Caracterização do Grupo

A sala da Pré-B é constituída, no presente ano letivo, por um grupo de 25 crianças com idades compreendidas entre os dois anos e meio e os cinco anos, sendo 12 do sexo masculino (48%) e 13 crianças do sexo feminino (52%) (figuras 8 e 9). Há um equilíbrio no número de crianças de ambos os sexos.

O grupo encontra-se, segundo Piaget, no estádio Pré-Operatório. É um grupo heterogéneo que apresenta diferentes níveis de desenvolvimento e de aprendizagem. As OCEPE preconizam a organização das crianças em grupos heterogéneos. No documento em epígrafe, encontra-se expresso que “a interacção entre crianças em momentos diferentes de desenvolvimento e com saberes diversos, é facilitadora do desenvolvimento e da aprendizagem” (Ministério da Educação, 1997, p. 35).

O documento reforça a ideia de que o educador deve organizar o processo educativo de modo a que este responda às características de cada criança estimulando a sua evolução no grupo. Promover a realização de trabalhos entre pares e pequenos grupos permite que as crianças confrontem os seus pontos de vista e colaborem na resolução de problemas ou dificuldades que se apresentem no seu dia-a-dia (Ministério da Educação, 1997).

No grupo da Pré-B existe uma criança com Necessidades Educativas Especiais e outras cinco crianças possuem dificuldades a nível da linguagem oral, mais especificamente na dicção e na construção frásica. Estas serão encaminhadas para a terapia da fala no decorrer deste ano letivo.

Figura 8. Constituição do grupo por sexos. Figura 9. Percentagem do número de crianças.

12 13 1 3 5 7 9 11 13

Sexo Masculino Sexo Feminino

52%

48% Sexo

Feminino Sexo Masculino

58

Das 25 crianças que constituem o grupo, 12 frequentam pela primeira vez uma sala de Pré-Escolar. Apenas um caso se afigurou difícil no período de adaptação, pois, a criança, raramente teve contacto com outras crianças da sua faixa etária.

Privilegiei as observações realizadas e as situações de interação para obter conhecimento relativamente às características do grupo numa fase inicial. Nesta fase de adaptação, as crianças mais velhas auxiliaram as mais novas na interiorização de procedimentos relacionados com as rotinas.

É possível verificar um espírito de cooperação no dia-a-dia, na medida em que as crianças ajudam-se a marcar a presença, a dobrar lençóis e na resolução de problemas e conflitos. Nestas situações, podemos concluir que a constituição de um grupo heterogéneo facilita a adaptação à rotina e às atividades e potencia o desenvolvimento das crianças mais novas, quer ao nível da autonomia quer da aprendizagem. Estas sentem-se seguras e apoiadas pelas crianças mais velhas. Por outro lado, as crianças mais velhas sentem-se responsáveis e desenvolvem um sentimento de realização e satisfação, o que aumenta a sua autoestima.

No decorrer do mês de outubro, a maior parte das crianças já sociabilizava bem com os colegas. No geral, são dinâmicas, interessadas nas atividades, possuem o desejo de aprender e são muito recetivas às novidades.

Todas as crianças são autónomas relativamente à higiene pessoal, porém, verifica-se que as crianças mais novas (3 anos) ainda necessitam de apoio no calçar e no vestir. No que concerne à alimentação, algumas precisam de um incentivo na hora das refeições, pois por vezes recusam alguns alimentos e é também necessário estimular a utilização correta dos talheres em alguns casos.

No grupo, existem personalidades distintas, umas crianças são mais extrovertidas e irrequietas e outras são mais tímidas e calmas. As crianças demonstram

interesse na realização das suas responsabilidades. Relativamente às áreas, no geral, o grupo revela preferência pela área do faz de conta. Além desta área, as crianças mais novas apreciam e disputam a área da areia, da expressão plástica e das construções. As de cinco anos interessam-se muito pela área da biblioteca, pela área da escrita e da matemática.

Relativamente ao desenvolvimento socioafectivo, foi possível observar que a relação entre crianças e equipa pedagógica é amigável, compreensiva e repleta de afetos. De salientar que as crianças, desde o início do estágio, reagiram muito bem à minha presença.

A partir dos dados recolhidos pela educadora cooperante relativamente às habilitações literárias e profissões dos pais, foi possível averiguar as condições sociais familiares.

Após a consulta das fichas individuais do grupo verifiquei que 20 pais frequentaram o Ensino Secundário, 17 pais a Licenciatura, um pai o Bacharelato e os restantes 12 frequentaram o Ensino Básico (figura 10).

Figura 10. Habilitações literárias dos pais.

12 20 1 17 0 5 10 15 20 25

60

A partir do gráfico é visível a incidência no Ensino Secundário e na Licenciatura, estes dados permitem-nos concluir que as famílias possuem um nível médio/alto relativamente às habilitações literárias. Para um conhecimento exato das habilitações literárias dos pais consultar o apêndice 1.

Relativamente às profissões dos pais, estas foram classificadas tendo como referência a Classificação Portuguesa das Profissões elaborada pelo Instituto Nacional de Estatística (2011).

Quadro 4. Classificação das profissões dos pais das crianças da sala Pré-B.

Classificação nacional das profissões Mãe Pai

- Representantes do poder legislativo e de órgãos executivos,

dirigentes, diretores e gestores executivos. --- 1

- Pessoal administrativo 1 1

- Especialistas das atividades intelectuais e científicas 9 3

- Técnicos e profissões de nível intermédio 3 3

- Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança

e vendedores 4 5

- Trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices --- 6 - Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da

montagem --- 3

- Sem atividade profissional 4 ---

- Desempregados 4 2

- Sem dados --- 1

Verificamos que, na maioria, os pais estão empregados, contando-se apenas seis pais que estão desempregados.

Através da tabela e gráfico (figura 11) apresentados, é possível constatar que as categorias profissionais com maior percentagem são os especialistas das atividades inteletuais e científicas com uma percentagem de 28 % e os trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores com uma percentagem de 21 %. É possível concluir que estes agregados familiares possuem um nível económico médio/alto. Para um conhecimento exato das profissões dos pais consultar o apêndice 2.