CARACTERIZAÇÃO DO CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Deliberativo da escola municipal de João Pessoa-PB é criado em 28 de Julho de 2008, em reunião extraordinária na escola com os membros da comunidade escolar, na qual são eleitos, em assembleia, para compor a direção do Conselho Escolar, no período de dois anos, representantes do corpo docente e discente, dos técnicos, dos pais e dos funcionários. Na oportunidade, discute-se a importância do Conselho Escolar junto à gestão e as suas atribuições, tais como: a atuação junto à direção da escola nos aspectos administrativo, pedagógico e financeiro, buscando alternativas para a solução dos conflitos. Como, também, ressalta-se o Conselho Escolar como um órgão de fiscalização e conciliação.

Durante o período decorrido, o Conselho Escolar da escola municipal de João Pessoa- PB, realiza vinte e seis vezes reuniões ordinárias e extraordinárias, conforme dados obtidos no registro das reuniões, no livro de Atas do Conselho9. Pode-se constatar, no registro das atas, que o Conselho estabelece um diálogo com a comunidade escolar, envolvendo questões relacionadas a todo o funcionamento da escola, compreendendo aspectos pedagógicos, administrativos e financeiros.

No tocante ao pedagógico, observa-se, plano anual de atividades da escola, projetos de atividades proposto pelos professores, plano de ação pedagógica dos técnicos, Programa Mais Educação e projeto político-pedagógico. No aspecto administrativo, matrícula e transferência de alunos, regimento interno da escola, termo de compromisso, termo de ocorrência, conselho

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As informações apresentadas nesse tópico constam no livro de atas do conselho escolar da escola pública municipal de João Pessoa-PB.

da merenda, conselho fiscal, progressão parcial dos estudos, evasão, aprovação e repetência. No que se refere à parte financeira, utilização e prestação de contas dos recursos federais, como Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)10, Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE)11 e Mais Educação.

Ressalta-se o cuidado em realizar reuniões para substituição, eleição e aprovação dos membros do Conselho Escolar, quando se faz necessário. Como, também, há registros, no livro de atas, quando as reuniões são impossibilitadas de acontecer por falta de quórum.

O Conselho Deliberativo Escolar tem sua última eleição realizada em 26 de Março de 2012 e constitui-se de dez membros: dois representantes dos professores, turnos manhã e tarde, o presidente do Conselho que é, também, professor, um diretor adjunto do turno da noite, um representante dos alunos, um representante dos pais, dois representantes dos funcionários, um representante do corpo técnico e a diretora geral da escola.

Os membros do Conselho Escolar possuem curso superior, ensino médio, fundamental e especialização. São profissionais da educação das redes pública municipal e estadual e estudantes do ensino fundamental. Além da participação efetiva no Conselho Escolar, alguns dos membros participam de associação de moradores e de igrejas locais.

A comunidade escolar habilitada a participar do Conselho é definida pelo Estado por intermédio da legislação específica supracitada. No entanto, há outras participações na gestão, não reguladas na legislação supra, como, por exemplo, a comunidade geográfica onde se situa a escola, pastorais da Igreja Católica que utilizam o ginásio poliesportivo e o mantém. Além dos moradores do bairro que buscam os espaços da escola para a realização de eventos coletivos. A escola estabelece parcerias com os Postos de Saúde da Família (PSF’s) e a

10 _{O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) foi instituído pela Lei nº 11.947, de 16 de Junho de 2009 e}

“dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. [...] O PDDE tem como objetivo de acordo com o art. 22, prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal, às escolas de educação especial qualificadas como beneficentes de assistência social ou de atendimento direto e gratuito ao público, às escolas mantidas por entidades de tais gêneros e aos polos presenciais do sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB que ofertem programas de formação inicial ou continuada a profissionais da educação básica. Os recursos destinam-se conforme o art. 23, à cobertura de despesas de custeio, manutenção e de pequenos investimentos, que concorram para a garantia do funcionamento e melhoria da infraestrutura física e pedagógica dos estabelecimentos de ensino” (BRASIL, 2009).

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O Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) apresenta-se como um plano que tem a finalidade de enfrentar os problemas educacionais do País, focando prioritariamente os níveis de qualidade do ensino ministrado em todas as escolas de Educação Básica, agregando ações que incidem sobre os mais variados aspectos da educação em seus diversos níveis e modalidades. É instituído pelo Decreto nº 6.094, de 24 de Abril de 2007, que dispõe sobre o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação e estabelece as metas a serem alcançadas até 2022 (BRASIL, 2007).

Universidade Federal da Paraíba (UFPB), os quais desenvolvem trabalhos na área de odontologia.

A experiência produzida por esse Conselho Escolar, no tocante à possibilidade do fortalecimento da democracia a partir da comunidade, necessita ser socializada. A ideia-chave do fortalecimento da articulação contra-hegemônica entre o local e o global, em que são ressaltadas as experiências positivas de democracia, precisa ser ressaltada como uma alternativa ao modelo hegemônico (SANTOS, 2002).

No capítulo a seguir, apresenta-se a evolução histórica do conceito de democracia, a partir de autores clássicos, como: Chevallier (1998); Bobbio (1998, 2000, 2001), Châtelet (2009) e Châtelet; Duhamel; Kouchner (2009), que historicizam o pensamento sobre democracia desde, a Grécia Antiga com Platão e Aristóteles, até o pensamento moderno com Maquiavel, Bodin, Montesquieu, Rousseau e Toqueville, como, também, a crítica de Bobbio sobre a democracia.

2. DEMOCRACIA: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO - PRIMEIRAS