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A EMEF “Suzete Cuendet” iniciou seu funcionamento, como Grupo Escolar de Maruípe, pelo Decreto n.º 10.966, publicado no Diário Oficial de 30 de novembro de 1939. Foi por meio da Portaria n.º 1.629, de 27 de novembro de 1981, que o Grupo Escolar de Maruípe passou as ser denominado Escola de 1.º Grau Professora Suzete Cuendet.

Segundo o Plano de Ação da Escola Suzete Cuendet (Vitória, 2012), patrona do Grupo de Maruípe, município da Capital, nasceu em Vitória, no ano de 1900, e faleceu no dia 22 de novembro de 1925. Era filha do relojoeiro francês Eduardo Cuendet e de Francisca de Freitas Cuendet. Estudou e completou seus estudos na Escola Normal, trabalhando logo depois na Escola Isolanda Jerônimo Monteiro, anexa à Escola Normal Pedro II. Dedicou-se intensamente ao estudo da língua francesa a qual falava e escrevia corretamente. Tinha ideias elevadas e imaginação riquíssima, apesar de sua pouca idade. Tinha espírito singular e era inteligente e elegante no trato com as pessoas e coisas. Professora abnegada e incansável que conquistava sempre a amizade de todas as crianças, Suzete Cuendet registrou sua marca na história da educação do município de Vitória e deixou uma lacuna no magistério do Espírito santo. Seus restos mortais encontram-se, juntamente com os de sua única irmã, Sidonie, no cemitério do Santíssimo Sacramento, em Santo Antônio. Seu nome dado a um estabelecimento de ensino de nossa Capital é a perpetuação de sua lembrança, uma lembrança tão grata daquela que se dedicou à educação da infância.

Diante do cenário exposto, gostaríamos de ressaltar que a EMEF pesquisada é uma instituição que apresenta um espaço privilegiado em termos de área, estrutura, laboratórios e projetos. Neste momento de sua história, está buscando parcerias e

uma maior aproximação com a comunidade de forma a produzir mudanças que reflitam diretamente na qualidade do ensino ofertado.

A Resolução SEME/Vitória n.º 94/84, publicada no Diário Oficial de 6 de outubro de 1984, aprova plano de extensão do atendimento de 5.ª a 8.ª séries convalidando todos os atos escolares praticados com referência a essas séries.

Pelo convênio n.º 021/98, publicado no Diário Oficial de 7 de abril de 1998, celebrado entre o Estado do Espírito Santo e a Prefeitura Municipal de Vitória, é realizada a municipalização do ensino por meio da ação cooperativa entre Estado e Município. A Portaria de n.º 3.429, de 30 de junho de 1998, transfere a Escola “Suzete Cuendet” da rede estadual para a rede municipal de ensino de Vitória.

A EMEF “Suzete Cuendet” funciona em três turnos, atendendo às crianças e adolescentes no curso regular do Ensino Fundamental nos turnos matutino e vespertino, e com a Educação de Jovens e Adultos, no noturno (EJA). Nos finais de semana, desenvolve o Projeto Escola Aberta. Esta unidade de Ensino é apresentada na Figura 2.

Figura 2 – Fotografia da Escola Municipal de Ensino Fundamental Suzete Cuendet

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora, dez. 2012.

Atualmente, o bairro Maruípe possui 3.911 habitantes e ocupa um território de 0,33 km². O bairro é atendido pelo CMEI Nelcy da Silva Braga, localizado em São Cristóvão, atendendo 394 crianças. Tem duas EMEFs e oferece ensino noturno a 311 jovens. Possui duas praças: uma com brinquedos e outra com campo de bocha. O bairro é atendido por 19 linhas de ônibus municipal.

O bairro tem sua representação nos órgãos da administração pública, devidamente constituída por uma Associação de Moradores atuante, que tem administrado diversos projetos voltados para a comunidade, especialmente a carente, assim como aos idosos. A sede da Associação de Moradores abriga a 4.ª Companhia da Polícia Militar.

Esta unidade de ensino apresentada, conforme Figura 1, possui 13 salas de aula, sala de professores, secretaria, sala de direção, sala de educação especial, sala do

projeto de tempo integral duas salas de coordenação, quadra de esportes, biblioteca, laboratórios de Ciências e de informática, cozinha, refeitório, horta educativa. A escola funciona em três turnos, com 13 turmas no matutino, 12 turmas no vespertino e seis turmas no turno noturno, em um total de 33 turmas e 929 alunos. O Programa Educação em Tempo Integral atende a 80 crianças, 40 do turno matutino e 40 do turno vespertino. Para atender a essas crianças, o programa conta com um profissional de 40 horas, um de 30 horas e dois estagiários de 20 horas.

De acordo com os registros dos dados socioeconômicos que constam no Plano de Ação dessa Escola, a classe social a que pertence a maioria dos alunos se encontra nas classes D e E (segundo o IBGE). Sessenta por cento possuem renda de um a dois salários mínimos. Existem aqueles que se encontram na faixa de miséria, morando, inclusive, em abrigos municipais. Esses dados nos apresentam ainda que 9% dos pais dos alunos possuem nível superior de ensino e que 32% tem o ensino médio incompleto. Dos pais, 4% não estudaram, porém cerca de 90% afirmam saber ler e escrever. Um fato interessante é que um número significativo desses sujeitos se declara pardo, mas, em sua maioria, são negros. Essa situação recorrente motivou a criação de um projeto denominado “Axé Dum Dum”, que visa a promover a valorização do afrodescendente e sua cultura. Poucos (8%) foram os que se declararam negros. Dos entrevistados, a maioria disse que possui casa própria, TV, computador e internet e 72% afirmaram não usufruir nenhum benefício social. Sessenta e seis por cento não possuem carro. Quanto à religião, estão divididos entre católicos e evangélicos.

O ano letivo de 2013 foi marcado por uma mudança de gestão ocorrida de uma forma turbulenta. A nova gestão está buscando a implantação de uma administração mais democrática e transparente, no que tange à captação e utilização de recursos financeiros. No âmbito pedagógico, o Projeto Político- Pedagógico da escola, que ainda se encontrava em sua versão preliminar, começa a ser traçado. Além disso, mediante uma avaliação criteriosa das dificuldades, anseios e demandas dos anos anteriores, uma equipe formada, voluntariamente, vem buscando parcerias para a criação de um colegiado com a participação de

pais, alunos, professores e funcionários, além da formação de uma rede colaborativa constituída por grupos de trabalhos, a saber: GT de Segurança (Conselho Tutelar, Guarda Municipal, Polícia Militar), GT Saúde Coletiva (Unidade de Saúde de Maruípe e Ufes), GT Ações Pedagógicas. A Universidade Federal do Espírito Santo participa com o projeto “Entre Comunidades”.

Essas ações foram constituídas com a intenção de somar esforços na implantação de uma gestão democrática, com a participação de todos, fortalecimento da estrutura pedagógica e administrativa da escola e também para buscar soluções para questões que estão se tornando corriqueiras, como violência escolar e baixos índices de rendimento, dentre outros. Existe um Conselho de Escola que delibera junto com o diretor desde questões financeiras a pedagógicas, de forma a garantir a participação democrática de todos os segmentos da comunidade escolar.