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escrever cordéis, o seu primeiro cordel foi “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina”, que continha xilogravura de Mestre Dila, este trabalho teve grande aceitação e vendeu mais de cinco mil exemplares durante o período de apenas dois meses.

Ao se deparar com a falta de recursos para pagar um ilustrador, J. Borges começou a fazer também as suas próprias ilustrações, começou a entalhar na madeira, a primeira imagem foi a fachada da igreja de Bezerros, usada no seu trabalho chamado de “O Verdadeiro Aviso de Frei Damião”. A partir daí, ele começou com grande sucesso a fabricar matrizes por encomenda, e ilustrar mais de 200 cordéis lançados ao longo da sua vida.

A divulgação de seu trabalho como gravurista iniciou-se em 1972, depois de uma visita de pintores do Rio de Janeiro, Ivan Marguetti e José Maria de Souza, quando encomendaram gravuras maiores do que as que já estava acostumado a fazer. Foi através dos dois pintores que o escritor Ariano Suassuna veio a conhecer seu trabalho, chegando a conhece-lo e a intitula-lo como o “melhor gravador do Nordeste”, teve um grande incentivo e foi depois disso que seus trabalhos começaram a se espalhar mundialmente, ele participou e participa de exposições na França, Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba.

Figura 3: J. Borges em seu ateliê.

Fonte: Pessoal do autor.

O artista plástico J. Borges foi entrevistado em seu Memorial, o lugar onde ele passa a maior parte de seu tempo. Quando não está viajando a trabalho para divulgar, dar palestras e fazer oficinas ensinando suas artes, está sempre no seu Memorial, trabalhando e recebendo as pessoas que lhe visitam diariamente.

Foram feitas 10 perguntas, para entender melhor sua história com a Xilogravura e o Cordel, seu processo criativo, seus dons e também sobre os trabalhos feitos com direcionamentos para as crianças. Ele mostrou e também falou sobre uma série de 20 cordéis feitos para o público infantil. Perguntei-lhe também se ele se interessava por fazer esse tipo de trabalho, e qual sua opinião sobre o conhecimento da arte popular da região por esse público.

Ele constatou que há uma procura, principalmente das próprias mães, e também de professores. Estas pessoas vão até seu ateliê em busca de trabalhos infantis.

Atualmente o artista falou de seu trabalho como sendo principalmente feito por encomendas, hoje em dia ele faz mais xilogravuras e menos cordéis. As pessoas os procuram para fazer, por exemplo, convites de casamento, aniversários,

prendas, edições especiais, quadros, tanto para uso pessoal, quanto para presentear, dentre vários outros tipos de encomendas.

Na entrevista com J. Borges, a conversa foi bastante proveitosa, o artista é uma pessoa muito receptiva, recebe todos os visitantes com muita atenção e carinho. Responde todas as perguntas claramente, e ao final de cada resposta sempre há uma história a ser contada. Ele não se recusa a nada, fala sobre sua trajetória, com semblante de orgulho, muito trabalho e satisfação por cada passo dado e cada conquista realizada. Fez questão de citar as pessoas importantes que passaram pela sua vida, e lhe ajudaram a chegar aonde ele chegou.

Durante a sua trajetória, ele conta onde tudo começou, aos poucos foi criando seus cordéis, escreveu no inicio poucos contos, e somente escrevia, não ilustrava.

Mas com a necessidade, foi aprendendo a xilogravar também, para poder complementar a sua escrita, era preciso a ilustração.

J. Borges falou sobre suas principais inspirações, alguns de seus trabalhos eram invenções, mas a maioria deles são acontecimentos reais, que ele presenciava na cidade e da região. Seus amigos contava-lhes histórias que viviam e na maioria das vezes viraram comédias através dos cordéis e da xilogravura.

No contexto histórico, J. Borges fala sobre as mudanças que ocorreram em seus trabalhos durante os anos. Hoje em dia o que ele mais produz são as xilogravuras, os cordéis foram diminuindo, principalmente nos tamanhos dos textos, ele relata que as pessoas ficaram mais ocupadas e o tempo diminuiu, por isso, quanto menor as histórias, mais fácil das pessoas chegarem a ler. Já na xilogravura, conta que ouve sim um aumento na demanda, como encomendas diversas, que vão de quadros para presentear, para uso pessoal, até em maior escala, como lembranças de aniversários e casamentos. Essas encomendas geralmente vem de fora, outras cidades e até outros estados.

Pessoas importantes para J. Borges foram citados, como os que os ajudaram a inaugurar o seu Memorial, onde ele passa a maior parte de seu tempo. Foram eles: Ariano Suassuna, Jarbas Vasconcelos, Raul Henry e também Joaquim Adilson.

A importância dos trabalhos feitos direcionados ao público infantil, também foi bem falado pelo artista, apesar de não ser muito amplo, mas ele citou os 20 cordéis da série infantil que produziu, com suas capas ilustradas. Comentou sobre a visita de pais e professores que vão a procura desse tipo de trabalho. Na xilogravura, as séries de plantas, de frutas, e de animais, acabam trazendo para esse lado, a essência que as crianças gostam. As imagens são didáticas e as cores lhes chamam bastante a atenção.

4. Os contos de fadas

4. 1 O que são os contos de fadas, um pouco da história e foco na narrativa das princesas da Disney

As histórias das princesas, ditos contos de fadas, são de grande importância para a vida das pessoas. Elas servem de veículo para um mundo imaginário e sobrenatural, principalmente quando se lê as histórias para fazer ligações do que está lendo ao que se pensa sem se ver.

Para as crianças é sem dúvida algo de extrema curiosidade, pois aprendem diversas coisas novas ao conhecerem as histórias. Fazem das princesas grandes ídolos, querem ser como elas, se vestir e viver a vida das princesas.

Todas as histórias das princesas têm finais felizes e sempre mostram a busca pela felicidade, pelo amor, e pelas coisas boas. No meio de tantos sonhos, elas precisam passar por dificuldades, e enfrentar grandes e difíceis obstáculos em seu meio. (Karina Beringuy da Silva-Os arquétipos femininos nos contos de fadas uma releitura de Cinderella, A Bela Adormecida, Branca de Neve e A moça tecelã).

Os contos de fadas mexem com o imaginário das crianças, pois são demonstração de sentimentos que acompanham um indivíduo. Neles misturam-se os sentimentos como ódio, amor, medo, amizades e as necessidades básicas como o ar para respirar, o alimento e a proteção para o corpo. Tanto os sentimentos quanto as necessidades básicas são a matéria prima dos contos de fadas e dos livros que venceram o tempo e continuam encantando leitores e ouvintes, e nem o avanço tecnológico conseguiram apagar o prazer de viajar no mundo do faz de conta. O certo é que, tradicionais ou modernas essas histórias continuam a encantar pessoas de todas as idades.

Ao ouvirem os contos de fadas as crianças estão formando conceitos que as ajudarão a trilhar os caminhos da vida.

Historicamente nascidos na França do século XVII, na faustosa corte do rei Luís XIV e pelas mãos do erudito Charles Perrault. A princípio os contos de fadas não eram destinados às crianças, e sim, aos adultos, como forma de entretenimento, sendo possível observar nessas narrativas, a presença de

fatores como, incesto, adultério, entre outros, mas a partir do século XVII, com o surgimento da literatura “extra-oficial”, foi marcado o fim dessas narrativas exclusivamente para os adultos.” ( Anacice da Silva Juvino, 2013, p. 14. )

Contos de fadas são de natureza espiritual, existencial, narrativas de acontecimentos ou aventuras que se passam no mundo mágico ou maravilhoso, espaço fora da realidade comum em que vivemos, e onde fenômenos não obedecem as leis naturais que nos regem, com ou sem a presença de fadas.

Seus argumentos desenvolvem-se dentro da magia futrica (reis, rainhas, príncipes, princesas, fadas, gênios, bruxas, gigantes, anões, objetos mágicos, metamorfoses) e tem, como eixo gerador, uma problemática existencial, ou seja, tem como principal problema ou realização essencial do herói ou da heroína, realização que vai de regra, está visceralmente ligada a união do homem-mulher.

Personagens principais: crianças, jovens, princesas, anõezinhos, gigantes, bruxas e reis. Personagens secundários: a madrasta, os pais, a avó, a corte do rei, os trabalhadores, animais e objetos animados, varinhas, vassouras, espelhos mágicos.

Segundo Bruno Bettelheim, (2002) “muitos autores consideram que a criança se sente atraída pela história quando há o envolvimento com a sua personalidade, mesmo que superficial. ”

Todo conto de fadas para ser completo, deve apresentar elementos que deem mais sustentação a essas narrativas, tais como, fantasia, recuperação, escape e consolo. Outra característica marcante é que sempre usam expressões que dão lugar a imaginação, como, “Era uma vez”, “Em tempos e épocas longínquas”, ou ainda “Num reino muito distante”. Desse modo, fica claro que essas narrativas acontecem em um nível diferente da realidade. ( Anacice da Silva Juvino, p. 17. )

4.1.1 As princesas da Disney

A Disney Princesa é uma franquia de mídia que pertence a Walt Disney Company, criada no fim da década de 1990 e lançada oficialmente em 2000 por Andy Moony e composta por 13 personagens femininas de 12 filmes diferentes da Walt Disney Pictures/Pixar.

As personagens da franquia têm variado muito desde sua criação.

Originalmente foi composta por Branca de Neve, Cinderella, Aurora, Ariel, Bela, Jasmine, Pocahontas e Mulan, com Tiana, Rapunzel e Merida sendo adicionadas mais tarde, e por último a Anna e Elsa.

4.1.2 História

Na década de 90, a Disney apresentou alguns produtos reunindo personagens femininas com o título de “Princesa”. Em 27 de fevereiro de 1996, a Buena Vista Home Entertainment lançou uma linha de VHS chamada “ Disney PrincessCollection”, com episódios das séries Aladdin, A Pequena Sereia e Cante uma história com Bela. No mesmo ano, a Mattel começou a produzir diversas linhas de bonecas diversas princesas Disney. Em 24 de junho de 1998, o primeiro número da revista “Disney’sPrincess” foi lançado no Reino Unido. Em 1999, a Disney Store apresentou a primeira linha de bonecas das princesas Disney produzida exclusivamente para a rede de lojas.

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