específico para o pavimento ático, a fim de tornar o processo de controle mais rigoroso possibilitando a conclusão de todas as atividades no pavimento. O cronograma das quatro semanas foi executado 100% sem nenhuma ressalva e encontra-se disponível no APÊNDICE XXXII.

No ático, local onde se iniciaram as atividades e nas salas de pé direito simples do terceiro pavimento, após o último serviço programado, limpeza final dos conjuntos e circulações, foi possível realizar dentro do prazo, a entrega das primeiras salas aos clientes.

Figura 23 - Conjunto - Pavimento Ático Concluído

Figura 24 - Circulação - Pavimento Ático Concluído

Fonte: autora (2017).

Documentos relacionados