LOCI DE PARTICIPAÇÃO
A) CÂMARA DE SAÚDE SUPLEMENTAR CSS
A Câmara de Saúde Suplementar é órgão permanente, de natureza consultiva, e permite a participação institucionalizada da sociedade. Seu Regimento Interno, aprovado pela Resolução Normativa nº. 115/2005 dispõe sobre finalidade desse órgão.
Art. 2º - A Câmara de Saúde Suplementar – CSS tem por finalidade, auxiliar a Diretoria Colegiada, ao discutir os assuntos de maior relevo, com a participação de representantes de todos os segmentos da sociedade que protagonizam as relações no setor, tornando-se, dessa forma, um órgão consultivo que dá transparência e subsidia as decisões ali adotadas (BRASIL, 2005c).
As atribuições da CSS estão estabelecidas em seu Regimento Interno, que dispõe: (a) discutir, analisar e sugerir medidas que possam melhorar as relações entre os diversos segmentos que compõem o setor; (b) colaborar para os resultados das Câmaras Técnicas; (c) auxiliar a Diretoria Colegiada a aperfeiçoar o mercado de saúde suplementar, proporcionando a ANS condições de exercer, com maior eficiência, sua função de regular as atividades que garantam a assistência suplementar à saúde no país; (d) indicar representantes para compor grupos técnicos temáticos, sugeridos pela Diretoria Colegiada (BRASIL, 2005c).
A CSS é composta por diversos membros da sociedade que mantém relação com a ANS. O Regimento Interno dispõe:
Art. 4º A Câmara de Saúde Suplementar é composta de membros designados por Portaria do Diretor-Presidente da ANS, na forma do § 1º do art. 13 da Lei nº. 9.961, de 28 de janeiro de 2000:
I – pelo Diretor-Presidente da ANS, ou seu substituto, na qualidade de Presidente;
II – por um Diretor da ANS, na qualidade de Secretário; III – por um representante de cada Ministério a seguir indicado: • da Fazenda;
• da Previdência e Assistência Social; • do Trabalho e Emprego;
• da Justiça; • da Saúde;
IV – por um representante de cada órgão e entidade a seguir indicados: • Conselho Nacional de Saúde;
• Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde; • Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde; • Conselho Federal de Medicina;
• Conselho Federal de Odontologia; • Conselho Federal de Enfermagem; • Federação Brasileira de Hospitais;
• Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços; • Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas;
• Confederação Nacional da Indústria; • Confederação Nacional do Comércio; • Central Única dos Trabalhadores; • Força Sindical;
• Social Democracia Sindical;
• Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização; • Associação Médica Brasileira;
V – por um representante de cada entidade a seguir indicada: • do segmento de auto-gestão de assistência à saúde; • das empresas de medicina de grupo;
• das cooperativas de serviços médicos que atuem na saúde suplementar; • das empresas de odontologia de grupo;
• das cooperativas de serviços odontológicos que atuem na área de saúde suplementar;
VI – por dois representantes de entidades a seguir indicadas: • de defesa do consumidor;
• de associação de consumidores de planos privados de assistência à saúde; • das entidades de portadores de deficiência e de patologia especiais (BRASIL, 2005c).
Caso as entidades não indiquem membros para a composição da Câmara, o Diretor-Presidente, de ofício, nomeará ocupante para a vaga. Os representantes dos órgãos de defesa do consumidor, da associação de consumidores de planos privados de assistência à saúde e das entidades de portadores de deficiência e de patologias especiais terão mandato de 02 (dois) anos, não estabelecendo o Regimento Interno da CSS o mandato dos demais membros.
Os membros da CSS perderão o mandato caso deixem de comparecer injustificadamente a 03 (três) reuniões seguidas ou 06 (seis) intercaladas, no período de um ano. As justificativas devem ser apresentadas junto à Secretaria da CSS até 48h após as reuniões (BRASIL, 2005c). O Regimento Interno da CSS prevê ainda a possibilidade de representantes de segmento da sociedade, participar das reuniões na condição de ouvinte, quando tenham relação com o tema que será abordado.
B) OUVIDORIA
A Ouvidoria também está prevista na lei de criação da ANS funcionando como um canal de comunicação entre a sociedade e a agência. Da mesma forma que apresentada na Anvisa, funciona como órgão independente e sem vinculação hierárquica com qualquer das unidades organizacionais que compõem a estrutura básica da agência.
Art. 8º - A missão da Ouvidoria é buscar a melhoria contínua dos serviços prestados pela ANS e da qualidade de sua atuação regulatória, garantindo o desejado equilíbrio desta atuação e, com isso, contribuir para a melhoria da gestão e para o próprio desenvolvimento institucional da Agência Nacional de Saúde Suplementar (BRASIL, 2004g).
O Regimento Interno da ANS estabelecendo a competência da Ouvidoria.
Art. 7º. A Ouvidoria compete:
I – acompanhar e avaliar permanentemente a atuação da ANS, recomendando, quando couber, correções necessárias ao seu aprimoramento; II - formular e encaminhar as demandas recebidas aos órgãos competentes, em especial às Diretorias da ANS, à Presidência, à Diretoria Colegiada, à Procuradoria, à Corregedoria e, quando for o caso, ao Ministério Público; III – dar ciência ao Diretor-Presidente e às demais Diretorias da ANS, de infringências de normas de assistência suplementar à saúde, às quais a Ouvidoria tiver acesso, no cumprimento de sua missão;
IV – produzir, semestralmente, ou quando oportuno, relatórios com apreciações críticas sobre a atuação da ANS, encaminhando-os, em especial, à Diretoria Colegiada, ao Ministério da Saúde e a outros órgãos do Poder Executivo e Legislativo, disponibilizando estes relatórios para conhecimento geral, inclusive na página da ANS na rede mundial de computadores; V – atuar com imparcialidade, transparência e independência hierárquica, no cumprimento de sua missão;
VI – ser um instrumento de fortalecimento e desenvolvimento da ANS (BRASIL, 2004g).
A Ouvidoria possui um sistema eletrônico e através dele os diversos segmentos que são regulamentados pela ANS – consumidor, operadoras de planos de saúde, gestores, prestadores de serviços de saúde e outros – podem enviar suas reclamações, sugestões, elogios ou consultas a ANS. Após o envio da manifestação é gerado um número de protocolo para que o peticionante possa acompanhar o andamento pelo próprio sítio institucional.
Além do envio eletrônico, a Ouvidoria da ANS possui ainda um número de telefone gratuito de abrangência nacional - Disque ANS 0800 701 9656 -, onde as pessoas também podem tirar suas dúvidas e fazer reclamações, o que possibilita um maior acesso da população aos serviços prestados pela Ouvidoria.
O ouvidor é indicado pelo Ministro de Estado da Saúde e nomeado pelo Presidente da República para um mandato de dois anos, admitida uma única recondução. É vedado ao ouvidor possuir qualquer interesse, direto ou indireto, em empresas ou pessoas sujeitas à atuação regulatória da ANS.
Ao ouvidor, no mister de suas atividades, incumbe: i) ouvir as reclamações de qualquer cidadão e receber denúncias de quaisquer violações de direitos individuais ou coletivos de atos legais relacionados à assistência suplementar à saúde, bem como qualquer ato de improbidade administrativa praticado por agentes ou servidores públicos de qualquer natureza; ii) promover as ações necessárias à apuração da veracidade das reclamações e denúncia recebidas, e, sendo o caso, tomar as providências necessárias ao saneamento das irregularidades e ilegalidades constatadas;
iii) produzir apreciações críticas sobre a atuação da ANS e iv) produzir relatórios
críticos sobre a atuação da ANS, encaminhando-os à Diretoria Colegiada, ao Consu e ao Ministério da Saúde (BRASIL, 2004g).
C) CÂMARAS TÉCNICAS
Dentre o rol de competências listados na Lei nº. 9.961/2000, existe a atribuição de criar Câmaras Técnicas, de caráter consultivo, como forma de subsidiar as deliberações da ANS (BRASIL, 2000b). No Regimento Interno do Conselho de Saúde Suplementar, consta que a Câmara Técnica funcionará como órgão de assessoramento do Conselho de Saúde Suplementar - Consu, auxiliando a tomada de decisões (BRASIL, 1998b). Apesar de todas essas disposições, não foram encontradas maiores informações sobre a existência ou não de Câmaras Técnicas na Agência Nacional de Saúde Suplementar.