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Avaliações

No documento Síndrome de Down (páginas 40-51)

4 MÉTODO

4.1. Procedimentos

4.1.5 Avaliações

- Ficha de identificação dos participantes:

Esta ficha foi elaborada para aquisição de dados como idade, sexo, registro dos dados antropométricos e dados detalhados das avaliações realizadas para controle do pesquisador durante o período de coleta e para preservar o participante de algum dano fisco ou psíquico proveniente do mau procedimento de pesquisa.

No segundo momento, foram realizadas as avaliações antropométricas e de aptidão física como descritas no quadro abaixo (Quadro 1). Os instrumentos estão descritos com detalhamento em seguida.

Quadro 1 - Testes e variáveis analisadas.

TESTE O QUE AVALIA TEMPO MÉDIO

DE APLICAÇÃO International Physical

Activity Questionnaire IPAQ

Nível de atividade física 7 min

Medidas Antropométricas (massa corporal e

Altura)

IMC - índice de massa

corporal 2 min

Imagem Corporal Satisfação / insatisfação

com a imagem corporal 5 min

Timed up and go –

TUG Risco de queda 2 min

Teste de Caminhada 6 Min -TC6M

Capacidade funcional /

nível de atividade física 8 min

Manovacuômetria Força muscular

respiratória 15 min

Dinamometria Força manual 5 min

Flexibilidade Flexibilidade 3 min

Fonte: próprio Autor.

• Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) – versão curta:

Este instrumento, IPAQ (International physical activity questionnaire) em sua versão reduzida, traduzida e validada para o Brasil é constituído de duas versões: a longa e a curta que possuem fácil aplicação e baixo custo. Em ambas as versões, o IPAQ (Anexo III), avalia o nível de atividade física realizada no trabalho, no lazer e em atividades domésticas, além do tempo em que o indivíduo permanece sentado em um dia típico de semana e em um dia típico de fim de semana, classificando

assim as atividades de cada domínio de moderadas a vigorosas (NUNES et al.,

2015; POLISSENI, 2014).

O IPAQ possui questões relacionadas à frequência (dias por semana) e à duração (tempo por dia) das atividades físicas realizadas pelo participante da

pesquisa na semana que antecedeu a entrevista, considerando sempre atividades

que foram executadas por pelo menos 10 minutos (min) contínuos de cada vez, integrando: caminhada (em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para o outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício); (b)

atividades moderadas (como pedalar leve na bicicleta; nadar; dançar; fazer ginástica aeróbica leve; jogar vôlei recreativo; carregar pesos leves; fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim, como varrer, aspirar, cuidar do jardim etc., mas sem incluir caminhada); e (c) atividades vigorosas (como correr; fazer ginástica aeróbica; jogar futebol; pedalar rápido na bicicleta; jogar basquete; carregar pesos; fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim etc.).

O conjunto dessas respostas gera o tempo total de prática de atividades físicas na semana, levando em conta também o tempo em atividades vigorosas.

É definido como inativo ou sedentário o participante que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 min contínuos durante a semana. Determina-se como irregularmente ativo A, quando o participante atinge a frequência de 5 dias/semana ou realiza atividades que cercam a duração de 150 min/semana. E como irregularmente ativo B quando o participante não atingiu nenhum dos critérios de frequência ou quanto à duração. Quando classificamos o participante como ativo ele cumpriu as recomendações de realização de atividade vigorosa com a pratica por 3 dias/sem e 20 min por sessão ou realizou atividade moderada ou caminhada em 5 dias/sem e aproximadamente 30 min por sessão ou ainda podem ser contabilizadas qualquer atividade desde que somadas cheguem a 5 dias/sem e 150 min/sem. e por fim o perfil de muito ativo segundo o IPAQ se dá quando o participante cumpriu as recomendações de: vigorosa: 5 dias/sem e 30 min por sessão ou moderada ou caminhada ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 min por sessão; ou qualquer atividade somada ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 min/sem (caminhada + moderada + vigorosa). Esses critérios são conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2010).

Estudos constataram que essa ferramenta possui coeficientes de validade e reprodutibilidade parecidas a de outros instrumentos, possibilitando o levantamento de grandes grupos populacionais tanto na forma curta, como na forma longa, representando uma ótima alternativa para comparações internacionais (MATSUDO, 2001).

• Antropometria:

O índice de massa corporal (IMC) da amostra foi calculado pelo quociente

massa corporal/estatura2, sendo o peso corporal expresso em quilogramas (kg) e a

estatura em centímetros (cm). Para a medida de estatura foi utilizado balança antropométrica mecânica 150Kg – da marca Welmy (Figura 2).

Figura 2 - Balança Antropométrica

Fonte: https://www.centermedical.com.br/balanca-medica-antropometrica-mecanica-150kg-welmy-110-ch/p

Para análise dos dados foram utilizados os valores de pessoas típicas definidas pela OMS, definida a partir do valor bruto de IMC. Nos idosos são estipulados dois pontos de corte diferentes dos adultos para o indicador de IMC (valores de IMC de 22,0 e 27,0), sugerindo então a seguinte classificação:

Quadro 2 - Índice de massa corporal OMS.

MEDIDA CLASSIFICAÇÃO

≤ 22,0 baixo peso.

> 22,0 e < 27,0 idoso com peso adequado (eutrófico).

≥27,0 e <30 sobrepeso

>30 obesidade

• Teste de imagem corporal:

Este teste, SMT (Silhouette matching task) ou como também é chamado de teste para avaliação da imagem corporal, foi elaborado por Stunkard et al., (1983) e adaptado por Mash e Roche (1996), possui uma tabela com 12 silhuetas humanas de ambos os sexos, em escala progressiva, desde a magreza (silhueta 1) até a obesidade severa (silhueta 12) (Figura 3), que avaliará a percepção da imagem corporal dos participantes da pesquisa.

Figura 3 - Teste para avaliação da imagem corporal.

Fonte: Mash e Roche (1996).

As figuras foram apresentadas aos participantes que foram avaliados e na sequência, os mesmos responderam às seguintes perguntas: a) “Qual a silhueta que melhor representa a sua aparência física atualmente? (silhueta real)”. Imediatamente o participante marcou ou apontou a figura que acreditava ser a sua silhueta real (SR).

Logo após faz-se a pergunta: b) “Qual a silhueta que você gostaria de ter? (silhueta ideal)”. Eles fizeram como na questão anterior relatando a figura que acreditava ser sua silhueta ideal (SI), o corpo que gostaria de ter. Em seguida a pesquisadora marcou no mesmo teste o corpo observado (CO) (MASH e ROCHE, 1996).

Analisamos assim a satisfação ou a insatisfação com a imagem corporal através da diferença entre a silhueta real e a silhueta ideal, apontadas pelo

participante. Para o grupo, o termo silhueta foi substituído por figura, para melhor compreensão por parte dos avaliados.

• Teste Timed up and go – TUG:

Este teste analisa o tempo gasto no percurso de 3 metros pelos participantes e o risco de queda. Inicia-se o teste em posição sentada com uma postura ereta, mãos sobre as coxas e os pés apoiados no chão. É importante frisar que este é um teste de tempo e que o objetivo é caminhar o mais rápido possível (sem correr). Ao sinal indicado, o participante levantou-se da cadeira, caminhou até um marcador (cone), contornou-o, retornou à cadeira e sentou o mais rápido possível.

O teste deve ser realizado uma vez para familiarização e uma segunda para tomada do tempo (MATHIAS; NAYAK; ISAACS, 1986).

Para analisar os resultados são considerados:

a) menos de 20 segundos para realização, correspondendo a um baixo risco para quedas;

b) de 20 a 29 segundos, a médio risco para quedas; c) 30 segundos ou mais, a alto risco para quedas.

Figura 4 - Teste Timed up and go – TUG.

• Teste de caminhada de seis minutos:

Neste teste, há uma adaptação do teste de corrida de 12 min de Cooper, analisamos a distância que o participante caminhou durante 6 min, em um espaço sem inclinações e obstáculos. A distância máxima percorrida é medida durante seis minutos, permitindo ao paciente determinar a velocidade dos passos e interromper a caminhada no caso de algum mal-estar, estando muito próximo das limitações que ocorrem na vida diária do indivíduo, e logo, avaliando sua capacidade funcional (ENRIGHT, 2003; MOREIRA; MORAES; TANNUS, 2001; ENRIGHT; SHERRIL, 1998).

O teste pode ser realizado em um espaço como um corredor, nós utilizamos a quadra e dois cones com distância entre eles de 30mts em cada lado do espaço delimitado para que o participante tenha um norte. Este teste é importante para avaliar a capacidade de exercício para diversos públicos e exigências, sendo de fácil aplicação, não causa danos a grande parte dos que são participantes, e pode ser realizado em qualquer horário do dia sendo assim muito dinâmico (PERECIN et al., 2003; OLIVEIRA; GUIMARÃES; BARRETO 1996; CANESIN et al.,1996).

Este teste pode ser realizado por pessoas saudáveis e enfermas para avaliar durante o exercício a aptidão física e a capacidade funcional através de sinais que são expressos durante o teste. É de baixo custo, fácil de ser realizado e simula uma atividade simples como a caminhada possuindo boa confiabilidade. O TC6M pode também completar testes físicos ao indicar e identificar aspectos relacionados ao estado de saúde das pessoas devido as variáveis fisiológicas do teste, como a

frequência cardíaca (FC) e saturação periférica de oxigênio (SpO2), além da escala

de Borg que classifica a percepção subjetiva do esforço. (MAZZOCCHI et al., 2012). A escala de percepção de esforço (EPE) desenvolvida por Borg, é definida como uma das ferramentas mais utilizados para a avaliação e quantificação das sensações de esforço físico independentemente de sexo, idade e condição física. É utilizada tanto no esporte de alto rendimento quanto na reabilitação física, onde monitora a magnitude do esforço físico, sendo um instrumento não invasivo, de fácil aplicação e de baixo custo (BORG, 2000).

Esta escala é usada tanto na área do esporte de alto rendimento quanto na área da reabilitação física, para acompanhar as possíveis modificações no sistema cardiorrespiratório causadas pelo exercício físico. (CASTAÑER et al., 2015).

Figura 5 - Escala de Borg.

Fonte: https://pebmed.com.br/como-interpretar-um-teste-ergometrico/

Casey et al., (2012) ao analisarem a confiabilidade teste-reteste do TC6M em indivíduos com SD e avaliarem o esforço percebido antes e depois do teste de caminhada, reconhecem uma limitação no uso desta escala, uma vez que ainda não foi validada para pessoas com SD.

Enright; Sherril (1998) relatam que no TC6M deve-se utilizar como critério a distância percorrida DTC6M, sendo que pessoas saudáveis devem realizar o teste e adquirir uma distância de 400 m a 700 m e quando a distância for menor que 300 m devem ser considerados com limitações importantes e com grau de mortalidade e morbidade preocupantes.

Figura 6 - Teste de caminhada de seis minutos

Fonte: Próprio autor.

• Teste de Manovacuometria:

Para avaliarmos a força da musculatura respiratória, realizamos a manovacuometria no qual é determinado com precisão a força da musculatura respiratória, pois permite a mensuração da musculatura inspiratória e expiratória, determinada pela pressão negativa e pressão positiva. Este instrumento já foi utilizado em grupos com SD, sendo possível observar mudanças nas medidas de força muscular respiratória (SGARIBOLDI et al., 2013).

A manobra foi realizada com o participante sentado, combinou-se com ele um gesto que identificou o momento de inspiração máxima e a expiração deve ser mantida de um a três segundos (pressão platô - Pplatô). Souza (2002), afirma que a postura pode influenciar nos valores de PEmáx e PImáx, logo, orienta-se que as mensurações sejam feitas sempre na mesma posição.

A literatura sugeriu que com um clipe nasal sobre o nariz, o paciente realizasse uma expiração até alcançar o volume residual e então o avaliador conecta a peça bucal do manovacuômetro na boca do avaliado e solicita uma inspiração máxima até a capacidade pulmonar total (COSTA et al., 2010).

Os valores obtidos na manovacuometria são expressos em centímetros de

ao nível de volume residual e por outro lado, a medida de pressão expiratória máxima (PEmáx) é feita a partir da capacidade pulmonar total. Cabe ao avaliador realizar a anotação dos três valores mais altos do teste, desde que não haja diferença de mais de 10% do maior valor da pressão mais elevada (mais negativa), alcançada após o primeiro segundo.

Figura 7 - Teste de Manovacuometria

Fonte: Próprio autor.

• Teste de força de preensão manual – Dinamometria:

Para avaliar a força de preensão manual foi realizada a medida em três tentativas utilizando o dinamômetro JAMAR®. O teste foi executado na mão direita e esquerda, respectivamente, com intervalo de um minuto. Os avaliados foram motivados a desempenhar a pressão palmar com a maior contração isométrica possível, mantendo durante cinco segundos, com o braço lateral ao tronco e fletido no ângulo de 90°, com o punho em posição neutra, seguindo as recomendações da American Society of Hand Therapists (FESS; MORAN, 1981).

Figura 8 - Teste de Dinamometria

Fonte: Próprio autor.

• Teste de flexibilidade:

Mauerberg de Castro, 2013, descreve o teste da seguinte forma: o participante se senta sobre uma fita métrica fixada no chão, com os joelhos estendidos e as mãos sobrepostas. O participante deve estender as mãos para frente o mais longe possível e manter-se nesta posição o tempo suficiente para que o avaliador anote suas medidas a partir do toque inicial, antes da flexão e após a flexão. O deslocamento entre os valores na fita métrica representa a amplitude de flexão de tronco.

Figura 9 - Teste de Flexibilidade

Fonte: Próprio autor.

Todo o procedimento de coleta de dados foi realizado durante o período de duas semanas, distribuído em 4 encontros com duração de quatro horas cada. As avaliações ocorreram sempre no período da tarde, no horário entre 13h e 17h. Este período na instituição participante era dedicado, rotineiramente, às práticas oferecidas no setor de atendimento às pessoas acima dos 35 anos que envolviam exercícios físicos, artes, música entre outras.

Durante a realização dos testes para a pesquisa os participantes eram chamados individualmente para serem avaliados pela equipe treinada pela pesquisadora principal, que liderava o grupo com quatro auxiliares de pesquisa.

Cada participante foi avaliado em até três encontros de acordo com sua disponibilidade física para os testes evitando-se a fadiga do avaliado.

O afastamento da rotina de atividades no local para realização dos testes, foi efetuado com anuência dos participantes voluntários, que retornaram as atividades após a finalização da coleta de dados.

No documento Síndrome de Down (páginas 40-51)

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