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1.4 CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO DE ESTUDO/GRUPO DE COMPARAÇÃO

A INSUFICIÊNCIA RENAL NA INFÂNCIA

1.4 CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO DE ESTUDO/GRUPO DE COMPARAÇÃO

Como referimos anteriormente, os dados obtidos que nos levaram à construção do quadro 5, permitiram-nos determinar a nossa população alvo.

Quadro 6- Crianças submetidas a transplante renal com idade inferior a 15 anos

Grupo etário Rim

SEXO 8-11 12-14 Vivo Morto

Masculino 14 6 8 12 2

Feminino 1 1 0 1 0

Total 15 7 8 13 2

Tendo em conta os critérios de inclusão, excluímos 13 crianças com rins funcionantes, dado ainda não terem atingido o limite da idade inferior, como se pode observar no quadro anterior.

Para a caracterização da população alvo, foi construído um instrumento (anexo III), em que eram solicitadas informações sobre variáveis sócio- demográficas (sexo, idade actual, idade do transplante, se foi submetido a outro transplante, estado civil, habilitações literárias, e uma questão relacionada com a adesão à terapêutica). Este instrumento tem uma nota introdutória na qual é feita a apresentação do investigador, apresentada a finalidade do estudo do estudo, solicitado a participação e garantido a confidencialidade dos dados. Semelhante procedimento foi realizado para a caracterização do grupo de comparação que para além das variáveis pessoais atrás referidas, eram questionados sobre a existência de problemas de saúde no último ano, que tivessem interferido na vida quotidiana . Se tal se verificasse seriam eliminados (Anexo IV).

Apresentaremos no quadro 7 a caracterização da população alvo (grupo de estudo), tendo em conta as varáveis solicitadas, comparando-a com o número total de indivíduos que respondiam aos critérios de inclusão, e que foi possível apurar após os procedimentos atrás referidos para a identificação da população que se enquadravam nos critérios de inclusão.

Verifica-se que não se conseguiu abarcar a população total, na medida em que os inquiridos atingem 86,1% dessa mesma população.

No entanto tal discrepância, embora que pequena pode ser justificada por vários factores. O facto de se ter procedido à colheita de dados, aquando das consultas de «follow-up», nos hospitais tornou-se difícil controlar as «ausências» à consulta clínica.

Quadro 7- Caracterização do grupo de estudo /população Grupo de estudo n=31 - 86,1% População n = 36 Sexo : Feminino Sexo : Feminino 13 - 41,94% 17 - 47,22% Masculino 18 - 58,04% 19 - 52,78% Idade Transp(Feminino) Média 13,69 13,47 Moda 14 11 Desvio Padrão 2,25 2,35 Idade Transp(Masculino) : Média 15,72 15,53 Moda 16 16 Desvio Padrão 2,3 2,39 Idade Actual(Feminino) ■ " ' ": — - ' _, ' Média 18,46 19 Moda 17 15 Desvio Padrão 4,25 4,37 Idade Actual(Masculino) Média 19,61 19,53 Moda 17 17 i Desvio Padrão 2,9 2,84 Submetido a 1 Transplante Feminino 11 15 Masculino 18 18 Submetido a 2o Transplante ! Feminino 2 2 Masculino 0 1

Apesar disto, a ausência é marcada no sexo feminino, dado que o elemento do sexo masculino em falta, não se sabe segundo informação clínica do seu paradeiro.

Também não poderemos deixar de referir razões de ordem temporal, por parte do investigador, inerentes a cumprimentos de tempos académicos, pelo que a colheita de dados tinha sido determinada efectuar-se entre Dezembro de 1997 e Maio de 1998. No entanto, prolongou-se mais um mês no sentido de poder abarcar o maior número de pessoas, dado o já número reduzido, não se conseguindo no entanto atingir a totalidade da população pretendida.

significativas em relação aos valores estatísticos apresentados. Se fizermos uma análise comparativa dos dados apresentados entre a idade de transplante e a idade actual, em ambos os sexos o «transplante» foi uma modalidade terapêutica, relativamente recente dado que não se encontram diferenças significativas entre a média etária da realização do transplante, e a média da idade actual.

Fazendo uma análise descritiva do quadro 8 referente ao tempo de transplante, do grupo dos respondentes, apenas duas pessoas receberam transplante há mais de 10 anos (uma delas recebeu transplante há 14 anos, ao fim dos quais foi submetida a 2o transplante). A média do tempo de transplante situa-se nos 4,2 anos, e a

moda nos 5 anos.

Se tivermos em conta os dados apresentados no quadro 4, que se refere à globalidade dos transplantes efectuados só no ano 1984 se iniciaram transplantes em idade pediátrica (mas apenas um), aumentando esse número apenas em 1987.

Quadro 8- Tempo de transplante

Tempo de Transplante N° de Doentes [0-2] 10 [3-5] 14 [6-8] 5 [9-10] 1 > 10 1 Total 31

Como se referiu anteriormente, procedeu-se a um emparelhamento com um grupo de comparação numa proporção de 1:2, tendo em conta as varáveis de controle já referenciadas. Essa caracterização é apresentada no quadro 9.

Dado que a colheita de dados para o grupo de comparação se efectuou após a caracterização do grupo em estudo, há uma paridade de valores, pois a selecção dos indivíduos para o grupo de comparação, tendo subjacente a participação voluntária, essa

mesma selecção tinha que se enquadrar nos critérios de selecção.

Quadro 9- Características gerais grupo de estudo /grupo de comparação

Composição Amostra n=31 Grupo de Comparação n = 62 Sexo : . . Feminino 13 - 41,94% 2 6 - 41,94% Masculino 18 - 58,04% 36- 58,06% Idade Actual(Feminino) Média 18,46 18,46 Idade Actual(Masculino) :- Média 19,61 19,61 Escolaridade:

1o Ciclo (ensino básico) 4 8

2o Ciclo(5° e 6o ano) 4 8

3o Ciclo(7°,80,9°ano) 8 16

4o Ciclo (10°, 12° ano) 11 22

Frequência do Ensino Superior 3 6

Curso Superior 1 2

Estado civil: : : . : : ; ' , : ■ ■ ■

"■ ^ ::.'.".:■'"' '':- ':: ■ :

Solteiro 30 60

Casado 1 2

Um dos itens que fazia parte da caracterização dos indivíduos submetidos a transplante, reportava-se à adesão ao regime terapêutico. No entanto deixou de ser introduzida em qualquer análise, na medida em que todos os indivíduos referiam uma boa adesão terapêutica, o que não é concordante com os estudos que se reportam a esta problemática, e referidos no enquadramento teórico. Parece-nos pois que esta questão tem subjacente o risco de não coerência com os comportamentos, ou seja, "numerosas investigações mostraram que é rara a concordância entre atitudes avaliadas e comportamentos.. ", ou ainda neste âmbito poderá haver o " desejo da pessoa dar de si uma imagem de pessoa racional" (Ghiglione & Matalon, 1992 :134). Inquestionavelmente a avaliação da adesão à terapêutica, implica mais que uma simples questão, sendo necessário analisar os valores analíticos, assim como comportamentos que evidenciem uma não adesão como por exemplo, diminuição brusca de peso entre consultas diminuição do hirsutismo, e fácies cushingoide (Hudson & Hiott, 1986).

Contudo, uma das explicações possíveis para esta resposta, apesar de o grupo em estudo ser constituído por pessoas capazes de assumirem o auto-cuidado, o facto de a doença se ter iniciado precocemente, poderão ser mais aderentes "porque têm apoio de adultos, e supervisão em casa" (Wichowski & Kubsch, 1997: 548).