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Descrição dos resultados da aplicação da Escala de Avaliação do Apoio Social

Capítulo 3 – Métodos e Instrumentos para aferir necessidades e forças

1.3. Descrição dos resultados da aplicação da Escala de Avaliação do Apoio Social

avaliar (de 0 a 5) a utilidade dos diferentes elementos da rede de apoio social da família. Como a escala é constituída por 19 elementos que podem prestar apoio social às famílias, vemos que a sua amplitude total pode variar entre 0 pontos (para todas as respostas não disponível) e 95 pontos (para todas as respostas muitíssimo útil). Avaliada a consistência interna da Escala de Avaliação de Apoio Social à Família, através do Alpha de Cronbach, verifica-se que o valor deste foi de 0,872 existindo assim uma boa adequação. (ver anexo output n.º 93)

a) Subescala Família (itens 1,2,3,4,5 e 8)

Da aplicação da Escala de Avaliação do Apoio Social constatou-se que os familiares mais directos, tais como (os pais, pais do cônjuge e/ou companheiro, etc.) na sua maioria não ajuda na tarefa de criar o (s) filho (s), ou seja não se encontram disponíveis, com excepção do companheiro e/ou cônjuge que na maioria das respostas das inquiridas revela ajudar imenso, com 35%.

b) Subescala Relações Próximas (itens 6, 7, 9, 10 e 11)

Nesta subescala relações próximas, estão incluídos os membros informais da rede de apoio social da família. Dentro destas relações incluem-se os amigos, amigos do cônjuge e/ou companheiro, vizinhos, outros pais e colegas de trabalho. Na sua maioria não ajudam na tarefa de criar os filhos, ou seja, 40% dos amigos não se encontra disponível, 55% dos amigos do cônjuge também não se encontram disponíveis, dos vizinhos 40% não ajuda, e 45% dos colegas de trabalho não se encontram disponíveis. Importa ressalvar que apenas 30% dos amigos por vezes ajuda e 35% dos vizinhos por vezes também ajuda. Isto mostra que as relações próximas das famílias da nossa amostra são, para estas, em média nada úteis em termos do apoio social que lhes prestam.

c) Subescala Grupos Sociais (itens 12, 13 e 14)

Os elementos informais da rede social da família, tais como, grupos de pais, grupos sociais/clubes e os membros da igreja/padre, que constituem esta subescala. À semelhança da subescala anterior os grupos de pais (60%) e os membros da igreja/padre (45%) na maioria não se encontram disponíveis, não contribuindo para a tarefa de criar o (s) filho (s). Já os grupos sociais/clubes, apesar de 35% não estar disponível, 15% por vezes ajuda.

d) Subescala Profissionais (itens 15 e 18)

Esta subescala refere-se aos itens médico família e outros profissionais especializados, quanto ao primeiro, 30% considera que não ajuda, embora 25 % considere que por vezes ajuda, quanto aos outros profissionais, 30% considera que ajuda muito, 20% por vezes ajuda e 10% ajuda imenso, evidenciando o papel dos Assistentes Sociais, Terapeutas e Educadores como importantes no apoio prestado à tarefa de criar o (s) filho(s).

e) Subescala Grupos Profissionais (itens 16,17 e 19)

Nesta subescala considera-se o papel do programa de intervenção precoce, da creche e jardim-de-infância, sendo que 55% encara como não disponível ambos, e os serviços de saúde, em que 30% encara como por vezes ajuda e 25% geralmente ajuda.

Em suma, as famílias inquiridas mencionam que recebem pouca ajuda ou nenhuma na tarefa de criar os seus filhos. As pessoas que dão mais apoio são: o meu cônjuge (42,1%); profissionais (40%); os próprios filhos (33,4%); os pais das inquiridas (20%); os meus parentes (20%); os pais do cônjuge (15,8%); médico de família ou da criança (15%) e Serviços (saúde, serviços sociais, etc...) (15%). (ver anexo output n.º 94 – 112).

Para averiguar a existência de fortes correlações entre as variáveis, utilizam-se dois testes estatísticos: KMO e o de Esfericidade de Bartlet. Esses são determinantes no sentido de que, se a correlação entre as variáveis não for forte o suficiente, a análise factorial não poderá ser realizada. Na análise desta escala, verifica-se que não é possível calcular os valores dos testes porque a amostra é inferior a 30. Contudo, continuei com a análise da factorial para aferir se era possível reter alguns factores. Coloco a análise factorial apesar de não ser possível calcular o valor do teste KMO.

É possível reter 5 factores. A variância total explicada pelos 5 factores (81,375%) não varia com a rotação. O mesmo não acontece com a variância explicada por cada factor. Em suma, o primeiro factor retido explica 32,831% da variância, segundo factor explica 16,779%, o terceiro factor explica 14,89 factor contribui com uma explicação de 9,730%, e por último, o quinto factor explica 7,115%. Juntos explicam 81,375% da variabilidade dos 19 itens originais. (ver anexo output n.º113).

A rotação das variáveis efectua-se, de forma a extremar os loadings, de modo a que cada variável esteja associada com apenas um factor. Pela rotação Varimax (ver anexo output n.º 114), podemos dizer que as variáveis associadas ao primeiro factor, dizem respeito aos itens:

- Grupos Sociais /Clubes; Grupos de pais; Membros da igreja/padres; Cônjuge

Associadas ao segundo factor surge as seguintes varáveis:

- Outros pais; Ao amigo do meu cônjuge (ou companheiro); Os pais do meu cônjuge

- (ou companheiro); Vizinhos; Creche/jardim-de-infância. O terceiro factor é composto pelas variáveis:

- Serviços (Saúde, Serviços Sociais, Saúde Mental, etc.); Profissionais (Assistentes Sociais,

-Terapeutas, Educadores, etc.); Os meus filhos. As variáveis que constituem o quarto factor são:

- Meus pais; Meus parentes; Meus amigos; Médico de família ou da criança.

- Por fim, o quinto factor é composto pelas variáveis: - Os parentes do meu cônjuge.

Visto que o apoio social é definido como a ajuda, que deve estar disponível para o indivíduo em determinadas situações, tais como perante dificuldades ou surgimento de

stress (Sarason & Sarason, 1982). O apoio social é baseado na matriz individual dos

relacionamentos com outras pessoas (Heller & Swindle, 1983 cit. Por Sarason & Sarason, 1982). Quando esta matriz é extensiva e profunda, as necessidades dos outros sobrepõem-se às individuais havendo uma maior tendência para os ajudar, bem como sentir que essa ajuda está disponível. Assim, a pessoa que tenha elevados níveis de apoio social sente ter outros que lhe podem valer nas horas de necessidade. Quando a matriz é limitada, o indivíduo pode sentir menos empatia para os problemas e limitações de outras pessoas, e menor sentido de responsabilidade pelo seu bem-estar como uma adição ao seu suporte diário pessoal, ou seja, alguém que tenha um baixo nível de apoio social carece destes recursos interpessoais (Sarason & Sarason, 1982), sendo este o caso das famílias multidesafiadas em acompanhamento.