• Nenhum resultado encontrado

DELAHAYE, Gilbert (Não tem data de edição) Anita mamã, 402ª ed., Lisboa: Verbo

Esta manhã reina a calma na casa da Anita. O Pai e a Mãe saíram e só regressam à noite. O Bebé, o Pom-Pom e o Pantufa ainda dormem.

O despertador toca. Anita levanta-se logo, pois hoje tem de substituir a Mãe e tratar do Francisco, o seu irmãozinho, que deve estar a acordar.

Anita corre as cortinas e abre as janelas. O sol entra no quarto. Lá fora o galo canta e o jardim cheira bem.

É um lindo dia que começa.

Os sonhos da noite vão-se…O Bebé acorda e olha para o cuco que sai do relógio e canta «Cucu, cucu.» No papel da parede, os patos parece que vão lançar-se no charco. O Pom-Pom sobe a escada a correr para saber se o Bebé dormiu bem.

Quando o Francisco já está bem desperto, Anita pega nele ao colo. O Bebé, atrapalhado com o sol, faz uma careta e fecha os olhos.

- Bom dia, bom dia! – diz a Anita beijando-o para o tranquilizar.

O dia do Bebé começa com o banho. Atenção, que a água não esteja muito quente! Dar banho ao Francisco não é fácil, pois ele chapinha com as mãos na água para ver baloiçar o peixe encarnado e o pato de celulóide.

Quer pôr-se de pé na banheira, salpica a cara e dita a língua de fora. Cuidado com o sabão nos olhos!

O banho terminou. Ora é muito importante que o Bebé não apanhe frio. Uma fricção com água-de-colónia vai fazer-lhe bem.

- Água-de-colónia – diz o Pantufa, desviando o focinho. – Os perfumes fazem-me dores de cabeça…

O Bebé bem gostaria de voltar para a banheira, mas não lhe vale de nada esbracejar. Não pode tomar banho outra vez.

Anita não sabe o que há-de fazer. Como vai ela vestir o Bebé? Se a mãe estivesse ali…Mas não faz mal; há-de conseguir desembaraçar-se.

Faz por ter todo o cuidado, para não picar o irmãozinho com o alfinete-de-ama. E agora? O Bebé fecha a mãozinha dentro da manga da camisola e não consegue tirá-la. Mas a Anita não se atrapalha.

E aqui está um laço nada fácil de fazer.

O Bebé chora, Anita sabe bem a razão da sua impaciência. É a hora do biberão. E quando o Bebé tem fome não se pode fazê-lo esperar.

Assim, Anita trata de aquecer a água na chaleira. Onde está o leite? E o açúcar? O biberão está lavado? Muito bem. Já só falta medir o leite, a água e o açúcar. A Mãe disse:

- Até este risco do biberão.

O leite está como deve ser: nem muito quente nem muito frio. O Bebé já não chora. Está ao colo da irmã e bebe sofregamente.

- Devagarinho diz ela, baixando o biberão -, senão daqui a pouco estás com soluços. O irmãozinho da Anita observa o tecto. Nos seus olhos já não há sombras de tristeza. Agarra o biberão com as duas mãos e o Pom-Pom olha-o, esperando que ele lhe deixe um bocadinho de leite.

Antes de sair, a Mãe disse: «Se estiver bom tempo, podes levar o menino a passear ao parque.» É uma sorte o sol estar de acordo!

Anita vai buscar o carrinho do Bebé, e põe-lhe uma almofada e uns lindos lençóis, onde estão bordados as cores coelhos e passarinhos.

Não são precisos cobertores, porque está muito calor. O que é preciso é não esquecer a sombrinha.

Anita sente-se orgulhosa ao passear o irmão no lindo carrinho. Mal entra no parque, as crianças correm para ela.

- É teu irmão? – pergunta a Isabel

- Como se chama? – interroga a Claúdia. - Chama-se Francisco.

- Que lindo que é! Que idade tem? - Fez treze meses no dia quinze de Abril.

No parque, os meninos gritam muito alto, a jogar às escondidas. O Bebé não consegue adormecer. É melhor voltar para casa.

Em casa, no terraço, debaixo de um guarda-sol, o Bebé não tarda a fechar os olhos. - Silêncio! – recomenda a Anita, pondo um dedo nos lábios. – Não acordem o Bebé.

E vai-se embora em bicos de pés. O Pom-Pom vigia, em cima de um banco. Tudo está calmo.

De repente, pela janela aberta, ouve-se um barulho de latas.

Anita vai logo ver o que aconteceu. Foi o Pom-Pom que descobriu um rato e começou a correr atrás dele.

Durante a perseguição, fez cair a vassoura sobre o balde e este rebolou para o meio do pátio. O Bebé acordou, assustou-se e pôs-se a chorar.

- Não foi nada! – diz a Anita pegando nele ao colo.

O Bebé acalma-se… e só pensa em brincar. O cavalinho de baloiço atrai-lhe a atenção.

O cavalinho tem guizos em volta do pescoço e fitas na crina. Espera que o Bebé esteja bem instalado e desata a galopar para trás e para a frente como um cavalo de verdade.

Cuidado com as patinhas do Pom-Pom!

O Bebé já não quer brincar com o cavalo. Agora quer andar. É verdade que não tarda a ser um rapazinho crescido.

Mas ainda não anda muito bem. É preciso que a Anita o segure. Assim, conseguirá ir até ao fundo do jardim, onde está a pastar um carneirinho.

- Bom dia, carneirinho!

Claro que o Bebé ainda não fala. Mas o que o Bebé não diz toda a gente adivinha. O carneirinho, esse, então, nunca chegará a falar. Mas dá saltos na relva e faz toda a espécie de cabriolas. Com isto ele quer dizer: «Vamos! Faz-me uma festa…»

Mas nada é tão difícil como fazer festas a um carneirinho que nunca está quieto. A tarde está no fim. O ar livre abre o apetite e o Bebé reclama o jantar.

Anita senta o Francisco na cadeira, que tem um tabuleiro à frente e uma linda almofada. Depois traz uma colher e um prato e sopra para arrefecer a papa.

- Uma colher para o Pom-Pom. Outra pelo cavalinho de baloiço e mais outra pelo carneirinho!

- Não se esqueçam de mim! – parece dizer o Pantufa.

As estrelas aparecem no céu. São horas de deitar o Bebé. A Anita despe-o.

Já está de pijama, pronto para dormir com o urso de peluche e o coelho de orelhas compridas.

Pom-Pom pergunta a si próprio se o urso de peluche deixará o Bebé dormir e se o coelho matreiro não passará a noite a correr no quarto.

E o gato abana a cauda para dizer: - Amanhã vamo-nos divertir a valer.

- Bons sonhos! – deseja a Anita ao Francisco.

Mal se deita no berço, o Bebé adormece. Anita gosta muito do irmãozinho… Mas está contente porque os Pais estão quase a chegar, e, está claro, não é fácil tratar do Bebé um dia inteiro!

(Anexo nº 4)