• Nenhum resultado encontrado

Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sis- tema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das pro- priedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, moni- toramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmata- mento.

A criação deste cadastro representa um marco na ges- tão ambiental brasileira, permitindo que os órgãos integrantes do SISNAMA tenham acesso a informações reais das áreas de inte- resse ambiental de todas as propriedades e posses rurais, uma vez que, os proprietários e posseiros rurais deverão realizar a decla- ração das áreas de importância ambiental de seus imóveis, o que será objeto de checagem de veracidade pelos técnicos do órgão ambiental competente. Com este cadastro, o Estado passa a ter um instrumento mais eficaz de controle, mo- nitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamen- to. É um instrumento para planejamento do imóvel rural, podendo ser utilizado como pré-requisito para se obter autorizações como licenças ambientais para exploração florestal, inclusive para proceder a queima controlada. Poderá ser exigido nos cartórios para procedimentos tipo unificação, desmembramento ou alienação das propriedades. Inclusive, a partir de 2017, o CAR será exigência dos bancos para disponibilização de créditos rurais.

ENTENDENDO MELHOR O SINIMA!

O site do Ministério do Meio Ambiente ( MMA) traz as seguintes informações sobre o SINIMA:

“O Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambien- te (SINIMA) é um dos instrumentos da Política Nacional da Meio Ambiente, previsto no inciso VII do artigo 9º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. O referido sistema é considerado pela Política de Informação do MMA como a plataforma conceitual baseada na in- tegração e compartilhamento de informações entre os diversos siste- mas existentes ou a construir no âmbito do SISNAMA (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981), conforme Portaria nº 160 de 19 de maio de 2009. O Sinima é o instrumento responsável pela gestão da informa- ção no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), de acordo com a lógica da gestão ambiental compartilhada entre as três esferas de governo”.

§ 1º A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, prefe- rencialmente, no órgão ambiental municipal ou estadual, que, nos termos do regulamento, exigirá do proprietário ou possuidor rural: (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

I - identificação do proprietário ou possuidor rural; II - comprovação da propriedade ou posse;

III - identificação do imóvel por meio de planta e memorial des- critivo, contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo me-

De acordo com o Censo Agropecuário de 2006 (www. ibge.gov.br), o Brasil tem 5.175.636 estabelecimentos agrícolas, ocupando uma área de 333.680.037 ha. Já dados do Incra (2012) mostram que já atingimos quase 5,5 milhões de imóveis rurais. Neste universo de imóveis rurais temos a presença de pequenas, médias e grandes propriedades rurais, distribuídas desde as regiões mais próxi- mas aos grandes centros urbanos até aquelas situadas nos locais mais longícos e de difícil acesso deste imenso Brasil. Existem desde agricultores empresariais e exportadores até aqueles que produzem apenas para o sustento de sua família (agricultura tradicional ou de subsistência).

Devido ao número demasiadamente elevado de imóveis rurais, haverá a necessidade dos órgãos integrantes do SISNAMA firmarem convênio com outras entidades, com o objetivo de ampliar e dar maior permeabilidade do CAR junto a estes estabelecimentos.

Os seguintes dados/documentos são exigidos para inscrição do imóvel rural no CAR:

a- Informações de identificação do proprietário ou possuidor rural; b- Comprovação da propriedade ou posse, que pode se o registro, es- critura, ou qualquer outro documento que comprove a propriedade ou posse;

c- Planta e memorial descritivo do imóvel rural, com coordenadas ge- ográficas, informando a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consoli- dadas e, caso existente, também da localização da Reserva Legal.

nos um ponto de amarração do perímetro do imóvel, informando a loca- lização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso existente, também da localização da Reserva Legal.

§ 2º O cadastramento não será considerado título para fins de reconhe- cimento do direito de propriedade ou posse, tampouco elimina a neces- sidade de cumprimento do disposto no art. 2º da Lei no 10.267, de 28 de agosto de 2001.

O art. 2º da Lei Federal no 10.267, de 28 de agosto de 2001, altera os arts. 1º, 2º e 8º da Lei no 5.868, de 12 de dezembro de 1972, que passa a vigorar com as alterações citada no ANE- XOS IX e X, respectivamente.

O prazo para os proprietários e posseiros rurais reali- zarem a inscrição no CAR é de um ano, existindo possibilidade de haver prorrogação deste prazo por mais um ano, por ato do Chefe do Poder Executivo.

O CAR será considerado implantado no País, quando houver a publicação de ato normativo ou uma Instrução Normativa do Ministé- rio do Meio Ambiente, estabelecendo o inicio da contagem deste prazo.

§ 3º A inscrição no CAR será obrigatória para todas as propriedades e posses rurais, devendo ser requerida no prazo de 1 (um) ano contado da sua implantação, prorrogável, uma única vez, por igual período por ato do Chefe do Poder Executivo.

IMPORTANTE!

Este Ato Normativo foi publicado pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Instrução Normativa nº 2, de 6 de maio de 2014 (ver Anexo XVII). Portanto, a partir da publicação deste instru- mento legal, considera-se oficialmente o início da contagem do prazo de 1 ano.

Infelizmente esse prazo de cadastramento no CAR não contemplou o grande universo de imóveis rurais existentes no Brasil. Diante disso, a Ministra de Estado do Meio Ambiente, no uso de suas atribuições que lhe confere os incisos I, II e IV do parágrafo único da art. 87 da Constituição, e tendo em vista os art. 29, § 3º e art. 59, §2º da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, e a delegação do Decreto nº 8.439, de 29 de abril de 2015, resolve:

“Art. 1º Prorrogar o prazo de inscrição no Cadastro Ambien- tal Rural - CAR por 1 (um) ano, contado de 5 de maio de 2015.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publi- cação.” (Portaria nº 100, de 4 de maio de 2015, assinada pela

Ministra Izabella Teixeira).

PORTANTO, COM A PUBLICAÇÃO DESTA PORTARIA, A INSCRIÇÃO NO CAR FICA PRORRO- GADA ATÉ 5 DE MAIO DE 2016 (DECRETO Nº 8.439, DE 29 DE ABRIL DE 2015, e PORTARIA MMA Nº100, DE 4 DE MAIO DE 2015 - ver Anexos XV e XVI).

Art. 30. Nos casos em que a Reserva Legal já tenha sido averbada na matrícula do imóvel e em que essa averbação identifique o perímetro e a localização da reserva, o proprietário não será obrigado a fornecer ao órgão ambiental as informações relativas à Reserva Legal previstas no inciso III do § 1º do art. 29.

Parágrafo único. Para que o proprietário se desobrigue nos ter- mos do caput, deverá apresentar ao órgão ambiental competente a certi- dão de registro de imóveis onde conste a averbação da Reserva Legal ou termo de compromisso já firmado nos casos de posse.

Quem tiver Reserva Legal averbada na matrícula do imóvel, no ato de inscrição do CAR, bastará apenas apresentar a certidão de registro do imóvel que conste a averbação da Reserva Legal ou termo de compromisso já firmado nos casos de posse, considerando-se como atendidas as informações referentes à RL solicitadas no inciso III do § 1º do art. 29.

E PARA A PEQUENA PROPRIEDADE OU POSSE RURAL FAMILIAR, OS POVOS E COMUNIDADES INDÍGENAS E TRADICIONAIS, COMO SERÁ REALIZADO O REGISTRO NO CAR?

Conforme Decreto Federal Nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, temos a seguinte norma:

Art. 8º Para o registro no CAR dos imóveis rurais referidos no inciso V do caput do art. 3º, da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, será observado proce- dimento simplificado, nos termos de ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente, no qual será obrigatória apenas a identificação do proprietário ou possuidor rural, a comprovação da propriedade ou posse e a apresentação de croqui que indique o perímetro do imóvel, as Áreas de Preservação Permanente e os remanescentes que formam a Reserva Legal.

§ 1º Caberá ao proprietário ou possuidor apresentar os dados com a iden- tificação da área proposta de Reserva Legal.

§ 2º Caberá aos órgãos competentes integrantes do SISNAMA, ou insti- tuição por ele habilitada, realizar a captação das respectivas coordenadas geográficas, devendo o poder público prestar apoio técnico e jurídico, assegurada a gratuidade de que trata o parágrafo único do art. 53 da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, sendo facultado ao proprietário ou possuidor fazê-lo por seus próprios meios.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao proprietário ou posseiro rural com até quatro módulos fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris, e aos povos e comunidades indígenas e tradicionais que façam uso coletivo do seu território.

CAPÍTULO VII