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C APÍTULO 2

No documento CONTABILIDADE GERENCIAL (páginas 33-55)

Terminologias em Custos

A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

9 Compreender as terminologias de custos.

9 Classificar os gastos em investimentos, custos, despesas e perdas.

9 Classificar os custos e despesas em diretos e indiretos e em variáveis e fixos.

9 Alocar custos e despesas aos produtos e serviços por meio dos diferentes métodos de custeio.

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Capítulo 2

Contextualização

A Contabilidade de Custos surgiu da necessidade de as empresas avaliarem seus estoques, principalmente na área industrial. Porém, com o passar do tempo, percebeu-se que a Contabilidade de Custos conseguia atender a outras duas importantes tarefas: controle e decisão.

Nesse seu novo campo, a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao controle e às tomadas de decisões. No que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, em um estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos.

No que tange à decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e de longo prazo sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc.

Portanto, a Contabilidade de Custos, nessas últimas décadas, passou de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante ferramenta de controle e decisões gerenciais.

A obtenção e a compreensão das informações sobre custos são essenciais para o sucesso das empresas. Em primeiro lugar, os custos determinam o preço de venda; se os custos forem maiores do que o preço de venda, haverá prejuízo.

Todos os custos aplicáveis ao produto ou ao serviço precisarão ser considerados (incluindo fabricação, venda e outras despesas) quando formos determinar o preço de venda.

A Contabilidade de Custos, qualquer que seja o sistema, necessita da distinção entre custos e despesas. Teoricamente, a distinção é fácil: custos são gastos (ou sacrifícios econômicos) relacionados com a transformação de ativos (exemplo: consumo de matéria-prima ou pagamento de salários); despesas são gastos que provocam redução do patrimônio (exemplo: impostos, comissões de vendas etc.). Alguns autores enfatizam que todos os custos incorporados aos produtos acabados, fabricados pela empresa industrial, são reconhecidos como despesas no momento em que os produtos são vendidos.

O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável ou, se não-rentável, se é possível reduzir os custos.

Para estudarmos custo, é fundamental nos familiarizarmos com os termos usuais da área, ou seja, sua terminologia. A seguir, apresentamos alguns conceitos entendidos como fundamentais.

Terminologias em Custos

Encontramos, em todas as áreas, uma quantidade de nomes para um único conceito e isso não é diferente quando falamos sobre custo e despesa. Entretanto, esses termos não são sinônimos.

Quando se depara com esses termos utilizados na Contabilidade de Custos, normalmente o principiante se vê perdido, e o experiente, às vezes, se vê embaraçado. Por isso, veremos, na sequência, o que essas terminologias da área de custos significam.

Gasto

O gasto é uma saída de dinheiro do caixa que a entidade desembolsa para obtenção de um produto ou serviço qualquer. Essa saída é representada pela entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). É o ato primeiro, precede a despesa, o custo, a imobilização etc.

Esse conceito é amplo e se aplica a todas as variações monetárias (saídas) ocorridas na empresa, sendo aplicável, também, nas aquisições a prazo. Assim, temos gastos com a compra de matéria-prima, gastos com mão-de-obra, tanto na produção como na distribuição, gastos com honorários da diretoria, gastos na compra de um bem imobilizado etc.

(FAGUNDES, 2010).

O gasto só existe quando é efetuada a transferência para a propriedade da empresa do bem ou serviço. Ele se efetiva no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento (redução do saldo do caixa, do banco etc.) (FAGUNDES, 2010).

Para Wernke (2004, p. 11-12), gasto é um termo usado para O gasto é uma

saída de dinheiro do caixa que

a entidade desembolsa para

obtenção de um produto ou serviço

qualquer.

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englobar os demais itens. Por exemplo: um gasto poder ser relacionado a algum investimento (caso em que será contabilizado no ativo da empresa) ou a alguma forma de consumo (como custo ou despesa, quando será registrado em conta de resultado).

Nesse caso, compreendemos que os gastos generalizam um ou qualquer esforço que a empresa adquire e que resulta num produto ou serviço.

Gasto é o compromisso financeiro assumido por uma empresa na aquisição de bens e serviços, o que sempre resultará em uma variação patrimonial, seja ela qualitativa no início e/ou quantitativa em seguida (FAGUNDES, 2010).

O gasto, por sua natureza, pode ser definido como gasto de investimento, quando o bem ou o serviço é utilizado em vários processos produtivos (imobilizado, estoques etc.), e, como gasto de consumo, quando o bem ou serviço são consumidos no momento mesmo da produção ou do serviço que a empresa realiza. Dependendo da destinação do gasto de consumo, esse poderá converter-se em custo ou despesa. O mesmo acontece com o gasto de investimento:

à medida que o investimento for consumido, poderá transformar-se em custo ou despesa, dependendo do objeto em que será aplicado (FAGUNDES, 2010).

Vamos exemplificar gasto na prática. Veja: o gasto com a aquisição de uma máquina para a produção. Primeiramente, a máquina será ativada, sendo que sofrerá, gradativamente, redução em seu valor (desgaste, obsolescência etc.), fenômeno ao qual é dado o nome de depreciação, tornando-se, nesse momento, um custo de produção (FAGUNDES, 2010).

Diferenciação entre gasto e custo

A empresa ABA comprou 1.000 unidades de matéria-prima, mas utilizou apenas 800 unidades no processo de transformação em determinado período, sendo a diferença ativada a título de estoque de matéria-prima. Portanto, o gasto foi relativo a 1.000 unidades, e o custo foi de 800 unidades.

Dependendo da destinação do gasto de consumo,

esse poderá converter-se em custo ou despesa.

O mesmo acontece com o gasto de investimento: à medida que o investimento for consumido, poderá

transformar-se em custo ou despesa, dependendo do objeto em que será

aplicado.

A seguir, veremos que os gastos têm várias terminologias e que se classificam em: investimentos, despesas, custos e perdas.

a) Investimentos

Investimento é um gasto com bens ou serviços para a empresa, ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s).

Todos os pagamentos que a empresa efetua para a aquisição de bens ou serviços (gastos) que são estocados no ativo da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização, são especialmente chamados de investimentos (FAGUNDES, 2010).

Wernke (2004, p. 11-12) assim define investimentos:

Gastos que irão beneficiar a empresa em períodos futuros.

Enquadram-se nessa categoria, por exemplo, as aquisições de ativos, como estoques e máquinas. Nesses casos, por ocasião da compra, a empresa desembolsa recursos, visando a um retorno futuro sob a forma de produtos fabricados.

Diante do exposto, qualquer imobilizado e matéria-prima adquirida serão classificados contabilmente como investimentos de benefícios futuros, até mesmo os maquinários fabris, exceto o valor de seu desgaste com o passar do tempo que, nesse caso, será classificado como custos.

Os investimentos podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; as ações adquiridas de outras empresas são gastos classificados como investimentos circulantes ou permanentes, dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição.

b) Despesas

As despesas são itens que reduzem o patrimônio e que têm a característica Os investimentos

podem ser de diversas naturezas

e de períodos de ativação variados: a matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento

circulante; a máquina é um

gasto que se transforma num

investimento permanente.

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Capítulo 2

Pense na comissão do vendedor. Temos, nesse caso, um gasto que se torna imediatamente uma despesa. O equipamento usado na fábrica, que foi gasto transformado em investimentos e, posteriormente, considerado parcialmente como custo, torna-se uma despesa na venda do produto feito. O computador da secretária do diretor financeiro, que foi transformado em investimento, tem uma parcela reconhecida como despesa (depreciação), sem transitar pelo custo (FAGUNDES, 2010).

Portanto, perceba que todas as despesas são ou foram gastos e que, porém, alguns gastos muitas vezes não se transformam em despesas. É o caso de terrenos, por exemplo, que não são depreciados ou só se transformam em receita quando de sua venda.

Wernke (2004, p. 11-12) refere-se às despesas como

O valor dos bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas, de forma voluntária.

Esse conceito é utilizado para identificar os gastos não relacionados com a produção, ou seja, os que se referem às atividades não produtivas da empresa.

Logo, as despesas estão relacionadas com todos os gastos a partir da inserção dos produtos e/ou serviços no mercado.

Segundo a Resolução 750/93, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que trata dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, são consideradas incorridas as despesas:

• quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiros;

• pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

• pelo surgimento de um passivo sem correspondente ativo (CFC, 1993) .

c) Custos

Custo é um gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Esse gasto só é reconhecido como custo no momento de utilização dos fatores de produção, para fabricação de um produto ou execução de um serviço.

As despesas estão relacionadas com todos os gastos a partir da inserção dos produtos e/

ou serviços no mercado.

Exemplos:

• Matéria-prima: foi um gasto na aquisição que imediatamente se tornou um investimento durante sua estocagem e, quando consumido, se tornou custo.

• A energia elétrica é um gasto que, quando consumido, passa imediatamente para custo.

• Salários do pessoal da produção.

• Manutenção das máquinas e equipamentos de produção.

• Depreciação das máquinas e equipamentos de produção.

A regra do quê? Ou para quê? É simples: basta, para isso, definir o momento em que o produto está pronto para a venda. Até aí, todos os gastos são custos. A partir desse momento, todos os gastos serão tratados como despesas necessárias para a realização da venda. Veja a figura a seguir.

Figura 2 – Custos, despesas e vendas Fonte: A autora.

Wernke (2004, p. 11-12) afirma que custos são

Gastos efetuados no processo de fabricação de bens ou de prestação de serviços. No caso industrial, são os fatores utilizados na produção, como matérias-primas, salários e encargos sociais dos operários da fábrica, depreciação das máquinas, dos móveis e das ferramentas utilizadas no Wernke (2004,

p. 11-12) afirma que custos são gastos efetuados

no processo de fabricação de bens ou de prestação de

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Capítulo 2

A diferenciação entre custos e despesas é importante para a Contabilidade Financeira, pois os custos são incorporados aos produtos (estoques), ao passo que as despesas são levadas diretamente ao resultado do exercício. Entretanto, no enfoque gerencial, essa diferenciação não é muito relevante. Os contadores de custos devem dispensar a mesma atenção aos custos e às despesas. Se a eficiência é importante no setor de produção, deve ser considerada da mesma forma na área administrativa (FAGUNDES, 2010). De qualquer maneira, é importante que você conheça alguns conceitos descritos por autores que estudam a Contabilidade de Custos:

• Custo é um gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. São insumos de bens de capitais ou serviços efetuados para execução de determinados objetos (MARTINS, 2003).

• Custos são insumos de capitais, bens ou serviços, efetuados para consecução de determinados objetivos. Esses insumos assumem, primeiramente, uma expressão física e se traduzem, posteriormente, pela expressão monetária dos mesmos. Assim, melhor definindo,

“custo de um bem ou serviço é a expressão monetária dos insumos

físicos realizados na obtenção daquele bem ou serviço, considerando-se o total retorno dos capitais empregados, em termos de reposição.” (HORNGREN;

FOSTER; DATAR, 1997, p. 46).

Você deve ter percebido que o custo está associado diretamente à produção de bens ou à prestação de serviços. Veja alguns exemplos apresentados por Fagundes (2010):

• a matéria-prima foi um gasto na sua aquisição que imediatamente se tornou investimento e assim ficou durante o tempo de sua estocagem, sem que aparecesse custo algum associado a ela. No momento de sua utilização, na fabricação de um bem, surge o custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Esse, por sua vez, de novo é um investimento, já que fica ativado até sua venda;

• a energia elétrica utilizada na fabricação de um bem qualquer é gasto (na hora de seu consumo) que passa imediatamente para custo, sem transitar pela fase de investimento;

• a máquina provocou um gasto na sua entrada, tornando-se investimento e parceladamente transformou-se em custo (depreciação) à medida que foi utilizada no processo de produção de utilidades.

A diferenciação entre custos e despesas é importante para a Contabilidade Financeira, pois os custos são

incorporados aos produtos (estoques), ao passo que

as despesas são levadas diretamente ao resultado do exercício.

Entretanto, no enfoque gerencial, essa diferenciação

não é muito relevante.

Na teoria, parece fácil conceituar a variável custos. Entretanto, a grande questão é: onde terminam os custos de produção? E qual a diferença entre custos e despesas?

Para melhor entender essa diferença entre despesas e custos, observe a figura 3.

Figura 3 – Variável custos

Fonte: Horngren, Foster e Datar (1997, p. 49).

Para diferenciar custos de despesas, é imprescindível compreender que, primeiramente, a entidade realiza o gasto (aumento de obrigações e/ou diminuição do ativo). Esse gasto pode ser um investimento (aquisição de bens imobilizados, compra de matéria-prima etc.) ou ser um consumo direto (Ex.: pagamento de energia elétrica). Quanto ao investimento, esse se transforma em despesa em decorrência de sua utilização (depreciação, custo do produto fabricado etc.);

após, passa a ser classificado como um custo e, quando levado para a apuração do resultado, (segundo os Princípios Fundamentais da Contabilidade, a despesa existe em função da receita), transforma-se numa despesa. Já o gasto consumido imediatamente classifica-se, inicialmente, como despesa, sendo que essas despesas poderão ser relacionadas diretamente com o resultado do exercício, se não participarem do ciclo produtivo. Todavia, se identificadas como atividade de produção, serão consideradas custo e posteriormente despesas, na fase de apuração do resultado (FAGUNDES, 2010).

Além disso, devemos considerar, por exemplo, gastos com distribuição como

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Capítulo 2

Separação entre custos e despesas:

Custos: são os gastos relacionados à produção, como matéria-prima, energia elétrica da fábrica, aluguel da fábrica, mão-de-obra destinada à produção etc. Em empresas não-industriais, são os gastos efetuados com mercadorias compradas para revenda ou serviços prestados.

Despesas: são gastos de administração, vendas, financiamento etc. não diretamente relacionados à atividade produtiva. Assim, o aluguel dos escritórios da empresa, ao contrário do aluguel da fábrica, é despesa. Os salários dos administradores e funcionários do escritório da empresa são despesas, assim como a energia elétrica do escritório, materiais de escritório etc.

d) Perdas

A perda pode ser um bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. A perda não se trata de despesa ou custo.

Não é despesa, porque não se destina à obtenção de receita, e não é custo, porque não entra no processo de produção. A perda é contabilizada diretamente à conta de resultado. Exemplos: sinistros, estoques obsoletos etc.

É importante, também, diferenciarmos perdas normais e anormais.

Todo processo produtivo pode gerar restos decorrentes da atividade desenvolvida (previsionais), os quais são considerados normais à atividade. Devem, portanto, englobar o custo do produto fabricado; quando fazemos, por exemplo, um processo de corte ou

recorte em uma peça, normalmente temos sobras. Essas sobras são perdas normais, pois já estão previstas.

Já as perdas anormais são aquelas provenientes de erros de produção, incêndios, obsolescência, erros humanos etc.. São consideradas perdas do período, contabilizadas como tal, incidindo diretamente sobre o resultado do exercício, não sendo ativadas (não compõem os custos dos produtos;

simplesmente reduzem o resultado do período).

A perda pode ser um bem ou serviço

consumidos de forma anormal e involuntária. A perda

não se trata de despesa ou custo.

Não é despesa, porque não se destina à obtenção de receita, e não é custo, porque não entra no processo de

produção.

Dessa forma, podemos entender que perda é um bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Não se confunde com a despesa, muito menos com o custo. Exatamente pela sua característica de anormalidade, não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Veja alguns exemplos sugeridos por Martins (2003):

• O gasto de mão-de-obra, durante um período de greve, é uma perda, não um custo de produção.

• O material deteriorado por um defeito anormal e raro de um equipamento provoca uma perda, e não um custo. Aliás, não haveria mesmo lógica em se apropriar como custos essas anormalidades e, portanto, acabar por ativar um valor dessa natureza.

• Materiais ou produtos em estoques que devem ser baixados por obsolescência, ou seja, por desuso.

Para uma melhor caracterização dessas terminologias relacionadas à área de custos, veja o quadro 5.

TERMINOLO-GIA SIGNIFICADO EXEMPLO

Gasto Sacrifício econômico para aquisição de bens e serviços

Aquisição de bens e serviços

Investimento Gasto com bem ou serviço, ativado ou não, em função de sua vida útil e da sua destinação

Aquisição de uma máquina, reforma do prédio

Custo

Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na pro-dução de outros bens e serviços, relacionados com a atividade de produção

Matéria-prima, salário dos fun-cionários da área de produção

Despesa

Gasto com bens e serviços que não estejam rela-cionados diretamente com a produção, realizados não necessariamente para a obtenção de receitas

Salários dos funcionários ligados à administração

Perda

Gasto não intencional decorrente de fatores exter-nos ou fortuitos relacionados com a administração da universidade

Material em desuso ou deteriora-do no estoque

Quadro 5 – Terminologias de custo Fonte – A autora.

45 Terminologias em Custos

Capítulo 2

Atividade de Estudos:

1) Assinale com um X a classificação correta de cada fato: custo, despesa, investimento ou perda:

Fato Gasto Custo Despesa Investimento Perda Pagamento da fatura do

anúncio colocada no jornal desse fim de semana Manutenção do prédio da empresa

Compra de matéria-prima Transferência da matéria-pri-ma do almoxarifado para a fábrica para iniciar a produção

Apuração dos cartões de ponto dos empregados da fábrica

Apuração dos cartões de ponto do pessoal do escritório

Energia elétrica da fábrica consumida esse mês

“Perda” normal de matéria-prima no processo de fabricação

Deterioração de matéria-pri-ma em razão de greve dos operários

Obsoletismo de estoques de materiais

Salário do porteiro da fábrica

2) Classifique os gastos a seguir em custo ou despesa, encontrando o valor monetário total de cada categoria:

Gastos Custo ou Despesa Valor R$

Salário do pessoal da fábrica 120.000,00

Comissão dos vendedores 60.000,00

Matéria-prima consumida 270.000,00

Salários do pessoal administração 80.000,00

Honorários da diretoria administração 40.000,00

Depreciação das máquinas 30.000,00

Seguro da fábrica 10.000,00

Materiais diversos 20.000,00

Manutenção das máquinas da produção 30.000,00

Despesas de vendas 20.000,00

Material de expediente 10.000,00

• Total dos custos de produção:____________________

• Total das despesas: ____________________________

Agora que você já conhece as terminologias utilizadas na área de custos, ficará mais fácil entender a classificação dos custos. Veremos isto na sequência.

Classificação de Custos

Os gerentes contam com os contadores gerenciais para receber informações de custos úteis à tomada de decisões. Mas, afinal, o que é custo? Custo é um desembolso de caixa, ou seu equivalente, ou o compromisso de pagar em espécie no futuro, com o propósito de gerar receitas. A seguir, perceberemos que os custos são classificados em: custos diretos e indiretos, custos fixos e variáveis. Além disso, entenderemos, também, a separação entre custos e despesas.

a) Custos diretos e custos indiretos

São custos diretos aqueles relacionados diretamente com a produção do produto (bem ou serviço), a partir dos quais podemos Custo é um desembolso

de caixa, ou seu equivalente, ou o compromisso de pagar

em espécie no futuro,

47 Terminologias em Custos

Capítulo 2

Alguns exemplos de custos diretos são: embalagens, materiais de consumo, mão-de-obra etc.

Quanto aos custos indiretos, não podemos determinar com precisão sobre cada produto. Por isso, ele é rateado ou alocado com base em algum critério. Por exemplo, não sabemos quanto de energia elétrica cada produto consome ao ser produzido. A energia elétrica da fábrica pode, então, ser rateada pelos produtos fabricados com base nas quantidades produzidas ou em outro critério, como número de horas de mão-de-obra, por exemplo (MARTINS, 2003).

São exemplos de custos indiretos: energia elétrica da fábrica, água consumida na fábrica, lubrificantes das máquinas, salários dos supervisores ou gerentes da fábrica etc.

Horngren, Foster e Datar (1997, p. 53) assim conceituam custos diretos e custos indiretos:

• Custos diretos de um objeto de custo são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo e que podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo).

• Custos indiretos de um objeto de custo são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas não podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo). Os custos indiretos são alocados ao objeto de custo através de um método de alocação e custo denominado rateio.

Logo, os custos diretos têm fácil identificação ao produto no processo produtivo, e os indiretos são de difícil alocação, por não estarem diretamente relacionados ao produto, necessitando de um critério de rateio para apropriá-los ao produto.

b) Custos fixos e custos variáveis

Você já sabe que os custos são os gastos consumidos para produzir qualquer produto ou serviço. Agora, você precisa saber diferenciar os custos fixos dos custos variáveis. Perceba a diferenciação entre custo fixo e variável no conceito de Horngren, Foster e Datar (1997, p. 56):

Um custo variável é um custo que se altera em montante em proporção às alterações num direcionador de custo. Um custo fixo é um custo que não se altera em montante apesar de

Os custos diretos têm fácil

identificação ao produto no processo produtivo,

e os indiretos são de difícil alocação,

por não estarem diretamente relacionados

ao produto, necessitando de um critério de rateio

para apropriá-los ao produto.

No documento CONTABILIDADE GERENCIAL (páginas 33-55)

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