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2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO

2.1 Caracterização Ambiental

Natal é um município e capital do Rio Grande do Norte, que está nas coordenadas geográficas 05°47'42'' S e 35°12'34'' W, com o Oceano atlântico ao leste, limitando-se com os municípios de Parnamirim, ao sul, Extremoz, ao norte, São Gonçalo do Amarante e Macaíba, ao oeste. Juntamente com esses 4 municípios e outros 9 a mais formam a Região Metropolitana de Natal (RMN). O município de Natal apresenta extensão territorial correspondente a 168,53 km² e uma população de 803.739 habitantes, conforme dados do IBGE (2010).

Está situado sobre unidade geomorfológica de “Planícies e Tabuleiros Costeiros” (ROOS, 2009), na zona costeira brasileira, onde abriga em toda a sua extensão uma gama imensa de ecossistemas de importante relevância ambiental. Possui vestígios dos biomas de Caatinga e Mata Atlântica em sua vegetação (IBGE, 2015).

No território do município encontram-se várias bacias hidrográficas como as do do Rio Potengi, Rio Pirangi e Rio Doce; na Faixa Litorânea Leste de Escoamento Difuso.

2.1.1 Clima

O clima é um fator responsável por desencadear vários perigos naturais, sejam eles imediatos, como a passagem de uma tempestade, ou de longo prazo, como as estiagens e secas (MEDEIROS, 2014).

As precipitações, por exemplo, são uma das principais causas dos eventos de desastres no Brasil, visto que quando ela ocorre de forma muito intensa em

0 50 100 150 200 250 300 350 400

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Prec ip ita ção (m m )

PRECIPITAÇÃO MÉDIA (MM)

um reduzido intervalo de tempo acarreta enchentes, inundações, alagamentos e deslizamentos de terra, devido à saturação do solo. (SALES, 2017p. 46)

A caracterização dos parâmetros climáticos foi feita com base nos dados climáticos disponível Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), como válidos para o município de Natal, normal climatológica de 30 anos compreende o período de 1987 a 2017.

O município de Natal está situado na porção litorânea oriental do Rio Grande do Norte, inserida em uma região de domínio As’, de clima tropical chuvoso quente com verão seco, segundo a classificação de W. Köppen. Apresenta uma pluviometria média em torno de 1.500 mm/ano anuais. Gráfico 1:

Gráfico 1: Precipitação (mm) média no município de Natal-RN (1987-2017).

Fonte: INEMP. Elaborado pelo autor (2018).

O período chuvoso compreende os meses de abril a julho e o período seco de agosto a fevereiro. Tipo climático atualmente controlado pelas Ondas de Leste. De modo, tais características encontradas se devem exclusivamente à localização geográfica do município de Natal.

Enquanto a temperatura, Natal apresenta uma média anual de 26,6°C chegando a temperaturas máximas de 31°C e mínimas de 21°C. Sendo fevereiro o mês mais quente, com 27,6°C, e julho o mais frio, com 24,9°C de média mensal. Gráfico 2.

23.5 24 24.5 25 25.5 26 26.5 27 27.5 28

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Te m p era tu ra ( °C)

Temperatura Média Mensal de 1987-2017 (°C)

Gráfico 2: Temperatura Média mensal do município de Natal, referente ao período de

1987 a 2017.

Fonte: INEMP. Elaborado pelo autor (2018).

Os meses de precipitações mais intensas, no caso de abril a junho na cidade do Natal são os mais propícios e expostos à alagamentos, cheias, inundações, sendo o mês de julho o mais crítico, onde deve haver uma atenção maior da Defesa Civil, órgãos públicos e dos próprios moradores.

2.1.2 Geologia e Geomorfologia

A geologia de toda a cidade de Natal é essencialmente formada por materiais de origem sedimentar de idade mais recente. Tendo a maior deposição os arenitos da Formação Barreiras, que remontam a deposições fluviais, cujo é um ambiente frágil ecologicamente. Ademais:

A área condizente ao município de Natal é, em sua geologia, constituída estratigraficamente (da base ao topo) por um embasamento cristilo datado do período pré-cambriano com ocorrências de granitos, granodioritos, magmatito e gnaisses. Esta estrutura do município está sobreposta por depósitos mesozoicos correspondentes a sequência infrabarreiras, que por sua vez é formada por sedimentos cretáceos com a presença de rochas areníticas (em horizonte inferior) e de calcário com ocorrência arenítica e argilita (horizonte superior). Existem ainda os depósitos de sedimentos recentes e sub-recentes representados pelos depósitos dunares, praias, planícies de

deflação, estuarinos, aluviares e de cobertura de espraiamento.” (SEMURB/PMN, 2014, p. 34).

Na geomorfologia presente na região, é possível observar, basicamente, terrenos planos e suavemente ondulados com a presença de quatro classificações de relevos predominantes: a plataforma continental, as formas litorâneas, as superfícies de aplainamento e os vales fluviais lacustres (VILAÇA, 1985; VILAÇA et al, 1986).

Esses terrenos normalmente não ultrapassam os 100 metros de altitude. O relevo de Natal apresenta duas principais feições: tabuleiro planície costeira, onde encontramos dunas móveis e fixas, resultantes do transporte eólico de areias finas e médias, e pelas planícies fúlvio-marinhas, representadas pelo baixo curso do Rio Potengi.

O Complexo do Passo da Pátria encontra-se na planície flúvio-marinha no estuário do Rio Potengi. A planície flúvio-marinha sofre influência das oscilações das marés e dos processos continentais, sendo formada pela deposição de sedimentos argilosos, ricos em matéria orgânica em suas áreas de inundação, e vegetação de mangue.

2.1.3 Pedologia

Em relação à tipologia dos solos de Natal podem-se destacar tipos de solo de acordo com a classificação de solos da EMBRAPA, com o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SIBCS, 2005). Os solos encontrados são: Gleissolos; Neossolos Flúvicos; Neossolo Quartzarênico e Latossolos Vermelho-Amarelos.

Os Neossolos Quartzarênicos são solos minerais, derivados de sedimentos arenoquartzosos, são essencialmente arenoquartzosos, não hidromórficos ou hidromórficos sem contato lítico dentro de 50 cm de profundidade da superfície. De forma geral, esses solos são profundos a muito profundos. São excessivamente drenados e um pouco desenvolvidos devido a baixa atuação dos processos pedogenéticos e pela resistência do material de origem ao intemperismo. São solos bastante lavados, dessaturado por bases, com baixa fertilidade natural, baixa capacidade de retenção de água e baixa capacidade de troca de cátions.

Os Neossolos Flúvicos são solos minerais não hidromórficos, oriundos de sedimentos recentes. São formados por sobreposição de camadas de sedimentos aluviais recentes sem relações pedogenéticas entre elas, devido ao seu baixo desenvolvimento

pedogenético. Geralmente apresentam espessura e granulometria bastante diversificadas, ao longo do perfil do solo, devido a diversidade e a formas de deposição do material originário. Geralmente a diferenciação entre as camadas é bastante nítida, porém, existem situações em que torna-se difícil a separação das mesmas, principalmente quando são muito espessas.

Os Gleissolos são solos minerais, hidromórficos, desenvolvidos de sedimentos recentes não consolidados, de constituição argilosa, argilo-arenosa e arenosa. Compreende solos mal a muito mal drenados e que possuam características resultantes da influência do excesso de umidade permanente ou temporário, devido a presença do lençol freático próximo à superfície, durante um determinado período do ano. São solos bastante diversificados em suas características físicas, químicas e morfológicas, devido às circunstâncias em que são formados, de aporte de sedimentos e sob condição hidromórfica.

Os Latossolo Vermelho-Amarelo são identificados em áreas dispersas associados aos relevos, plano, suave ondulado ou ondulado. Ocorrem em ambientes bem drenados, sendo muito profundos e uniformes em características de cor, textura e estrutura em profundidade.

O tipo de solo onde o Complexo se encontra é o Gleissolos, sendo solos instáveis, além de ser pouco desenvolvidos, excessivamente mal drenado e pouco profundo o que contribui o risco de inundações no local.

2.1.4 Recursos Hídricos

Em se tratando da hidrologia da área do município de Natal, o Plano Estadual de Recursos Hídricos definiu que as seguintes bacias hidrográficas seriam responsáveis pela drenagem presente na região: Bacia do Rio Doce, do Rio Pirangi, além da faixa Litorânea Leste de Escoamento Difuso (HIDROSERVICE, 1999). No município, 31,19% do seu território está inserido na Bacia Hidrográfica do Rio Potengi, 15,30% no Rio Pirangi, 23,43% no Rio Doce e 30,08% na Faixa Litorânea Leste de Escoamento Difuso.

Já no que refere a estrutura de águas subterrâneas, Natal é composto pelo aquífero freático e pelo aquífero confinado e semiconfinado, como também de águas superficiais (BARROS, 2003). O município encontra-se na formação do aquífero

Barreiras, principal fonte de água subterrânea na região da planície costeira leste do Estado.

Como aponta (MACEDO, 2018), “Natal tem corpos superficiais em abundância, sobretudo lagoas de origem de planícies intedunares, onde há o afloramento do nível freático. Pelo amplo avanço urbano, o município é citiado por lagoas de contenção pluvial, formando uma rede interligada.” Para a Complexo em análise, a área em geral não encontra-se bem adensada e drenada por tubulação de drenagem urbana exceto alguns pontos onde houve obras do Habitar Brasil. Há vários locais de potencial acúmulo de águas devido à falta de drenagem urbana prejudicando a vida de muitos cidadãos.