• Nenhum resultado encontrado

2002 DO BANCO DE PORTUGAL

No documento DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS (páginas 115-119)

Análise financeira RESULTADOS CONSOLIDADOS

AVISO 4 2002 DO BANCO DE PORTUGAL

Em Junho de 2002, entrou em vigor um novo regime de provisionamento e dedução dos fundos próprios de menos- -valias, na carteira de participações em entidades não sujeitas à supervisão do Banco de Portugal ou do Instituto de Seguros de Portugal. O novo regime aplica-se na situação em que aquelas menos-valias excedem 15% do correspondente valor de aquisição (Aviso 4 / 2002 do Banco de Portugal).

Do montante de menos-valias latentes que exceda 15% do valor de aquisição, um mínimo de 40% deverá ser coberto por provisões enquanto o remanescente será subtraído aos fundos próprios, para efeitos de cálculo do rácio de requisitos de fundos próprios.

Para as menos-valias em 30 Junho de 2002 (data de entrada em vigor do Aviso 4 / 2002) em participações adquiridas até 31 de Dezembro de 2001, foi definido um regime transitório que estabelece o provisionamento e dedução dos fundos próprios, de modo gradual até 2006. O regime transitório permite que, em 2002 e 2003, se possam constituir provisões por contrapartida de reservas, não havendo portanto

Recursos captados

Os recursos de Clientes com registo no balanço consolidado do Grupo ascendiam, em 31 de Dezembro de 2003, a 13 876.1 milhões de euros, o que correspondeu a um crescimento de 0.7%, relativamente a 2002.

Os recursos de Clientes com registo no balanço da actividade doméstica aumentaram 0.6%, ascendendo a 13 389.3 milhões de euros, valor que representa 96% do total de recursos de Clientes no balanço do Grupo. Os depósitos de Clientes diminuíram 0.4%, o que reflecte uma

desintermediação de recursos do balanço, sendo que a redução em 7.4% dos depósitos a prazo e o aumento em 10.6% dos depósitos à ordem esteve essencialmente associada à preferência dos Clientes por liquidez.

O saldo dos recursos captados através de produtos estruturados aumentou 8.8%, ou seja, 136.8 milhões de euros. Deveu-se este aumento à colocação de novas emissões estruturadas, maioritariamente indexadas a taxa de juro, num montante de 478.9 milhões de euros, enquanto ao longo do ano se venceu um montante significativo de emissões, nomeadamente as indexadas a mercados accionistas. No final de 2003, a dívida titulada colocada junto de Clientes tinha uma maturidade residual de 2.5 anos.

Refira-se que na actividade em Angola, os recursos de Clientes no balanço cresceram 21.1%, ascendendo a 486.7 milhões de euros.

Em complemento ao crescimento da base de recursos de Clientes do Grupo BPI, privilegiou-se, durante o ano de 2003, a captação de recursos de médio e longo prazo junto de investidores institucionais. O contexto desta medida, caracterizado pela descida dos spreads de crédito nos mercados internacionais e por uma percepção mais

optimista dos investidores quanto ao risco de crédito da banca em geral e da banca portuguesa em especial, permitiu realizar emissões a custos sucessivamente decrescentes. Foi assim possível aumentar o peso dos recursos estáveis, mais adequados à estrutura de maturidade do activo, limitando o recurso ao mercado monetário. No final de 2003, o total de recursos estáveis captados pelo Grupo ascendia a 17 255.8 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 5.3%, relativamente a 2002. Nesta data, o crédito a Clientes (bruto) representava 103.1% dos recursos de terceiros, de natureza mais estável.

Gráfico 68

Recursos totais de Clientes1 Bi.€ 20 15 10 5 0 99 00 01 02 03 14.8 16.5 17.4 17.7 18.2

Recursos de Clientes com registo fora do balanço

Recursos de Clientes com registo no balanço

1) Corrigidos de duplicações de registo.

Maturidade da dívida titulada1 Projecção do saldo das emissões vivas

2003 2007 2009 2011 2013 Bi.€ 6.0 4.5 3.0 1.5 0.0 2005 ... Gráfico 69 Emitidas em 2003 5.1 4.4 2.9 1.8 1.3 0.6 0.5 0.5 0.4 0.4 0.1 0.1

1) Em Dezembro de 2003, ocorreu a fusão do Banco de Fomento em Moçambique por incorporação no Banco Comercial e de Investimentos (BCI Fomento).

Em resultado desta fusão o Grupo BPI passou a deter 30% do capital do BCI Fomento, sendo as respectivas contas integradas pelo método de equivalência patrimonial.

Recursos totais com registo no balanço Valores em milhões de euros

% ∆% 2003 % 2002 Actividade doméstica Depósitos à ordem 4 552.6 28% 5 036.9 29% 10.6%

Depósitos a prazo e de poupança 7 193.0 44% 6 657.7 39% (7.4%)

Total de depósitos 11 745.6 72% 11 694.6 68% (0.4%)

Produtos estruturados – capital seguro / risco limitado e de taxa de juro 1 557.9 10% 1 694.7 10% 8.8%

Recursos de Clientes na actividade doméstica 13 303.6 81% 13 389.3 78% 0.6%

Actividade internacional

Recursos captados pelo BF Angola 401.8 2% 486.7 3% 21.1%

Recursos captados pelo BF Moçambique1

77.1 0.5% - - -

Recursos de Clientes na actividade internacional 478.9 3% 486.7 3% 1.6%

Recursos de Clientes (consolidado) 13 782.5 84% 13 876.1 80% 0.7%

Dívida titulada colocada em institucionais 1 983.5 12% 2 603.8 15% 31.3%

Dívida subordinada 625.7 4% 775.9 4% 24.0%

Recursos totais no balanço 16 391.7 100% 17 255.8 100% 5.3%

Rácio de transformação de recursos totais em crédito 101.4% 103.1%

Quadro 56

Nota: recursos totais corrigidos de duplicações de registo.

1) Aplicações em depósitos dos fundos de investimento e de uma sociedade gestora de produtos de capitalização.

Recursos totais de Clientes Valores em milhões de euros

% ∆%

2003 %

2002

Recursos de Clientes no balanço (consolidado) 13 782.5 78% 13 876.1 76% 0.7%

Recursos de Clientes fora do balanço

Fundos de investimento 2 458.3 14% 2 862.2 16% 16.4%

Planos Poupança Reforma (PPR) e Planos Poupança Acções (PPA) 1 194.4 7% 1 305.0 7% 9.3%

Seguros de capitalização 1 063.8 6% 1 394.8 8% 31.1%

Subtotal 4 716.5 27% 5 562.0 31% 17.9%

Eliminação de duplicações de registo1

(808.7) (5%) (1 224.1) (7%)

Recursos totais de Clientes 17 690.3 100% 18 213.9 100% 3.0%

Quadro 57 Os recursos de Clientes fora do balanço cresceram 17.9%

relativamente a 2002, em resultado principalmente da colocação de fundos de investimento de obrigações e tesouraria, planos de poupança e seguros de capitalização.

Foi este o resultado de uma oferta comercial ajustada a uma procura que se caracterizou pela preferência por produtos de reduzido risco.

Situação líquida

Os capitais próprios, no final de 2003, ascendiam a 1 227.3 milhões de euros.

1) Após dedução de dividendos a pagar, relativos ao ano (não inclui reservas de reavaliação).

Evolução da situação líquida Valores em milhões de euros 2003 2002

Situação líquida em início do ano 908.7 1 168.9 Dividendos distribuídos no ano

(relativos ao ano anterior) (57.9) (60.4)

Lucro líquido 140.1 163.8

Encaixe do aumento de capital, em Maio de 2002 200.2 - Provisões para imobilizações financeiras

(Aviso n.º 4 / 2002) (19.0) (40.9) Goodwill Epago na aquisição de participações - (9.0)

Outros (3.2) 4.8

Situação líquida no final do ano 1 168.9 1 227.3 Da qual: capital, reservas e resultados1

1 155.0 A distribuir a título de dividendos do ano 68.4 Reservas de reavaliação 3.9 Quadro 58

Evolução da situação líquida em 2003

M.€ 1 600 1 200 800 400 0 Gráfico 70 Situação líquida em 2002 Situação líquida em 2003 Provisões para imobilizações financeiras Pagamentos dos dividendos de 2002 1 168.9 163.8 -60.4 -40.9 1 227.3 Lucro líquido Outros -4.2 Fundos próprios

Os fundos próprios aumentaram em 76.3 milhões de euros (+4.5%), relativamente a 2002. A explicação dessa evolução equaciona-se como se segue.

Factores com impacto positivo:

resultado líquido do ano a reter após distribuição de dividendos1, no montante de 95.4 milhões de euros;

realização de uma emissão de dívida subordinada não perpétua de 244 milhões de euros.

Factores com impacto negativo:

amortização de uma emissão de dívida subordinada perpétua, no valor de 74.8 milhões de euros e o vencimento de uma emissão de dívida subordinada, no valor de 24.7 milhões de euros;

a cobertura de menos-valias latentes em participações com um impacto na base de capital de 54.3 milhões de euros, dos quais 40.9 milhões de euros por redução do Tier I, através da constituição de provisões por contrapartida de reservas e 13.3 milhões de euros por dedução ao Tier II, apenas para cálculo do rácio de requisitos de fundos próprios. No final de 2003, o BPI já tinha atingido o total de provisões exigido pelo Banco de Portugal, e existiam 46.1 milhões de euros de menos-valias latentes a cobrir, montante que será abatido ao Tier II, de forma escalonada, até 2006;

a concretização, no ano, de 487 reformas antecipadas, o que implicou contribuições para fundos de pensões, de modo a cobrir o acréscimo de responsabilidades, no montante de 68.8 milhões de euros2.

1) Após dedução de dividendos a pagar, relativos ao ano. Fundos próprios – de acordo com

as normas do Banco de Portugal Valores em milhões de euros 2003 2002

Capital, reservas e resultados1

1 106.7 1 155.0 Interesses minoritários 243.2 253.4 [dos quais, acções preferenciais] [238.4] [250.0] Fundo para riscos bancários gerais 1.0 1.0 Contribuições para o fundo de pensões

ainda não relevadas como custo (89.3) (142.1) Imobilizações incorpóreas (29.1) (27.7) Acções próprias (3.0) (29.6)

Fundos próprios de base 1 229.5 1 209.9

Reservas de reavaliação 1.4 3.9 Dívida subordinada perpétua 135.1 55.5 Títulos de participação e dívida subordinada

não perpétua 425.9 605.0

Fundos próprios complementares 562.4 664.4 Dedução de interesses em participações (31.6) (25.2) Títulos adquiridos em operações de titularização (4.8) - Menos-valias não provisionadas em

participações financeiras (33.1) (46.4) Outras deduções (10.5) (14.9)

Deduções (80.0) (86.5)

Fundos próprios suplementares - 0.5

Total de fundos próprios 1 711.9 1 788.3 Quadro 59

No documento DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS (páginas 115-119)