• Nenhum resultado encontrado

4. APLICAÇÃO DA TV A UMA REDE REAL COM RECURSO A PROGRAMAS

4.5. Aplicação do TV-WPN ao caso de estudo

4.5.3. Análise da vulnerabilidade de uma sub-rede ramificada (SRR)

4.5.4.3. Processo de desaglutinação alternativo pelo TV-WPN

As diferenças obtidas na definição dos cenários de dano para os dois métodos fizeram com que se questionasse a origem dessa discrepância, tendo sido postuladas três razões distintas: ser um problema intrínseco da formulação da TVRAA; existir um problema no código do programa de cálculo automático TV-WPN; e/ou lapso na resolução manual da TVRAA. Partindo do princípio que a TVRAA se encontra bem formulada, visto que já foi estudada e aplicada diversas vezes, analisaram-se apenas duas das hipóteses.

Tendo em consideração que todo o processo até à construção do modelo hierárquico (inclusive) foi realizado coniventemente e que os resultados coincidiam para ambas as metodologias, é quase evidente que a disparidade resulta da execução do processo de desaglutinação. Nesse sentido, decidiu-se realizar um processo de desaglutinação diferente para ambas as metodologias:

 Cálculo manual: ao invés de se utilizar a metodologia proposta no capítulo 3 para o desmembramento do modelo hierárquico, foi utilizada a atual da TVRAA. Considera-se que todas as sub-RAA formadas nas etapas anteriores são independentes e, como tal, é necessário estudar cada uma individualmente realizando novos processos de aglutinação e novos de modelos hierárquicos referentes a essas sub-RAA, num procedimento semelhante ao que é realizado no TV-WPN.

 Cálculo automático: é realizada uma simulação principal, onde são definidas as sub- RAA no processo de aglutinação e onde é identificado um cenário de dano. Posteriormente, são realizadas várias simulações secundárias com as sub-RAA formadas na simulação principal, a fim de se encontrar os cenários de dano referentes a cada uma delas. Realiza-se novamente um procedimento semelhante ao executado pelo TV-WPN, mas agora de forma separada para cada sub-RAA encontrada na simulação principal.

Na Tabela 4.19 são apresentados todos os cenários identificados e respetivas sequências de dano pelos quatro métodos utilizados (os dois anteriores e os dois deste processo alternativo).

A primeira nota a realçar é a correspondência dos resultados obtidos em ambos os cálculos manuais. O processo de desaglutinação proposto (capítulo 3) conduziu às mesmas situações de dano obtidas pela desaglutinação atual, mas de uma forma

desaglutinação proposta é válida e vantajosa que a disparidade verificada na secção anterior não tem origem no cálculo manual, mas sim no cálculo automático com o TV- WPN.

Tabela 4.19 – Comparação dos cenários de dano identificados pelos quatro diferentes métodos de desaglutinação.

Comparando os resultados obtidos pelos dois processos que utilizam o TV-WPN, verifica-se que existem seis cenários com sequências de dano distintas. A execução comum do programa de cálculo conduziu a cenários de dano mais simples, isto é, com menos eventos de dano em cada um dos cenários. Por outro lado, a realização da desaglutinação de forma individual/separada levou à obtenção de resultados mais próximos dos alcançados no cálculo manual, permitindo reduzir o número de cenários distintos obtidos de nove para um único. Além disso, verificou-se que o TV-WPN não conseguiu realizar duas simulações (sub-RAA 38/88 e 31/75) por causas desconhecidas. Este teste permite afirmar que a disparidade detetada advém do processo de desaglutinação efetuado pelo TV-WPN. Esse problema poderá ocorrer, devido à inadequada formulação dos reservatórios das sub-RAA, como se pode constatar, a título de exemplo através da Figura 4.34, representativa da sub-RAA 36/83, onde à esquerda se exibe a forma como o TV-WPN a considera, e à direita como efetivamente este a devia considerar. O facto do programa de cálculo admitir a sub-RAA dessa forma desadequada origina que detete apenas dois eventos de dano em vez dos três necessários para provocar a inoperabilidade do sistema. 45 1 1 111 ---- ---- 44 1 1 110 1 1 43 10-15-18 10-15-18 107 10-15-18 10-15-18 42 1 1 105 1 1 41 10-15-18 10-15-18 99 10-15-17 10-15-17 40 1 1 90 1 1 39 21-22 21-22 55 21-22 21-22 38 9-4-8-3 9-4-8-3 88 4-9 9-4-8 37 17-16-10 17-16-10 85 16-10 17-16-10 36 15-20-18 15-20-18 83 15-18 15-20-18 35 1 1 24 1 1 34 9-7-8 9-7-8 76 7-8 9-7-8 33 16-13-10 16-13-10 71 16-10 16-13-10 32 20-18 20-18 65 18 20-18 31 6-4-3 6-4-3 75 4-6 4-6 30 7-8 7-8 34 7-8 7-8 29 6-5 6-5 31 6-5 6-5 28 13-10 13-10 62 13-10 13-10 27 4-3 4-3 28 4-3 4-3 26 19-18 19-18 51 18 19-18 25 12-13 12-13 41 12-13 12-13 24 11-10 11-10 38 11-10 11-10 Sub-RAA Sub-RAA TV WPN Desaglutinação Simples Desaglutinação Separada Manual Desaglutinação Proposta Desaglutinação Atual

Como o TV-WPN considera a sub-RAA

36/83 Como o TV-WPN devia considerar a sub-RAA 36/83

Figura 4.34 – Disparidade na consideração dos reservatórios na sub-RAA 36/83.

Na execução da desaglutinação individual/separada foram considerados os reservatórios de forma correta, daí que os resultados obtidos sejam concordantes com os alcançados pelo cálculo manual. A única exceção foi a da sub-RAA 41/99 que continuou com uma sequência de dano incongruente. Não foi possível detetar com exatidão a origem da falha, mas tudo aponta para que possa resultar da incorreta aplicação de algum dos critérios de desaglutinação pelo TV-WPN.

A Figura 4.35 apresenta o resumo da aplicação da TVRAA a essa sub-RAA., sendo evidente que a sequência de dano obtida pelo TV-WPN não conduz à inoperacionalidade da RAA, o que demonstra a existência de algum problema nesse cálculo. Se nos focarmos no modelo hierárquico e no seu desmembramento, reparamos que a falha acontece na deteção do terceiro e último evento de dano. Mais precisamente, na escolha do critério de desaglutinação a aplicar à sub-RAA 21, uma vez que a sub-RAA a selecionar deveria ser a 19 e não a 20 (à qual pertence a sub-RAA primitiva 7).

TV WPN 1º evento 2º evento 3º evento

23(1) 23(1) 23(1) 22(1) 22(1) 22(1) 21(4) 21(2) 21(2) 20(2) 19(3) 19(2) 18(2) 5 17(2) 16(2) ---- 15(2) 13(2) ---- 8 1 ---- ---- 1-5-8 (10-15-18) 1-5-7 (10-15-17)

Processo de desaglutinação Sequência do dano

Sequência do dano Manual

Como foi referido, o TV-WPN não concretizou as simulações das sub-RAA 38/88 e 31/75, pois aparentemente o programa entrou num ciclo de cálculo contínuo não permitindo a visualização total dos resultados. Analisando esta ocorrência, verificou-se que essas sub-RAA pertencem à mesma zona da rede (Figura 4.36). Contudo se considerarmos apenas uma sub-RAA de referência, verifica-se com alguma surpresa, que a execução de ambas as simulações é realizada com sucesso, sendo a causa da ocorrência desta situação desconhecida.

Figura 4.36 – Representação das sub-RAA 38/88 e 31/75, respetivamente.