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Banca de Investimento

No documento DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS (páginas 78-83)

SÍNTESE DA ACTIVIDADE

Em 2003, a actividade de Banca de Investimento contribuiu com 8.0 milhões de euros para o lucro consolidado do Grupo e o seu ROE, situou-se em 50.4%.

O exercício de 2003 foi o primeiro completo, na sequência da reestruturação do Grupo, no final de 2002, em que a actividade do Banco Português de Investimento esteve, exclusivamente, concentrada nas linhas de negócio de Corporate Finance, Acções e Private Banking. A reorganização societária traduziu-se numa redução significativa da dimensão do Banco de Investimento, conferindo-lhe uma estrutura mais simples e adequada ao negócio. Foram transferidas para o Banco BPI as actividades próprias de banca comercial até então exercidas pelo Banco de Investimento, a função de gestão financeira do Grupo, o trading de taxa fixa e as principais participações. Em consequência, os capitais próprios médios afectos à Banca de Investimento foram reduzidos de 21.9 milhões de euros, em 2002, para 13.1 milhões de euros, em 2003.

O enquadramento manteve-se, em 2003, desfavorável à actividade de banca de investimento em Portugal, à

semelhança do verificado nos dois anos anteriores. A economia portuguesa registou um redução real do PIB e das principais componentes da procura interna, em especial da formação bruta de capital fixo que diminuiu 10%. O mercado primário de acções em Portugal manteve-se praticamente inactivo e o volume de transacções no mercado secundário de acções continuou em queda (-12% relativamente a 2002), apesar da valorização de 16% do mercado, medida pelo índice PSI-20.

Num contexto persistentemente desfavorável, os resultados obtidos e o desempenho da Banca de Investimento do BPI têm de ser considerados muito positivos.

Na actividade de corporate finance o BPI manteve a intervenção em sectores importantes da economia, nomeadamente nos sectores de telecomunicações, distribuição e pasta de papel, prestando serviços a empresas de relevo – Portugal Telecom,

Vodafone, Impresa, Jerónimo Martins, Modelo-Continente e Portucel, entre outras. Merece destaque, igualmente, a

intervenção do Banco, enquanto consultor, em diversos projectos de elevada notoriedade e relevância para o país e, em especial, para a região norte – Metro do Porto; API, promoção do turismo na região do Vale do Douro; e Casa da Música.

No mercado de acções, o BPI liderou e tomou firme uma das três operações realizadas no mercado primário e, no mercado secundário, prosseguiu a sua afirmação como broker Ibérico especializado em empresas de pequena e média capitalização. O BPI aumentou para 9.7% a sua quota no mercado

secundário de acções da Euronext Lisboa, registou um aumento de 65% no volume de transacções intermediado por Internet e, no mercado de futuros G, manteve a primeira posição no ranking com uma quota de 18% nas transacções de futuros do PSI-20 e a segunda posição no ranking, com uma quota de 19%, nos futuros sobre acções.

O research de acções do BPI foi alargado a 76 empresas ibéricas e a sua qualidade continuou, em 2003, a obter o reconhecimento nacional e internacional dos investidores institucionais.

Em paralelo, o Banco concluiu, com sucesso, a dupla migração da praça de Lisboa para os sistemas de trading e de clearing da Euronext, aumentou o volume de transacções intermediadas em bolsas estrangeiras, especialmente no mercado espanhol, e abriu um escritório em Madrid.

A actividade de private banking esteve orientada para a ampliação da oferta de produtos e fidelização de Clientes e privilegiou uma política de investimento e aconselhamento que, preservando o capital dos Clientes, proporcionasse uma valorização do seu património. Os activos sob gestão discricionária e aconselhamento ascendiam a 1 319 milhões de euros no final de 2003, o que corresponde a um crescimento anual de 4%.

Em 2003, a conjuntura macroeconómica portuguesa registou uma nova degradação, tendo-se verificado variações reais negativas do produto e das principais componentes da procura interna, em especial do investimento. Estes factores,

conjugados com o clima de incerteza geopolítica, estiveram na origem de uma nova retracção da procura de serviços de Corporate Finance e de um aumento da tensão concorrencial. 

A permanente preocupação do Corporate Finance do BPI com a satisfação das necessidades dos Clientes e com a qualidade das soluções propostas – de que resulta a crescente fidelização de um conjunto diversificado de Clientes – levou o Banco, ao longo de 2003, a prestar, apesar das condicionantes referidas, um conjunto de serviços de que se destacam os que se seguem.

CORPORATE FINANCE

FUSÕES, AQUISIÇÕES, REESTRUTURAÇÕES E CONSULTORIA

Impresa: organização, montagem e tomada firme Gda operação de aumento de capital, no montante aproximado de 20 milhões de euros.

Portugal Telecom: assessoria no processo de avaliação dos

activos de media do grupo.

Vodafone Telecel: conclusão da assessoria no processo de

consolidação do sector português das telecomunicações móveis e apoio à análise de decisões de investimento.

Radiotelevisão Portuguesa: assessoria no processo de

negociação das taxas de teledifusão.

ACE: assessoria na análise de decisões de investimento e de

financiamento.

Gescartão: assessoria à Gescartão, na segunda fase do

processo de privatização, e participação no sindicato de colocação da operação.

Portucel: assessoria à Portucel SGPS, no âmbito do processo

de privatização da Portucel S.A.: avaliação e apoio na análise das propostas apresentadas a concurso.

Manuel Inácio & Filhos: assessoria no processo de aquisição da

Sapropor.

Modelo Continente: assessoria na avaliação dos activos de

distribuição detidos pelo grupo no Brasil, para suporte de transacção interna já efectuada.

Unicer: conclusão da assessoria no processo de reestruturação

da Unicer Águas e apoio na análise de decisões de investimento.

Ibersol: assessoria na reestruturação da dívida do grupo e na

análise de decisões de investimento.

Amorim Lage: assessoria na análise de decisões de

investimento.

Jerónimo Martins: assessoria na análise de decisões de

investimento e em processos de avaliação.

Metro do Porto: assessoria nas parcerias público-privadas das

extensões do Sistema de Metropolitano Ligeiro e na definição das soluções financeiras para os interfaces e parques de estacionamento.

TAP – Air Portugal: conclusão do apoio à preparação do

processo de reprivatização do capital da empresa.

API – Agência Portuguesa para o Investimento: assessoria no

processo de promoção do turismo na região do Vale do Douro.

Casa da Música: consultoria na definição do modelo de

actividade.

Quimiparque: assessoria no processo de avaliação de activos

imobiliários.

Vista Alegre Atlantis: assessoria no processo de reorganização

empresarial e apoio em análise de projectos de investimento de internacionalização.

CTT / Mailtec: assessoria no processo de concentração dos

ACÇÕES

No ano de 2003 concluiu-se um dos períodos mais negativos para os mercados accionistas mundiais, quer pela magnitude das perdas, quer pela duração. O final da guerra no Iraque marcou o início da recuperação dos mercados accionistas; os indicadores de confiança dos investidores melhoraram e, principalmente, a economia americana deu também sinais positivos. Os mercados accionistas europeus recuperaram, desde o final de Março, cerca de 30%. Os mercados ibéricos não foram excepção, tendo o mercado espanhol registado uma valorização de 34%, enquanto o mercado português observou uma subida de 32%, no mesmo período. Apesar do enquadramento positivo, no mercado português continuaram a registar-se volumes de transacção baixos, sendo a média diária de 86 milhões de euros mais baixa do que as médias de 2002 e 2001: 98 milhões de euros e 139 milhões de euros, respectivamente.

No Grupo BPI, 2003 foi o primeiro ano em que o negócio de acções foi desenvolvido integralmente no Banco de

Investimento, após a incorporação da BPI Dealer, em Dezembro de 2002. Este processo, a par de outras medidas de racionalização, permitiu uma diminuição em cerca de 30% dos custos relacionados com esta área de negócio.

Mercado primário de acções

O mercado primário continuou praticamente inactivo em Portugal, já que apenas se concretizou a privatização da Gescartão. Outras operações de privatização que o mercado esperava foram adiadas. Em 2003, foram realizados dois aumentos de capital: o do BCP e o da Impresa. O BPI liderou e tomou firme o aumento de capital reservado a accionistas da Impresa.

Mercado secundário de acções

O BPI gerou, no mercado secundário, comissões no valor de 3.9 milhões de euros (uma variação homóloga positiva de 5%). Esta variação reflecte o aumento da quota de mercado do BPI, no mercado português, de 6.1% para 9.7%, bem como o aumento de transacções de acções em bolsas estrangeiras, especialmente no mercado espanhol. Estes factores contrariaram o impacto da diminuição do volume de transacções no mercado português e da pressão sobre as comissões.

Em Novembro de 2003, concluiu-se, com sucesso, a dupla migração da praça de Lisboa para os sistemas de trading Ee de clearing Eda Euronext. Esta migração determinou a escolha de um novo sistema de negociação e back office E pelo BPI, o que implicou elevados investimentos em recursos financeiros e humanos.

A BPI Online, corretora do BPI a operar via Internet, registou um aumento de 65% no volume de transacções

intermediado, que se pode comparar com o crescimento de 33% do mesmo volume no mercado português de corretagem por Internet. Em 2003, a BPI Online atingiu, assim, uma quota de mercado de 7%, no segmento de corretagem via Internet, o que compara com 5.6% em 2002. O ritmo desta evolução positiva da quota de mercado acelerou nos últimos meses de 2003, tendo a BPI Online atingido o quarto lugar do ranking. Desta forma, a BPI Online, com investimentos relativamente reduzidos, aproximou-se e ultrapassou mesmo alguns dos seus principais concorrentes.

Research e vendas

A cobertura de research abrangia, no final de 2003, 76 empresas ibéricas, 43 das quais constam nos índices PSI-20 ou IBEX 35. Entre as empresas cobertas, 49 são espanholas e 27 são portuguesas. As principais adições à lista de empresas cobertas, desde Janeiro de 2003, foram: Abengoa, Acerinox, FCC, Indra, Novabase, Prisa, Recoletos, Sogecable e Tubacex.

Em 2003, o research do BPI continuou a ser distinguido nos principais rankings relativos a esta actividade. A qualidade do research foi distinguida pelos investidores institucionais, quer internacionalmente, através da Institutional Investor; quer, em Portugal, através do prémio de melhor equipa de research em Portugal atribuído conjuntamente pelo Semanário Económico e pela Deloitte.

O research do BPI obteve ainda boas classificações a nível europeu pela qualidade das estimativas e pelas

recomendações relativas a empresas ibéricas.

O BPI subscreveu o serviço de uma empresa externa que permanentemente monitoriza e avalia a qualidade das recomendações, bem como a capacidade de previsão dos respectivos analistas de research. Esta medida pretende estimular a qualidade do serviço prestado na área de Acções.

O BPI continuou a organizar roadshows para empresas ibéricas, nomeadamente para: Bankinter, Banco Popular, Banco BPI, Ebro Puleva, Enagás, Impresa, NH Hoteles, Novabase, Portugal Telecom, PT Multimedia e Sonaecom.

Trading

A actividade de trading (incluindo a arbitragem) teve um contributo positivo, para os resultados de 2003, no valor de 3.7 milhões de euros. Em 2002, o contributo foi de 1.5 milhões de euros.

No mercado de futuros, quer no que diz respeito à actividade por conta de Clientes, quer no que respeita à actividade por conta própria, o BPI continuou a ter um lugar de liderança nos futuros sobre o índice PSI-20 (18% de quota e primeira posição no ranking) e nos futuros sobre acções (19% de quota e segunda posição no ranking). O BPI foi, também, líder destacado, entre os operadores domésticos, na negociação de futuros e de opções sobre índices no MEFF (bolsa espanhola de derivados).

Em 2003, o serviço de Private Banking do BPI concentrou- -se em proporcionar soluções de investimento capazes de aumentar o retorno dos activos sob gestão ou aconse- lhamento do Banco. Neste sentido, e sempre com o principal objectivo de preservar o património dos Clientes, privilegiou- -se uma política de investimento e aconselhamento baseada na exposição a activos de taxa de juro com perspectivas atractivas quanto à relação risco / retorno. Ao longo do ano, e sobretudo no segundo semestre, procedeu-se ao

incremento gradual da exposição a acções, beneficiando-se, assim, da recuperação dos mercados accionistas.

Destaca-se o aumento significativo dos recursos afectos a produtos de investimento de valor acrescentado, nomeadamente, fundos de investimento – próprios e de terceiros –, planos de poupança, seguros de capitalização e produtos estruturados. Salienta-se, neste âmbito, o sucesso das soluções de investimento “à medida” – quer sob a forma de seguros de capitalização quer sob a forma de obrigações –, bem como o êxito dos produtos estruturados indexados à inflação e o das aplicações geridas discricionariamente pelo Private Banking. 

Integrando a oferta no final de 2002, com o objectivo de proporcionar uma optimização fiscal dos investimentos e uma maior eficiência na gestão dos activos e na fidelização dos Clientes, os seguros de capitalização geridos pelo Private Banking representavam, no final de 2003, a principal componente do volume total de seguros de capitalização do Grupo e uma parte significativa do volume de activos geridos discricionariamente pelo Private Banking.

O volume de negócio ascendia, em 31 de Dezembro de 2003, a 1 794 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 9% relativamente ao final do ano anterior. Daquele total, cerca de 1 319 milhões de euros diziam respeito a activos sob gestão discricionária ou aconselhamento efectivo do BPI Private Banking (aumento de 4%), 395 milhões de euros eram relativos a participações estáveis sob custódia (aumento de 25%) e 80 milhões de euros correspondia a crédito concedido a Clientes (aumento de 14%).

PRIVATE BANKING

BPI (Suisse), S.A.

O exercício de 2003 foi o primeiro completo da BPI (Suisse) S.A., unidade de negócio cuja actividade se iniciou em Julho de 2002. A Sociedade oferece um serviço de private banking a Clientes particulares de elevado património. A actividade centrou-se, em 2003, na divulgação do serviço oferecido e na angariação de novos Clientes.

Principais indicadores do Private Banking Valores em milhões de euros

2002 2003

2001 2000

1999 1998

Gestão discricionária e aconselhamento 1 340 1 413 1 546 1 382 1 264 1 319

Gestão discricionária 655 729 697 518 511 426

Aconselhamento 685 684 849 864 753 893

Participações estáveis sob custódia 338 452 334 373 316 395

Crédito concedido – 58 82 71 70 80

No documento DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS (páginas 78-83)