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Caracterização dos participantes e dos contextos de observação

Nível III – Inclusão Limitada Em que as actividades académicas e sociais se desenrolam na sala de educação especial O professor de educação especial dirige o

5.5. Caracterização dos participantes e dos contextos de observação

Considerámos pertinente uma breve caracterização dos participantes e dos respectivos contextos de observação, na medida em que, julgamos que facilitará a leitura e a compreensão dos dados que serão apresentados posteriormente.

CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES e dos CONTEXTOS DE OBSERVAÇÃO Escola A

A escola está localizada num meio urbano, é um novo centro escolar equipado com mobiliário e material escolar variado e novas tecnologias, tais como, computadores e quadros interactivos. As turmas estão divididas por quatro salas de aula. Cada ano de escolaridade tem a sua própria sala. A sala do 1º ano de escolaridade situa-se no rés-do- chão. A escola possui rampas de acesso ao espaço exterior.

A turma onde está inserido o aluno com paralisia cerebral é a do 1º ano de escolaridade, por isso, a idade dos alunos abrange os 6 anos de idade. É uma turma bastante participativa e interessada. O aluno com paralisia cerebral, de nome fictício, William, está bem integrado na turma, porque os colegas aceitam-no e ajudam-no nas actividades escolares dentro e fora da sala de aula, por exemplo, pude observar, na deslocação para o intervalo, os colegas empurraram a cadeira de rodas do William e

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levaram a sua mala do lanche. As actividades académicas e sociais do William desenrolam-se na sala de aula e na sala de educação especial. O aluno necessita de mobiliário escolar adaptado (cadeira e adaptadores para lápis).

A professora titular de turma (A) é uma professora com idade acima dos 50 anos. Com um tempo de serviço acima dos 20 anos de carreira. A sua formação académica é o Grau de Bacharelato e não possui qualquer formação na área da educação especial. A professora titular está muito motivada para a inclusão do William na turma, facto disso, é a elaboração e contínua pesquisa de actividades e de recursos audiovisuais que possam atender às necessidades do aluno, bem como, a aquisição de competências /aprendizagens. A professora elabora e pesquisa actividades que possam ser realizadas não só pelo William como por toda a turma. Nesse sentido, a professora revelou que tem o dobro do trabalho na planificação das suas aulas.

A professora de educação especial (A1) do William é uma professora com idade entre os 41 a 50 anos. Com um tempo de serviço acima dos 20 anos de carreira. A sua formação académica é o Grau de Mestrado em Educação Especial. Pude observar, a sua óptima relação de trabalho com a professora titular, havendo uma grande empatia entre as duas. Trabalham em parceria na planificação das actividades e na pesquisa de materiais adequados. E ambas dirigem o programa de intervenção do William.

Os pais do William são muito atentos e participativos no processo educativo do seu filho.

Escola B

A escola está localizada num meio rural, é um edifício que abrange o 1º ciclo e o jardim-de-infância. A escola está equipada com mobiliário e material escolar já com algum desgaste. No entanto, existe um computador e um quadro interactivo. As turmas estão distribuídas em 1º e 2º anos escolaridade e 3º e 4º anos de escolaridade. Cada turma tem a sua respectiva sala de aula. A sala do 1º e 2º anos de escolaridade situa-se no rés-do chão e a sala de 3º e 4º anos de escolaridade situa-se no primeiro andar do edifício. A escola possui rampas de acesso ao exterior.

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A turma onde está inserido o aluno com paralisia cerebral é a do 1º e 2º anos de escolaridade, por isso, a idade dos alunos abrange os 6 e os 7 anos de idade. É uma turma participativa e interessada. O aluno com paralisia cerebral, de nome fictício, James, está no 2º ano de escolaridade e tem uma paralisia cerebral ligeira. Está bem integrado na turma, porque os colegas aceitam-no e ajudam-no nas actividades escolares dentro e fora da sala de aula. As actividades académicas e sociais do James desenrolam-se na sala de aula com algum apoio dado pela professora de educação especial. O James está a seguir o currículo do antigo 2º ano de escolaridade que aborda os mesmo conteúdos que o actual, mas é mais leve e por isso mais adequado às suas capacidades. É um aluno que acompanha todas as actividades realizadas na sala de aula. Apenas necessita de adaptadores para lápis e canetas.

A professora titular de turma (B) é uma professora com idade entre os 41 a 50 anos. Com um tempo de serviço acima dos 20 anos de carreira. A sua formação académica é o Grau de Licenciatura e possui alguma experiência no âmbito da educação especial. Como tem alguma experiência no âmbito da educação especial sente-se mais motivada para a inclusão do James na turma. A professora titular de turma dirige o programa de intervenção do James e recebe orientações da professora de educação especial.

A professora de educação especial (B1) do James é uma professora com idade entre os 31 a 40 anos de idade. Com um tempo de serviço de 11 a 20 anos de carreira. A sua formação académica e o Grau de Mestrado em Educação Especial. Pude observar, a sua boa relação de trabalho com a professora titular de turma, havendo empatia entre as duas. Trabalham, a maior parte das vezes, em parceria na planificação de actividades e na pesquisa de materiais adequados.

104 Escola C

A escola está localizada num meio rural, onde apenas funciona o 1º ciclo. A escola está equipada com mobiliário e material escolar já com algum desgaste. No entanto, existem computadores e um quadro interactivo. Apenas tem uma turma que abrange os quatro anos de escolaridade. Por isso, a turma abarca crianças com idades dos 6 anos até aos 9 /10 anos de idade. É uma turma pequena, interessada e participativa. Fazem parte da turma dois alunos com paralisia cerebral, de nomes fictícios, Mélanie e Mark, os alunos estão a frequentar o 2º ano de escolaridade. Estes alunos, para além da paralisia cerebral, tem outro problema associado, a epilepsia. Quanto estes alunos têm episódios epilépticos a consequência é o esquecimento das competências/ aprendizagens adquiridas anteriormente. As actividades académicas e sociais da Mélanie e do Mark desenrolam-se maioritariamente na sala de educação especial devido ao problema de epilepsia.

A professora titular de turma (C) é uma professora com idade entre os 41 a 50 anos de idade. Com um tempo de serviço acima dos 20 anos de carreira. A sua formação académica é o Grau de Licenciatura e não possui formação no âmbito da educação especial. A professora não está muito receptiva à inclusão da Mélanie e o Mark na turma, porque, ela refere, que estes alunos requerem muita atenção e requerem o dobro do trabalho na planificação das actividades. E por vezes a restante turma fica prejudicada ao serem deixados para trás. A professora titular apenas consolida as temáticas e as competências na sala de aula com a Mélanie e o Mark.

A professora de educação especial (C1) da Mélanie e do Mark, é uma professora com idade entre os 31 a 40 anos de idade. Com um tempo de serviço de entre os 11 a 20 anos de carreira. A sua formação académica é o Grau de Especialização em Educação Especial no Domínio Cognitivo e Motor. Pude observar, a sua óptima relação de trabalho com a professora titular, havendo uma grande empatia entre as duas. A professora de educação especial dirige o programa de intervenção da Melanie e do Mark devido ao problema associado à paralisia cerebral – a epilepsia.

Os pais da Mélanie e do Mark participam no processo educativo dos seus filhos porque são sistematicamente solicitados a participarem.

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