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BROWNE, Anthony (2006) O livro dos porquinhos, Lisboa: Kalandraka

O Sr. Porcino vivia com os seus dois filhos, Miguel e Pedro, Numa boa casa com um belo jardim, e um bom carro numa boa garagem.

Dentro de casa estava a sua mulher.

“Despacha-te com pequeno-almoço, querida!”, repetia o Sr. Porcino todas as manhãs antes de sair para o seu importantíssimo trabalho.

“Despacha-te com o pequeno-almoço, mãe!”, diziam Miguel e Pedro antes de saírem para a sua importantíssima escola.

Depois de todos saírem de casa, a Srª. Porcino lavava a loiça do pequeno- almoço…fazia as camas… aspirava o chão… e depois ia para o trabalho.

“Despacha-te com o lanche, mãe!” diziam os rapazes todas as tardes quando chegavam da sua importantíssima escola.

“Despacha-te com o lanche, querida!”, dizia o Sr. Porcino todas as tardes quando chegava do seu importantíssimo trabalho.

Assim que todos acabavam de lanchar, a Srª. Porcino lavava a loiça… lavava a roupa… passava a ferro… e depois voltava a cozinhar.

Certa tarde, quando os rapazes chegaram da escola não havia ninguém para os receber.

“Onde está a mãe?”

Certa tarde, quando os rapazes chegaram da escola não havia ninguém para os receber.

“Onde está a mãe?” perguntou o Sr. Porcino assim que chegou do trabalho. Ela não estava em lugar nenhum.

Em cima da prateleiras estava um envelope. O Sr. Porcino abriu-o.

Vocês são uns porcos.

“Que havemos de fazer?” disse o Sr. Porcino. Eles tinham que preparar a sua própria comida. Demoraram horas. E ainda por cima, estava horrível.

Na manhã seguinte tiveram que preparar o seu próprio pequeno-almoço. Demoraram horas. E também estava horrível.

No dia seguinte, na noite seguinte e no dia depois, a Srª. Porcino ainda não estava em casa.

O Sr. porcino, o Miguel e o Pedro tentaram tomar conta de si próprios.

Eles nunca tinham lavado a loiça. Eles nunca tinham lavado as suas roupas. Não tardou até que a casa parecesse uma pocilga.

“Quando é que a mãe volta para a casa?” gritaram os rapazes depois de mais uma horrível refeição.

“Como é que eu vou saber?” grunhiu o Sr. Porcino. Estavam todos cada vez mais rabugentos.

Certa noite, já não havia nada m casa para eles cozinharem.

“Vamos ter de dar uma volta e procurar alguns restos,” roncou o Sr. Porcino. E nesse mesmo instante entrou a Srª. Porcino pela porta.

“VOLTA, POR FAVOR VOLTA”, suplicaram eles.

E assim a Srª. Porcino ficou. O Sr. Porcino lavou a loiça. O Miguel e o Pedro fizeram as camas. O Sr. Porcino passou a ferro.

Todos ajudaram a cozinhar. E até gostaram! A mãe também estava feliz…

Anexo nº 6

LENAIN, Thierry (2004). Será que Joaninha tem uma pilinha?, 1.ª ed.,

Lisboa: Dinalivro

Dantes para o Max tudo era simples. Primeiro: Havia os Com-pilinha. Segundo: havia os Sem-pilinha.

Terceiro: Os Com-pilinha eram mais fortes que os Sem-pilinha. É óbvio, porque tinham pilinha!

Eh…! Nem vale a pena protestar. Era assim desde o princípio do mundo. Vejam, por exemplo, os mamutes.

No tempo dos mamutes, havia os mamutes com pilinha e os mamutes sem pilinha. E quais eram os mais fortes?

Por isso, o Max estava mesmo muito feliz por fazer parte dos Com-pilinha. E quanto às meninas… paciência…

Se às meninas faltava qualquer coisa, a culpa também não era dele!

Mas tudo isto era dantes. Porque um dia, a Joaninha entrou para a turma do Max. - Meninos, apresento-vos a Joaninha – diz a Senhora Professora.

Ao princípio, o Max nem quer saber da Joaninha. Ela é uma Sem-pilinha, ela que vá mas é brincar com as bonecas ou desenhar florzinhas patetas.

Olha, até estamos na aula de desenho, e a Joaninha está a desenhar.

- Mas tu tens muito jeito! – exclama a Senhora Professora, mostrando o trabalho da Joaninha.

Na folha, não estão florzinhas patetas. O que lá está é um enorme mamute! «Mas que raio de miúda é esta?», pensa o Max para consigo.

Nos dias e nas semanas que se seguem, o Max pergunta-se muitas vezes:«Mas que raio de miúda é esta?

Porque, além de desenhar mamutes, a Joaninha também joga à bola. E tem uma bicicleta de rapaz. E não tem medo de subir às árvores (muito mais alto do que o Max). E quando a Joaninha luta, está sempre a ganhar.

«Não, mas afinal, que raio de miúda é esta?», torna a perguntar-se o Max, pela milésima vez. Até que uma ideia se instala na sua cabeça: a Joaninha deve ser uma rapariga especial!

Ele acha que a Joaninha deve ter alguma coisa a mais do que as outras raparigas… sim, é isso. A Joaninha é uma rapariga que tem pilinha! Uma Sem-pilinha com pilinha… Mas isso é batota!

O Max decide imediatamente abrir um inquérito para descobrir a verdade.

Assim que ele tiver a prova de que a Joaninha tem pilinha, irá denunciá-la a toda a gente. Nunca mais ninguém vai querer brincar com ela!

Dito e feito. O Max nunca mais larga a Joaninha. Vai atrás dela para todo o lado para a espiar. Por debaixo da porta da casa de banho, por exemplo, ele vê que ela faz chichi sentada e não de pé. Bom, mas isso também não prova nada. Toda a gente pode fazer chichi sentada.

De outra vez, o Max vai dormir a casa da Joaninha. Mas… azar… ela despe-se na casa de banho e sai com um grande pijama cheio de mamutes. Nessa noite, o Max não consegue ver mais nada. Na verdade, nas outras noites e nos outros dias também não. É que este tipo de inquérito não é assim tão fácil… Dezenas de noites e dezenas de dias se passam assim, sem que nada se veja.

Até que chega o Verão.

A Joaninha e o Max encontram-se num parque de campismo. Enquanto os pais deles estão a montar as tendas eles gritam:

- Nós vamos tomar banho!

De impacientes que estão por mergulhar nas ondas, esquecem-se de levar os fatos de bano. E só se apercebem disso quando chegam à praia.

- Que grande chatice! – Resmunga a Joaninha. Temos de voltar para trás… «Nem pensar!», lembra-se o Max.

«É agora ou nunca!» e diz: - E se tomássemos banho nus…?

Ele está mesmo à espera de que a Joaninha diga que não. Mas nada disso. Ela responde:

- Está bem!

E começa a despir-se. A princípio, a única coisa que o Max consegue ver é o rabo da Joaninha. Mas isso não chega. Só pelo rabo não se pode saber. Então, a Joaninha vira- se. E o Max fica de boca aberta e com os olhos esbugalhados.

O Max balbucia:

- Mas tu… tu… tu não tens pilinha?

Admirada, a Joaninha olha para baixo da sua barriga e responde: Eu? Não… eu tenho pipi!

E plof, mergulha numa onda.

Desde então, o mundo nunca mais voltou a ser o mesmo para Max.

Dantes, havia os Com-pilinha e os Sem-pilinha. Agora, há os Com-pilinha e os Com- pipi. Pois é…afinal não falta nada às meninas!

(Anexo 7)

CARROL, Lewis (2003). Alice no País das Maravilhas, 2.ª ed., Porto:

Ambar.