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DISPOSIÇÕES GERAIS

CONHECENDO A LEGISLAÇÃO!

Para conhecer o artigo art. 3º da lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, consulte o Anexo III.

VI - Uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana;

Alguns exemplos de uso alternativo do solo são: plantio de florestas exóticas (eucalipto) em áreas antes ocupadas por vegetação nativa, construções ou benfeitorias em áreas da propriedade antes ocupadas por vegetação nativa ou formações sucessórias, etc.

A foto 01 mostra no lado esquerdo, uma área com vegetação nativa e no lado direito, a mesma área destinada posteriormente para uso alternativo do solo – agricultura, com o cultivo de soja.

Foto 01- Demonstração de área com vegetação nativa, na foto a esquerda, e uso alternativo do solo, na foto direita (Crédito: Autor).

ATENÇÃO!

Não desmate com a finalidade de realizar o uso alternativo do solo para fins de agricultura, pastagem, etc., sem autorização do órgão ambiental do seu Estado.

A autorização de desmate é um documento que você recebe do órgão ambiental competente e que deverá ser guardado com todo cuidado, pois é a prova, ou seja, é o seu documento comprobatório de que você está seguindo a Lei.

Esta autorização de desmate deve ser apresentada a qualquer fiscal ambiental que apareça em sua propriedade questionando o desmate que está sendo realizado.

Desmatar por conta própria é infração, é crime, e você poderá ser multado (penalidade administrativa) e responder pela sua ação no judiciário (responsabilidades civil e penal).

Procure o órgão ambiental do seu Município ou Estado para obter informações sobre como solicitar a autorização de desmate.

O manejo sustentável da vegetação natural é muito utilizado na Amazônia Legal, cujo órgão fomentador e gestor do manejo das florestas públicas nesta região, é o Serviço Florestal Brasileiro.

A Figura 09 mostra um exemplo hipotético de área coberta por vegetação nativa na Amazônia Legal e dividida em vários talhões identificados por números. Neste caso específico, a empresa detém a concessão pública para realizar a extração de madeira por meio de manejo sustentável.

Observe que no manejo sustentável a ideia é que a extração de madeira seja realizada racionalmente e seguindo técnicas de seletividade das árvores que serão cortadas em cada talhão utilizado pela empresa, permitindo que, no futuro, após utilização dos demais talhões, a empresa possa retornar ao talhão inicial, que apresentará árvores em condições de serem cortadas, e assim sucessivamente em relação aos demais talhões utilizados nos anos anteriores, e que apresentam árvores em condições de corte. Mais informações sobre esse assunto acessar: http://www.florestal.gov.br/snif/entenda-o-snif/o-portal.

VII - Manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando- se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços;

Figura 09 - Modelo hipotético de manejo florestal sustentável (Crédito: Yocaly Evelin Santos Dutra da Silva).

VIII - Utilidade pública:

a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;

b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho;

c) atividades e obras de defesa civil;

d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções ambientais referidas no inciso II deste artigo;

e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;

As atividades de utilidade pública são aquelas atividades de interesse do país e necessárias à prestação de serviço público para a população e proteção das funções ambientais, como podemos exemplificar, no caso de APP.

Para um melhor entendimento, a foto 02 exemplifica uma das atividades consideradas de utilidade pública.

As atividades de interesse social são aquelas que visam reduzir principalmente a desigualdade social, melhorando a qualidade de vida, como é o caso da regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados por população de baixa renda. Também compreendem as atividades de proteção da integridade da vegetação nativa, exploração agroflorestal sustentável, dentre outros.

A Figura 10 representa uma área com mata nativa onde foi construído um aceiro para evitar que o fogo se propague indiscriminadamente e atinja a vegetação.

O aceiro é uma faixa sem vegetação que se faz nos limites de uma área (por exemplo, um fragmento florestal de relevante importância), com o objetivo de protegê-la, sendo caracterizada como atividades de utilidade social.

IX - Interesse social:

a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas; b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área;

c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei;

d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009;

e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade;

f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente;

g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;

Figura 10 - Mata nativa protegida contra o fogo com a construção de um aceiro (Crédito: Cleiton Cordeiro da Silva).

X - Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental:

a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável;

b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber;

c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;

d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro; e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais

De acordo com a Resolução CONAMA Nº 369, de 28 de março de 2006, atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental são aquelas atividades que não apresentam impacto ambiental proeminente, não sendo passível de normas ambientais rígidas e não caracterizadas pela intocabilidade por motivo de preservação, sendo importantes para viabilizar várias atividades socioeconômicas.

Esse tipo de intervenção de baixo impacto ambiental é muito comum nas propriedades rurais, considerando as diversas atividades que são desenvolvidadas para permitir que haja uma produção com valor econômico ou para própria subsistência. Além disso, não podemos esquecer da necessidade de se realizar os deferentes trabalhos que visam a manutenção da propriedade rural, tais como, manutenção de cercas, pontes, abertura de pequenas vias de acesso interno para acesso a água, implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo, construção de rampa de lançamento de barcos e pequenos ancoradouro etc.

A Figura 11 mostra uma estrada aberta para acesso a um curso d´água para dessedentação animal, considerada como uma intervenção de baixo impacto ambiental. Observar que a trilha aberta na Área de Preservação Permanente visa apenas permitir a passagem dos animais com o objetivo de acesso ao curso d´água.

em áreas rurais, onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores;

f) construção e manutenção de cercas na propriedade;

g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos na legislação aplicável;

h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos;

i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais, desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função ambiental da área;

j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a função ambiental da área;

k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;

Figura 11 - Demonstrativo de uma atividade de baixo impacto – uma estrada aberta para dessedentação animal (Crédito: Yocaly Evelin Santos Dutra da Silva).

XI - (VETADO)