• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 4 – A METODOLOGIA DA PESQUISA

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA:

A METODOLOGIA DA PESQUISA

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Neste capítulo apresentamos o caminho metodológico que percorremos para a realização da pesquisa sobre a formação inicial do professor de Educação Física a partir dos pressupostos teóricos metodológicos da Teoria das Representações Sociais (TRS). A presente pesquisa é quali-quantitativa e caracteriza-se como um estudo de caso, transversal, descritivo.

Com base na abordagem de Lüdke e André (1986) a pesquisa qualitativa se preocupa com o comum da maioria das situações, estabelecendo regras e princípios com o intuito de refletir a uniformidade do fenômeno estudado.

Para Lüdke e André (1986) este tipo de pesquisa não apresenta em seus pressupostos a separação do pesquisador e do objeto de pesquisa, pois o mesmo não se desarma de seus princípios ao desvelar os dados coletados, ao contrário, uma vez que são por meio das indagações que este faz dos dados, que o conhecimento sobre o fenômeno estudado vai se construindo.

De encontro a esta ideia, Gil (1998) acredita que a abordagem qualitativa possibilita prever a mensuração das variáveis com o intuito de verificar e explicar sua existência como também sua relação sobre sua variável. Outro fator importante, é que ela acontece por meio de um longo trabalho de campo, possibilitando desta forma uma descrição mais rica quanto aos detalhes da pesquisa. Nesta perspectiva é possível unir pensamento e ação de pessoas ou de grupos em que o material coletado permite construir ideias (LÜDKE; ANDRÉ, 1986).

Nesta mesma linha de raciocínio Thomas, Nelson e Silverman (2007) têm como ponto forte da abordagem qualitativa a ênfase dada ao seu conteúdo interpretativo, e não tanto aos procedimentos no que tange aos aspectos descritivos. Portanto, a abordagem qualitativa se apresenta como um conjunto de propriedades que constituem um objeto, no instante que este objeto nos é apresentado, o diferenciamos por meio de um conjunto de propriedades. Deste modo trata-se de uma expressão genérica, em que o objeto de investigação pode ser específico, contudo pode ser caracterizados com traços comuns

(TRIVIÑOS, 1987). Assim, a pesquisa qualitativa tem como principal objetivo a compreensão dos significados, uma vez que trabalha com a percepção de mundo das pessoas, e esta dar-se-á no campo da subjetividade, em que variáveis não são manipuladas por meio de experimentos.

Em resumo, a escolha por uma abordagem qualitativa da pesquisa é justificada pelas suas características pertinentes ao campo educativo que permite que: o pesquisador seja o principal instrumento durante a coleta dos dados; os materiais obtidos pela coleta dos dados sejam ricos nas suas descrições; o enfoque está muito mais no processo que no produto; o significado que os sujeitos imprimem a determinadas coisas é muito valorizado pelo pesquisador; as hipóteses não necessitam serem evidenciadas antecipadamente, elas são consolidadas no processo (LÜDKE; ANDRÉ, 1986).

Em consonância com a pesquisa qualitativa, o delineamento se deu por um estudo de caso, uma vez que este estudo permite explorar, compreender e descrever em diferentes circunstâncias os contextos complexos encontrados no decorrer da pesquisa (GIL, 2009). Para referido autor, o estudo de caso é uma forma de delineamento, em que se insere um modelo para a produção de conhecimento em um campo específico ao mesmo tempo que este modelo é flexível também é rigoroso, uma vez que estabelece princípios e regras a serem observados no decorrer da pesquisa, bem como na análise dos dados, portanto o estudo de caso não pode ser traduzido como sendo apenas um modelo e técnica de coletar dados.

Gil (2009) estabelece como sendo seis as principais características do estudo de caso: 1) É um delineamento, o que pressupõe não ser simplesmente uma estratégia ou técnica para coletar dados; 2) A unidade é estudada como um todo, portanto é possível a preservação do caráter único da pesquisa; 3) Considera os condicionantes históricos, no entanto o fenômeno investigado é contemporâneo; 4) Não restringe o número de variáveis, pois não separa o fenômeno estudado do contexto no qual está inserido; 5) É um estudo profundo, para tanto não reduz os itens a serem utilizados nas coletas, como exemplo questionários abertos entrevistas semiestruturadas; 6) Exigem vários procedimentos na coleta com o intuito de garantir a qualidade das informações.

Lüdke e André (1986) apresentam mais duas características fundamentais além das elencadas por Gil (2009) sendo: 1) Os estudos de caso possibilitam a representação de pontos de vistas diferentes, por vezes conflitantes de uma determinada situação

social, uma vez que a realidade pode ser identificadas de formas diferentes; 2) A linguagem utilizada para relatar os estudos de caso é de forma acessível e suas formas são variadas, para que o leitor tenha uma proximidade com suas experiências pessoais, para tanto, a descrição é feita de forma clara e direta.

Também optamos na pesquisa por uma abordagem quantitativa que refere-se a um método nos quais os dados são quantificáveis, com amostras grandes consideradas representativas do objeto de estudo pesquisado. Este tipo de pesquisa apresenta centralidade no objetivo, coma tentativa de apresentar os resultados em estado bruto, por meio de instrumentos padronizados (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).

Nesse sentido, a pesquisa quantitativa é caracterizada por apresentar a quantificação tanto na coleta como no tratamento dos dados, por meio de estatísticas. Também apresenta como diferencial a garantia de precisão aos trabalhos, permitindo dessa forma possibilidades mínimas que o resultado final seja apresentado com distorções. Vale ressaltar ainda nesse método, que o mesmo aplica-se a estudos descritivos, uma vez que procuram descobrir e classificar a relação entre as variáveis. (RICHARDSON, 1989).

Diante do supracitado, a pesquisa quantitativa, desvela os dados expressando-os de forma numérica, com isso permite a dinamização, a melhor compreensão e são mais objetivas no processo de apresentação das variáveis, também pode ser apresentada pela análise do conteúdo, mensurando os dados a partir de uma base textual (MARCONI; LAKATOS, 2003).

O delineamento escolhido para esta abordagem foi o estudo transversal que possibilita testar vários grupos ao mesmo tempo ou um único grupo de faixas etárias diferenciadas, bem como a coleta dos dados ser realizada em menor tempo (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).