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CAPÍTULO III – Metodologia da Investigação

6. Instrumentos de Recolha de Dados

6.2. Caracterização e âmbito dos questionários

Nesta investigação utilizamos o questionário de opinião (Ghiglione e Matalon, 1992) de resposta fechada pois, segundo Moreira (2004), as questões fechadas têm uma dupla vantagem, sendo que as respostas às mesmas diminuem o trabalho envolvido na codificação, (através da economia de recursos e maior rapidez no tratamento de dados), e asseguram uma maior objectividade (assim é quase nula a intervenção da subjectividade do investigador na codificação dos dados, diminuindo assim a possibilidade de enviesamento na análise e interpretação dos mesmos). Para além disso, permite recolher informação de uma vasta população em pouco tempo, sendo os dados obtidos interpretados e quantificados facilmente pela análise estatística.

As grandes vantagens do questionário são o seu relativo baixo custo e a sua capacidade em possibilitar, num curto período, informação de uma grande quantidade de pessoas (Hayman, 1984).

Como se trata de um questionário de opiniões e que de acordo com Best (1961:145), “(…) “El formulário que intenta obtener el juicio o actitud de un individuo se conoce como escala de opiniones o de actitudes”, em que foi necessário medir a informação recolhida, utilizamos a escala de LIKERT. A escala de LIKERT é uma das escalas de atitudes mais usadas, tal como refere Carmo, H. (2008) e que consiste segundo o mesmo (…) na apresentação de uma série de proposições (escala 1 a 5) devendo indicar o inquirido, em relação a cada uma delas, a sua opinião.

No entanto, consideramos não ser necessário no nosso estudo utilizar o ponto intermédio (neutro), de forma a forçar os inquiridos a fazer uma escolha. Utilizamos por isso apenas a escala de 1 a 4.

Segundo Anderson (1988) uma das vantagens da escala de Likert é a de fornecer direcções sobre a atitude do respondente em relação a cada informação, sendo ela positiva ou negativa. Outra vantagem consiste no facto de permitir a transformação

numérica do grau de acordo, permitindo assim trabalhar com valores médios, mínimos, máximos, desvio padrão, etc.

Para a criação do questionário, foi necessário definirmos inicialmente as dimensões de análise e respectivos indicadores, possibilitando assim a construção do instrumento de recolha de dados. Apresentam-se as dimensões de análise e respectivos indicadores, no seguinte quadro:

Quadro VIII – (Dimensões e indicadores de análise)

Dimensões de análise Indicadores de análise Idade Género Situação profissional Grau académico Tempo de serviço Nível de ensino Cargo Caracterização da população

Saber como adquiriu conhecimentos na área das TIC Dificuldade na utilização da Plataforma Moodle

Dificuldades sentidas na utilização da Plataforma Moodle Utilização da Plataforma Moodle e página Web e a informação divulgada

Utilização da Plataforma Moodle e página Web e a informação consultada

Utilização da Plataforma Moodle para partilha colaborativa Utilização da Plataforma Moodle e página Web para comunicar e com quem é estabelecida essa comunicação Frequência e local onde habitualmente utiliza a Plataforma Moodle

Frequência e local onde habitualmente utiliza a Página Web Frequência de trabalho na Plataforma Moodle

Frequência de trabalho na Página Web

Dificuldade de acesso à informação através da Plataforma Moodle

Dificuldade de acesso à informação através da Página Web

Plataforma Moodle e página Web do Agrupamento de Escolas (utilização)

Facilitação da utilização da plataforma Moodle e página Web aos docentes

Plataforma Moodle e página Web do Agrupamento de Escolas (instrumentos de comunicação, gestão e divulgação)

Importância no processo de comunicação, gestão e divulgação da informação institucional

Na construção do questionário utilizamos a técnica do funil, ou seja, “(…) iniciar o questionário com perguntas gerais, chegando pouco a pouco às específicas…” (Lakatos & Marconi, 1985:186). O questionário é constituído por três grupos cuja versão integral se encontra disponível em anexo.

O primeiro grupo contém oito questões de dados gerais, compreendendo elementos biográficos que visam caracterizar o respondente. Às questões um a oito, solicitam-se respostas qualitativas, referindo a idade, o género, situação profissional, habilitações académicas, tempo de serviço, nível de ensino, cargo que desempenha nas

estruturas educativas, e como adquiriu conhecimentos na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

O segundo grupo apresenta treze questões dirigidas especificamente ao respondente, visando caracterizar a sua utilização da Plataforma Moodle e Página Web do Agrupamento e verificar o objectivo com que as utiliza. Na questão nove, pede-se aos respondentes que assinalem o grau de dificuldade na utilização da plataforma Moodle do agrupamento. Na questão dez pede-se aos respondentes que assinalem, das opções apresentadas, aquelas que consideram ser a razão das dificuldades sentidas na utilização da plataforma Moodle do agrupamento.

Finalmente, o terceiro grupo apresenta uma questão com oito itens, indagando a percepção do respondente sobre a importância que a Plataforma Moodle e Página Web do Agrupamento desempenham na comunicação, gestão e divulgação da informação institucional do mesmo.

Solicitamos a três colegas do Agrupamento, sendo uma delas professora de Português, que lessem o questionário e dessem a sua opinião sobre a clareza e compreensão do mesmo. Foram corrigidos aspectos relacionados com a formulação de algumas questões que não se encontravam tão claras, nomeadamente na substituição de vocábulos e ainda no que diz respeito a aspectos funcionais de preenchimento, ou seja, quanto à funcionalidade do mesmo num inquérito on-line através da plataforma Moodle, utilizando vocábulos sinónimos mais curtos.

Após a construção do questionário, este foi enviado à orientadora da investigação em causa e à Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) para que dessem o parecer sobre a sua fidedignidade, validade e operatividade (Lakatos & Marconi, 1985:180).

Segundos os autores, estes três aspectos são muito importantes na comprovação do questionário, antes da sua aplicação. Habitualmente é sugerida a feitura de um pré- teste para se determinar eventuais lacunas no instrumento. No nosso estudo, por motivos de tempo e disponibilização dos docentes, optamos por não fazer o pré-teste, mas sim solicitando a três colegas do Agrupamento que lessem e preenchessem o questionário e dessem a sua opinião sobre a clareza e compreensão do mesmo.

Posteriormente, solicitamos o parecer da orientadora do estudo e a autorização da DGIDC, recolhendo assim opiniões de pessoas que já têm experiência de investigação nesta área.

Ainda segundo recomendações da orientadora do estudo, procedemos às alterações propostas pela mesma, que se relacionavam quer com aspectos relacionados com a ordenação de algumas questões, assim como com a inclusão de mais algumas, no sentido de tornar mais completo e abrangente o instrumento, tendo como objectivo a sua interpretação e posterior análise dos dados.

Para a validação do questionário e avaliação da fiabilidade do mesmo, com base nas respostas dos 94 inquiridos, utilizamos o método Alfa de Cronbach (Cronbach, 1990), pois segundo Fox (1987) mede a exactidão dos dados, perspectivando a sua estabilidade e representatividade, tendo ao mesmo tempo em consideração que o questionário contém itens que apresentam várias alternativas de resposta, através de uma escala, situação esta onde se recomenda, segundo Gall e outros (1996), este processo. Este método permite calcular o coeficiente de consistência interna do questionário, utilizando a variância dos itens.

Os bons resultados obtidos através do Alfa de Cronbach, para a globalidade dos itens e para cada dimensão do questionário, permitiram-nos utilizar os dados recolhidos na investigação.

Este instrumento de recolha de dados foi elaborado, tendo em consideração os seguintes princípios: 1. a garantia do anonimato das respostas; 2. a imparcialidade na elaboração dos itens, evitando que os inquiridos não sejam induzidos para determinadas respostas; 3. o rigor e a clareza da linguagem; 4. a redacção de questões diferentes sobre as mesmas temáticas, de forma a obter uma maior precisão nos resultados; um número total de questões que permita a possibilidade de serem respondidas num período de tempo máximo de 15 minutos.

Na construção do instrumento, tivemos o cuidado de não elaborar um questionário muito extenso, tendo em conta que “(…) um questionário com mais de oito páginas desinteressa rapidamente o respondente…” (Vicente e al., 2001:166).

Atendendo a que se tratava de um questionário on-line e para o qual pretendíamos respostas céleres, tivemos também o cuidado de utilizar um vocabulário com sintaxe muito simples, tendo como objectivo evitar interpretações dúbias. As instruções para o seu preenchimento foram rigorosas, de forma a indicarem claramente qual a resposta que melhor se adequava à realidade do pensamento e vivência do respondente. Tivemos também um cuidado especial a nível da apresentação gráfica do questionário para que este fosse atractivo.

Para atingirmos o nosso objectivo, ou seja, para obtermos o máximo de questionários preenchidos pelos docentes, recorremos a várias estratégias. Para além do contacto pessoal com todos os docentes do Agrupamento, a quem transmitimos todas as informações relativas ao estudo e respectivos objectivos, procedemos ainda ao envio para cada docente, através da plataforma Moodle do Agrupamento, de uma mensagem tipo, contendo uma resumida explicação do estudo e respectivo propósito, incluindo o

link para a entrada directa no questionário, disponível na disciplina criada para o efeito

na Plataforma Moodle do Agrupamento, denominada “Projecto de Investigação 2010”, através dos respectivos endereços electrónicos.

Tendo em atenção que os professores que foram colocados de novo no Agrupamento neste ano lectivo, não se encontravam registados na plataforma Moodle, estabelecemos contacto directo com estes docentes, solicitando que o fizessem, para dessa forma poderem aceder ao questionário e preenchê-lo.

A mensagem tipo, informando do objectivo da investigação e solicitando o preenchimento do questionário, foi enviada várias vezes, para relembrar os colegas mais esquecidos, assim como foram mantidos os contactos directos com os mesmos no Agrupamento.