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1 INTRODUÇÃO

5.1 ESCOLHA DAS CATEGORIAS

5.1.2 Capacitação Técnica dos Treinadores

A segunda categoria, engloba a temática da capacitação de formação contínua na profissão de treinador profissional de futebol, no qual habilidades de liderança, capacidade técnica e tática são desenvolvidas, fortalecendo desta forma o ciclo de qualidade no esporte em nosso país. Com isso os respondentes avaliaram, qual o grau de conhecimento técnico, eles observavam nos treinadores aos quais haviam trabalhado em conjunto.

Marcelo afirma : “Totalmente diferente né eu passei por muitos treinadores que não tinham a formação, a graduação, mas tinham um conhecimento muito vasto de experiência com o futebol, por outro lado, mas recentemente pude trabalhar com treinadores com uma graduação com uma formação, uma forma de abordagem para os jogadores completamente diferente, ele te deixa mais à vontade, ele te explica melhor , e é isso que faltava um pouco nos treinadores mais antigos, então essa diferença ela ficou gritante realmente na explanação, muitos craques, ex atletas que querem seguir a carreira de treinador, porém eles não sabem como passar, então a formação ela te dá essa base pra você passar para o jogador, eu passei pelas duas escolas, e realmente é uma diferença muito grande...

Na concepção de Rafael: “Bom na minha situação, nos meus aproximadamente 7/8 anos de carreira...eu os meus gestores eles não tinham um grau de conhecimento de formação acadêmica... vamos dizer aí que de 15 treinadores que eu trabalhei, 3 no máximo tinham uma formação superior, então a maioria são ex atletas que, quer queira quer não, tem uma limitação de conhecimento teórico, eles conhecem mais a prática, como funciona o produto, então a parte gestão, eles não têm essa formação.”

Na visão de Pedro: ” Naquela época o treinador, não existia esse negócio de curso de aperfeiçoamento, o treinador ia ser treinador... hoje não, os treinadores tem curso, treinador em gestão esportiva, muitos deles, passam 1 ou 2 meses na Europa, estagiando com treinadores europeus, naquela época não existia isso, o preparador físico não tinha nem formação em Educação Física, que fazia os treinamentos, mas hoje é totalmente diferente, os treinadores tudo capacitado, estudiosos, hoje tem que estudar, o treinador de futebol tem que estudar, o treinador na beira do gramado, tem que ter uma formação, tem que ser educador físico de

preferência, hoje tem que ter o título de treinador de futebol, se não, não vai poder ir pro gramado. Muitas vezes, na minha equipe lá no Itabuna, muitos subiram junto comigo... foram auxiliar de Estavam ( nome de jogadores) ... muitos desses foram embora, e achei melhor parar... parei com 30 anos, mas tinha condições de continuar mais.

A capacitação foi dimensionada como uma categoria de análise em razão da importância do desenvolvimento contínuo dos profissionais em quaisquer áreas.

A partir das transcrições de um comparativo entre as falas de Marcelo e Rafael, tendo um distanciamento de dez anos ( de idade e por conseguinte a vivência no futebol em épocas diferentes), percebemos que em sua grande maioria a quantidade de treinadores que não possuem uma formação acadêmica, ainda era considerável, expondo assim o perfil tradicional do treinador de futebol sendo ex- atleta e não tendo formação.

Rafael realizou uma transcrição importante ao dar a sua opinião quanto a forma de conduzir da equipe dos treinadores, se comparando o que tem formação técnica, com o que não possui.

Para Rafael: “Muita diferença... isso aí na se discute, porque mesmo até na questão do conversar, o tratamento é completamente diferente... é a questão teórica eles levam a teoria pra prática e vice-versa... é muito diferente é bem mais completo a gestão.”

Por ter realizado cursos na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Marcelo fez alguns comentários importantes, no qual aspectos jurídicos também foram mencionados. Essa temática merece destaque em razão de como está a conduta da confederação do nosso país, bem como seu papel de fomento ao desenvolvimento do futebol de forma profissional.

Marcelo analisa : “ Eu acho super. importante né , eu acho que o conhecimento ele é a base de tudo, então acho super. importante a CBF tá promovendo esses cursos para treinadores, a própria federação procurando, qualificar aqueles que querem militar dentro do futebol, eu acho que o conhecimento nunca é demais e tá sendo fundamental importância essa qualificação, que a CBF no meu ponto de vista deveria fazer , é uma legislação pra que os treinadores eles tenham um suporte no seu, na sua função, no seu emprego, hoje é muito vago , qualquer pessoa ela pode ser treinador, então não existe uma lei vigente , onde o treinador ele “brigue” com pessoas do mesmo ramo, acho que ainda falta uma legislação para ser uma coisa normativa, regulamentada....

A gente tem um grupo de treinadores, que está correndo atrás dessa lei, que é a lei Caio Júnior, ela ainda não foi votada pelo senado, pela câmara dos deputados, pelo governo, mas é uma batalha que está sendo travada, pra gente conseguir essa lei né porque hoje, é muito fácil, qualquer pessoa pode sentar no banco, ser treinador , não existe uma exigência que você tenha a licença A da CBF, eu por exemplo já tenho , mas tem treinadores que estão no mercado de trabalho, não tem a licença A, não tem a licença B, nada contra.... mas é importante que ele busque a qualificação e que seja certificado, aí sim a gente pode buscar um salto de qualidade nesse mercado”.

Confome Tozetto (2016) ainda que as situações de aprendizagem em contexto formal e não formal tenham relevância para o desenvolvimento das competências do treinador, a situação da aprendizagem informal parece a presentar maior importância para os treinadores.

Essa percepção pode ser entendida a partir da não existência de uma regulamentação formal jurídica, que regulamente a profissão de treinador, entretanto como solução para tal situação, existe um trâmite da lei Caio Júnior que está sendo transcorrida no Congresso Nacional.

Vale salientar que esse conotação anterior, aos poucos vai sendo alterada em função dos estímulos realizados pela Confederação Brasileira de Futebol, bem como as suas respectivas federações estaduais, no fomento a cursos de capacitação, novas metodologias de treinamentos, entre outros.

De acordo com Nadler (1984) o desenvolvimento pode ser entendido como um conceito mais amplo, que se refere às ações organizacionais que estimulam o crescimento pessoal de seus integrantes, sem necessariamente visar à melhoria no seu desempenho atual ou futuro. No caso do treinador de futebol de forma mais específica, por ser considerado um profissional autônomo, essa motivação de capacitação e de aperfeiçoamento constante deve partir do profissional, seguindo questões de desenvolvimento profissional contínuo.

Segundo Falconi (2009) a procura do melhor conhecimento técnico em todo mundo deve ser uma prática contínua para que se possa ter a garantia de que os profissionais estejam em nível mundial o tempo todo, pois é neste nível que se compete nos dias atuais. O conhecimento técnico pode ser adquirido.

Dentro dessa busca constante pelo conhecimento, foi possível identificar alguns métodos utilizados, a partir das falas dos entrevistados, sendo um deles o benchmarking.

Segundo Spendolini (1992) o benchmarking é um processo contínuo e periódico para avaliar processos e produtos de organizações que detém as melhores práticas, com a finalidade de melhoria organizacional.

Com essas ferramentas se percebe um grau no aumento de competividade, entre os treinadores, favorecendo desta forma uma melhor qualidade do produto, ofertado para todos os envolvidos, tendo por consequência um maior visibilidade tanto dos treinadores Brasileiros a nível mundial, quanto ao incremento do mercado do futebol como um todo.

Sendo uma característica bem marcante, no perfil dos treinadores de futebol, serem ex atletas, observamos que dentre os entrevistados, Marcelo possuía essa característica. Como forma estatística perante ao estudo, podemos evidenciar que

pela amostra, um entrevistado atualmente é treinador de futebol, e Pedro possui intenções de exercê-lo em um tempo próximo.

A partir desse fato, podemos presumir a necessidade em entender a questão da transição de carreira presente nesses profissionais.

Segundo Louis (1980) a transição de carreira, ocorre no período no qual um profissional está mudando e redirecionando as suas funções, papéis profissionais ou orientações.

Vale ressaltar que por mais que essa transição de carreira, ocorra para profissionais em áreas anteriores similares e transitem para uma mesma função, Quishida (2007) afirma, ao fato de que as transições não reconhecem padrões únicos e as pessoas as vivenciam de maneiras diferentes.

Dutra (2010) expõe que os processo de transição de carreira implicam em alterar a identidade profissional e nem sempre as pessoas têm uma consciência desse processo. O processo de transição de carreira, é relato como um caminho sem volta, a partir de que o profissional constrói uma nova identidade, abandonando a anterior, embora ela fique presente em nossas histórias.

O desenvolvimento pode ser compreendido como um conceito mais abrangente, que se refere às ações organizacionais que estimulam o crescimento pessoal de seus integrantes, sem necessariamente visar à melhoria no seu desempenho atual ou futuro (Nadler, 1984).

Capacitação dos treinadores Transcrições Pergunta 12:

Marcelo: “Totalmente diferente né eu passei por muitos treinadores que não tinham a formação, a graduação, mas tinham um conhecimento muito vasto de experiência com o futebol,”

Antiga Geração (antes dos anos 2000)

Rafael: “Bom na minha situação, nos meus aproximadamente 7/8 anos de carreira...eu os meus gestores eles não tinham um grau de conhecimento de formação acadêmica... vamos dizer aí que de 15 treinadores que eu trabalhei, 3 no máximo tinham uma formação superior, então a maioria são ex atletas que, quer queira quer não, tem uma limitação de conhecimento teórico, eles conhecem mais a prática, como funciona o produto, então a parte gestão, eles não têm essa formação.”

Pedro: ” Naquela época o treinador, não existia esse negócio de curso de aperfeiçoamento, o jogador ia ser treinador...

Nova geração (pós anos 2000)

Pergunta 12:

Marcelo: “mas recentemente pude trabalhar com treinadores com uma graduação com uma formação, uma forma de abordagem para os jogadores completamente diferente, ele te deixa mais à vontade, ele te explica melhor , e é isso que faltava um pouco nos treinadores mais antigos, então essa diferença ela ficou gritante realmente na explanação”.

Para Rafael: “Muita diferença... isso aí na se discute, porque mesmo até na questão do conversar, o tratamento é completamente diferente... é a questão teórica eles levam a teoria pra prática e vice-versa... é muito diferente é bem mais completo a gestão.”

Pedro explana : “Hoje é totalmente diferente, os treinadores tudo capacitado, estudiosos, hoje tem que estudar, o treinador de futebol tem que estudar, o treinador na beira do gramado, tem que ter uma formação, tem

que ser educador físico de preferência, hoje tem que ter o título de treinador de futebol, se não, não vai poder ir pro gramado.”

Ferramentas/ Ações de aperfeiçoamento

Transcrições

Benchmarking

Pergunta 12

Pedro afirma: “ hoje não, os treinadores tem curso, treinador em gestão esportiva, muitos deles, passam 1 ou 2 meses na Europa, estagiando com treinadores europeus, naquela época não existia isso.”

Oferta de cursos

Pergunta apêndice da 12.

Marcelo analisa : “ Eu acho super. importante né , eu acho que o conhecimento ele é a base de tudo, então acho super. importante a CBF tá promovendo esses cursos para treinadores, a própria federação procurando, qualificar aqueles que querem militar dentro do futebol, eu acho que o conhecimento nunca é demais e tá sendo fundamental importância essa qualificação, que a CBF no meu ponto de vista deveria fazer

Formalização Jurídica

Marcelo analisa:

“Tá sendo fundamental importância essa qualificação, que a CBF no meu ponto de vista deveria fazer, é uma legislação pra que os treinadores eles tenham um suporte no seu, na sua função, no seu emprego, hoje é muito vago , qualquer pessoa ela pode ser treinador, então não existe uma lei vigente , onde o treinador ele “brigue” com pessoas do mesmo ramo, acho que ainda falta uma legislação para ser uma coisa normativa, regulamentada....

A gente tem um grupo de treinadores, que está correndo atrás dessa lei, que é a lei Caio Júnior, ela ainda não foi votada pelo senado, pela câmara dos deputados, pelo governo, mas é uma batalha que está sendo travada, pra gente

conseguir essa lei né porque hoje, é muito fácil, qualquer pessoa pode sentar no banco, ser treinador , não existe uma exigência que você tenha a licença A da CBF, eu por exemplo já tenho , mas tem treinadores que estão no mercado de trabalho, não tem a licença A, não tem a licença B, nada contra.... mas é importante que ele busque a qualificação e que seja certificado, aí sim a gente pode buscar um salto de qualidade nesse mercado”.

Transcrições

Transição de Carreira

Pergunta 20 Marcelo:

“Pretendo seguir , já me preparei ao término da minha carreira, já vinha me preparando na verdade , pra fazer parte do futebol, fora das quatro linhas, busquei o curso de Educação Física pra me formar em educador físico primeiramente, depois busquei fazer os cursos do sindicato de treinadores de São Paulo, e posteriormente o curso de licença A da CBF, agora eu vou em busca do pró...”

Pedro afirma:

“Com relação a essa ideia, de eu ser treinador de futebol, eu já tive a oportunidade de receber alguns convites aqui em Natal para treinar, mas eu não tive o tempo ainda, trabalho ainda, estou me aposentando, e agora em diante, vou ter a oportunidade, mais tempo e quem sabe, poderei estar atuando em alguma equipe, curso eu já fiz de treinador de futebol, então já estou capacitado, de repente.. próximo ano em diante se aparecer uma oportunidade já começarei a pensar no futebol.”

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