4 IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE PCP
4.3 PLANO DE CURTO PRAZO
4.3.1 Elaboração e difusão do plano de curto prazo
O plano de curto prazo é composto pelas atividades relacionadas no plano de médio prazo e também por serviços auxiliares necessários para as atividades programadas acontecerem.
Após a preparação dos planos ocorre a etapa de difusão da informação. Para isso foram realizadas reuniões semanais com a participação de todos os empreiteiros com serviço ativo na obra. As reuniões ocorreram nas segundas-feiras às 13h30min na sala de reunião do escritório da obra, durante as semanas de implementação do processo de PCP tendo inicio em 13 de março de 2017.
Figura 25 - Sala de reunião da obra em estudo
Fonte: autora (2017).
Os pacotes de trabalho programados para a semana eram discutidos com os empreiteiros durante as reuniões, de forma que os mesmos se comprometessem a disponibilizar a mão de obra e materiais para ter condições de fazer o plano acontecer.
Figura 26 - Modelo de Planejamento de Curto Prazo
Fonte: autora (2017).
Ano/mê
s Semana Torre Pavimento Serviço Empresa
Resp. Empreiteira Resp. Construtora % previsto
2017/03 5 Jurerê A Ático Tratamento de furos vigas, pilares Geral Civil Gilmar Samantha 100% 2017/03 5 Jurerê A Térreo Soleira da rampa Marmoraria Marcos Samantha 100% 2017/03 5 Jurerê B 2º Recuperação pedra quebrada Marmoraria Marcos Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B 3º Reboco interno Geral Civil Gilmar Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê A 3º Instalação das caixas dos hidrantes Hidráulica Anderson Samantha 100% 2017/03 5 Jurerê B 3º Instalação das caixas dos hidrantes Hidráulica Anderson Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B 3º Instalação derivações hidrossanitárias banhos Hidráulica Anderson Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B Lobby B Colocar canetas SPK Hidráulica Anderson Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B 3º Linhas de infra ar condicionado e exaustão Ar Cond. Paulo Bruna 50% 2017/03 5 Jurerê B 3º Primeira placa de Drywall (partes baixas) Drywall Paulo Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B 3º Tratamento de furos vigas, pilares Geral Civil Gilmar Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B APP Peitoril do muro do lago/canal Marmoraria Marcos Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B Ático Fita Para-raio Elétrica Fabiano Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B Ático Prumadas elétrica - Salas técnicas e lixeira Elétrica Fabiano Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B Ático Conclusão campainhas Elétrica Fabiano Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê A Ático Conclusão campainhas Elétrica Fabiano Samantha 100% 2017/03 5 Jurerê B Ático Segunda placa de Drywall + fita Drywall Paulo Bruna 100% 2017/03 5 Jurerê B Escada Demolição da laje das escadas Geral Civil Gilmar Bruna -100% 2017/03 5 Jurerê B Geral Furação para prumadas (para raio) Furos Paulo Bruna 100%
Motivos 1- Alteração ou erro de projeto / 2- Falta de mão de obra do empreiteiro/ 3- Baixa produtividade da mão de obra/ 4- Superestimação da produtividade/ 5- Retrabalho/ 6- Falta de material/ 7- Falta de equipamento/ 8- Condições metereológicas adversas/ 9- Falta de frente de serviço/ 10- Interferência com outros serviços e/ou equipes/ 11- Atraso na tarefa antecedente/ 12- Alteração ou erro de programação 2017/03 Programação Semanal - PPC Março - Semana 5 - 27 à 31/03
Além da apresentação dos planos era discutido com cada empreiteiro, o desempenho da sua empresa referente à semana anterior. As reuniões foram fundamentais para garantir o engajamento de todos os profissionais envolvidos.
O primeiro ponto trabalhado foi à conscientização da equipe a respeito de segurança do trabalho e a importância da qualidade nos serviços executados a fim de evitar o retrabalho, a perda de prazo e custos extras.
Baseados no conceito Lean Construction, foram criadas planilhas de verificação de serviços com itens “chave” que devem ser observados durante o processo de execução e conferência, de forma a atentar para pontos críticos e que podem refletir uma alteração de cronograma. O APÊNDICE X apresenta um modelo de planilha de verificação de serviço.
Outro conceito implementado foi o Programa 5S que é um modelo de programa que tem por finalidade deixar o ambiente limpo, organizado e seguro continuamente. O conceito 5S refere-se a cinco palavras japonesas que traduzidas para o português significam os seguintes sensos: seleção, organização, limpeza, saúde/higiene e autodisciplina.
A implementação do conceito 5S foi desenvolvida pela autora e equipe técnica da obra por entender que o programa tem por objetivo deixar o local de trabalho autoexplicativo, auto-organizável e auto melhorável, antecedendo a implementação de um Sistema Lean.
O programa 5S foi disseminado através de comunicação interna, todos os funcionários receberam treinamento, realizou-se votação para eleger os lideres 5S, esses responsáveis pela avaliação dos sensos nos diferentes setores da obra, além de orientarem a equipe no desenvolvimento de melhorias e padronização de processos, a fim de atingir os objetivos do programa que são a criação e manutenção de um ambiente agradável a todos, redução de acidentes de trabalho, otimização do tempo e aumento da produtividade trazendo como resultado a melhoria da qualidade do produto.
As reuniões semanais de PPC iniciavam com imagens e comentários referente as não conformidades e boas práticas realizadas na semana anterior. Durante todo o processo buscou-se garantir o engajamento de todos os funcionários, sendo assim todos foram estimulados continuamente a sugerir melhorias.
A Figura 27 é um modelo de padronização de etiquetas sugerido pelo setor de suprimentos da obra.
Figura 27 - Campanha de Engajamento 5S - Sugestão de Etiquetas
Fonte: CFL, (2017).
A Figura 28 mostra algumas das boas práticas realizadas no canteiro de obras, como por exemplo, organização, separação de resíduos (gesso, madeira, tinta) e utilização racional de material descartável.
Figura 28 - Implementação do programa 5S – Canteiro de Obras
Utilizando de comunicação visual foram instalados avisos orientativos em diferentes setores da obra e escritório, de forma a trabalhar os diferentes “s” do programa como exemplificado na Figura 29.
Figura 29 – Campanha de Engajamento 5S - Orientações
Fonte: CFL, (2017).
Através do acompanhamento diário das atividades no canteiro de obras a autora pode perceber que as plataformas de trabalho em altura (PTAs) não estavam sendo bem aproveitadas. A fim de evitar gastos desnecessários com máquinas paradas desenvolveu-se um relatório de acompanhamento diário dos equipamentos, disponível no APÊNDICE XI. O relatório que era atualizado diariamente, e que ficava exposto no mural da obra, servia de alerta para os responsáveis de cada setor, permitindo desta forma o direcionamento correto da mão de obra para a utilização das máquinas impedindo assim a sua ociosidade e efetividade da tarefa.
As reuniões semanais passaram a ser efetivas no dia 13 de março, visto que nos meses iniciais a autora atuou no levantando de dados e preparação dos planos.
A fim de registrar as ocorrências periódicas das reuniões e dos assuntos discutidos, a empresa utiliza uma lista de presença e uma ata de reunião que é o próprio PPC
impresso e assinado pelo prestador de serviço, sendo assim, o empreiteiro se compromete a executar as atividades listadas no período acordado. A lista de presença, conforme modelo no APÊNDICE XII, é assinada por todos os empreiteiros e corpo técnico presente.
Com a elaboração do plano de ataque para conclusão do pavimento ático, no mês de agosto as reuniões de PPC passaram a ser diárias e ocorriam as 8h no escritório da obra com duração média de 15 minutos. A reunião era conduzida de forma objetiva a fim de identificar possíveis desvios de programação possibilitando assim a tomada de ações necessárias para garantir a execução dos serviços programados dentro do prazo. O plano de ação atingiu o objetivo e o pavimento Ático foi concluído.
Os planos de curto prazo e o plano de ação das 4 semanas, encontram-se disponíveis no APÊNDICE XIII ao APÊNDICE XXXII.