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Capítulo 3 – Métodos e Instrumentos para aferir necessidades e forças

1.1. Características sociodemográficas da amostra

A amostra é constituída por 20 inquiridos (pais/famílias) sendo todos do sexo feminino. Possuem uma média de idades de 31,2 anos (idade mínima: 20 anos; idade máxima 46 anos) e desvio padrão 7,606 anos. Existe duas idades modais (20 e 34 anos). (ver anexo output n.º 1.ª).

No que concerne à Nacionalidade, verifica-se que a maioria dos inquiridos são Portugueses (85%) seguido de nacionalidade Romena (10%) e Moldava (5%), no que se refere à Naturalidade dos inquiridos, verificando-se que a maioria é natural de Lisboa (29,5%) e de Sintra (23,6%).

Os inquiridos residentes na Freguesia de Montelavar mencionam residir em Montelavar; Maceira; Anços e Morelena.

Local de Residência %

Montelavar 42,1%

Maceira 36,8%

Anços 15,8%

Morelena 15,3%

Figura n.º 7– Local de Residência

Relativamente às habilitações literárias, destaca-se os inquiridos detentores do 9.º ano de escolaridade (45%); seguido dos que têm o 6.º ano (25%) e o 4.º ano (20%). Uma minoria alega ter o Ensino Secundário (10%)

Gráfico n.º 5 – Habilitações Literárias

A maioria das inquiridas refere estar desempregada (50%). As profissões actuais referidas são: doméstica, Ajudante de Lar, Auxiliar da Acção Educativa, Empregada de cozinha e Operadora de Loja. (ver anexo output n.º 6).

No agregado familiar, segundo os pais/famílias inquiridas, quem tem emprego é: só o Pai (41,7%); o Pai e Mãe em simultâneo (25%); só a Mãe (25%) e Outros (8,3%).

Ana Cláudia Varanda Gestão económica

Quando questionadas com o facto de terem rendas/amortizações em atraso, as famílias inquiridas dão respostas muitos equilibradas pois mencionam: não possuir rendas/amortizações em atraso (52,6%) e possuir rendas/amortizações em atraso (47,4%).

Gráfico n.º 7 – Rendas/Amortizações em atraso

Relativamente ao facto de terem dívidas em atraso, as famílias referem na sua maioria (75%) possuir.

Gráfico n.º 8 – Dívidas em atraso

A maioria das famílias diz receber actualmente, Rendimento Social de Inserção e Abono Complementar, simultaneamente (47,4%) e só Abono de Família (36,8%). Uma família refere receber Subsídio de desemprego, outra o Subsídio de desemprego juntamente com Abono de Família e outra Rendimento Social de Inserção.

As prioridades das famílias quando recebem o ordenado e/ou apoio social são, na sua maioria, a Alimentação / Renda / Água, Luz e Gás (52,6%). Seguidamente dão primazia à Alimentação (15,8%) e à Renda (10,5%).

Gráfico n.º 10 – Prioridades face ao ordenado e/ ou apoio social recebido

A grande maioria das famílias menciona que os Serviços Sociais e Técnicos que a/o acompanham, bem como a sua família, solicitam a sua colaboração e participação nas estratégias de apoio, numa relação de parceria (73,7%).

Gráfico n.º 11 – Acompanhamento dos Serviços Sociais e Técnicos

As famíli as i denti ficaram al gum as situa ções concret as rel ativam ent e ao acompanhamento dos Serviços Sociais e Técnicos (ver anexo output n.º 12):

- Ajuda com a roupa; - Conversas;

- A nível profissional; - Resolução de problemas;

Situação Habitacional

As famílias inquiridas referiram, na sua maioria, que estão numa casa arrendada/subarrendada (85%).

Gráfico n.º 12 – Habitação

As famílias dizem que nas suas casas existe um espaço em separado para crianças e adultos dormirem, assim como, mencionam existir nas suas habitações: frigorífico, fogão, esquentador. Alegam igualmente ter casas de banho. As habitações possuem água, luz e gás. As inquiridas referem que limpam as suas casas uma vez por semana e que as suas famílias fazem a higiene diariamente. (ver anexos outputs n.º 14 – 19)

Acessibilidade/Meios de Transporte

Quanto à Acessibilidade/Meios de Transporte as famílias inquiridas possuem a seguinte opinião: pouco satisfatório (47,1%); satisfatório (35,3%) e nada satisfatório (17,6%).

Gráfico n.º 13 Acessibilidade / Meios de Transporte

Denominação religiosa actual

As inquiridas indicam, na sua maioria, serem Católicas (60%). Todavia, cerca de 20% diz não ter nenhuma religião. Foram identificadas pelas inquiridas outras religiões, tais como: Ortodoxa e Testemunha de Jeová. (ver anexo output n.º 21)

Estatuto matrimonial actual

No que concerne ao Estado Civil actual, a grande maioria das inquiridas menciona ser casada ou viver em união de facto (65%). Embora 25% refira ser solteira e 10% estar separada/divorciada.

Gráfico n.º 14 – Estado Civil

Duração da relação

No que respeita à duração da relação apurou-se que o tempo mínimo da relação foi de 1 ano e o máximo de 19 anos. O valor modal relativamente à duração da relação foi de 11 anos. (ver anexo output n.º 23) .

Percepção individual da relação no momento actual

As inquiridas mencionam, na sua maioria (71,5%), ter uma percepção satisfatória e muito satisfatória da sua relação actual. Embora 21,4% refira que a sua relação actual é nada/pouco satisfatória.

Gráfico n.º 15 – Percepção individual da relação no momento actual

História Reprodutiva

No que diz respeito ao número de filhos, pode-se aferir que o número médio é 2 filhos, com um respectivo desvio padrão 0,918. O número mínimo de filhos identificado pelas inquiridas é de 1 filho, e o máximo é de 4 filhos. A moda é múltipla (1 e 2 filhos). (ver anexo output n.º 25)

Os filhos das inquiridas possuem idades compreendidas entre os 0 e os 6 anos. A maior concentração de idades referidas é nos escalões etários dos 5-6 anos (35%) e dos 3- 4 anos (30%). (ver anexo output nº 26).

A grande maioria das inquiridas (75%) menciona que uma vez por ano faz consultas de planeamento familiar/ginecologia.

As inquiridas mencionam que nas relações sexuais utilizam contraceptivos sempre (83,3%). Contudo, 16,7% das inquiridas referem apenas utilizar às vezes contraceptivos.

Gráfico n.º 17 – Uso de contraceptivos nas relações sexuais

Identificação de necessidades ou problemas no(s) filho (s)

A maioria das inquiridas identifica necessidades ou problemas nos seus filhos (55%). Gráfico n.º 18 –Necessidades ou problemas no(s) filho (s)

Das inquiridas que fazem menção à existência de necessidades ou problemas nos seus filhos, destacam as necessidades do foro Emocional (40%); Físico (20%) e também misto, ou seja, Físico/Comportamental e Emocional (20%).(ver anexo output nº 30)

O grau de necessidades identificado pelas inquiridas, no que respeita às necessidades dos seus filhos, é: severo (40%); moderado (30%); profundo (20%) e ligeiro (10%).

Dimensão do Agregado Familiar

Os agregados familiares em estudo, são em média constituídos por 3,85 pessoas. A dimensão mínima do agregado familiar é de 2 elementos, e o máximo de 7 elementos. O valor modal dos agregados familiares é de 3 elementos. (ver anexo output n.º 32)

Cuidados ao nível da saúde física e mental (ver anexo output n.º 33 - 39)

As inquiridas no que concerne aos cuidados de saúde (física e mental) mencionam: - quando estão doentes vão às vezes ao médico (75%);

- os seus filhos vão sempre a consultas de rotina (80%); - os seus filhos têm sempre as vacinas e dia (100%); - sentem-se às vezes cansadas (70%);

- às vezes sentem-se felizes (60%); - às vezes têm vontade de chorar (85%);

- quando está nervosa, às vezes zanga-se com facilidade, mas assim que passa pede

- desculpa (55%);

Antecedentes médicos/psiquiátricos

Apenas 5 inquiridas dizem ter doenças crónicas: duas alegam ter asma; uma anemia e asma; outra depressão e por último, uma diz ter diabetes. (ver anexo output n.º 40).

As mesmas inquiridas referem que as doenças crónicas que possuem têm uma história de psicopatologia individual (10%) e familiar (15%). (ver anexo output n.º 41).

Actualmente, apenas 25% das inquiridas dizem frequentar consultas de psicologia/ psiquiatria.

Gráfico n.º 20 – Frequência a consultas de psicologia/psiquiatria

A frequência às consultas de psicologia/ psiquiatria pelas inquiridas que as frequentam são: semanal (10%); quinzenal (5%); mensal (5%) e superior a mensal (5%); (ver anexo output n.º 43).

A maioria das inquiridas diz não fazer medicação (64,7%). As que referem fazer medicação fazem-no: (ver anexo output n.º 44 e 45).

Antecedentes criminais

No que respeita aos antecedentes criminais, a esmagadora maioria (95%) alega não possuir antecedentes criminais.

Gráfico n.º 21 – Antecedentes Criminais

A única inquirida que mencionou ter antecedentes criminais alegou serem do tipo acusações/ condenações. (ver anexo output n.º 47)

Consumo de álcool/drogas

As inquiridas (20%) referem que consomem ou têm um membro no agregado familiar que consome álcool/ drogas (heroína)

Gráfico n.º 22 – Consumo de álcool/ drogas

As idades de inicio e fim dos consumos foram: - álcool 16 aos 25 anos;

- heroína e álcool dos 19 aos 22 anos. (ver anexo output n.º 49)

Complicações médicas associadas ao consumo de álcool/drogas e respectivas repercussões

As inquiridas (2 inquiridas) que fizeram menção aos consumos de álcool/droga apenas uma diz ter existido complicações médicas associadas. Todavia as duas indicam que em termos familiares e sociais houve repercussões.(ver anexo output n.º 50 e 51)

Competências Pessoais, Sociais e Parentais

Relativamente às competências pessoais, sociais e parentais é referido pelas inquiridas: - às vezes (68,%) tem medo de expressar a sua opinião;

- expressam sempre (52,6%) de forma fácil os seus sentimentos; - é capaz de dizer não ao seu filho às vezes (70%);

- nunca é problema mostrar agrado aos outros (61,1%);

- as inquiridas sentem-se às vezes (50%) ou sempre satisfeitas com eles próprias (40%); - a opinião das inquiridas perante o facto de pensarem que “não prestam para nada”,

- é divergente, pois 50% considera que nunca pensa que não presta para nada e os restantes

-50% consideram que nunca consideram tão hipótese;

- 70% das inquiridas mencionam que têm pelo menos tanto valor que os outros; - as inquiridas dizem que percebem sempre (94,7%) as necessidades dos seus filhos

- e escutam-no atentamente;

- as inquiridas indicam que nunca são violentas com os seus filhos (95%);

- existe na grande maioria (75%) por parte das inquiridas uma conversa com os filhos e um

- estabelecimento de limites.

As inquiridas alvo de estudo, mencionam na sua maioria, ter objectivos/expectativas para a sua vida familiar (90%)

Gráfico n.º 23 – Objectivos /Estratégias para a sua vida familiar

Os objectivos/ estratégias mais identificados pelas inquiridas foram: (ver anexo output n.º - acabar o curso; arranjar emprego; ter casa própria; casar; tirar a carta de condução; ter melhores condições habitacionais; futuro melhor aos filhos; aumentar o agregado familiar; estabilidade financeira e emocional; felicidade e saúde; estabilidade profissional; Podemos concluir que a amostra é constituída por 20 famílias, todas representadas pelo sexo feminino, ou seja, as mães, numa média de idades de 30 anos, logo, jovens.

A maioria é de nacionalidade Portuguesa, residentes na Freguesia de Montelavar e detêm a escolaridade obrigatória, sendo este um bom indicador. Porém a pluralidade das

rendimento social de inserção, abono familiar ou subsídio de desemprego e apenas um membro do agregado familiar possui emprego, colocando as famílias numa situação de emergência de vulnerabilidade e fragilidade económica e social. Habitam em casas arrendadas, com as condições mínimas, afirmam não possuírem rendas de casa em atraso, mas conterem outras dívidas e/ou créditos. Estabelecem como prioritário pagar e/ou adquirir alimentação, seguindo-se as outras despesas de carácter essencial, evidenciando competências a este nível. Referem que os meios de acessibilidade são pouco ou nada satisfatórios, aumentando o grau de isolamento e distanciamento dos recursos e respostas sociais e comunitários do Concelho de Sintra e até mesmo do Distrito de Lisboa.

Sentem que existe uma relação de parceria com os Técnicos e que colaboram e participam nas estratégias de apoio. Essa ajuda verifica-se através da Loja Social, apoio alimentar, orientação profissional (Gabinete de Inserção Profissional) e apoio psicológico e emocional.

Quanto ao estado civil a maioria é casada ou vive em união de facto, e percepcionam a relação conjugal até momento como satisfatória, contudo, parte significativa da amostra perspectiva o estado da relação conjugal como nada satisfatória.

A superioridade da amostra tem até dois filhos até aos seis de idade, indicando que padecem de problemas, principalmente a nível emocional, considerando o grau de necessidade severo.

Manifestam prestação de cuidados ao nível da saúde, que entendem sempre as suas necessidades e nunca são violentas para com estes. As competências e responsabilidades parentais não são identificadas como instáveis ou desagregadas, não sendo os problemas inerentes conscientes.

Caracterizam-se como competentes a nível pessoal e social, sendo revelador de confiança e auto-estima, capacidade de expressão de opinião e facilidade de demonstração de sentimentos. As dificuldades e desequilíbrios familiares são sentidos como fruto e consequência sobretudo da falta de estabilidade financeira. Não são reconhecidos comportamentos negligentes ou maltratantes, bem como não existe consciencialização de contextos de risco ou perigo sobre as crianças. Atendem quanto ao futuro, maior estabilidade financeira, profissional, habitacional e emocional, não se referindo à resolução dos problemas e/ou necessidades dos filhos.