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2. TEORIA DA VULNERABILIDADE DE RAA: ESTADO DA ARTE

3.2. Descrição do programa EPAtoTV, desenvolvido para interface entre o EPANET

3.2.3. Exemplo de aplicação a uma rede fictícia

Nesta secção é apresentado um exemplo de aplicação do EPAtoTV a uma rede de abastecimento fictícia, com a explicação detalhada de todos os passos desde a geração do

capítulo seguinte será efetuada a sua aplicação, para validação ao caso de estudo de uma RAA real.

Esta rede de teste já serviu como exemplo aplicação em trabalhos anteriores (Afonso, 2010) e é um dos modelos de apresentação que surge no site do programa TV-WPN (Figura 3.8).

Figura 3.8 – RAA que serve de modelo para aplicação do EPAtoTV.

Optou-se por esta rede devido a já existirem resultados verosímeis para este caso e que podem servir de base de comparação dos resultados. A RAA em si também apresenta características interessantes para este caso, pois, para além de ter uma estrutura mista é de pequena dimensão, o que facilita a representação das várias etapas de aplicação tornando- a mais elucidativa.

A Tabela 3.3 apresenta as características geométricas e hidráulicas da RAA em questão e que são a base de modelação no EPANET. O objetivo final deste procedimento é obter uma tabela idêntica à apresentada em formato “.xlm” de modo a ser aplicado no TV- WPN. Nesta situação, em que são conhecidos os dados e a informação da RAA, a aplicação do EPAtoTV não apresenta qualquer vantagem, visto que toda a informação relevante já se encontra organizada e ordenada no formato pretendido. No entanto, em redes reais raramente isso acontece, pelo que o EPAtoTV constitui uma ferramenta bastante útil, como se poderá verificar no capítulo seguinte.

Tabela 3.3 - Características geométricas e hidráulicas da RAA. Trecho Inicial Final Nó Comprimento (m) Caudal (l/s) Int. (mm) Diâmetro

Diâmetro Ext. (mm) Rugosidade (mm) Classe de Pressão 1 1 2 500 24 200 188,2 0,01 6 2 2 3 600 8 125 117,6 0,01 6 3 2 4 400 16 160 150,6 0,01 6 4 4 5 300 8 125 117,6 0,01 6 5 4 6 500 8 125 117,6 0,01 6 6 5 6 400 4 110 103,6 0,01 6

EPANET

Após a construção e simulação do modelo no EPANET (Figura 3.9), é ainda necessário realizar dois passos no próprio programa de simulação.

O primeiro é a geração do relatório de simulação, que é gerado através do menu “Report” da barra de ferramentas e, seguidamente, deve-se selecionar a opção “Full…”. Com isto, é então aberta uma janela para definir o local onde se pretende gravar o relatório e o respetivo nome e escolhendo sempre a extensão “.txt”, isto para que o EPAtoTV o consiga identificar e ler. Este relatório contém todos os dados relevantes das simulações hidráulicas e da qualidade da água sendo, por isso, uma peça fundamental do EPAtoTV.

Figura 3.9 – RAA fictícia modelada do EPANET.

O segundo passo é a exportação da rede, isto porque o relatório de simulação gerado não contempla informação relativa às rugosidades nem às classes de pressão dos tubos. Desta forma, este método torna-se o único meio de obter essa informação. Para realizar a exportação deve-se selecionar no menu “File”, a opção “Export” e posteriormente a opção “Network...”. Atribui-se um nome ao ficheiro novamente com a extensão “.txt” (Figura 3.10).

Figura 3.10 – Exemplo da gravação do modelo de simulação da RAA em formato “.txt”. Posteriormente à criação dos relatórios dão-se por concluídas as tarefas no EPANET e

EPAtoTV

Após o programa se encontrar aberto seleciona-se a opção “Open Files”. Abre-se uma janela auxiliar que permite fazer o input dos ficheiros de saída do EPANET. Deve ser selecionado primeiramente o relatório de simulação e só depois o ficheiro de exportação da RAA.

De seguida seleciona-se o botão “Process”, surgindo uma caixa de texto para mencionar a notação adotada na identificação dos tramos no MSH (Figura 3.11). Assim é possível que o programa reconheça nas diversas linhas dos ficheiros aquelas que correspondem exclusivamente às tubagens e respetivos nós.

Figura 3.11 – Definição da simbologia da tubagem no MSH.

No seguimento da barra de execução, a próxima opção a selecionar é o “Add tank”. Surge, novamente, outra caixa de texto para identificar a que nó esse reservatório se encontra associado. Caso existam mais do que um reservatório há duas formas alternativas de os adicionar: ou seleciona-se repetidamente o botão “Add tank” até atingir o número de reservatórios pretendido ou se adiciona diretamente na caixa de texto separando-os por ponto e virgula, Figura 3.12.

Figura 3.12 – Adicionar reservatório(s) à RAA no EPAtoTV.

Por último, carrega-se no botão “Export to XLM” e a informação até então tratada é gravada em formato “.xlm”. A Tabela 3.4 apresenta o resultado da aplicação do programa EPAtoTV a este caso prático. Feito isto já possível executar a simulação no TV-WPN com os dados hidráulicos relativos a esta RAA.

Tabela 3.4 – Resultado da aplicação do programa EPAtoTV à RAA fictícia. NET_ SUBRAA NET_ NODE_ BEGIN NET_ NODE_ END NET_ LENGTH NET_Q NET_ DCOM NET_ DINT NET_ K NET_ P NET_ D 1 1 2 500 24 200 188,2 0,01 6 1,01E-06 2 2 3 600 8 125 117,6 0,01 6 1,01E-06 3 2 4 400 16 160 150,6 0,01 6 1,01E-06 4 4 5 300 8 125 117,6 0,01 6 1,01E-06 5 4 6 500 8 125 117,6 0,01 6 1,01E-06 6 5 6 400 4 110 103,6 0,01 6 1,01E-06 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 TV-WPN

A aplicação do TV-WPN é a etapa mais simples de todo o procedimento até aqui descrito, basta aceder ao website do programa de cálculo, anteriormente mencionado, selecionar a opção “Application” e esperar que abra uma nova página.

Realiza-se o upload do ficheiro “.xlm”, e as várias etapas do processamento (definição da RAA, pré-processamento, processo de aglutinação, modelo hierárquico, processo de desaglutinação e os eventos de dano) e os resultados surgem (Figura 3.13).

Figura 3.13 – Resultados da aplicação do programa TV-WPN à RAA fictícia.

Após este pequeno exemplo que aplicação percebe-se melhor a dimensão que EPAtoTV pode conferir ao TV-WPN na interação com o programa de simulação hidráulica mais utilizado, o EPANET. Refere-se, contudo, que seria interessante o lançamento de uma nova versão do programa, que possibilite ao utilizador selecionar os resultados que pretende exportar do ficheiro de simulação do EPANET (qualidade de água, pressão, entre outros).

4. APLICAÇÃO DA TV A UMA REDE REAL COM RECURSO A