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4. APLICAÇÃO DA TV A UMA REDE REAL COM RECURSO A PROGRAMAS

4.5. Aplicação do TV-WPN ao caso de estudo

4.5.3. Análise da vulnerabilidade de uma sub-rede ramificada (SRR)

4.5.3.1. Cálculo manual

A aplicação manual da TVRAA a redes de abastecimento tão extensas, é muito complexa gerando uma quantidade substancia de resultados que, por isso, se encontram apenas disponíveis na íntegra nos ANEXOS D, E, F e G.

Processo de aglutinação

A primeira etapa da aplicação da TVRAA corresponde ao processo de aglutinação. Sendo este um processo iterativo e seletivo, será apenas descrito o passo “1”, como exemplo, pois todos restantes são semelhantes e baseados nos mesmos princípios.

No presente caso existem 30 candidatos de sub-RAA primitivas passíveis de serem aglutinados no primeiro passo (Tabela 4.6). Esses candidatos foram obtidos após a realização de todas as combinações possíveis de sub-RAA primitivas contíguas. A sub-

RAA primitiva 1 (referida no modelo como “p1”) encontra-se ligada aos tramos 2 e 3, daí resultam dois candidatos “1+2” e o “1+3”; a sub-RAA primitiva 2 (“p2” no modelo) está unida aos tramos 1 e 3, mas daí apenas resulta um candidato “2+3”, pois o candidato “1+2” já foi considerado previamente. Este procedimento foi o realizado para a definição de todos os restantes candidatos.

Tabela 4.6 – Primeiro passo da aplicação do processo de aglutinação da sub-rede ramificada.

A perda de carga e a capacidade resistente ao dano resultam do somatório dos valores individuais das sub-RAA candidatas. As perdas de carga foram obtidas pela simulação hidráulica realizada no EPANET (ANEXO E). A capacidade resistente ao dano de cada sub-RAA primitiva é aqui considerada como o valor da pressão de serviço da correspondente conduta.

A conexão nodal é igual ao número de conexões que o candidato ostenta, não considerando a ligação à sub-RAA de referência. O candidato “1+2” encontra-se unido à sub-RAA primitiva 3 e ao reservatório, logo a conexão nodal é unitária. A distância ao reservatório é o menor percurso que o fluido necessita de percorrer desde o local do armazenamento até ao candidato. Os candidatos “1+2” e “1+3” apresentam valor nulo pois a sub-RAA primitiva “1” está diretamente ligada à sub-RAA de referência; por sua

1+2 0,827 20,4 1 0 --- 1-2 1+3 0,248 20,4 3 0 --- 1-3 2+3 0,676 20,4 3 39,1 --- 2-3 3+4 0,378 20,4 3 39,1 --- 3-4 3+5 0,219 20,4 5 39,1 --- 3-5 4+5 0,500 20,4 3 51,9 --- 4-5 5+6 0,418 20,4 5 51,9 --- 5-6 5+9 0,340 20,4 5 51,9 --- 5-9 6+7 0,428 20,4 3 103,5 --- 6-7 6+8 0,369 20,4 3 103,5 --- 6-8 6+9 0,418 20,4 5 103,5 --- 6-9 7+8 0,301 20,4 1 202,7 --- 7-8 9+10 0,178 20,4 3 103,5 --- 9-10 9+11 0,194 20,4 5 103,5 --- 9-11 10+11 0,032 20,4 3 197,8 23 10-11 11+12 0,216 20,4 5 197,8 --- 11-12 11+15 0,425 20,4 5 197,8 --- 11-15 12+13 0,247 20,4 3 213,7 --- 12-13 12+14 0,243 20,4 3 213,7 --- 12-14 12+15 0,594 20,4 5 213,7 --- 12-15 13+14 0,105 20,4 1 290,6 --- 13-14 15+16 0,791 20,4 3 213,7 --- 15-16 15+17 0,494 20,4 5 213,7 --- 15-17 16+17 0,482 20,4 3 294 --- 16-17 17+18 0,466 20,4 3 294 --- 17-18 17+19 0,321 20,4 5 294 --- 17-19 18+19 0,602 20,4 3 321,2 --- 18-19 19+20 0,374 20,4 3 321,2 --- 19-20 19+21 0,362 20,4 3 321,2 --- 19-21 20+21 0,279 20,4 1 412,6 --- 20-21 Sub-RAA primitivas Sub-RAA 1 Distância reservatório [Dis] (m) Passos Candidatos Perda de Carga [ΔH] (m) Capacidade Resistente ao Dano [E] (MPa) Conexão Nodal (η)

vez o candidato “2+3” encontra-se a 39,1 metros, o que corresponde ao comprimento da

sub-RAA “1” e assim sucessivamente.

Com a execução do processo de aglutinação surgem novos candidatos e novas sub-RAA que contêm integradas um número superior de sub-RAA primitivas. Por este motivo, é importante ter um suporte que nos oriente acerca dos tramos da rede que se encontram associados a cada candidato, e daí a necessidade de se incluir a última coluna que surge nas Tabela 4.6 eTabela 4.7.

Na Tabela 4.7 apresentam-se os candidatos eleitos em cada um dos passos do processo de aglutinação. Todos eles foram selecionados recorrendo ao primeiro critério de aglutinação: o de menor perda de carga. Na secção final deste capítulo, no comentário final à aplicação da TVRAA, será dado o devido destaque a esta situação e a outras que mereçam uma análise crítica com vista a futuros desenvolvimentos julgados pertinentes.

Tabela 4.7 – Resumo dos diversos passos do processo de aglutinação para a sub-rede ramificada.

Modelo hierárquico

A construção do modelo hierárquico baseia-se na informação obtida no processo de aglutinação. Na Figura 4.25 apresenta-se o modelo hierárquico referente à SRR em estudo. Comparando com outros estudos efetuados, este modelo hierárquico apresenta uma extensão consideravelmente superior, pelo que a sua apresentação e construção se tornou complexa. 1 10+11 0,032 20,4 3 197,8 23 10-11 2 13+14 0,105 20,4 1 290,6 24 13-14 3 9+23 0,202 30,6 4 103,5 25 9-10-11 4 3+5 0,219 20,4 5 39,1 26 3-5 5 20+21 0,279 20,4 1 412,6 27 20-21 6 12+24 0,297 30,6 2 213,7 28 12-13-14 7 7+8 0,301 20,4 1 202,7 29 7-8 8 17+19 0,321 20,4 5 294 30 17-19 9 1+26 0,418 30,6 4 0 31 1-3-5 10 6+25 0,450 40,8 5 103,5 32 6-9-10-11 11 30+27 0,600 40,8 3 294 33 17-19-20-21 12 28+15 0,699 40,8 3 213,7 34 12-13-14-15 13 31+4 0,748 40,8 3 0 35 1-3-4-5 14 32+29 0,751 61,2 3 103,5 36 6:11 15 33+18 0,973 51 2 294 37 17:21 16 34+16 1,088 51 2 213,7 38 12:16 17 35+2 1,375 51 2 0 39 1:5 18 36+38 1,839 112,2 2 103,5 40 6:16 19 40+37 2,812 163,2 1 103,5 41 6:21 20 39+41 4,187 214,2 0 0 42 1:21 21 22+42 --- --- --- --- 43 --- Passos Candidatos Perda de Carga [ΔH] (m) Capacidade Resistente ao Dano [E] (Kgf/cm2) Conexão Nodal (η) Distância reservatório [Dis] (m) Sub-RAA Sub-RAA primitivas

A sub-RAA de origem, 43, encontra-se representada no topo e engloba toda a SRR, incluindo o reservatório fictício introduzido. À medida que se desce no modelo hierárquico, a numeração das sub-RAA diminui, bem como o número de sub-RAA primitivas que nelas estão contidas. Neste modelo destacam-se duas derivações principais referentes às sub-RAA 39 e 41. A ramificação da direita abrange essencialmente os tramos iniciais da SRR onde estão contidas as cinco primeiras sub-RAA primitivas, a da esquerda é notoriamente mais subdividida e abrange as restantes sub-RAA.

Figura 4.25 – Modelo hierárquico da sub-rede ramificada.

Por questões de espaço não são apresentados os anéis de constituição das sub-RAA. Mas sendo a rede exclusivamente ramificada, apenas existiriam anéis abertos, pois todos os pontos são abastecidos unicamente por um tramo.

Processo de desaglutinação

A aplicação do processo de desaglutinação será realizada pela metodologia alternativa proposta no subcapítulo 3.1.2 deste documento.

O processo de desaglutinação consiste no desmembramento do modelo hierárquico da rede, seguindo os seis critérios referidos na secção 2.3.3, a partir do qual, se determinam os cenários de dano vulneráveis da RAA. O número de cenários de dano é equivalente ao número de sub-RAA formadas no processo de aglutinação, todavia alguns podem apresentar as mesmas sequências de dano e, consequentemente, os mesmos parâmetros de

vulnerabilidade. A Tabela 4.8 sintetiza os resultados de todo esse processo de desaglutinação sequencial das sub-RAA referidas.

Na coluna “Sub_RAA” estão elencadas todas as sub-RAA que foram alvo de desaglutinação. Por outro lado, a coluna “Faseamento da desaglutinação” mostra a progressão faseada do desmembramento de cada sub-RAA. A última coluna “Sequência de dano” é o sumário do processo que revela a sequência de eventos de dano para os diferentes cenários possíveis.

Tabela 4.8 – Síntese do processo de desaglutinação da sub-rede ramificada.

As siglas colocadas após o número das sub-RAA identificam qual o critério de desaglutinação que conduziu à sua eleição (já referidos nos capítulos 2 e 3):

 “Nr” – A sub‐RAA que não é uma sub‐RAA de referência;

 ”Cd” – A sub‐RAA que está conexa diretamente à sub‐RAA de referência;  “Lc” – Uma sub‐RAA primitiva em detrimento de uma sub‐RAA;

 “Pc” – Selecionar a Sub-RAA que apresenta maior perda de carga;

 “Se” – Selecionar a Sub-RAA que apresenta menor capacidade resistente;  “Cl” – Selecionar a Sub-RAA aglutina posteriormente;

 “Lv” – Escolha livre.

Os restantes critérios não foram utilizados uma vez que no processo de aglutinação se verificou que todas as sub-RAA apresentavam perdas de carga distintas. No “Faseamento da desaglutinação” os campos preenchidos com a letra a vermelho correspondem à deteção de um evento de dano.

10º 43 42 (Cd) 39 (Cd) 35 (Cd) 31 (Cd) 1 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- 1 42 39 (Cd) 35 (Cd) 31 (Cd) 1 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- 1 41 40 (Cd) 36 (Cd) 32 (Cd) 6 (Lc) 40 (Cd) 36 (Cd) 32 (Cd) 25 (Cd) 9 (Cd) ---- 6-9 40 36 (Cd) 32 (Cd) 6 (Lc) 36 (Cd) 32 (Cd) 25 (Cd) 9 (Cd) ---- ---- ---- 6-9 39 35 (Cd) 31 (Cd) 1 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 1 38 34 (Cd) 15 (Lc) 34 (Cd) 28 (Cd) 12 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- 15-12 37 33 (Cd) 30 (Cd) 17 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 17 36 32 (Cd) 6 (Lc) 32 (Cd) 25 (Cd) 9 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- 6-9 35 31 (Cd) 1 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 1 34 15 (Lc) 28 (Cd) 12 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 15-12 33 30 (Cd) 17 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 17 32 6 (Lc) 25 (Cd) 9 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 6-9 31 1 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 1 30 17 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 17 29 7 (Pc) 8 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 7-8 28 12 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 12 27 20 (Pc) 21 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 20-21 26 3 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 3 25 9 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 9 24 13 (Pc) 14 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 13-14 23 11 (Pc) 10 (Cd) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- 11-10 Sequencia do dano Sub_RAA Faseamento da desaglutinação

A título de exemplo descreve-se apenas o processo de desaglutinação da sub-RAA 43, idêntico para as restantes sub-RAA.

Esta é a sub-RAA que surge no topo do modelo hierárquico e, como tal é considerada, a sub-RAA de origem. Através da aplicação dos critérios de desaglutinação, surgem as seguintes fases do processo:

Primeira fase - Por simplificação assume-se que o reservatório não é suscetível de sofrer qualquer tipo de dano. Na prática, um reservatório é igualmente suscetível de sofrer dano, bem como o aparecimento de fissuras ou até o total colapso estrutural, perda de qualidade da água, falta de água, congelamento da água, entre outros (Afonso, 2010). Nesta situação aplica-se o primeiro critério, ou seja, a sub-RAA não ser uma sub-RAA de referência (Nr), logo a sub-RAA selecionada é a 42.

Segunda fase - A sub‐RAA 42 é composta pelas sub‐RAA 41 e 39. A sub‐RAA 39 é a eleita pela aplicação do segundo critério, pois encontra-se ligada diretamente à sub‐RAA de referência (Cd) pela sub-RAA primitiva 1.

Terceira fase – Por sua vez, a sub‐RAA 39 inclui as sub-RAA 2 e 35. Aplicando

novamente o segundo critério (Cd) a sub-RAA selecionada é a 35, pois está unida diretamente ao local de armazenamento pela sub-RAA primitiva 1.

Quarta fase– A sub‐RAA 35 contém as sub-RAA 4 e 31. Emprega-se, mais uma vez, o

segundo critério (Cd) e a nomeada é a 31, visto que está ligada diretamente ao reservatório através da sub-RAA primitiva 1.

Quinta fase – A sub‐RAA 31 engloba as sub-RAA 1 e 26. Como a sub-RAA 1 faz a

ligação da sub-RAA de referência à restante RAA é a selecionada pelo segundo critério de desaglutinação (Cd). Sendo esta uma sub-RAA primitiva e que, em caso de dano, impossibilita e/ou condiciona o abastecimento na restante rede o processo termina e é identificado o primeiro cenário de dano. Corresponde apenas a um evento de dano que se sucede na sub-RAA primitiva 1.

Nos casos em que é detetado um evento de dano, mas a SRR ou parte dela ainda tem capacidade de abastecer, o processo de desaglutinação dessa sub-RAA é reiniciado, mas sem considerar as sub-RAA primitivas em que o dano já foi encontrado. Exemplo destas

situações são as sub-RAA que apresentam pelo menos dois algarismos na coluna da “Sequência de dano”.

Parâmetros de vulnerabilidade

Similarmente ao realizado no processo de desaglutinação, o cálculo dos parâmetros de vulnerabilidade será efetuado já com as alterações propostas na secção 3.1.1. Contudo, neste caso, também se realizou através do método atual, a fim de se comparar os dois métodos e quantificar (em termos percentuais) as diferenças obtidas. Na Tabela 4.9 são apresentados os resultados dos parâmetros de vulnerabilidade para todos os onze cenários de dano distintos identificados através da aplicação da TVRAA.

Tabela 4.9 – Cenários de dano e parâmetros de vulnerabilidade da sub-RAA ramificada.

De acordo com ambos os métodos de cálculo dos parâmetros de vulnerabilidade, o cenário 1 é o mais gravoso. Além de provocar a inoperabilidade total da rede (cenário de dano de colapso total), apresenta ainda o maior índice de vulnerabilidade (cenário de dano de máxima vulnerabilidade), isto é, a maior desproporcionalidade na relação perda da SRR e o esforço requerido para o efeito.

Se, por um lado, o cenário de dano mais gravoso foi facilmente identificado, porque ambos os métodos de avaliação convergiram nesse resultado, verifica-se que para os restantes casos tal não sucedeu. O cenário em que se verificou menor perda de rede e menor índice de vulnerabilidade (cenário de mínima vulnerabilidade) não é o mesmo para ambos os métodos. Pela abordagem atual esse cenário seria o 8, enquanto pela metodologia aqui proposta essa situação seria partilhada pelos cenários 4, 8 e 11.

Analisando os dados da Tabela 4.9 constata-se que a diferença mais significativa, entre ambos os métodos para o valor de perda de rede, ocorre no cenário 8 com um valor superior a 80%. Destacam-se ainda mais três cenários com diferença nos resultados na

Proposta Atual Diferença (%) Proposta Atual

1 1 1,00 1,00 ---- 0,048 21,00 21,00 2 3 0,86 0,80 6,4 0,048 18,00 16,85 3 6-9 0,71 0,67 6,0 0,095 7,50 7,05 4 7-8 0,14 0,07 49,7 0,095 1,50 0,75 5 9 0,57 0,54 5,4 0,048 12,00 11,35 6 11-10 0,57 0,50 12,5 0,095 6,00 5,25 7 12 0,14 0,07 50,3 0,048 3,00 1,49 8 13-14 0,14 0,03 82,5 0,095 1,50 0,26 9 15-12 0,50 0,49 1,6 0,095 5,25 5,17 10 17 0,29 0,23 18,6 0,048 6,00 4,88 11 20-21 0,14 0,07 53,4 0,095 1,50 0,70 Cenário de Dano Sequencia do dano

Perda de Rede Capacidade resistente ao

dano

Índice de vulnerabilidade

ordem dos 50%, seguidos de outros dois com a diferença a rondar os 15 %. Os restantes apresentam diferenças praticamente marginais ou nulas.

4.5.3.2. Cálculo automático com o TV-WPN

De modo análogo ao que se sucedeu com aplicação manual da TVRAA, os resultados e as diversas etapas não são apresentados na totalidade pelas mesmas razões. Apenas são efetuados comentários e comparados os resultados obtidos em cada uma das etapas com os alcançados por cálculo manual.

Pré-processamento

O pré-processamento do TV-WPN contempla duas etapas: uma de análise e organização da informação contida no ficheiro “.xlm” de entrada; e outra de construção e formulação da rede. Na primeira, são exibidos os dados de modelação da rede na secção “Network

data loaded from XML file” de modo a ser possível ao utilizador verificar a existência de alguma anomalia ou incorreção na introdução dos dados. Por defeito o programa ainda exibe a mensagem “If the network is not loaded correctly, please verify your XML file.”, com o objetivo de alertar os utilizadores para eventuais erros. A segunda etapa consiste na definição da rede através do processamento de danos do ficheiro de entrada e de cálculo de alguns parâmetros hidráulicos essenciais para a execução da TVRAA. Estes são apresentados de forma explícita no segmento “Net definition” e de uma forma menos percetível no “Network details (internal variables)”.

O pré-processamento desempenha um papel determinante, uma vez que este condiciona toda a execução da TVRAA. A existência de um erro no cálculo das perdas de carga pode influenciar os resultados finais dos cenários de dano, pois este parâmetro interfere decisivamente na avaliação da qualidade de forma da SRR e, consequentemente com o processo de aglutinação, e todo o restante procedimento de avaliação da vulnerabilidade. Na Tabela 4.10 apresentam-se os resultados de alguns dos parâmetros de avaliação da qualidade de forma das sub-RAA. Não são apresentados todos, uma vez que alguns deles apenas são determinados no processo de aglutinação, nomeadamente a conexão nodal e a máxima capacidade resistente.

Tabela 4.10 – Comparação de resultados do pré-processamento da sub-rede ramificada.

No lado esquerdo da tabela encontram-se os resultados teóricos, isto é, aqueles que deveriam ser alcançados pelo programa, enquanto no lado direito são apresentados os resultados práticos, ou seja, os que efetivamente são obtidos pela aplicação do TV-WPN. No que diz respeito aos resultados teóricos, as perdas de carga unitárias são as estimadas

pelo modelo do programa EPANET que usa a formula de Darcy – Weisbach, enquanto

que as distâncias ao reservatório foram calculadas manualmente. O método de cálculo das perdas de carga adotado pelo TV-WPN é realizado pela fórmula preconizada por Barr. Pela observação dos dados desta tabela, depreende-se que a distância ao reservatório foi bem calculada pelo TV-WPN, visto que os valores teóricos e práticos são coincidentes. No que às perdas de carga unitárias diz respeito, verificam-se em algumas sub-RAA pequenas diferenças. Este facto deve-se, possivelmente, ao número de casas decimais consideradas no processo de cálculo por cada um dos programas. Tal facto não conduz a diferencias significativas na definição dos cenários de dano, pelo que se pode considerar que todo o pré-processamento do TV-WPN foi bem-sucedido.

Processo de aglutinação

O modo como é executado o processo de aglutinação no TV-WPN é ligeiramente diferente do apresentado no capítulo 2 e do efetuado anteriormente no cálculo manual, estando a diferença na forma de numeração dos candidatos a aglutinar. No programa de cálculo automático todos os candidatos a aglutinar, nos diversos passos são numerados

1 5,06 0 5,06 0 2 4,16 39,1 4,14 39,1 3 3,83 39,1 3,83 39,1 4 4,16 51,9 4,14 51,9 5 3,27 51,9 3,27 51,9 6 2,51 103,5 2,50 103,5 7 4,16 202,7 4,14 202,7 8 4,16 202,7 4,14 202,7 9 6,10 103,5 6,10 103,5 10 0,41 197,8 0,40 197,8 11 12,64 197,8 12,62 197,8 12 2,51 213,7 2,50 213,7 13 4,16 290,6 4,14 290,6 14 4,16 290,6 4,14 290,6 15 12,91 213,7 12,90 213,7 16 4,16 199,9 4,14 199,9 17 8,64 294 8,60 294 18 4,16 321,2 4,14 321,2 19 2,51 321,2 2,50 321,2 20 4,16 412,6 4,14 412,6 21 4,16 412,6 4,14 412,6 Distancia ao reservatório (m) Perda de Carga Unitária (m/km) TV WPN Sub_RAA Valores Teóricos Perda de Carga Unitária (m/km) Distância ao reservatório (m)

sequencialmente, por outro, enquanto no método atual da TVRAA apenas são numerados os candidatos selecionados por algum dos critérios de aglutinação. Isto pode aumentar a complexidade de interpretação do processo por parte dos utilizadores, uma vez que a numeração torna-se bastante mais extensa e obriga a uma análise mais cuidada. Naturalmente, esta numeração mais complexa é a utilizada pelo TV-WPN no modelo hierárquico que será exibido na secção seguinte.

Apesar de este facto não conduzir a quaisquer alterações nos resultados finais, é importante fazer uma correspondência correta da numeração de ambos os métodos de maneira a permitir avaliá-los e compará-los. Na Tabela 4.11 são sintetizados os processos de aglutinação executados com o TV-WPN e pelo cálculo manual a fim de facilitar a comparação dos resultados. Devido à enorme quantidade de dados não são apresentados todos os parâmetros de avaliação da qualidade de forma da SRR (conexão nodal, capacidade resistente ao dano, e distancia ao reservatório). De qualquer forma, estes foram comparados com detalhe em cada um dos passos e os resultados obtidos foram análogos.

Tabela 4.11 – Comparação dos processos de aglutinação da sub-rede ramificada.

Em termos práticos, o processo de aglutinação foi bem executado pelo TV-WPN, uma vez que em todos os passos os candidatos selecionados correspondem aos mesmos escolhidos pelo cálculo manual. Apesar de os valores apresentados pelo TV-WPN exibirem apenas duas casas decimas, este realiza os cálculos intermédios com o número

1 10+11 0,032 23 10+11 0,03 36 2 13+14 0,105 24 13+14 0,11 42 3 9+23 0,202 25 9+36 0,21 52 4 3+5 0,219 26 3+5 0,22 26 5 20+21 0,279 27 20+21 0,28 51 6 12+24 0,297 28 12+42 0,30 55 7 7+8 0,301 29 7+8 0,30 33 8 17+19 0,321 30 17+19 0,32 47 9 1+26 0,418 31 1+26 0,42 60 10 6+25 0,450 32 6+52 0,45 57 11 30+27 0,600 33 47+51 0,60 72 12 28+15 0,699 34 55+15 0,70 66 13 31+4 0,748 35 60+4 0,75 74 14 32+29 0,751 36 57+33 0,76 79 15 33+18 0,973 37 72+18 0,98 83 16 34+16 1,088 38 66+16 1,10 84 17 35+2 1,375 39 74+2 1,38 87 18 36+38 1,839 40 79+84 1,85 93 19 40+37 2,812 41 93+83 2,83 96 20 39+41 4,187 42 87+96 4,21 98 21 22+42 --- 43 22+96 --- 99 Manual TV-WPN Perda de Carga (m) Sub-RAA formada Candidatos Perda de Carga (m) Sub-RAA formada Passos Processo de aglutinação Candidatos

O modo como o processo de aglutinação é apresentado no programa TV-WPN deveria ser reformulado em futuras versões, pois este é exibido numa configuração muito extensa e algo confusa. Além disso não refere os critérios de aglutinação utilizados e não é dada a ênfase necessária aos candidatos selecionados, principalmente nos passos iniciais em que estes são mais difíceis de identificar, devido ao maior número de sub-RAA candidatas em análise.

Modelo hierárquico

O modelo hierárquico é reproduzido de duas formas diferentes no TV-WPN. A primeira, designada de “computation”, é a mais elaborada e exibe o processo de construção do modelo (ANEXO F.I). Em cada linha é apresentada: uma sub-RAA com o índice correspondente ao passo em que foi aglutinada; tipo (primitiva ou não); sub-RAA colocadas no nível inferior à esquerda e à direita, respetivamente; estado (intacta ou não); sub-RAA situada superiormente, e o nível em que se encontra no modelo hierárquico. Por exemplo no caso da sub-RAA 98, que contém o índice 0, foi aglutinada no passo 19, não é uma sub-RAA primitiva, à sua esquerda está colocada a sub-RAA 87 e à direita a 96, encontra-se intacta, no seu topo está a sub-RAA 99 e encontra-se no primeiro nível do modelo hierárquico.

A segunda forma de representação do modelo hierárquico, denominada por “show path”,

é mais simples de assimilar, mas apresenta menos informação. São exibidas em cada linha todas as sub-RAA selecionadas e é feita referência à sub-RAA colocada no nível imediatamente superior. A particularidade desta representação é a sequência como se apresentam as sub-RAA, que é realizada por ramos do modelo hierárquico. Isto é, foca-se um tramo e este é todo decomposto e depois passa para o seguinte e assim sucessivamente. Os resultados integrais relativos ao modelo hierárquico obtido para a SRR em estudo são apresentados no ANEXO F.II.

Na Figura 4.26 é apresentado o modelo hierárquico construído anteriormente no cálculo manual, mas com a inclusão da numeração utilizada no programa TV-WPN. Como se pode verificar, a correspondência das sub-RAA é precisa, pelo que se pode considerar que a construção do modelo hierárquico gerado foi executada com êxito para a SRR em estudo.

No entanto, a forma de apresentação do modelo hierárquico, tal como aconteceu no processo de aglutinação, necessita de ser revista em futuras versões do programa. Se por um lado são apresentadas duas configurações distintas para o modelo hierárquico, não é menos verdade que são ambos de difícil interpretação, em particular a primeira. Apesar

de esta ser uma RAA de pequenas dimensões – constituída por 21 tramos – conduziu à

formação de um modelo hierárquico com 9 níveis e já com o grau de complexidade considerável. Se aplicarmos a todo o subsistema de abastecimento estudado, a complexidade e a extensão do mesmo aumenta exponencialmente e pode tornar-se de interpretação quase impossível.

Figura 4.26 – Modelo hierárquico da sub-rede ramificada resultante da aplicação do TV-WPN. A apresentação dos modelos hierárquicos de forma gráfica no programa TV-WPN, encontra-se limitada a estruturas com 6 níveis. Seria importante rever este aspeto nas próximas versões do programa, de maneira a que estes fossem sempre apresentados esquematicamente independentemente das dimensões da RAA. Assim, facilitaria a interpretação da rede em termos de qualidade de forma aos utilizadores do programa. Processo de desaglutinação e parâmetros de vulnerabilidade

O processo de desaglutinação é executado pelo TV-WPN considerando que as sub-RAA formadas e selecionadas no processo de aglutinação são RAA autónomas. Desta forma, realiza novos processos de aglutinação e constrói novos modelos hierárquicos para cada uma dessas sub-RAA. De seguida, determina os respetivos cenários de dano e parâmetros

Apesar de ser um método diferente do realizado no cálculo manual, não conduz a qualquer alteração nos resultados finais obtidos.

Pelas razões já referidas, não foi de novo possível anexar ao documento os resultados integrais do processo, pelo que se resumiram na Tabela 4.12 os cenários de dano identificados, bem como os parâmetros de vulnerabilidade obtidos. Os valores apresentados na coluna “Manual” são os obtidos pelo método atual e não pelo proposto neste documento, visto que o TV-WPN ainda não foi atualizado e continua a utilizar essa forma convencional de cálculo.

Tabela 4.12 – Comparação dos resultados do processo de desaglutinação e dos parâmetros de vulnerabilidade obtidos pelas duas metodologias, para a sub-rede ramificada.

Através da análise aos dados da Tabela 4.12 verifica-se que os resultados de ambos os métodos de cálculo não coincidem na íntegra. Comparando em primeiro lugar os cenários