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O PROCESSO DE PROJETO NO DOMÍNIO DAS EDIFICAÇÕES ESTRUTURADAS EM AÇO: ESTUDO DE

4.3 CARACTERIZAÇÃO DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA

Os escritórios de arquitetura serão identificados como A-1, A-2 e A-3. Os escritórios A- 1 e A-2 são responsáveis, cada um, pelo projeto de dois dos casos estudados.

A-1 é um escritório que atua na cidade de São Paulo há 21 anos, constituído por 3 sócios. Atualmente atinge a marca expressiva de 800 projetos concluídos, abrangendo edifícios residenciais, comerciais, condomínios horizontais, flats e hotéis.

Sua estrutura organizacional é composta por 20 profissionais (dos quais, 11 são arquitetos) que atuam em departamentos específicos: estudo preliminar, projeto legal, projeto executivo, projeto volumétrico (maquete eletrônica), administração e serviços. O detalhamento do projeto executivo costuma ser terceirizado, porém, sob sua supervisão. A hierarquia organizacional do escritório pode ser definida na seguinte ordem decrescente: arquiteto titular, arquiteto coordenador do projeto, arquiteto e estagiário.

O arquiteto titular (função exercida pelo proprietário) é responsável pelos estudos iniciais e concepção do projeto, e estabelece o contato com o cliente-incorporador. Nas fases de anteprojeto e projeto executivo, o arquiteto coordenador assume o processo. Suas funções abrangem: desenvolver o projeto de arquitetura, coordenar os serviços terceirizados, coordenar os projetos complementares e estabelecer o contato com a construtora e com os demais projetistas. Já o arquiteto é um desenhista técnico, sem poder de decisão, com conhecimento técnico acerca dos sistemas, e especialista em CAD e apresentações gráficas.

O escritório adota procedimentos padrões, internos ou dos clientes, para as atividades de todas as fases de projeto, estando atualmente em processo de certificação. Quanto à coordenação dos projetos, o escritório vincula à contratação dos seus serviços de

arquitetura essa responsabilidade, por considerar a atividade inerente ao trabalho do arquiteto. Utiliza o ambiente da Internet para troca de informações e arquivos eletrônicos de desenho de projetos. Quando contratado para exercer a função de compatibilizador dos projetos, confere os desenhos manualmente, por considerar ilegível a sobreposição de todos os arquivos de projetos, e discute as interferências em reuniões periódicas, geralmente semanais ou quinzenais.

O primeiro empreendimento a ser desenvolvido em estrutura metálica pelo escritório foi o edifício E-1; o segundo, está sendo o edifício E-3.

O escritório de arquitetura A-2 também está sediado na cidade de São Paulo e, há 40 anos, desenvolve trabalhos nas áreas de arquitetura e urbanismo em todo o território nacional, abrangendo os setores de edifícios comerciais e de serviços, residencial multifamiliar e unifamiliar, hoteleiro, público e social, recreacional e também o setor industrial. No currículo do escritório, constam também participações em trabalhos no exterior.

Os serviços oferecidos pelo escritório incluem: pesquisa e análise de restrições, programação, pré-dimensionamento e planejamento físico, projeto arquitetônico completo, projeto de reforma, projeto de arquitetura de interiores, planos urbanísticos e de paisagismo, fiscalização e acompanhamento da obra e desenhos de apresentação, compatibilização e coordenação de projetos complementares.

Certificado pela série ISO 9000 desde 2001, o escritório adota procedimentos padrões para o desenvolvimento das atividades. No Manual da Qualidade, são descritas as fases, são estabelecidos os procedimentos para elaboração e representação gráfica dos projetos de cada fase, os procedimentos para acompanhamento de obra, para dimensionamento da equipe técnica, para análise crítica dos projetos, para preenchimento das fichas de acompanhamento, de controle e de verificação e, ainda, são definidos os procedimentos para o controle de projetos complementares de instalações, ar-condicionado e estrutura.

anteprojeto, projeto executivo, projeto de detalhamento e acompanhamento da obra. Para início de cada fase, é realizado o planejamento da mesma e são levantados os dados de entrada e as interfaces técnicas relevantes. Cada fase prevê a validação da solução pelo cliente. A aprovação legal e o acompanhamento da obra podem acontecer em paralelo ao desenvolvimento dos projetos, por dependerem da estratégia de execução do empreendimento.

A estrutura organizacional que dá suporte a esse processo é composta por 18 profissionais com formação em arquitetura. No Manual da Qualidade, é definida a seguinte hierarquia organizacional, em ordem decrescente: arquiteto titular (representado por três sócios diretores), arquiteto coordenador do projeto, arquiteto médio, arquiteto júnior e estagiário.

O arquiteto titular, diretor do projeto, é o principal contato com o cliente-incorporador e é o responsável pelo estudo preliminar. Para apresentação do partido arquitetônico para o cliente, prepara-se um caderno de projeto, em geral, ilustrado manualmente. Na fase de estudo, são realizadas consultas informais acerca dos sistemas complementares, se necessárias.

A partir dessa fase, o arquiteto coordenador assume o desenvolvimento do projeto arquitetônico e a coordenação dos projetos complementares, quando o escritório for contratado para essa função. Ele é o principal contato entre o escritório e a construtora e os demais projetistas. Em geral, o coordenador assume várias obras simultaneamente. Pode-se dizer que o arquiteto médio tem a função de “projetista”, tem contato intenso com os representantes das demais disciplinas e, em geral, não acumula muitos projetos. Já o arquiteto júnior, teria uma atuação mais semelhante a um desenhista técnico (sem poder de decisão), com especialização em CAD e apresentações gráficas. Segundo o Manual da Qualidade, muitas das atividades de desenvolvimento do projeto podem ser exercidas tanto pelo arquiteto coordenador quanto pelo médio; e as atividades de preenchimento de fichas de controle ou de envio e recebimento de informações podem ser exercidas tanto pelo arquiteto médio quanto pelo júnior. Os estagiários, em geral, auxiliam em todas as atividades.

No projeto do edifício E-2, o coordenador foi responsável pelo desenvolvimento e coordenação dos projetos desde o projeto legal até a entrega da obra e, durante o mesmo período, também coordenou outras sete obras; já arquiteto médio foi responsável pelo desenvolvimento do projeto executivo e de detalhamento.

Além do edifício E-2, o escritório foi responsável pelo projeto arquitetônico do edifício E-4. Embora os projetos tenham sido desenvolvidos em momentos diferentes, não foi tão intensa a transferência das experiências vividas em um projeto para outro, por terem sido conduzidos, tanto os estudos preliminares quanto os demais projetos, por profissionais diferentes.

A-3 é um escritório de arquitetura de médio porte, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Atuando no setor de edificações, trabalha principalmente com construtoras, em geral, em parceria. O escritório presta serviço na área de projeto: definição e viabilidade, elaboração do projeto legal, elaboração de estudo preliminar e de projeto executivo, e compatibilização dos projetos complementares e/ou coordenação dos projetos, se contratado para exercer essas funções. Mas, não elabora o projeto as built, propriamente. Modificações solicitadas ou informadas pela construtora são incorporadas ao longo do processo de construção, de forma a atualizar o projeto executivo.

O escritório A-3 não possui certificação ISO, mas tem seus procedimentos padronizados. As fases do processo de projeto compreendem: definição e viabilidade, projeto legal, estudo preliminar, material de venda, consolidação do estudo preliminar, pré-executivo, geração de matrizes, projeto executivo, detalhamento.

A estrutura organizacional que dá suporte a esse processo é composta por cerca de vinte e cinco pessoas, com diferentes formações. Os quinze arquitetos do escritório se enquadram dentro da seguinte hierarquia organizacional, em ordem decrescente: Arquiteto titular, supervisor, coordenador e estagiário.

O arquiteto titular é o próprio proprietário do escritório. A função de supervisor é exercida por duas arquitetas, porém uma é especializada em projetos legais e a outra, na

fase de projeto executivo. E, como coordenadores, são onze os arquitetos que exercem a função de desenvolvimento do projeto, propriamente. Em geral, cada coordenador assume um projeto de cada vez, mas como a atuação do escritório se estende até a entrega da obra, revisões solicitadas para um projeto anterior podem gerar a sobreposição de atividades.

O edifício E-5 foi a primeira experiência do escritório no desenvolvimento, compatibilização e coordenação de projetos de um edifício estruturado em aço.