• Nenhum resultado encontrado

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.2 A Criança Cega ou com Baixa Visão

2.2.3 Baixa Visão

É considerado portador de Baixa Visão, aquele que apresenta dificuldades na capacidade de perceber luminosidade ou aquele em que a deficiência visual interfere ou limita o seu desempenho diário.

Baixa Visão traduz uma reduzida capacidade visual, que não melhora através de correcção óptica. Quando a acuidade visual se encontra abaixo de 1/10, é classificada como "profunda" (ACAPO, 2009).

Podemos distinguir dois tipos de Baixa Visão:

• Orgânica, quando há lesão do globo ocular ou das vias ópticas. • Funcional, quando não se verificam danos orgânicos.

A Baixa Visão funcional, quando unilateral, é passível de um tratamento reeducativo, que normalmente se traduz pela realização de exercícios de reabilitação adequados. Com frequência, atinge apenas um olho, deixando o outro intacto. É conhecida como “ambliopia”, e a causa mais comum é o estrabismo.

Baixa Visão orgânica é definida como uma condição na qual a visão da pessoa não pode ser totalmente corrigida por óculos, interferindo com as actividades diárias. A Baixa Visão pode ter várias causas, das quais Ladeira e Queirós (2002) destacam:

- Atrofia do Nervo Óptico, ou alteração das fibras do nervo óptico. Se for total, não há percepção luminosa. Pode ser hereditária, congénita ou adquirida.

55

- Alta Miopia, baseia-se num defeito de refracção elevado, frequentemente hereditário. Está associado a outros aspectos degenerativos.

- Cataratas Congénitas, perda de transparência do cristalino, origina perturbações e diminuição da acuidade visual. A visão periférica também está normalmente afectada, existe por isso uma grande dependência na funcionalidade e na autonomia. Geralmente é hereditária.

- Degeneração Macular, situa-se na zona central da retina, mácula, a visão periférica não sofre alterações pelo que não há problemas na mobilidade. A visão central é afectada por escotomas (áreas sem visão dentro do campo de visão).

- Glaucoma, patologia do olho em que a pressão intra-ocular é elevada por produção excessiva do humor aquoso, ou deficiência na sua drenagem. Pode ser de origem congénita, episódico, agudo ou crónico. Se não tratado conduz à cegueira.

Figura 2.2: Visão de um portador de Cataratas Congénitas

Figura 2.3: Visão de um portador de Degeneração Macular

56

Retinopatia Pigmentar – Alteração da retina, poder ser hereditária ou não. Visão tubular, há perda de visão periférica e consequentes problemas na mobilidade. Retinopatia Pigmentar – Alteração da retina, poder ser hereditária ou não. Visão

tubular, há perda de visão periférica e consequentes problemas na mobilidade.

Ainda segundo os mesmos autores, as consequências destas patologias, resumem-se a: Ainda segundo os mesmos autores, as consequências destas patologias, resumem-se a: - Percepção Turva: Contrastes pouco perceptíveis; distâncias mal calculadas; má

percepção do relevo; cores esbatidas.

- Percepção Turva: Contrastes pouco perceptíveis; distâncias mal calculadas; má percepção do relevo; cores esbatidas.

- Escotoma Central e Visão Periférica: Funciona apenas a retina periférica, que não é tão discriminativa; é em geral impeditiva das actividades realizadas com proximidade dos objectos, por ex: leitura; acuidade visual baixa.

- Escotoma Central e Visão Periférica: Funciona apenas a retina periférica, que não é tão discriminativa; é em geral impeditiva das actividades realizadas com proximidade dos objectos, por ex: leitura; acuidade visual baixa.

Figura 2.4: Visão de um portador de Glaucoma

Figura 2.5: Visão de um portador de Retinopatia Pigmentar

Figura 2.6: Visão de um portador de Percepção Turva

57

- Visão Tubular: A retina central funciona, logo a acuidade visual pode ser normal; a visão nocturna é reduzida, pois depende funcionalmente da retina periférica; é muito limitativa das actividades de autonomia.

- Visão Tubular: A retina central funciona, logo a acuidade visual pode ser normal; a visão nocturna é reduzida, pois depende funcionalmente da retina periférica; é muito limitativa das actividades de autonomia.

Ladeira e Queirós (2002) prosseguem a elucidação referindo ainda alguns problemas associados à baixa visão, que podem ser bastante impeditivos na realização de tarefas simples do dia-a-dia.

Ladeira e Queirós (2002) prosseguem a elucidação referindo ainda alguns problemas associados à baixa visão, que podem ser bastante impeditivos na realização de tarefas simples do dia-a-dia.

- Nistagmus, movimentos repetidos e involuntários de um ou ambos os olhos, resulta numa acentuada ineficiência visual, sobretudo da visão de longe. De natureza fisiológica ou patológica, congénito ou adquirido.

- Nistagmus, movimentos repetidos e involuntários de um ou ambos os olhos, resulta numa acentuada ineficiência visual, sobretudo da visão de longe. De natureza fisiológica ou patológica, congénito ou adquirido.

- Fotofobia, hipersensibilidade à luz, e inerente perturbação da acuidade visual (pelo consequente cerrar das pálpebras). São exemplo o Aniridismo e o Albinismo.

- Fotofobia, hipersensibilidade à luz, e inerente perturbação da acuidade visual (pelo consequente cerrar das pálpebras). São exemplo o Aniridismo e o Albinismo.

- Daltonismo ou anomalia na visão das cores, perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifesta-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. - Daltonismo ou anomalia na visão das cores, perturbação da percepção visual

caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifesta-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho.

Figura 2.7: Visão de um portador de Escotoma Central e Visão Periférica

Figura 2.8: Visão de um portador de Visão Tubular

58

Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão.

Pode dizer-se que uma pessoa é portadora de Baixa Visão a partir do momento em que esta se sente incomodada em realizar tarefas simples, que necessitem do uso da visão, como por exemplo, nas deslocações em espaços, familiares ou não, na concretização de tarefas do dia-a-dia, na escrita de documentos ou sempre que haja necessidade de um esforço suplementar para realizar qualquer destas tarefas.