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CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS

5.2. Perspectivas Futuras

A investigação desenvolvida ao longo deste estudo proporcionou o conhecimento de toda a problemática que envolve os condicionalismos vividos pelas crianças com deficiências visuais, o conhecimento da situação actual no que respeita a objectos e produtos de carácter lúdico/educativo e às suas implicações no desenvolvimento dessas crianças.

A utilização de brinquedos para crianças cegas e de baixa visão é um veículo para o desenvolvimento das suas capacidades, o uso destes objectos ajuda-as a ultrapassarem algumas dificuldades com que se deparam pela sua vida. Proporciona-lhes ainda a possibilidade de interagir com as outras crianças, sem deficiências, incluindo-se mutuamente nas brincadeiras umas das outras.

Face ao referido, parece-nos importante perspectivar desenvolvimentos e possibilidades futuras para a prossecução deste projecto.

Esta é uma área de amplo desenvolvimento, uma vez que a realidade assenta na carência de produtos com estas características, de brinquedos que pela sua forma, textura ou cores podem auxiliar as crianças com deficiências visuais na aquisição das competências necessárias à sua vida.

A investigação, tão necessária à conceptualização de projectos desta natureza, não deve ficar encerrada neste projecto. Todos os estudos que envolvem o conhecimento do ser humano nunca se podem considerar finalizados, a humanidade evolui, consequentemente todos os conceitos detidos se alteram e todos os pressupostos tidos hoje como certos, não o serão com certeza amanhã.

Também os conceitos de design, design inclusivo ou design centrado no utilizador progridem, estas são disciplinas dinâmicas, em permanente evolução, que apresentam constantemente novas soluções ou alternativas cada vez mais aperfeiçoadas, cada vez mais perfeitas de acordo com os objectivos que se pretende alcançar.

É por isso necessário ainda que se continue o percurso da investigação, que se inclua nos estudos a realizar os que mais podem beneficiar com os brinquedos criados: as crianças cegas, de baixa visão ou sem dificuldades visuais, podendo até ser portadoras de outras deficiências, mas com certeza que o seu contributo será inestimável para o sucesso das criações.

Os testes de usabilidade dos produtos que se podem realizar com a participação destas crianças são essenciais para garantia de que os brinquedos serão funcionais nos seus aspectos lúdicos, educativos e socializadores, e que terão viabilidade comercial, aspecto tão necessário para a indústria.

Em produtos desta natureza, com características específicas, a sua rentabilidade não será imediata. Há alguma certa necessidade que os consumidores se habituem a novos conceitos, a propostas que retêm características inovadoras, Demasiadas vezes, e porque o mercado ainda não apresentou respostas concretas, os consumidores não se apercebem das suas necessidades. É fundamental que seja o mercado a propor novos produtos, permitindo a satisfação do consumidor ao auxiliarem na superação de necessidades.

Os princípios orientadores do desenvolvimento de brinquedos e as perspectivas de comercialização dos mesmos passariam, em nosso entender, pela criação de uma marca aliada ao conceito que se quer transmitir, esta é uma necessidade, como se verificou, e referiu, no estudo realizado. A objectivação dos pressupostos é um imperativo, quer para a indústria, pois nenhuma empresa envereda pela comercialização de um produto sem o conhecer, quer para o seu público-alvo que precisa de reconhecer no produto que está à sua disposição as qualidades que vão satisfazer as suas necessidades.

A possibilidade de criar novos brinquedos, adequados às dificuldades destas crianças, é uma alternativa viável.

Brinquedos com outras formas, jogos de sociedade, ou que solicitem brincadeiras mais intimistas ou individuais, apelando a uma maior necessidade de concentração da criança. As hipóteses de criação são imensas, a fantasia, a criatividade e a imaginação

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não têm limites, este é um campo onde ainda há tudo para fazer, talvez até onde ainda seja possível descobrir novos horizontes para a criação.

Um destes “campos” pode ser a criação de livros tácteis, em Braille ou não, mas que auxiliem a aprendizagem da leitura dessa escrita para as crianças cegas, ou que cativem as crianças de baixa visão para o mundo fantástico da leitura, com a adopção de contos tradicionais infantis para as suas histórias, contos que todos conhecem e que por essa razão são adoráveis e deslumbrantes para todas as crianças, são histórias que cativam por si só. O recurso a novas histórias é igualmente uma possibilidade real, porque as crianças também gostam de novidades, do desconhecido.

Aqui a possibilidade de alargar o estudo a outras vertentes pode ser uma hipótese a viabilizar.

Trabalhos futuros podem, sem dúvida, incluir novas ideias e formas de concretização deste conceito, contribuindo dessa forma para a superação das limitações das crianças deficientes visuais, limitações que vão surgindo durante o seu crescimento. O recurso a aromas aliados a formas estimulantes e sugestivas de objectos tridimensionais ou elementos da natureza pode igualmente ser uma das vias a seguir. A utilização do olfacto aliado ao tacto é talvez uma outra maneira de apresentar novos conhecimentos às crianças deficientes visuais.

No final, a possibilidade de avaliar a viabilidade técnica e comercial da solução desenvolvida deve ser real, como já se referiu contando com a colaboração das crianças. Esta é também uma via para certificar a viabilidade dos produtos junto das empresas, para a consequente produção em larga escala dos brinquedos, e garantia da sua utilização no dia-a-dia das crianças, quer seja no seu lar, nos jardins infantis ou nas escolas que frequentam.

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