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Da Delimitação das Áreas de Preservação Permanente

PRESTE ATENÇÃO!

A realização da medição da área de APP do tabuleiro ou chapada é simples: basta estirar a trena da borda da Chapada até o ponto exigido para constituir a APP (100 metros).

IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;

A norma legal protege a faixa de 100 metros em projeções horizontais as bordas de tabuleiros ou chapadas, considerando-a como Área de Preservação Permanente.

Os topos de morros, montes, montanhas, e serras representam áreas de recarga hídrica para os lençóis freáticos, assim como exercem relevante papel na redução da velocidade da água de escoamento, permitindo que haja um maior índice de infiltração de água no solo, desde que apresente uma cobertura florestal preservada.

A figura 32 mostra um morro com altura de 150 metros, cujo topo (terço superior) é protegido, não podendo ser desmatado para introdução de atividades agrícolas ou outras finalidades não prevista em Lei. Na parte mediana e inferior do morro, nas áreas que ocorram declividade maior que 25º, pode-se realizar uso alternativo do solo com limitação, desde que não se abranja outras modalidades de APP e que não represente novas áreas de supressão (desmatamento). Nestas áreas, o art. 11 do novo Código Florestal, inserido no Capítulo III (Das Áreas de Uso Restrito), assim define:

Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, serão permitidos o manejo florestal sustentável e o exercício de atividades agrossilvipastoris, bem como a manutenção da infraestrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas agronômicas, sendo vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade pública e interesse social. ( Lei nº 12.651/12 , Cap. III).”

Figura 32 - Ilustração da Área de Preservação Permanente em topo de morros, montes, montanhas e serras (Crédito: Autor).

DICA!

Para se identificar o topo do morro de sua propriedade para efeito de caracterização da Área de Preservação Permanente o ideal é contratar um topógrafo para que ele faça o levantamento topográfico das áreas de APP de seu imóvel rural. No caso específico do topo de morro, o topógrafo utilizará um equipamento chamado Nível Topográfico ou GPS Geodésico para realizar esse levantamento e produzirá um mapa que será entregue ao proprietário com a localização correta das APPs existentes em sua propriedade. É interessante quando o proprietário rural contratar um profissional deste nível (topógrafo) solicitar para se fazer todo o levantamento de todas as áreas de APP de sua propriedade. O mapa planialtimétrico gerado pelo topógrafo é importante para se realizar qualquer planejamento agropecuário e ambiental da propriedade rural.

X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;

Estas áreas são consideradas de preservação permanente devido às peculiaridades na ocorrência de fauna e flora nestes ambientes, o que requer a preservação das mesmas.

A figura 33 mostra uma área situada acima de 1.800 metros de altitude, o que a classifica como Área de Preservação Permanente.

Figura 33 - Área de Preservação Permanente em altitude superior a 1.800 metros (Crédito: Autor).

No antigo Código Florestal - Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965, não havia menção à caracterização do ambiente de veredas como Área de Preservação Permanente. Entretanto, a Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002, que “Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente”, estabeleceu que as veredas são consideras como APP. Quanto a discussão jurídica sobre a competência do CONAMA para legislar nesta área, foge ao contexto atual, onde temos um novo Código Florestal em vigor, inclusive, colocando as veredas como APPs. Não iremos adentrar na polêmica norma do passado criada pelo CONAMA.

As veredas são comuns no Bioma Cerrados e exercem importante papel neste ecossistema, funcionando como refúgio de fauna e flora, principalmente nos períodos secos.

A figura 34 mostra uma ilustração de um ambiente de veredas, caracterizado pela ocorrência de buritis, além de mostrar a representação em perfil desta área com destaque para o dimensionamento da Área de Preservação Permanente com largura mínima de 50 metros.

XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

Figura 34 - Ilustração de preservação permanente em ambiente de Veredas (Crédito: Yocaly Evelin Santos Dutra da Silva).

DICA!

Para se medir a área de APP da vereda basta fazer a medição dos 50 metros a partir do término do espaço permanentemente brejoso e encharcado.

IMPORTANTE!

A partir de agora iremos comentar as exceções a regra das Áreas de Preservação Permanentes que serão expostas através dos pa- rágrafos abaixo.

§1º Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

Essa regra vincula a exigência da APP em reservatórios artificiais de água, apenas na situação em que os mesmos sejam originários de barramento ou represamento de cursos d’água naturais.

Caso o produtor rural tenha ou construa um reservatório artificial, cujas águas são acumuladas apenas no período chuvoso, recebendo as águas caídas na microbacia hidrográfica, e não existindo curso d’água que desemboque no mesmo, não é exigido que se reserve uma faixa a margem deste açude para implantação da Área de Preservação Permanente.

Texto revogado pela lei nº 12.727, de 17 de outubro de 2012:

§2º No entorno dos reservatórios artificiais situados em áreas rurais com até 20 (vinte) hectares de superfície, a Área de Preservação Permanente terá, no mínimo, 15 (quinze) metros.

Esse parágrafo cria uma exceção às normas previstas nos incisos II e III do art. 4º deste Código, desde que a superfície nas acumulações naturais ou artificiais de água seja inferior a 1 (hum) ha. Observe que, caso já exista vegetação nativa no entorno destas acumulações, não será permitida a supressão das mesmas, a não ser que o órgão ambiental competente do SISNAMA autorize.

§ 3º (VETADO).